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Conteudista: Prof.ª M.ª Raquel Finkler Revisão Textual: Laís Otero Fugaitti Objetivos da Unidade: Analisar os principais elementos que compõem o clima; Relacionar os elementos do clima com o ciclo hidrológico. 📄 Contextualização 📄 Material Teórico 📄 Material Complementar 📄 Referências Elementos de Meteorologia Nesta Unidade, você irá perceber a associação entre a Hidrologia e a Meteorologia, que são duas ciências que objetivam reunir elementos que expliquem os fenômenos condicionantes do ciclo hidrológico. Além disso, por meio da Meteorologia, é possível explicar fenômenos que observamos no nosso cotidiano. Antes de começarmos com conceitos teóricos, leia e reflita sobre as notícias relacionadas ao tema. SC teve 9 Tornados com Rajadas de Vento de até 120 km/h em 2023; Número Supera Média dos Últimos 4 Anos Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Página 1 de 4 📄 Contextualização Leituras https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2023/12/08/el-nino-e-primavera-provocam-numero-recorde-de-tornados-em-2023-em-sc.ghtml Imagens Simulam Impacto do Aumento do Nível do Mar em Cidades Brasileiras Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE https://gizmodo.uol.com.br/imagens-simulam-impacto-do-aumento-do-nivel-do-mar-em-cidades-brasileiras/ Introdução As etapas do ciclo da água são influenciadas pelas condições climáticas, portanto, quando estudamos Climatologia, é crucial que compreendamos os processos meteorológicos. Sendo assim, esta Unidade busca elucidar, inicialmente, o conceito de Meteorologia e associá-lo com a Hidrologia. Além disso, iremos analisar como essas duas ciências se relacionam e, assim, contribuem para que possamos entender a complexidade do ciclo da água. Também iremos descrever os fatores que influenciam o clima, uma vez que estão relacionados a diferentes condições físicas que determinam o clima em uma região geográfica. Ao longo desta Unidade, avaliaremos os principais elementos do clima. Por fim, não podemos deixar de discutir as tecnologias para obtenção dos dados meteorológicos utilizados para calcular balanços hídricos, aplicar em diferentes equações para estimar o escoamento superficial e infiltração, entre outras etapas do ciclo hidrológico. Conceito de Meteorologia Você já deve ter se questionado sobre as diferenças entre essas duas ciências: Meteorologia e Climatologia. Então, para iniciarmos nossos estudos, iremos conceituá-las, uma vez que ambas analisam distintos aspectos dos elementos e dos fatores climáticos. Página 2 de 4 📄 Material Teórico Steinke (2012) define Meteorologia como a ciência da atmosfera que estuda o seu estado físico e os fenômenos atmosféricos, em especial para a previsão do tempo. Já a Climatologia é uma subdivisão da Geografia Física, que desenvolve estudos sobre a evolução dos fenômenos atmosféricos. Assim, podemos distinguir as ciências considerando seus objetos de estudo (a Meteorologia está focada nas condições em certo momento, enquanto a Climatologia analisa um longo período) e suas aplicações (a Meteorologia visa à previsão do tempo e a Climatologia analisa os padrões climáticos). Ainda, você pode estar pensando sobre qual a diferença entre tempo e clima. Torres e Machado (2017) diferenciam esses termos, sendo o clima definido como o conjunto de variações dos estados médios de determinada área geográfica, ou seja, os fenômenos meteorológicos que caracterizam, por um longo período, um espaço. Por sua vez, o tempo é o estado momentâneo da atmosfera em certo local, o que significa que é a sucessão de variações. Outro conceito que merece ser esclarecido se refere à escala espacial de clima, assim temos (TORRES; MACHADO, 2017): Por fim, podemos ainda denominar a ciência que estuda as relações entre as condições meteorológicas e a Hidrologia como Hidrometeorologia. Esse campo de estudo envolve a realização de pesquisas a fim de esclarecer a forma como ocorre a transferência da água entre a atmosfera e a superfície terrestre, determinar modelos matemáticos e simulações Macroclima: compreende o estudo de climas em áreas extensas da Terra, assim como os movimentos atmosféricos em grandes escalas, que influenciam o clima; Mesoclima: envolve o estudo do clima em áreas que variam de 10 km a 100 km; Microclima: refere-se ao estudo do clima próximo à superfície e a áreas pequenas com menos de 100 m de extensão. computacionais para elucidar os fenômenos hidrometeorológicos, realizar previsões de precipitações, estimar balanços hídricos e analisar dados coletados em campo. Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Atmosfera Terrestre A Terra é constituída por quatro sistemas que são interligados e interdependentes, sendo esses: Leitura Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) No Brasil, a instituição responsável pela sistematização das informações meteorológicas é o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). As atividades englobam a previsão e a emissão de boletins meteorológicos, a realização de pesquisas climáticas e ambientais, e a promoção da capacitação humana, entre outras atribuições. Sua estrutura é composta por uma sede localizada em Brasília, quatro coordenações-gerais e seis distritos de meteorologia. Para conhecer mais sobre esse importante órgão, acesse o conteúdo a seguir. https://portal.inmet.gov.br/sobre De acordo com Garcez e Alvarez (1988), a atmosfera pode ser definida, a partir dos conceitos de Hidrologia, como sendo: a) um reservatório de água, na forma de vapor; em razão dos fenômenos mecânicos e termodinâmicos, os elementos dessa fase evaporam ou se aglomeram, resultando nas precipitações; b) um sistema