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AO JUÍZO DE DIREITO DA __ VARA DE FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO.
	ANTÔNIO MARCOS, brasileiro, estado civil____, profissão____, portador do título de eleitor de n°_____, portador do registro de identidade de n° _____ inscrito no CPF de n° _____, residente e domiciliado no endereço à _______, Rio de Janeiro/RJ, CEP: _____ endereço eletrônico____, por intermédio de seu (sua) advogado(a), com endereço profissional situado à_____, aonde recebe intimações, vem, respeitosamente, perante vossa excelência, com fulcro na lei 4.717/65, artigo 1° c/c com artigo 5° LXXIII, da CF/88, propor a presente: 
AÇÃO POPULAR 
Em desfavor de MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, pessoa jurídica de direito público interno, inscrita no CNPJ sob o nº 42.498.733/0001-48, com sede na Rua Afonso Cavalcanti,455 - Cidade Nova, CEP 20211-110 e seu respectivo PREFEITO, Sr. JOÃO OLIVEIRA, (qualificação completa), pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
DOS FATOS
	Anunciado publicamente mediante os veículos de informação, que o Prefeito do município do Rio de Janeiro, celebrou contrato administrativo com a empresa ESTUDANDO BEM, no ano de ______, que tem como escopo o fornecimento de material escolar para a rede regular de ensino municipal pelo prazo de 48 meses no valor de 4 milhões de reais anuais. 
Ocorre que, tal empresa fornecedora dos bens móveis escolares conta em seu quadro de sócios majoritários, o Sr. CARLOS SILVA, filho da companheira do Prefeito, além do mais fora realizado sem prévio procedimento licitatório.
DO CABIMENTO DA AÇÃO. LEGITIMIDADE ATIVA
O artigo 1° da lei 4.717/65, autoriza que qualquer cidadão eleitor, possa ingressar em juízo, tendo assim legitimidade para que seja declarado a anulação ou nulidade do ato administrativo que cause lesão ao patrimônio público, vejamos:
‘’Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia mista (Constituição, art. 141, § 38), de sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos.’’
Sendo assim, o cidadão tem o poder de fiscalizar a administração pública direta, e zelar pela moralidade, probidade, eficiência, impessoalidade, isonomia, e lisura de todos os procedimentos, sendo direito deste, o exercício da democracia participativa. 
 DO DIREITO 
Tal contratação se deu de forma irregular e fraudulenta, uma vez que o Tribunal de Contas da União, (Ácordão 1941/2013), aduziu que contratar com empresas pertencentes a parentes do gestor caracteriza manifesto conflito de interesse, que viola o principio da moralidade e impessoalidade. Ademais não há justificativa para inexigibilidade de licitação, portanto a dispensa deste procedimento pode causar danos a administração que retirou o poder de competição entre os participantes para que se pudesse chegar a um contrato mais vantajoso e propostas de maneira geral. 
 Outro não foi o motivo que levou a Lei 4.717/65 a cominar a sanção de nulidade a ser declarada em Ação Popular, quando o Edital for processado em condições que impliquem na limitação das possibilidades normais de competição. (Lei 4.717/65, art. 4º, II,a,b,c). 
Em suma, o STF já se manifestou acerca desta prática irregular e da relação de parentesco ao julgar ação de improbidade administrativa a seguir:
PROCESSO: AgInt no REsp 1734348 / RN
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL
2017/0276565-5 (ÓRGÃO JULGADOR T2 - SEGUNDA TURMA)
 PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. FRUSTRAR O CARÁTER COMPETITIVO DO PROCEDIMENTO LICITATÓRIO. EXISTÊNCIA DE DOLO. DEMANDADOS QUE INCORRERAM EM ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.
1. Na origem, trata-se de ação de improbidade administrativa, em que o Ministério Público Federal busca o enquadramento dos agravantes nas condutas previstas no art. 11 da Lei n. 8.429/1992, bem como nas respectivas sanções, porquanto houve frustração do caráter competitivo do certame.
2. O Magistrado de primeiro grau, na análise dos elementos dos autos, deu provimento à pretensão ao constatar irregularidades no procedimento licitatório por violação dos princípios que fundamentam a Lei n. 8.666/1993, destacando que as empresas participantes contavam com o mesmo quadro societário e que havia relação de parentesco entre seus membros.
3. O Tribunal local, todavia, deu provimento às apelações dos demandados por entender que existem apenas indícios nos autos e que não agiram com dolo.
4. Caso que não implica o reexame de provas, mas, sim, de revaloração dos elementos probatórios dos autos.
5. Na análise do caso, esta Corte Superior deu provimento ao recurso especial interposto pelo parquet em razão da demonstração de que os requerentes incorreram na prática de atos de improbidade administrativa, uma vez que violaram os princípios constitucionais da isonomia, impessoalidade e frustração do caráter competitivo do procedimento licitatório.
6. A Lei n. 8.666/1993 instituiu normas para as licitações e os contratos da administração pública. No art. 3º da referida legislação, estão dispostos os princípios constitucionais a serem observados nas licitações públicas com o objetivo de garantir isonomia entre os participantes do certame e, consequentemente, de alcançar a proposta mais vantajosa, o que não ocorreu na hipótese.
7. Agravo interno a que se nega provimento.
Por fim, devido a fraude contratual pelo Prefeito e o seu favorecimento pela contratação de empresa vinculada ao seu enteado, configura ato ilícito capaz de causar prejuízo a administração. 
DOS PEDIDOS:
 
a) seja JULGADA PROCEDENTE A AÇÃO POPULAR, acolhendo os pedidos do suplicante para determinar definitivamente a nulidade do contrato e todos os atos advindos do mesmo, evitando assim grave lesão ao Patrimônio Público, corrigindo a ilegalidade do ato;
 b)- sejam os réus condenados a pagarem as custas e demais despesas judiciais, bem como o ônus da sucumbência;
c)-sejam citados os réus, para querendo, contestarem, no prazo legal;
 d)- a produção de provas documental, testemunhal, pericial, e, especialmente, o depoimento pessoal dos demandados por quem de direito;
 e)- o indispensável parecer do Ministério Público.
 Dá-se à causa o valor de R$ ___________
Diante o exposto,
Pede Deferimento.
Local e data
Advogado OAB n°_____

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