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unidade 1 Ângela Kroetz dos Santos Gilberto Fonseca LINGUAGEM Comunicação e O Processo da Comunicação Prezado estudante, Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, realize as atividades e tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você, com certeza, alcançará os objetivos propostos para essa disciplina. OBJETIVO GERAL Estudar noções do processo comunicativo e seus elementos, as funções da linguagem e os gêneros textuais, com o objetivo de compreender a estrutura da comunicação e seus componentes essenciais. OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Refletir sobre a origem da comunicação e sua importância; • Compreender os elementos da comunicação e suas funções; • Refletir sobre o papel do interlocutor e a adequação da linguagem à situação comunicativa; • Estudar os gêneros textuais e suas características. QUESTÕES CONTEXTUAIS 1. Você já refletiu sobre o papel da comunicação na sua vida? 2. Como você supõe estar estruturado o processo comunicacional? Você sabia que a linguagem desempenha funções de acordo com a situação em que é empregada? 3. Você conhece os gêneros textuais? unidade 1 COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca10 1.1 Introdução Você já parou para pensar sobre a maneira como se comunica com as outras pessoas? Esse processo, que parece intuitivo, não tem nada de aleatório e se organiza por meio de elementos essenciais. Entender esses elementos e suas funções contribuirá para que você se aproxime do universo da linguagem e se expresse de forma mais efetiva. Você se comunica desde sempre. Quando bebê, ao chorar, manifestava aos outros as suas necessidades básicas. Suas primeiras palavras faladas e, posteriormente, escritas fizeram parte de um processo evolutivo que o conduziu até aqui, permitindo que, neste momento, você curse o ensino superior. A comunicação está intimamente ligada ao seu processo de socialização e de crescimento pessoal e profissional. Nesse sentido, é importante que você reflita de forma crítica sobre como interage com a linguagem e sobre o papel dela na sua vida. Este ebook, além de contribuir para o seu processo de formação, objetiva problematizar aspectos da linguagem que extrapolam o ambiente acadêmico, permitindo que você tenha uma relação mais ativa e efetiva com a língua. Dessa forma, conhecer o que contribui e o que impede o sucesso do processo comunicativo, bem como entender as múltiplas possibilidades da linguagem e como esta se organiza por meio de gêneros textuais, fará com que você, enquanto sujeito que tem sua identidade construída pela linguagem, seja protagonista do seu aprendizado. Pretende-se, muito mais do que ensinar uma disciplina, mostrar que a comunicação, a leitura e a escrita, objetos que serão aqui abordados, extrapolam os limites da educação formal (como encontros em universidades), uma vez que servirão como base para a realização de qualquer uma das atividades que fazem parte da sua formação. Esperamos conseguir! Boa leitura! Bons estudos! O Processo da Comunicação | UNIDADE 1 11 Na Figura 1.1, está contemplada a sequência didática da Unidade 1. Figura 1.1 – Sequência Didática. Fonte: Elaborado pelos autores. Comunicação e Gêneros Textuais Origem do processo comunicativo Os Elementos da Comunicação Ruído na Comunicação As Funções da Linguagem A Noção de Interlocutor Adequação da Linguagem COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca12 1.2 Origem do Processo Comunicativo Sem a comunicação não haveria a cultura humana. Todo o processo histórico da comunicação confunde-se com o processo de evolução do ser humano. Hoje, nos comunicarmos com outro semelhante por meio da fala ou da escrita não passa de uma atividade cotidiana e quase automática. Mas é necessário recuperarmos que, antes de juntarmos letras ou fonemas em algo que fizesse algum sentido para nosso interlocutor, o gesto era o recurso mais utilizado. O filósofo Rousseau supôs que a linguagem humana evoluiu gradualmente a partir da necessidade do homem primitivo de expressar sentimentos. Para ele, a primeira linguagem do homem foi o “grito da natureza”, usado pelos primeiros