de transporte e de distribuição de água atmosférica sobre a superfície terrestre e os oceanos; e c) um vaso coletor de calor que absorve uma parte da radiação solar direta e uma parte da radiação calorífica, o que resulta na geração de movimentos convectivos e favorece o fenômeno de evaporação da água. A atmosfera se subdivide em camadas verticais com diferentes características de altitude, pressão e temperatura. A estrutura vertical da atmosfera apresenta os seguintes estratos. Biosfera, que é composta pelos seres vivos (microrganismos, animais, plantas), sendo esses responsáveis por diversos processos fundamentais para o equilíbrio do meio, como a fotossíntese e os ciclos biogeoquímicos, entre outros; Litosfera, associada às rochas, aos minerais e ao solo, sendo que sua função principal é servir como habitat para diversos organismos, incluindo o ser humano; Hidrosfera, que se refere aos ambientes compostos por água classificada conforme sua salinidade (doce, salobra ou salgada). Esse sistema está relacionado ao ciclo da água, também acaba influenciando na regulação das condições climáticas do planeta; Atmosfera, representada pela camada de gases; possui múltiplas funções essenciais para a manutenção do equilíbrio do planeta. Troposfera: nessa camada ocorrem processos como chuvas e ventos, entre outros. Está localizada entre a superfície terrestre e a tropopausa, tendo uma maior espessura no Equador e menor nos polos. Nela ocorrem os principais fenômenos meteorológicos de interesse na Hidrologia (transporte de água, energia e movimento do vento) (BERTONI, 2007). Ainda, nessa camada os fluxos de energia e A atmosfera é constituída por uma mistura de gases. A sua composição média abaixo de 25 km é apresentada na Tabela 1. Tabela 1 – Composição média da atmosfera abaixo de 25 km Componente Símbolo Volume (%) Peso molecular Nitrogênio N2 78,08 28,02 Oxigênio O2 20,95 32,00 Argônio Ar 0,93 39,88 matéria têm elevada complexidade devido às interações entre o solo e a camada de ar sobrejacente, assim como em razão da atividade antrópica (MENDONÇA; DANNI-OLIVEIRA, 2007); Estratosfera: exerce um importante papel na proteção contra a radiação ultravioleta. Localiza- se entre a tropopausa e a estratopausa com estrutura variável. Além disso, possui uma menor variação de temperatura doque as camadas mais próximas à superfície terrestre (BERTONI, 2007); Mesosfera: localiza-se entre a estratopausa e a mesopausa. Caracteriza-se por ser uma camada com rarefação do ar, o que diminui a capacidade dos gases de reterem energia (MENDONÇA; DANNI-OLIVEIRA, 2007); Termosfera: localiza-se acima da mesopausa. Nessa camada há a absorção de parcelas de radiação solar, como raios X, gama e ultravioleta, por meio dos átomos de nitrogênio e oxigênio, que são ionizados (MENDONÇA; DANNI-OLIVEIRA, 2007). Componente Símbolo Volume (%) Peso molecular Dióxido de carbono CO2 0,037 44,00 Neônio Ne 0,0018 20,18 Hélio He 0,0005 4,00 Ozônio O3 0,00006 48,00 Hidrogênio H 0,00005 2,02 Metano CH4 0,00017 16,04 Fonte: Adaptada de BARRY; CHORLEY, 2013, p. 13 Varejão-Silva (2006) comenta que, sob o ponto de vista termodinâmico, a atmosfera pode ser considerada como um sistema aberto, multicomponente e plurifásico. O ar representa a fase dispersante, sendo constituído por uma mistura de gases e vapor d’água. As partículas hídricas ou não, em suspensão ou queda, compõem a fase dispersa. Ainda, é importante pontuar que para a avaliação da composição do ar indica-se suprimir o vapor d’água, que varia no espaço e no tempo (VAREJÃO-SILVA, 2006). Fatores do Clima O clima é influenciado por diferentes elementos físicos, que condicionam suas condições e são denominados fatores do clima. Mendonça e Danni-Oliveira (2007) comentam que a elevada variação espacial e temporal das condições climáticas está associada a esses fatores, que se unem a fatores dinâmicos dos meios atmosférico e oceânico, resultando em distintos climas na Terra. Os autores argumentam, ainda, que os fatores climáticos são propriedades estáticas da paisagem. Na sequência iremos analisar alguns dos fatores associados ao clima. Altitude Quanto maior a altitude, espera-se uma menor temperatura em razão de o ar ser rarefeito. Além disso, em maiores altitudes, observa-se uma maior pressão. Torres e Machado (2017) afirmam que no Brasil predominam as baixas altitudes, sendo que em algumas regiões essa variável é determinante das variações nas temperaturas. Os autores complementam indicando que a região Sudeste é a que sofre a maior influência da altitude, devido às terras de maiores elevações se encontrarem nessa área. Podemos verificar que duas regiões de mesma latitude com altitudes diferentes apresentam temperaturas distintas. Assim, a temperatura do local mais elevado diminuirá quando comparada com a área mais baixa (MENDONÇA; DANNI-OLIVEIRA, 2007). Latitude Essa característica condiciona a incidência dos raios solares, sendo assim, latitudes próximas ao Equador recebem uma quantidade maior de raios solares. Além disso, as temperaturas médias desses locais são maiores. Segundo Mendonça e Danni-Oliveira (2007), a latitude demonstra as condicionantes astronômicas que entram no sistema superfície-atmosfera, conforme descrito na sequência: Rotação da Terra sobre o seu eixo: em razão da latitude, podem ocorrer diferenças na duração do dia/noite; Movimento de translação: em decorrência da movimentação, ocorre a distribuição sazonal da energia solar no planeta; Em síntese, podemos concluir que a latitude condiciona a diferenciação das zonas climáticas. Maritimidade e Continentalidade As variáveis estão associadas à proximidade ou distanciamento com grandes massas de água, portanto sendo