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Saúde Coletiva Era Vargas *Entre 1923 e 1933 criaram-se várias CAPs para vários grupos de trabalhadores e cada instituição tinha a sua CAPs. No final existiam dezenas de CAPs Com o surgimento das CAPs em 1923 começa a história da previdência social do Brasil. Além disso, a partir das CAPs surge a 2ª Lógica da Saúde: “tem direito quem contribui” (somente trabalhadores com carteira assinada, cerca de 10% dos trabalhadores, tinham direito à assistência) Em 1930 ocorre o golpe militar e a ascensão de Getúlio Vargas que trouxe um governo centralizador, populista (fala o que as massas da população querem ouvir) e desenvolvimentista Como Getúlio era muito envolvido com a população, acabou percebendo que a maioria dos trabalhadores não tinham direito às CAPs ou que elas tinham pouco dinheiro fruto, principalmente, da quebra da Bolsa de NY em 1929. O mundo entrou em “recessão” após a quebra da bolsa e o Brasil fica sem dinheiro. O local onde se tinha mais capital no Brasil era nas CAPs uma vez que a saúde tinha poucos recursos naquela época, com isso, mesmo que o trabalhador quisesse gastar seu dinheiro que estava nas CAPs, não teria como gastar muito. A CAPs acabava sendo uma poupança para os trabalhadores. Com o objetivo de usar o dinheiro das CAPs para reerguer o Brasil, Getúlio propõe em 1933 a unificação das CAPs nos IAPs (Institutos de Aposentadorias e Pensões) pois assim o financiamento delas passaria a ser tripartite, enquanto isso não acontecia o governo não podia mexer no dinheiro das CAPs pois ele era somente dos trabalhadores e das empresas (era um dinheiro privado). O benefício aos trabalhadores era que o governo é uma entidade jurídica, com isso só contribuiria, não gastaria o dinheiro das CAPs A vantagem de o governo passar a administrar as CAPs após sua unificação em IAPs é que ele poderia usar o dinheiro que estava lá. O governo passa a emprestar dinheiro das IAPs para financiar algumas melhorias para o país fora da área da saúde (com um dinheiro direcionado para a saúde), como o financiamento da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) em 1941 IAPs A organização é unificada por categoria profissional (não mais por empresa), financiamento é tripartite (governo, trabalhador e empresa) e a gestão passa a ser do governo, não mais dos trabalhadores e das empresas. República Populista Os financiamentos de Vargas foram ruins pois os governos da República Populista (grande poder sobre as massas) como o de JK e de Vargas novamente, continuaram a emprestar dinheiro das IAPs para financiar obras caras boas para o país, mas não destinadas à saúde O dinheiro emprestado nunca foi devolvido e a situação previdenciária começa a piorar pois mais pessoas precisam se aposentar e mais pessoas precisam de serviços de saúde (e estes se tornam mais caros por se tornarem mais tecnológicos). Esse desvio de recursos das IAPs para obras fora da saúde é chamado de “Sistema de Passeio de Recursos” *Entre 1956 e 1960 ocorreu o financiamento de Brasília com o dinheiro dos IAPs Ditadura Militar Em 1964 ocorre o golpe militar que depõe João Goulart. O governo se torna muito mais centralizador e em 1966/ 1967 ocorre a unificação das IAPs em INPS (Instituto de Previdência Social). Ocorre uma concentração econômica e de poder na área da saúde. Somente o governo administra o INPS. *40 CAPs viram 8 INPs que viram 1 INPS Mesmo após todo esse tempo desde a criação das CAPs, muitas pessoas ainda não tinham assistência e isso gerava revolta. O povo passa a reivindicar seus direitos por meios de passeatas. Com isso, em 1977 ocorre a divisão do INPS em INPS (aposentadoria) e INAMPS (assistência médica) Qual a característica da política de saúde na época do INPS e INAMPS? É o modelo assistencial/ médico privatista e hospitalocêntrico. Haviam grandes hospitais e ambulatórios e nessa época a saúde era vista como ausência de doenças, tinha caráter apenas curativo. Quando o povo pedia saúde, o governo emprestava dinheiro para organizações privadas construírem hospitais (grande parte dos hospitais brasileiros foram construídos nessa época). Após as instituições pagarem as dívidas, ofereciam . seus serviços à planos de saúde privados pois eles eram mais lucrativos Como consequência desses investimentos, quando o SUS foi criado o governo era dono de apenas 35% dos serviços hospitalares e o restante pertencia a iniciativas privadas No Brasil, a organização dos serviços de saúde sempre foi dicotomizada. Em 1953 surge o Ministério da Saúde responsável pela saúde pública, e em 1974 surge o Ministério da Previdência Social (a partir do INAMPS) que era responsável pela saúde individual, médico hospitalar. Havia uma ausência da integralidade no atendimento de saúde, as ações de saúde pública sempre foram dissociadas das ações curativas *MS tinha 30% dos recursos da saúde enquanto o MPS tinha 70% eAP X eSF Em setembro de 2019 foi lançada uma portaria que modifica os tipos de unidades de saúde e cria as eAPs (equipes de atenção primária). Existem duas modalidades de eAPs sendo ambas formadas, no mínimo, por um médico e um enfermeiro, a modalidade 1 é na qual os profissionais devem trabalhar 20 horas semanais enquanto na modalidade 2, 30 horas são necessárias. O pagamento é feito de acordo com a quantidade de horas. No futuro, as UBSs serão substituídas por ESFs ou por unidades de eAPs pois serão as únicas modalidades que receberão pagamentos do governo (ele só vai oferecer essas duas modalidades de cadastramento de profissionais da saúde). Com isso, quem trabalha em UBS não terá um financiamento específico, cabendo aos próprios municípios a transformação das UBSs em ESFs, eAPs de 20 horas (pode atender 2000 pessoas) ou eAPs de 30 horas (pode atender 3000 pessoas)
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