seres humanos para implorar socorro em situações de perigo ou como alívio de dores violentas. É importante entender que a comunicação é uma necessidade inerente a qualquer ser humano. No momento em que duas ou mais pessoas se encontram, necessariamente a comunicação passa a ser vital para a convivência e manutenção desse grupo social. Agora, quanto mais organizada for uma sociedade humana mais complexos serão os seus sistemas de comunicação e sua compreensão. Essa complexidade, muito provavelmente, teve origem há cerca de oito mil anos, na pré-história, quando surgiram os primeiros indícios de escrita com os desenhos das cavernas. O progresso da escrita está ligado à transformação das sociedades, porque possibilitou o desenvolvimento das civilizações e permitiu transmitir o conhecimento no espaço e no tempo. Quando o homem passa de nômade e caçador a sedentário e agricultor, sente a necessidade de medir a colheita e os animais e, para isso, usa representações gráficas. Os sinais pictóricos (símbolos/desenhos) foram substituídos por conjuntos de letras entre 1700 e 1500 a.C., com o alfabeto hebraico. Por volta de 400 a.C. surgiu o alfabeto grego, do qual provém o alfabeto latino, que usamos hoje nas línguas ocidentais. O Processo da Comunicação | UNIDADE 1 13 Figura 1.2 – Pintura rupestre. Fonte: Pixabay (2019). Figura 1.3 – Alfabeto Fenício. Fonte: Adaptado por Universidade La Salle EaD. Z zayin W waw E he G gimel L lamedh K kaph A aleph N nun M mem P peh S sadeh Q qoph R resh SH shin T taw H heth T teth Y yodh L lamedh K kaph S samekh O/Pausa ayin COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca14 Figura 1.4 – Hieróglifos. Fonte: Pixabay (2019). O processo rudimentar de escrita transformou-se, ao longo do tempo, em modernas formas que possibilitam a disseminação em massa do conhecimento obtido pelo homem. Assim, pode-se dizer que a tecnologia trouxe novas percepções sobre a comunicação, sendo que a sociedade passou de uma perspectiva oral para uma dimensão de escrita. Basta verificar os hábitos sociais: antigamente, predominavam as narrativas orais, e hoje prevalece o romance, que é escrito; se antes as pessoas usavam telefone para se comunicar, hoje utilizam as redes sociais/whatsapp; se antes o ensino era totalmente presencial, hoje uma parte significativa ocorre em EaD, que depende, em grande parte, da comunicação escrita; por fim, se antes as interações pessoais eram mais próximas, face a face, hoje predominam as interações virtuais, possibilitadas pelos meios eletrônicos de comunicação. O Processo da Comunicação | UNIDADE 1 15 Figura 1.5 – A evolução da comunicação. Fonte: http://gg.gg/cvlca. As muitas interações possibilitadas pelas formas modernas de comunicação, claro, passaram a ser objeto de pesquisa das mais diversas áreas. A seguir, apresentamos os tópicos mais significativos que embasam esse estudo. Ficou interessado em saber um pouco mais sobre esse assunto? O vídeo no link mostra, de modo bem objetivo, o desenvolvimento da escrita, partindo dos desenhos rupestres até chegar à escrita de hoje. Acesse: http://gg.gg/cvlcf. VÍDEO COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca16 1.3 Os Elementos da Comunicação Uma das maneiras mais fáceis de entender o processo comunicativo é utilizando “o modelo comunicativo de Jakobson”, proposto pelo linguista de origem russa Roman Jakobson. Ele organizou, baseado no artigo “Uma teoria matemática da comunicação”, de Claude Shannon, a comunicação humana em seis elementos: • O emissor (ou remetente)é o ser responsável por dar início ao processo comunicativo, direcionando uma mensagem a um interlocutor. • O receptor (ou destinatário) é para quem a mensagem é enviada. Falaremos mais tarde sobre a relevância desse personagem dentro do processo. • A mensagem é o conjunto de informações que o emissor deseja enviar ao receptor. • O canal é o meio pelo qual o emissor e o receptor se comunicam e por onde circula a mensagem. • O código é um sistema de signos comuns partilhados (total ou parcialmente) entre emissor e receptor que permite a compreensão da mensagem. • O contexto (ou referente) é o assunto da mensagem, aquilo que permeia a