relacionadas à variabilidade da umidade. Machado (2017) comenta que a maritimidade envolve o fenômeno de retenção e de manutenção do calor dos raios solares por um tempo maior que no solo, sendo assim, nas regiões litorâneas, as temperaturas se mantêm praticamente constantes. Por sua vez, a autora pondera que quando analisamos a continentalidade, observamos exatamente um comportamento inverso. Sendo assim, em áreas mais no interior dos continentes, espera-se uma maior amplitude térmica. Considerando a continentalidade, podemos verificar que a superfície da Terra aquece e resfria mais rapidamente que o oceano. Dessa forma, a diferença entre os períodos máximos e mínimos de radiação e de temperatura é de apenas um mês para a superfície terrestre e de dois meses para o oceano e região costeira. Também as variações anuais e diurnas de temperatura são maiores nas regiões continentais do que nas áreas costeiras (BARRY; CHORLEY, 2013). A maritimidade e a continentalidade se constituem nas variáveis responsáveis por invernos mais rigorosos no hemisfério Norte quando comparado com o hemisfério Sul (MACHADO, 2017). Distância entre dois astros: diferença de tamanho entre astros e forma esférica da Terra, assim os raios solares atingem o planeta paralelamente. Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Relevo Em virtude das barreiras decorrentes do relevo, podemos observar a variabilidade na umidade e na incidência de ventos em determinada região. As linhas de relevo contribuem para a determinação da direção do vento. Somado a isso, tem-se a altitude, que é um fator que impacta a temperatura, a pressão atmosférica e as precipitações (TORRES; MACHADO, 2017). Leitura Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) As correntes marítimas também podem influenciar no clima de uma região. O seu movimento ocorre de forma circular, variando no sentido horário (hemisfério Norte) e anti-horário (hemisfério Sul). As correntes são responsáveis pela distribuição do calor da radiação solar, sendo assim, a sua classificação está baseada na temperatura, podendo ser correntes frias (formadas a partir das áreas polares com menor radiação solar e, portanto, temperaturas mais baixas e menor umidade) e correntes quentes (formadas nas áreas equatoriais de maior radiação solar, logo as temperaturas são mais elevadas). O mapa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ilustra as correntes marítimas e o clima. https://ibge.gov.br/images/atlas/mapas_mundo/mundo_clima_e_correntes_maritimas.pdf Machado (2017) pontua as seguintes interferências no clima decorrentes do relevo: modificação nos movimentos da atmosfera resultando na alteração da trajetória horizontal; causa-efeito de freio de exposição e iluminação; minimização de temperatura e pressão; desenvolvimento de inversões térmicas; e aumento da umidade relativa. A relação entre o relevo e a precipitação é exemplificada por Torres e Machado (2017). Os autores descrevem que na região nordeste do estado de São Paulo pode-se observar a ocorrência de chuvas resultantes da presença de ar polar (chuvas frontais), entretanto, as elevadas encostas (serra do Mar) também ocasionam intensas chuvas orográficas. Sendo assim, na região encontra-se o local de maior pluviosidade brasileira, que é Itapanhaú, com precipitação de 4.514 mm/ano. Vegetação A cobertura vegetal é condicionada pelo clima, mas também acaba influenciando-o. A temperatura, a variação na umidade e a incidência de precipitação em uma área podem estar associadas à presença da vegetação. A própria biologia vegetal, por meio do processo de transpiração, contribui para o aumento da umidade. Além disso, as características da formação vegetal condicionam a passagem dos raios solares, o que impacta a temperatura de determinada localidade. Nesse sentido, Barry e Chorley (2013) afirmam que a estrutura vertical de uma floresta determina o microclima. A explicação para tanto está relacionada às características morfológicas, ou seja, características de porte, cobertura, idade e estratificação da composição de espécies de uma formação. Tais diferenças são relevantes, visto que as copas das árvores podem causar obstruções físicas que influenciam as trocas de radiação, o ambiente térmico e o escoamento do ar. A vegetação e a formação da camada de restos vegetais sobre o solo, ligadas às ações das raízes, contribuem para a redução do impacto da água precipitada e para a otimização da sua infiltração. Como decorrência, há o aumento da capacidade de transmitir o calor absorvido eretardar o tempo de aquecimento do ar (MENDONÇA; DANNI-OLIVEIRA, 2007). Ainda, de acordo com Mendonça e Danni-Oliveira (2007), em razão do aumento da infiltração e da redução do escoamento superficial, há uma maior disponibilidade de água suscetível aos processos de evaporação e evapotranspiração. Como consequência, observa-se que o clima se torna mais úmido e mais frio. Percebam que em razão da existência de cobertura vegetal, há múltiplos efeitos no ciclo hidrológico. Intervenções Causadas pelo Ser Humano A interferência humana no meio acaba resultando em diferentes impactos no clima. Nas mídias, de forma geral, é possível acompanhar os resultados dessas ações que, em última análise, vêm alterando negativamente o ciclo da água. Em especial, a impermeabilização das áreas urbanas, a construção de edificações, o tráfego intenso, as emissões descontroladas das indústrias e a remoção da cobertura vegetal são intervenções que alteram as condições do clima, assim como o ciclo hidrológico. De acordo com Torres e Machado (2017), os maiores impactos ocorrem nas cidades, resultando em extremas diferenças no clima urbano, quando comparado com