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A expulsão dos jesuítas e as reformas pombalinas 1A Expulsão dos Jesuítas Em 1759, o primeiro-ministro português, Marquês de Pombal, ordenou a expulsão da Companhia de Jesus de todos os domínios portugueses. Essa decisão radical foi motivada pela crescente influência política e econômica que os jesuítas haviam adquirido no Brasil e em Portugal, o que era visto como uma ameaça ao poder do Estado. A expulsão dos jesuítas marcou o fim de mais de 200 anos de domínio da educação no Brasil pela Igreja Católica. 2 As Reformas Pombalinas Após a expulsão dos jesuítas, Pombal iniciou uma série de reformas educacionais para modernizar o sistema de ensino em Portugal e suas colônias. Essas reformas, conhecidas como Reformas Pombalinas, buscavam romper com o modelo jesuíta e centralizar o controle da educação nas mãos do Estado. Foram criadas as "Aulas Régias", um sistema de escolas públicas financiadas pela Coroa, e a primeira universidade brasileira, a Universidade de Coimbra, passou por uma reestruturação.3Impactos das Reformas As reformas pombalinas tiveram um impacto profundo na educação brasileira. Elas marcaram o início da secularização do ensino, com a transferência do controle da educação da Igreja Católica para o Estado. Além disso, as Aulas Régias introduziram disciplinas mais práticas e utilitárias, como Retórica, Filosofia e Grego, em detrimento do currículo jesuíta mais voltado para a formação religiosa. Essas mudanças, apesar de limitadas, abriram caminho para uma educação mais moderna e alinhada com os ideais iluministas. A educação no período imperial (1822- 1889) Durante o período imperial brasileiro, que se estendeu de 1822 a 1889, a educação passou por significativas transformações. Após a independência do Brasil, a Constituição de 1824 estabeleceu a criação de escolas primárias e ginásios em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos do Império. No entanto, a implementação dessa política encontrou diversos obstáculos, como a falta de professores qualificados e recursos financeiros. Nesse contexto, a educação continuou sob forte influência da Igreja Católica, com a continuidade do modelo jesuíta de ensino. As escolas elementares, em sua maioria, eram administradas por ordens religiosas, enquanto as poucas instituições públicas ofereciam um ensino voltado às elites e à preparação para carreiras burocráticas. Ao longo do Império, destacam-se algumas iniciativas que buscaram ampliar o acesso à educação, como a criação, em 1827, das primeiras escolas normais para a formação de professores. Além disso, a descentralização do ensino, a partir de 1834, deu maior autonomia às províncias na organização de seus sistemas educacionais. Isso, no entanto, acentuou as desigualdades regionais no acesso à educação. Apesar dos avanços, a educação no Brasil imperial ainda era marcada por um caráter elitista e excludente, com a maioria da população, especialmente os escravos e a população negra liberta, permanecendo à margem do processo educacional. Somente com a abolição da escravatura, em 1888, e a proclamação da República, em 1889, é que a educação brasileira começaria a enfrentar novos desafios e transformações para se tornar mais acessível e democrática.