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DA SUB-ROGAÇÃO E DO SINAL CONCEITO: 1. Pagamento com sub-rogação ocorre pelo cumprimento da obrigação realizado por terceiro, com a consequente substituição de credores ou de devedores. Há uma substituição de pessoas, porém, não há extinção da dívida. Substituição do sujeito, mas a dívida continua a mesma. 1.1. SÃO AS ESPÉCIES DE PAGAMENTO COM SUB- ROGAÇÃO: 2. Sub-rogação legal: é o cumprimento da obrigação que decorre da lei, independentemente de declaração do credor ou do devedor. Ex: fiador ou avalista, que pode ter o seu patrimônio penhorado se o devedor principal não realizar a prestação. Em situações como estas, o terceiro tem legítimo interesse no cumprimento, a que se encontra diretamente obrigado como codevedor e pelo qual responde com todo o seu patrimônio. Cumprindo, fica sub-rogado de pleno direito nos direitos do credor. Por determinação da lei 2.1. Sub-rogação convencional: decorre por inciativa do devedor ou credor. Art. 347, I, do CC. Ex: Pode decorrer de contrato (mútuo) por exemplo. EFEITOS DA SUB-ROGAÇÃO 3. Prescreve o art. 349 do Código Civil: “A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores”. Direito de executar, cobrar juros, etc. 3.1. Denota-se que a sub-rogação, legal ou convencional, produz dois efeitos: a) o liberatório, por exonerar o devedor ante o credor originário, tendo que pagar ao terceiro (novo credor); b) o translativo, por transmitir ao terceiro, que satisfez o credor originário, os direitos de crédito que este desfrutava, com todos os seus acessórios, ônus e encargos. EX: O avalista, que paga a dívida, sub-rogando-se nos direitos do primitivo credor, poderá cobrá-la também sob a forma de execução. SUB-ROGAÇÃO PARCIAL 4. No caso de pagamento parcial por terceiro, o crédito fica dividido em duas partes: a parte não paga, que continua a pertencer ao credor primitivo, e a parte paga, que se transfere ao sub-rogado. “Art. 351. O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever”. DA ARRAS OU SINAL 5. Sinal ou arras é quantia ou coisa entregue por um dos contraentes ao outro, como confirmação do acordo de vontades. Para SILVIO RODRIGUES, as arras “constituem a importância em dinheiro ou a coisa dada por um contratante ao outro, por ocasião da conclusão do contrato, com o escopo de firmar a presunção de acordo final e tornar obrigatório o ajuste. OBS: No CC o sinal não é entrada, é uma garantia para ser restituída. Por mais que na prática as pessoas usam como entrada. 5.1. É instituto muito antigo, conhecido dos romanos, que costumavam entregar simbolicamente o anel, para demonstrar a conclusão do contrato. NATUREZA JURÍDICA 5.2. O sinal ou arras tem cabimento apenas nos contratos bilaterais. As arras têm também caráter real, pois aperfeiçoam-se com a entrega do dinheiro ou de coisa fungível, por um dos contraentes ao outro. Gera obrigações para ambas as partes ESPÉCIES DE ARRAS OU SINAL 5.3. As arras são confirmatórias (art. 418 do CC) ou penitenciais (art. 420 do cc). Sua principal função é confirmar o contrato, que se torna obrigatório após a sua entrega. Podem, contudo, as partes convencionar o direito de arrependimento. Neste caso, as arras denominam-se penitenciais, porque atuam como pena convencional, como sanção à parte que se valer do arrependimento. Art. 420 do Código Civil. Se o devedor se arrepender perde o valor; se o credor se arrepender devolve em dobro, art. 420 do CC Na arras confirmatória, art. 418 do CC, se o devedor cumprir ele pega o dinheiro de volta ou abate no que ainda deve. CASO PRÁTICO DE FIXAÇÃO Davi foi locatário de um imóvel residencial de propriedade de Ricardo. A locação, por prazo determinado, foi garantida por Lucas, que prestou fiança a Ricardo. Finda a locação, Lucas ficou sabendo que Davi havia deixado de pagar os aluguéis referentes aos dois últimos meses de permanência no imóvel. Preocupado com as consequências do suposto descumprimento de Davi, Lucas procurou Ricardo e realizou o pagamento dos dois aluguéis, tendo o locador dado plena quitação a ele. Tempos depois, como Davi se recusava a reembolsar Lucas pelos valores pagos, este ingressou com ação de cobrança em face daquele. Na ação, porém, Davi alegou, em contestação, que pagara em dia todos os aluguéis devidos a Ricardo, de modo que Lucas nada deveria ter pago ao locador sem tê-lo consultado. QUESTÕES 1. Qual modalidade de pagamento indireto se verificou no presente caso? Justifique sua resposta. 1. O argumento apresentado por Davi, é suficiente para eximi-lo de reembolsar Lucas pelos valores pagos a Ricardo? Justifique. 2. Poderá Lucas executar o valor em face de Davi? 3. As partes poderiam estipular uma cláusula penal em caso de descumprimento desse contrato? Justifique sua resposta.