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Saúde Coletiva 1. Descrever o sistema de referência e contrarreferência no SUS e a regulação de vagas no SUS O sistema de referência e contrarreferência se baseia no encaminhamento de um paciente entre unidades de saúde de complexidades diferentes. O paciente é referenciado a princípio para um serviço de maior complexidade (quando necessário), e depois deve ser contra-referenciado de volta à unidade de saúde inicial de menor complexidade. Esse sistema tem como principal função a otimização do funcionamento do SUS, uma vez que, graças às guias de referência e contrarreferencia, é possível uma comunicação entre as unidades de saúde para saberem quais procedimentos foram realizados. Como o principal problema nas unidades de saúde é a falha na comunicação entre os trabalhadores e entre as unidades, esse sistema surge como um meio de solucionar esse problema Vale ressaltar que a palavra referência, a nível de saúde pública, representa o encaminhamento de um paciente de uma unidade de saúde com um menor nível de complexidade para unidades com maiores níveis de complexidade. Tal encaminhamento será feito quando a continuidade do tratamento requer mais recursos tecnológicos e terapêuticos. A palavra contrarreferência se refere ao retorno de usuários das unidades de níveis de média ou alta complexidade para unidades de menor nível de complexidade ----------------------------------------------------------------------------- A regulação das vagas do SUS e agendamentos em unidades de média e alta complexidade (após a referência) fica a cargo da central de regulação de cada estado. No estado de São Paulo, o serviço é regulado pela CROSS (central de regulação de ofertas de serviços de saúde), que é uma ferramenta de gestão que organiza a distribuição das vagas de média e alta complexidade, tanto ambulatorial quanto hospitalar em todo o estado, de forma que o paciente possa ser atendido o mais próximo de sua residência e que os casos de urgência possam ter prioridades nas vagas disponíveis. Em geral, as vagas de urgência, principalmente de UTI, são do estado. Exemplo: se uma pessoa de Presidente Prudente necessita de uma vaga de UTI e não tem em sua cidade, o sistema busca a vaga mais próxima no estado de São Paulo e oferta para o paciente. Dentro da CROSS existe um complexo regulador em cada região de saúde, o que contribui para a distribuição das vagas locais. *O fluxograma no final do resumo mostra o percurso da regulação das vagas. A distribuição das cotas é calculada per capita para cada região. O início do processo é sempre a referência médica, e o serviço referenciado deverá devolver uma contrar- referência para a continuidade do cuidado na origem 2. Descrever as Guias de Referência e Contrarreferência A Guia de Referência deve ter: ●Nome completo, data de nascimento, sexo, nome da mãe, endereço do paciente ●Identificação da unidade de saúde (endereço e telefone), município de origem ●Especialidade agendada, resumo/ evolução do caso, diagnóstico ou hipótese diagnóstica, exames já realizados (datas e resultados) ●Assinatura, carimbo e CRM do médico ●Local para onde está sendo encaminhado, data e hora do agendamento. A Guia de Contrarreferência deve ter: ●Dados de identificação da unidade especializada e do usuário ●Resumo do caso, exames realizados (data e resultados), condutas estabelecidas e destino (retorno à unidade de origem, tratamento interno com retorno ao ambulatório ou alta médica) ●Assinatura, carimbo e CRM do médico 3. Revisar os níveis de prevenção na história natural da doença (período pré e pós-patogênico) Prevenção Primária: É o conjunto de atividades que visam evitar ou remover a exposição de um indivíduo ou uma população a um fator de risco ou agente causal antes que desenvolva um mecanismo patológico . *Promoção a saúde: moradia adequada, hábitos de vida, lazer, alimentação, atividades físicas, educação, saneamento básico e escolas *Proteção específica: imunização, saúde ocupacional, higiene pessoal e do lar, proteção contra acidentes, aconselhamento genético, controle de vetores, uso de seringas descartáveis e destribuição de preservativos Prevenção secundária: Tem como finalidadade a detecção de um problema de saúde em um indivíduo ou uma população em um estágio precoce. Compreende o diagnóstico precoce, exames periódicos, isolamento para evitar a propagação e tratamento para evitar o progresso. A limitação das incapacidades (tratamento) evita sequelas, reduz o risco de transmissão e evita futuras complicações Prevenção terciária: Tem como finalidade reduzir os custos sociais e econômicos dos estados da doença na população por meio da reabilitação, reintegração social e potencialização da capacidade funcional remanescente dos indivíduos *A reabilitação visa impedir a incapacidade total e compreende a fisioterapia, terapia ocupacional, oferta de emprego ao reabilitado, redução da dependência familiar e melhora na qualidade de vida Prevenção quaternária: visa a detecção de indivíduos em tratamentos excessivos que ofereçam riscos, a fim de protegê-los de novas intervenções inapropriadas *Existe pois não são todas as intervenções médicas que beneficiam as pessoas da mesma forma e, quando em excesso ou quando são desnecessárias, podem ser prejudiciais ao paciente 4. Discutir o controle do tabagismo no Brasil Desde o final da década de 1980, sob a ótica da promoção da saúde, o controle do tabagismo no Brasil vem sendo articulado pelo Ministério da Saúde através do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), o controle inclui um conjunto de ações nacionais que compõe o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT), com o objetivo de reduzir a prevalência de fumantes e a consequente morbimortalidade relacionada ao consumo de derivados do tabaco. O PNCT age por meio de ações educativas, de atenção à saúde, de medidas legislativas e econômicas a fim de prevenir a iniciação do tabagismo, principalmente entre adolescentes e jovens, para promover a cessação do fumo, para proteger a população da exposição à fumaça do tabaco e para reduzir o impacto individual, social e ambiental dos produtos derivados do tabaco. *O PNCT articula a Rede de Tratamento do Tabagismo do SUS Quando um médico quer auxiliar um fumante a para com o hábito ele deve apresentar ao paciente programas que vão o ajudar a cessar o tabagismo. Para isso existe o CRATOD, que é o Centro de Referência de Alcool, Tabaco e Outras Drogas *Profissionais de saúde da rede municipal podem frequentar um curso “anti-tabagismo” proposto pela Secretaria Municipal de Saúde Além disso, diante da vontade de parar de fumar do paciente, o médico o encaminha para a unidade de saúde municipal responsável pelo programa de tabagismo na qual estão previstas atividades educativas, consultas multiprofissionais e oferta de medicamentos quando necessário. 5. Compreender os hospitais filantrópicos Hospitais filantrópicos são instituições privadas, sem fins lucrativos que são recrutadas pelos gestores públicos para prestarem serviços relacionados ao SUS. Essas instituições atendem por planos de saúde e prestam serviço aos pacientes de forma particular. . As instituições filantrópicas são aquelas que possuem o “Certificado de entidade beneficente de assistência social” concedido pelo Conselho Nacional de Assistência Social. Para um hospital obter esse certificado deve atender alguns requisitos como ser classificado como estratégico pelo SUS ou a “oferta e efetiva prestação de 60% ou mais de internações ao SUS”. Quando se declara a impossibilidade de oferta de 60% de internações, a entidade deve aplicar um percentual da sua receita bruta em serviços gratuitos, variando entre 20% e 5%, dependendo do efetivo percentual de atendimento ao SUS. As principais dificuldades enfrentadas pelos hospitais são relacionadas à baixa remuneração praticada pela tabela do SUS, que remuneraapenas 60% dos custos dos procedimentos, e a falta de recursos que deveriam ser investidos diretamente pelo poder público. O segmento ainda enfrenta constantes atrasos no repasse da remuneração pelos serviços prestados.
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