as áreas rurais circundantes. Beirão (1999) argumenta que as diferenças climáticas entre área urbana e área rural decorrem das configurações superficiais. Na área rural natural, é possível verificar a existência de solo permeável, absorvente e com poucos obstáculos. Por sua vez, a área urbana possui condições responsáveis pela modificação do clima, sendo essas: “aumento do atrito, da transferência de calor, da temperatura, da impermeabilidade do solo, da poluição e diminuição da evapotranspiração” (BEIRÃO, 1999, p. 10). Nas cidades também ocorrem maiores precipitações pluviais, uma vez que, em decorrência das atividades humanas, há maiores núcleos de condensação (poluentes) (TORRES; MACHADO, 2017). Além disso, no meio urbano, as edificações e a pavimentação, em especial o asfalto, atuam impermeabilizando a superfície terrestre, o que implica um maior escoamento superficial e uma diminuição da evaporação e da transpiração (BEIRÃO, 1999). Vale ainda analisarmos que, em decorrência da geometria urbana, com a instalação de edificações, ocorre o aumento da rugosidade e, consequentemente, o aumento da velocidade do vento (BEIRÃO, 1999). Por fim, Teixeira, Pessoa e Di Giulio (2020) consideram que a intensificação das mudanças climáticas se configura como um desafio à vida da população e aos ecossistemas. Sendo assim, as cidades exercem um papel relevante para o enfrentamento de tais mudanças, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa e a promoção de processos de ajustes, que estão integrados à implementação de políticas públicas. Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Leitura Governança da Água na Região Metropolitana de São Paulo – Desafios à Luz das Mudanças Climáticas Como analisamos nesta Unidade, as cidades se configuram como atores principais no combate às mudanças climáticas, desempenhando, por meio do poder público, a função de definir políticas e de realizar o planejamento adequado, em especial no que tange à disponibilidade da água. O artigo de Jacobi, Buckeridge e Ribeiro (2021) relata as ações de governança da água que vêm sendo implementadas na região metropolitana de São Paulo, associando-as com os desafios das mudanças climáticas. Para conhecer mais sobre o assunto leia o artigo a seguir. https://www.scielo.br/j/ea/a/y5HdNkHcm9fzczN5QK4KCNB/ Principais Elementos do Clima De acordo com Mendonça e Danni-Oliveira (2007), os elementos do clima podem ser definidos como atributos físicos que representam as características da atmosfera geográfica em um local. Radiação Solar A radiação solar se caracteriza como a principal fonte de energia do clima do nosso planeta e sua quantidade varia de acordo com latitude, altitude e período do ano. Varejão-Silva (2006) conceitua radiação como a energia propagada sem a necessidade de um meio material, sendo que esse termo pode ser utilizado para indicar o processo de transferência dessa energia na forma de ondas eletromagnéticas. A radiação global refere-se à energia global que atinge a superfície da Terra em determinado local e instante, sendo classificada como (VAREJÃO-SILVA, 2006): A razão entre irradiação direta e difusa é variável ao longo do dia devido ao ângulo da incidência dos raios solares e às condições de nebulosidade. Dessa forma, quanto mais nublado, maior será a prorporção de irradiação difusa e menor a de irradiação direta (ALVARENGA; AZEVEDO; MORAES, 2015). De acordo com Mendonça e Danni-Oliveira (2007), o Sol irradia ondas na faixa ultravioleta ao infravermelho, já a Terra irradia ondas, na sua maioria, na faixa do infravermelho distante. Quando emitida, a radiação pode ser refletida, absorvida ou transmitida dependendo das suas Radiação direta, gerada do disco solar, quando se apresenta total ou parcialmente visível; Radiação difusa, decorrente do espalhamento da energia que atinge o local após desvios. propriedades físicas, entre estas o albedo, que apresenta diferentes valores em razão da constituição de um corpo (Tabela 2). Tabela 2 – Albedos de algumas superfícies Tipo de superfície Albedo (%) Solo negro e seco 14 Solo cru 7-20 Areia 15-25 Florestas 3-10 Campos naturais 3-15 Gramados 15-30 Glossário Albedo: é o coeficiente de reflexão considerando todo o intervalo de radiação visível, expresso em termos de porcentagem (VAREJÃO-SILVA, 2006). Tipo de superfície Albedo (%) Nuvens cumuliformes 70-90 Neve recém-caída 80 Gelo 50-70 Cidades 14-18 Concreto seco 17-27 Asfalto 5-10 Terra 31 Lua 6-8 Fonte: Adaptada de MENDONÇA; DANNI-OLIVEIRA, 2007, p. 35 Os processos de transferência de energia ocorrem conjuntamente, mas para fins de estudo são analisados separadamente (MENDONÇA; DANNI-OLIVEIRA, 2007): Processos que envolvem ondas curtas (menores comprimentos de onda até aquelas referentes à luz visível) relacionadas à radiação solar; Processos relacionados às radiações de ondas longas, ou seja, aquelas na faixa de infravermelho, referentes à radiação terrestre; Processos que envolvem a transferência de energia por convecção. A transferência de energia a partir da superfície da Terra é o fenômeno associado ao aquecimento solar, portanto é relevante a sua compreensão. Segundo Barry e Chorley (2013), a opacidade da atmosfera à radiação infravermelha em relação à sua transparência à radiação curta é denominada de efeito estufa. Os autores complementam argumentando que o efeito estufa “total” decorre da capacidade líquida de absorção da radiação infravermelha, da presença de gases (metano – CH4, óxido nitroso – N2O, e ozônio – O3) e do vapor d’água. Outra informação relevante é que, como tais gases têm concentrações baixas, seus efeitos aumentam de forma aproximadamente linear, por sua vez, o efeito do CO2 está