situação comunicativa. Para que a comunicação efetivamente ocorra, é fundamental que os seis elementos componham de fato uma interlocução, ou seja, que emissor e receptor se entendam. Um elemento não previsto por Jakobson, mas que merece a nossa atenção é o feedback. Sendo o processo comunicativo um processo interacional, ele não se sustentaria sem a resposta do interlocutor ao emissor. O Processo da Comunicação | UNIDADE 1 17 Figura 1.6 – Os elementos da comunicação. Fonte: Elaborado pelos autores. Uma maneira de você compreender o processo comunicativo dentro de uma situação cotidiana é imaginando o seguinte cenário: Você recebe um e-mail com orientações de acesso ao LEX de seu tutor. O tutor, neste caso, é o emissor da mensagem e você, logicamente, o receptor. O canal comunicativo escolhido foi o e-mail, e o conteúdo da mensagem, as instruções necessárias para o acesso ao ambiente virtual de aprendizagem. O código, comum entre emissor e receptor, é a língua portuguesa. O contexto, aquilo que circunda a mensagem, o assunto, é o início das aulas e a necessidade de acesso ao LEX. Quando você responde ao e-mail está dando o feedback, fechando, dessa forma, o processo comunicativo, que poderá ser reaberto com alguma dúvida que você possa ter, invertendo, assim, os papéis de emissor e receptor entre você e seu tutor. Contexto Canal Código ReceptorEmissor Mensagem Feedback COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca18 1.4 Ruído na Comunicação Se por algum motivo o processo comunicativo é prejudicado por uma falha em qualquer um dos seus elementos, acontece o ruído. Ele pode se manifestar das mais diversas formas: um emissor com problemas de dicção ou que fale muito baixo, um receptor desatento, um código não comum entre ambos, um canal de comunicação falho, entre outras possibilidades. Figura 1.7 – Tirinha a evolução da comunicação. Fonte: http://gg.gg/cvlf6. Na tirinha anterior, você pode perceber que a comunicação não se efetiva. Embora todos os elementos necessários estejam presentes, há um ruído, e a mensagem não é compreendida conforme a intenção do emissor. Vamos analisar mais detalhadamente esses elementos? Assim, você poderia perguntar: se todos os elementos estão presentes, o que deu errado? Por que há ruído nessa comunicação? Com a presença da Helga, mulher de Hagar, no ambiente comunicativo, e a ausência do objeto de troca, o barco, o vendedor interpreta equivocadamente Quem é o emissor? Hagar Quem é o receptor? O homem com o cachimbo O que Hagar pretende comunicar? Qual é a mensagem? A compra de um barco novo e a possibilidade de troca para efetivar o negócio. Qual o canal de comunicação escolhido? Uma conversa presencial. Qual o código utilizado? A Língua Portuguesa. Qual é o contexto? Uma negociação. O Processo da Comunicação | UNIDADE 1 19 a mensagem, pensando que o objeto de troca fosse a mulher. Nesse contexto, o ruído causa o humor na tira. No entanto, nem sempre o ruído resulta em uma situação divertida. É muito comum, principalmente no ambiente empresarial, que a dificuldade de comunicação cause prejuízos e descontentamentos. Conforme o mestre e especialista em Gestão de Comunicação Marcos Scharf, [...] ruído de comunicação é toda a forma de interferência na transmissão de uma mensagem. Algo que prejudica a compreensão de uma ideia compartilhada. As fotografias fora de foco, o celular inaudível, os dados imprecisos de um relatório e os erros de português de um e-mail podem atrapalhar a comunicação entre as pessoas. Outro dia um gerente de vendas confirmou com a diretoria da empresa X que a reunião nacional com os vendedores aconteceria no dia 16. Distraído, digitou na intranet e repassou para os vendedores a seguinte mensagem: “confirmada a reunião para o dia 26”. A troca do “1” pelo “2” fez toda a diferença; a empresa teve que arcar com o prejuízo de passagens aéreas, diárias de hotéis, coffee break [...] (SCHARF, 2018) Como você pode perceber, uma simples falha em qualquer um dos elementos da comunicação pode colocar em risco todo o processo. Quer conhecer mais exemplos de Ruído na Comunicação? Veja no link: http://gg.gg/cvlfl. VÍDEO COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca20 