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Saneamento I - Introdução ao processo de tratamento convencional de água


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SANEAMENTO I - INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE TRATAMENTO CONVENCIONAL DE ÁGUA 
 
Onde é realizado o tratamento de água para abastecimento? 
 
O tratamento de água é realizado em uma Estação de Tratamento de Água (ETA). Na figura abaixo, é 
apresentada a vista aérea de uma ETA: 
 
 
Estação de tratamento de água. Fonte: http://saema.com.br/ 
 
Anteriormente, foi mencionado que o tratamento convencional de água pode ser dividido em 
algumas das etapas enumeradas a seguir: 
- Captação/adução 
- Gradeamento 
- Coagulação/floculação 
- Decantação ou flotação 
- Filtração 
- Desinfecção 
- Fluoretação 
- Correção de pH 
- Distribuição na rede. 
 
A partir desse ponto, as etapas do tratamento de água para abastecimento humano serão descritas. 
Neste texto, será abordada a etapa preliminar do tratamento de água. 
 
Quais medidas devem ser tomadas para que a água entre na Estação de Tratamento de Água? 
 
Inicialmente, a água deve ser coletada a partir do manancial, antes de passar pelas etapas do 
tratamento e ser distribuída. A coleta da água chama-se captação. Após a captação, a água deve ser 
bombeada para a ETA. 
 
 
Quais são as medidas que devem ser observadas para a captação da água? 
 
A captação deve obedecer à Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) 12213/1992 de acordo com o 
exposto abaixo: 
 
 
 
Croqui de captação de água. Fonte: UFPR 
 
 
Captação superficial de água tipo flutuante. Fonte: http://omarcoambiental.blogspot.com 
 
Para que a água adentre a ETA, ela deve ser bombeada. O processo de bombeamento de água para 
dentro da ETA chama-se adução, e deve ser dimensionado de acordo com a quantidade de água que 
se planeja abastecer a comunidade. 
 
 
O que compreende a etapa preliminar do tratamento de água? 
 
A etapa preliminar do tratamento de água (pré-tratamento) visa eliminar sólidos grosseiros que 
prejudicariam o tratamento, evitando entupimento nas tubulações. Compreende o gradeamento, 
podendo ser seguido de desarenador e/ou aerador e/ou adição de carvão ativado. 
 
 - Gradeamento: 
 
Compreende a retenção de sólidos grosseiros por grades ou telas, beneficiando o tratamento de água 
por não causar desgaste nas bombas e nem se acumular dentro da ETA. 
 
Para se realizar o gradeamento, utilizam-se grades metálicas, paralelas, de mesma espessura e 
igualmente espaçadas. O espaçamento entre as grades é escolhido em função do material que se 
deseja reter e dos equipamentos a serem protegidos: 
 
Grades grosseiras possuem espaçamento de 7,5 a 15 centímetros. 
Grades finas possuem espaçamento de 2 a 4 centímetros 
 
 - Desarenador: 
 
Com a função de remover materiais grosseiros que o gradeamento não remove, o desarenador é uma 
pequena caixa de sedimentação de partículas, principalmente de areia. Seu dimensionamento é 
realizado conforme a vazão da água dentro da ETA e do tempo de decantação das partículas de areia. 
 
 - Aerador: 
 
Presente em algumas ETAs, o aerador tem a função de: 
- remover substâncias voláteis e 
- solubilizar gases na água. 
 
Substâncias voláteis são compostos que se desprendem do líquido e passam para o estado gasoso, 
como, por exemplo, o ácido acético do vinagre. A eliminação de substâncias voláteis é desejável 
principalmente do ponto de vista de eliminação de odor da água, podendo significar, também, a 
eliminação, para o ar, de substâncias prejudiciais à saúde humana, nas quantidades em que se 
encontram. Por exemplo, água contendo alta concentração de gás carbônico é ácida para o trato 
digestivo, sendo interessante a remoção do gás carbônico por aeração. 
 
A solubilização de gás oxigênio é desejável quando a água não possui contato direto com a atmosfera. 
Pode ser importante dissolver oxigênio em água para a remoção de alguns metais dissolvidos, como 
ferro e manganês, por meio da formação de óxidos desses elementos. 
 
Geralmente, a aeração é aplicada em águas que não estão em contato com o ar, como: 
- Águas subterrâneas (poços); 
- Águas provenientes de partes profundas de grandes represas. 
 
 
 
 
Os tipos de aerador empregados nas ETAs são mostrados abaixo: 
 
1. Aerador de Cascata: 
Distribui a água em altura sobre discos, de modo que a aeração ocorre por queda de água em 
gravidade. A altura total da queda no aerador de cascata é de, no máximo, 3 metros. Pode ser 
empregado quando a vazão de água da ETA é baixa, de modo a não haver perda d´água. 
 
Com o aerador de cascata, é possível remover de 20% a 45% de gás carbônico dissolvido na água. É 
uma unidade dimensionada para taxa de escoamento superficial de 800 a 1000 m3/m2 ao dia. 
 
 
 
Aerador de cascata. 
 Acima, vista em perspectiva; 
 no meio, vista superior; 
 abaixo, vista em seção transversal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Aerador de Tabuleiro: 
Distribui a água em altura sobre bandejas, e a aeração também ocorre por queda de água em 
gravidade. Pode ser empregado nos casos em que o aerador de cascata não é recomendado. É mais 
indicado para adição de gás oxigênio, com a finalidade de promover a oxidação de compostos 
ferrosos ou manganosos. 
 
É uma unidade dimensionada para aplicação em taxa de escoamento superficial de 540 a 1630 m3/m2 
ao dia. 
 
 
 
Aerador de tabuleiro. 
Acima, vista superior; 
 abaixo, vista em seção transversal. 
 
 
 - Adição de carvão ativado: 
 
Embora menos comum na ETA, em casos nos quais a água bruta apresente grande quantidade de 
óleos e graxas, os quais podem se impregnar nas tubulações da ETA, pode ser necessária a adição de 
carvão ativado. Por possuir grande quantidade de poros devido ao seu processo de fabricação, o 
carvão ativado possui a capacidade de retenção de grande quantidade de materiais por adsorção, o 
que possibilita remoção mais eficiente de várias substâncias químicas.