associado ao logaritmo da concentração. Somado a isso, o N2O tem um longo tempo de residência na atmosfera, portanto os efeitos cumulativos são significativos. Clique no botão para conferir o conteúdo. Leitura O que é Efeito Estufa? O efeito estufa é um fenômeno que ocorre naturalmente no nosso planeta. Entretanto, as emissões de Gases com Efeito Estufa (GEE) vem impactando a intensidade do efeito, exigindo que a sociedade repense seus hábitos e seus padrões de consumo, bem como os processos produtivos. Para conhecer mais sobre os gases envolvidos, as atividades humanas envolvidas e as ações para a mitigação dos impactos do efeito estufa, leia as informações que constam no site da World Wide Fund for Nature (WWF). ACESSE É importante pontuar que a radiação solar influencia a temperatura média, o movimento do ar e a precipitação. Portanto podemos afirmar que essa é uma variável que condiciona o ciclo hidrológico. Além disso, de acordo com Alvarenga, Azevedo e Moraes (2015), a radiação solar é essencial para a compreensão de processos como tempestades, furações e circulaçãoatmosférica e oceânica. Temperatura A temperatura é influenciada por fatores climáticos como a altitude, a latitude, a maritimidade e a continentalidade. De acordo com Machado (2017), a temperatura refere-se ao registro do calor atmosférico, podendo ser medida em Celsius (ºC), Fahrenheit (ºF) ou Kelvin (K). Valores elevados de temperatura (37 ºC ou 40 ºC) indicam que está quente, enquanto temperaturas mais baixas apontam que está frio. Torres e Machado (2017) comentam que há três modalidades de temperatura: do ar, da água e do solo, sendo essas diferenciadas a seguir. Temperatura do solo: refere-se ao aquecimento da superfície terrestre pela incidência da radiação solar relacionada à condução de energia. Durante o dia, o fluxo do aquecimento ocorre no sentido superfície- interior do solo, com elevação da temperatura. À noite, ocorre a inversão de fluxo, retornando o calor à superfície, o que minimiza a queda de temperatura no solo superficial (ALVARENGA; AZEVEDO; MORAES, 2015); Temperatura do ar: tem relação com a radiação solar, logo o aquecimento da atmosfera próxima à superfície da Terra se dá pelo transporte de calor (ALVARENGA; AZEVEDO; MORAES, https://www.wwf.org.br/nossosconteudos/educacaoambiental/conceitos/efeitoestufa_e_mudancasclimaticas/ As temperaturas máxima e mínima são aquelas observadas em dado período, em geral 24 horas, sendo a mais elevada e a mais baixa. Para períodos maiores (meses, anos) são utilizados os termos máxima absoluta e mínima absoluta para referenciar valor máximo e mínimo. A amplitude térmica refere-se a diferenças entre temperaturas extremas registras em um período. Ainda, a temperatura média refere-se à média aritmética de todas as temperaturas verificadas em um intervalo de tempo (VAREJÃO-SILVA, 2006). 2015); Temperatura da água: resulta de fatores como incidência solar, convecção, radiação, condução e pressão atmosférica. Varejão-Silva (2006) afirma que as temperaturas na superfície do mar são aplicadas para a previsão numérica do tempo, para realização de simulações de comportamento da atmosfera e outros estudos de interesse na área de Meteorologia. Leitura Anomalias de Temperatura são as Maiores já Vistas, Afirma OMM De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o mês de setembro de 2023 registrou as maiores temperaturas em comparação com o período de referência pré-industrial (1850-1900). A temperatura média da superfície foi de 16,38 ºC, o que pode indicar as consequências da concentração de GEE na atmosfera. Os dados são preocupantes. As ações humanas devem ser imediatas para a redução dos impactos dessas mudanças! Leia mais no site a seguir. Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE A variação da temperatura pode ocorrer de formas distintas. As variações temporal e espacial são condicionadas pelo balanço de energia (ALVARENGA; AZEVEDO; MORAES, 2015). A variação temporal decorre de dois aspectos: as trajetórias diária e anual aparentes do Sol, determinantes da quantidade de energia disponível e das variações interanuais de temperatura (oscilações térmicas) (MENDONÇA; DANNI-OLIVEIRA, 2007). A variação espacial refere-se à diferença de temperatura entre as regiões terrestres. De acordo com Mendonça e Danni-Oliveira (2007), o ar sobre os continentes é aquecido diferentemente que nos oceanos em razão da forma como a energia solar é transformada no solo e no ar. A água é aquecida e resfriada mais lentamente que o solo. Além disso, as diferentes formas de aquecimento ao longo do dia determinam a formação de brisas nas costas. Ainda, a variação da densidade da água dos oceanos associada aos ventos forma correntes marítimas responsáveis pela distribuição da energia, o que influencia a temperatura. Consequentemente, a distribuição espacial da temperatura difere na Terra e nos meses de verão e inverno. No que tange à variação vertical da temperatura na troposfera, tem-se que o gradiente varia entre 0,6 e 0,7 ºC por 100 m. Tal valor pode oscilar dependendo da altitude e das estações do ano, entre outras variáveis. Além disso, nas proximidades do solo podem ser observadas anomalias (GARCEZ; ALVAREZ, 1988). No que tange à relação entre temperatura e ciclo da água, podemos associar a aspectos como o estado físico da água, as taxas de evaporação e de transpiração e a precipitação. Steinke (2012) afirma que a evaporação ocorre em qualquer temperatura, sendo que, em temperaturas mais elevadas, as moléculas de água movem-se de forma mais rápida e colidem com mais força. A energia absorvida em razão do escape acaba armazenada na forma de calor latente de vaporização e é liberada