1.5 As Funções da Linguagem O modelo comunicativo de Jakobson também procurou trazer luz a uma questão: por que as pessoas se comunicam? Se voltarmos ao início desta unidade, no texto que trata sobre a origem do processo comunicativo, podemos entender que a comunicação possuía um caráter predominantemente informativo, sendo que a sociedade evoluiu a partir das informações que nossos antepassados nos deixaram. Mas, então, o objetivo da comunicação é informar? Também. Porém, como se enquadram situações como um pedido de socorro ou um grito de dor? E como explicar a música, a poesia, ou mesmo uma conversa descontraída com um amigo? Jakobson criou o conceito de seis funções da linguagem, cada uma ligada a um elemento da comunicação, ou seja, em cada situação comunicativa, a ênfase recai sobre um dos elementos, e, consequentemente, a função relacionada predomina sobre as demais. Sim, é bem possível que uma situação comunicativa apresente mais de uma função da linguagem (quem sabe as seis?), mas sempre haverá o predomínio de uma. Procuraremos explicar a seguir. A função da linguagem que prevalece na maioria das situações comunicativas é a função referencial (ou denotativa); ela está relacionada ao contexto justamente pela sua característica informativa e sua linguagem objetiva. Essa função é encontrada, principalmente, nos textos informativos, como as matérias de jornais e sites de notícias, e na maioria dos textos acadêmicos que você irá ler durante sua formação. Já a função emotiva (ou expressiva) apresenta uma característica totalmente contrária, pois está centrada no emissor e relacionada aos sentimentos particulares deste, por isso nela predomina o emprego da primeira pessoa do discurso e a linguagem subjetiva. Como exemplo, podemos citar toda a manifestação de um ponto de vista do emissor sobre um assunto, como um comentário feito pelo leitor sobre uma notícia, no qual ele critica ou apoia o conteúdo. Também podemos citar os comentários cotidianos: “O dia está lindo!”, “Que blusa feia!” etc. A função apelativa (ou conativa) está diretamente relacionada ao receptor, e sua principal característica é a persuasão do interlocutor, a fim de que ele tome determinada atitude. Um exemplo claro do uso da linguagem apelativa são as propagandas. O Processo da Comunicação | UNIDADE 1 21 A função poética, ligada à mensagem, destaca que a maneira de comunicar é tão importante quanto a comunicação em si. Ou seja, com a função poética, a linguagem é mais elaborada do que no seu uso cotidiano. São exemplos: a poesia, a letra de uma música, a linguagem literária, entre outros. A função fática diz respeito ao início, à manutenção e ao fechamento de uma situação comunicativa. Está relacionada ao canal e é sempre breve, como um “Alô?” ao atender uma ligação, um “Está entendendo?” ou um “Até breve”. No primeiro exemplo, o “alô” abre uma comunicação, enquanto a expressão seguinte, “está entendendo”, testa a sua eficiência e, obviamente, o “até breve” dá um fim à comunicação. Por fim,quando a linguagem comunicativa é utilizada para falar sobre ela mesma, a predominância é da função metalinguística, focada no código. Imagine a seguinte situação: você precisa gravar um vídeo para uma atividade e procura dicas de como gravar e editar esse vídeo no YouTube. Percebeu? Para gravar um vídeo, você assiste a um vídeo. Da mesma forma, se você precisa do significado de determinada palavra e consulta um dicionário, você está procurando uma palavra para explicar outra palavra. Figura 1.8 – Os elementos da comunicação e as funções da linguagem. Fonte: Elaborado pelos autores. Mensagem Canal função fática função poética função referencial função emotiva função apelativa função metalinguística Código ReceptorEmissor Contexto COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca22 1.6 A Noção de Interlocutor Dentro do processo comunicativo, é bastante comum delegar toda responsabilidade ao emissor, uma vez que é dele que parte a comunicação. Essa é uma premissa que coloca o receptor num papel de inteira passividade. Só que a comunicação é um processo interacional, você se recorda? Emissor e receptor devem assumir