como calor latente de condensação (vapor d’água torna-se água líquida). https://news.un.org/pt/story/2023/10/1821362 A rapidez com que a água evapora depende de diferentes fatores, sendo esses: o tamanho da área de evaporação, a temperatura, a pressão atmosférica, o grau de umidade e o vento (STEINKE, 2012). Para Bertoni (2007), as variações de temperatura condicionam a quantidade de vapor em certo volume de ar. Dessa forma, em dada temperatura, há uma quantidade máxima de vapor, que representa o valor de saturação. Com a saturação de umidade, não é mais possível reter o vapor d’água. Sendo assim, o vapor se condensa, resultando na precipitação, que pode ocorrer na forma de chuva, neve ou orvalho, entre outras. Umidade do Ar A quantidade de vapor d’água existente na atmosfera é denominada de umidade do ar, esse elemento do clima é influenciado por temperatura, cobertura vegetal, quantidade de edificações e existência de recursos hídricos (MACHADO, 2017). Torres e Machado (2017) comentam que a umidade é resultado da evaporação e da evapotranspiração. Barry e Chorley (2013) indicam que o teor de umidade é condicionado também pela temperatura do ar e pelo transporte horizontal de umidade. Nesse sentido, a água presente nas nuvens representa cerca de 4% da umidade atmosférica. A umidade pode ser expressa pela umidade absoluta, que é a massa total de água em certo volume de ar. Por sua vez, a umidade relativa é o teor real de umidade em uma amostra de ar, expressa como porcentagem, contida em um volume de ar saturado em uma mesma temperatura (BARRY; CHORLEY, 2013). O vapor d’água dá origem a todas as formas de condensação e de precipitação, além de exercer uma importante função na regulação térmica do planeta, uma vez que absorve a radiação solar e terrestre. Também afeta a estabilidade do ar (STEINKE, 2012). Segundo Torres e Machado (2017), em termos práticos, quanto maior a altitude, menor será a temperatura e o volume de vapor no ar (umidade absoluta), ainda que esteja próxima à saturação (umidade relativa). A umidade relativa média pode ser correlacionada com a precipitação total anual, conforme pode ser observado na Tabela 3. Tabela 3 – Relação umidade relativa/precipitação para alguns estados do Brasil Estado Umidade relativa (%) Precipitação (mm/ano) Ceará 70 971 Bahia 72 1.203 Mato Grosso 75 1.404 Minas Gerais 76 1.421 Rio Grande do Sul 77 1.555 Amazonas 87 2.705 Fonte: Adaptada de TUBELIS; NASCIMENTO, 1984 apud TORRES; MACHADO, 2017, p. 40 Por fim, a umidade pode ser associada ao regime de chuvas, portanto está intrinsecamente relacionada ao ciclo da água. Precipitação A precipitação é um elemento climático relacionado à disponibilidade da água. Pode ser caracterizado também como a etapa do ciclo hidrológico na qual há o retorno, sob diferentes formas (Quadro 1), da água à superfície terrestre. Quadro 1 – Formas de precipitação Forma Descrição Chuva Partículas de água na forma de gotas com diâmetro mínimo de 0,5 mm e velocidade de queda de 3 m/s Chuvisco Gotas de água pequenas, com diâmetro inferior a 0,5 mm, que se dispersam uniformemente Granizo Decorrente do resfriamento muito rápido a temperaturas entre –2 ºC e -40 ºC; são grãos redondos ou cônicos de gelo Saraiva Pedras de gelo com diâmetro de até 50 mm e formato oval Neve Partículas formadas a temperaturasinferiores a –40 ºC de forma lenta; para esse fenômeno ocorrer, a temperatura na superfície da Terra também precisa ser baixa (0 ºC ou menos) Fonte: Adaptado de TORRES; MACHADO, 2017 De acordo com Alvarenga, Azevedo e Moraes (2015), a formação das chuvas não é resultante apenas da condensação da água em partículas pequenas, denominadas de elementos de nuvem, mas também de gotas maiores (chamadas de elementos de precipitação). Por meio da coalescência das pequenas gotas, a gravidade supera a força de sustentação, transformando-se em chuva. A coalescência decorre das diferenças de temperatura, tamanho, cargas elétricas e movimentos dentro das nuvens. As chuvas podem ser classificadas de acordo com sua origem, conforme segue (BARRY; CHORLEY, 2013; MENDONÇA; DANNI-OLIVEIRA, 2007). As seguintes variáveis influenciam a precipitação: radiação solar, temperatura, altitude, latitude, maritimidade e continentalidade. Já a distribuição espacial das chuvas, segundo Mendonça e Danni-Oliveira (2007), pode ser associada a correntes marítimas, zonas de temperatura, ventos oceânicos e dinâmica de baixa atmosfera. As regiões tropicais e as áreas litorâneas orientais são mais chuvosas quando comparadas às áreas correspondentes ocidentais. Também as zonas de Chuva de origem térmica ou convectiva: decorrente das nuvens do tipo cumuliformes. Subdivide-se em três categorias: 1) células convectivas dispersas formadas pelo forte aquecimento da superfície do solo no verão, ocorrendo em áreas pequenas (20 a 50 km2) na forma de pancadas fortes e individuais com duração entre trinta minutos e uma hora; 2) pancadas de chuva, neve ou granizo formadas quando o ar frio, úmido e instável encontra uma superfície mais quente, gerando uma precipitação dispersa de duração limitada em determinada região; e 3) ciclones tropicais: decorrentes da organização de células cumulonimbus em bandas espirais, resultando em chuvas fortes e prolongadas em áreas de milhares de quilômetros quadrados; Chuva de origem orográfica ou de relevo: decorre da ação física do relevo, que se constitui como uma barreira; Chuva de origem frontal: tais frentes são derivadas da formação de nuvens pela ascensão de ar úmido. Sua intensidade e sua duração dependem de teor de umidade, contrastes de temperatura, velocidade e tempo de permanência da frente no local. latitudes médias são mais chuvosas por serem áreas de convergência dos sistemas depressionários subpolares. Pressão Atmosférica Machado (2017) define pressão atmosférica como a pressão que o ar exerce na superfície do planeta. A pressão atmosférica varia conforme a altitude (diminuindo em regiões mais elevadas), a latitude (mais elevada quanto mais próxima da linha do Equador) e a temperatura (condiciona o movimento das moléculas de ar). Torres e Machado (2017) descrevem que a pressão atmosférica se deve ao peso do ar sobre um ponto da superfície. Sendo assim, em áreas com menor pressão, utiliza-se a nomenclatura de Baixa Pressão (BP), e em regiões de maior pressão, Alta Pressão (AP). Os autores indicam, ainda, que as áreas de BP são denominadas ciclones, áreas ciclonais ou receptoras de vento. Já as áreas de AP são definidas como anticlones, áreas anticlonais ou áreas dispersoras de vento. No hemisfério Sul, em áreas de BP, o ar apresenta sentido horário (movimento para o interior do núcleo). Nas áreas de AP, o movimento é no sentido anti-horário, para fora do núcleo. Vale ressaltar que no hemisfério Norte, as direções são opostas. Ventos O vento é o movimento do ar, sendo que este possui direção e intensidade (MACHADO, 2017). Os ventos são decorrentes das diferenças na pressão atmosférica. Podem afetar elementos climáticos como a temperatura, a umidade e a precipitação. Mendonça e Danni-Oliveira (2007) comentam que a velocidade dos ventos é controlada pelo gradiente de pressão entre duas áreas. Quanto maior o gradiente, maior será a velocidade do vento. Assim, devido ao gradiente, o ar converge das áreas de BP e diverge nas de AP. Dependendo da velocidade do vento, podemos observar o surgimento de certos fenômenos, alguns dos quais já assolaram o nosso país. O Quadro 2 apresenta a diferenciação entre furacões, tornados e ciclones. Quadro 2 – Diferenciação entre furacões, tornados e ciclones Fenômeno Descrição Furacão Forma-se em áreas de BP sobre águas quentes dos oceanos tropicais. O formato é de redemoinho, formando no centro um olho. Tornado Cell 7Grande coluna de ar que se estende até o solo. Sua aparência é de funil. A coluna de vento tem velocidade entre 30 e 60 km/h, mas no interior do funil pode chegar a 450 km/h. Glossário Advencção: é o deslocamento do ar de uma área de AP para uma de BP, resultando na formação dos ventos (MENDONÇA; DANNI-OLIVEIRA, 2007). Fenômeno Descrição Em geral, a área afetada é reduzida. Ciclone São centros de BP formados nas regiões tropicais. Em geral, estão acompanhados de frentes frias e possuem formato espiral, com centro frio. Fonte: Adaptado de STEINKE, 2012 Obtenção de Dados Meteorológicos Diferentes equipamentos podem ser utilizados para a obtenção de dados meteorológicos. No Quadro 3 é possível verificar os principais equipamentos utilizados. Quadro 3 – Equipamentos utilizados para obtenção de dados meteorológicos Equipamento Medição Termômetros, termógrafos Temperatura Radiômetros Incidência da radiação solar Heliógrafo Número de horas de sol Barômetro, barógrafo Pressão atmosférica Equipamento Medição Anemômetro Velocidade dos ventos Psicrômetro Umidade relativa do ar Evaporímetro de Piché Taxa de evaporação potencial Tanque Classe A Taxa de evaporação potencial Pluviômetro, pluviógrafo Alturas pluviométricas Fonte: Adaptado de SILVA, 2015, p. 46 Os principais sistemas de coleta de dados de interesse para a área de Hidrologia são: Sistemas clássicos: constituídos por estações meteorológicas, que podem ser classificadas como Classe 1 (mede todos os elementos do clima), Classe 2 (não realiza medições de pressão atmosférica, radiação solar e vento) e Classe 3 (mede temperaturas máxima e mínima e pluviometria) (ALVARENGA; AZEVEDO; MORAES, 2015); Sistemas especiais: englobam radarvento (mede a direção e a velocidade do vento em altitude a partir do rastreamento de um alvo refletor que ascende por meio de balão-piloto), radiossondagem (medição de elementos como direção e velocidade do vento, temperatura, pressão atmosférica e umidade relativa desde o ponto de lançamento do balão até o local do qual se parte) e radar meteorológico (registros por meio de radar) (GARCEZ; ALVAREZ, 1988); Sistemas de satélites: técnica classificada como espacial, sendo que os dados gerados podem ser aplicados também no sensoriamento remoto. A utilização desses equipamentos permitirá registrar uma série histórica de dados, que são fundamentais para aplicação nos modelos hidrológicos a fim de determinar comportamentos e/ou estimar a ocorrência de diferentes fenômenos de impacto, como inundações e alagamentos. Em Síntese Nesta Unidade, iniciamos os estudos a partir da diferenciação entre a Meteorologia (ciência voltada à elucidação dos fenômenos atmosféricos) e a Climatologia (ciência que visa esclarecer a evolução dos fenômenos). Além disso, foi descrita a distinção entre o clima (conjunto de variações em uma área) e o tempo (estado momentâneo da atmosfera). A partir dessas noções, a Unidade se dividiu em três tópicos principais, iniciando pela apresentação dos fatores climáticos, que são responsáveis pelo condicionamento do clima. Podemos perceber que os fatores também interagem causando padrões, os quais influenciam os elementos do clima de determinada região. Os fatores analisados (altitude, latitude, maritimidade, continentalidade, relevo e vegetação) explicam as características dos vários climas existentes no nosso planeta. Os elementos climáticos (radiação solar, temperatura, umidade do ar, precipitação, pressão atmosférica e ventos) acabam influenciando asdiferentes etapas do ciclo hidrológico. Podemos evidenciar que a temperatura é uma variável determinante para a evaporação da água, assim como a umidade do ar. Por sua vez, as condições de pressão atmosférica interferem na condensação da água, enquanto os ventos são responsáveis pelo transporte de vapor d’água, que forma nuvens. A precipitação se refere ao retorno da água para a superfície terrestre. As condições em que ocorrem as chuvas são também objetos de interesse da Meteorologia, assim como da Hidrologia. A intensidade e a duração da precipitação, bem como situações de escassez de chuvas, são informações essenciais para a gestão dos recursos hídricos. Por fim, os dados sobre os elementos climáticos podem ser obtidos com o uso de diferentes equipamentos e, de uma forma mais avançada, de satélites, o que traz maior precisão para os estudos hidrológicos, para os projetos hidráulicos e para o gerenciamento das águas. Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Site Portal do INMET O Portal do INMET é uma fonte para a consulta de dados. Acessando-o, é possível encontrar os avisos meteorológicos, a previsão de tempo, o boletim agroclimatológico e os mapas de balanço hídrico, entre outras informações que são imprescindíveis para estudos técnicos e para sabermos mais sobre as condições climáticas diárias. Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Leitura Página 3 de 4 📄 Material Complementar https://portal.inmet.gov.br/#avisos Mapa de Clima do Brasil O Brasil apresenta diferentes climas em razão da sua extensão. Além disso, a distribuição dos climas no nosso país está associada a diversos fatores climáticos, como a latitude, a altitude e a continentalidade. O IBGE disponibiliza o mapa de climas do Brasil. Tais informações servem para a caracterização de projetos na área ambiental. Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Padrões Temporais da Precipitação e Variabilidade da Vegetação sobre a Bacia do Rio Iriri em Anos de Ocorrência do El Niño Oscilação Sul O estudo conduzido por Souto, Trindade, Tavares, Beltrão e Pontes (2019), aplica vários métodos para determinar as relações entre as variações no regime pluviométrico e o crescimento da vegetação. Os resultados fornecem informações que contribuem para o esclarecimento da dinâmica dos recursos hídricos em uma bacia hidrográfica formada por áreas protegidas. Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Estimativa de Evapotranspiração Baseada em Elementos Meteorológicos e Sensoriamento Remoto no Parque Nacional de Itatiaia, Brasil A evapotranspiração é uma das etapas do ciclo hidrológico. A estimativa dos volumes envolvidos nessa fase pode ser determinada com base na aplicação de dados obtidos por meio de estações meteorológicas e de sensoriamento remoto. Para compreender as possíveis metodologias a serem aplicadas para a determinação da evapotranspiração. https://geoftp.ibge.gov.br/informacoes_ambientais/climatologia/mapas/brasil/Map_BR_clima_2002.pdf https://periodicos.ufpe.br/revistas/index.php/rbgfe/article/view/237891/pdf Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Condições Atmosféricas de Grande Escala Associadas a Três Eventos de Tornados Ocorridos no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil Os tornados são eventos extremos meteorológicos que vêm se tornando mais frequentes, especialmente na região Sul do Brasil. Os autores Lara, Nunes, Gomes e Calvetti (2019) realizaram um estudo, buscando compreender as condições meteorológicas envolvidas nesses eventos, que resultam em prejuízos para as comunidades afetadas. Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE https://downloads.editoracientifica.com.br/articles/210805950.pdf https://periodicos.ufpe.br/revistas/rbgfe/article/view/240291/33529 ALVARENGA, A. A.; AZEVEDO, L. L. C.; MORAES, M. E. O. Agrometeorologia: princípios, funcionalidades e instrumentos de medição. São Paulo: Érica, 2015. BARRY, R. G.; CHORLEY, R. J. Atmosfera, tempo e clima. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. (e- book) BEIRÃO, P. J. B. F. N. Contribuição para o estudo da influência da urbanização sobre elementos climáticos. 1999. Dissertação (Mestrado em Ciências de Engenharia Mecânica) – Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra, Coimbra, 1999. Disponível em: <https://www.researchgate.net/profile/Pedro-Beirao- 2/publication/252148166_Contribuicao_para_o_estudo_da_influencia_da_urbanizacao_sobre_ele mentos_climaticos/links/604889224585154e8c8b3f81/Contribuicao-para-o-estudo-da-influencia- da-urbanizacao-sobre-elementos-climaticos.pdf>. Acesso em: 09/12/2023. BERTONI, J. C. Elementos de hidrometeorologia. In: TUCCI, C. E. M. (org.). Hidrologia: ciência e aplicação. 4. ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS/ABRH, 2007. GARCEZ, L. N.; ALVAREZ, G. A. Hidrologia. 2. ed. São Paulo: Blucher, 1988. MACHADO, V. S. Princípios de climatologia e hidrologia. Porto Alegre: Sagah, 2017. (e-book) MENDONÇA, F.; DANNI-OLIVEIRA, I. M. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. Página 4 de 4 📄 Referências SILVA, L. P. Hidrologia: engenharia e meio ambiente. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. (e-book) STEINKE, E. T. Climatologia fácil. São Paulo: Oficina de Textos, 2012. TEIXEIRA, R. L. P.; PESSOA, Z. S.; DI GIULIO, G. M. Cidades, mudanças climáticas e adaptação: um estudo de caso de Natal/RN, Brasil. DeMA – Desenvolvimento e Meio Ambiente, [s. l.], v. 54, p. 468-483, jul.-dez. 2020. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/made/article/view/72897>. Acesso em: 09/12/2023. TORRES, F. T. P.; MACHADO, P. J. O. Introdução à climatologia. São Paulo: Cengage Learning, 2017. VAREJÃO-SILVA, M. A. Meteorologia e Climatologia. Versão digital 2. Recife: [s. n.], 2006. (e-book)
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