as suas responsabilidades para que a comunicação seja efetivada, uma vez que eles mudam de papel constantemente. A compreensão de uma mensagem está ligada diretamente ao repertório comunicativo que os interlocutores carregam como bagagem. Se, por um lado, o emissor parte do seu conhecimento de mundo para contextualizar uma situação, por outro, o receptor age da mesma forma, apoiando-se no seu repertório particular para compreender a mensagem e respondê-la. Observe as situações: Figura 1.9 – Tirinhas. Fonte: http://gg.gg/cvlh6. Nos dois exemplos, é evidente a presença de ruído na comunicação, causado pela condição passiva ou descuidada do interlocutor, que coloca a responsabilidade do sucesso da comunicação no emissor. Veja: O Processo da Comunicação | UNIDADE 1 23 Na primeira tira, Hagar, enquanto receptor, seleciona o que lhe interessa dentre todos os eventos informados pelo outro personagem, focando somente naquilo que lhe é conveniente, deixando clara a sua falta de atenção. Já na segunda, a mensagem é direcionada a Hagar, mas o outro interlocutor, Eddie Sortudo, é quem responde ao questionamento de Helga, mesmo não sendo ele o destinatário. A partir dos exemplos, você pode verificar que a compreensão da mensagem e, consequentemente, o sucesso do processo comunicativo requer a participação ativa e colaborativa entre emissor e receptor. Escutatória - Rubem Alves Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil. Faz muito tempo, nunca me esqueci. Eu ia de ônibus. Atrás duas mulheres conversavam. Uma dela contava do marido hospitalizado, dos médicos, dos exames complicados, das injeções na veia – a enfermeira nunca acertava – dos vômitos e das urinas. Era um relato comovente de dor. Até que o relato chegou ao fim esperando, evidentemente, o aplauso, admiração, uma palavra de acolhimento na alma da outra que, supostamente, ouvia. Mas o que a sofredora ouviu foi o seguinte: “Mas isso não é nada…” A segunda iniciou, então, uma história de sofrimentos incomparavelmente mais terríveis e dignos de uma ópera que os sofrimentos da primeira. Daí a dificuldade: a gente não aguenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. No fundo somos todos iguais às duas mulheres do ônibus. Fonte: http://gg.gg/cvlhb. (adaptado) COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca24 1.7 Adequação da Linguagem à Situação Comunicativa Cada situação comunicativa, oral ou escrita, apresenta uma intenção. Não há comunicação sem objetivo: até mesmo por trás das famosas conversas de elevador há um propósito, ainda que este seja espantar o tédio ou evitar um silêncio constrangedor. Essa intenção, esse propósito, é mais facilmente atendido quando o emissor se vale da linguagem adequada ao interlocutor com quem está em contato. O emissor deve sempre acolher o receptor, jamais afastá- lo, por isso conhecer o seu público e prever a qual tipo de linguagem ele é mais suscetível é o recomendado. A língua é como a roupa, cada situação requer uma escolha. Imagine que você está em um ambiente que exige um traje específico, como uma solenidade de formatura, em que se espera que os formandos e os professores estejam usando togas. A linguagem, nesse ambiente, também tenderá a ser mais formal. Da mesma forma, em um ambiente informal, como um churrasco entre amigos, imagina-se que as vestimentas sejam confortáveis e descontraídas e que a linguagem também o seja. Você consegue compreender essa relação proposta entre linguagem e roupa? Procure responder à questão abaixo: Vamos supor que você recebeu de um amigo de infância e seu colega de escola um pedido, por escrito, nos seguintes termos: “Venho mui respeitosamente solicitar-lhe o empréstimo de seu livro de Redação para Concurso, para fins de consulta escolar.” Essa solicitação em tudo se assemelha à atitude de uma pessoa que: a) comparece a um evento solene vestindo smoking completo e cartola. b) vai a um piquenique engravatado, vestindo terno completo, calçando sapatos de verniz. c) vai a uma cerimônia de posse usando um terno completo e calçando botas. d) frequenta um estádio de futebol usando sandálias de couro e bermudas de algodão. e) veste terno completo e usa gravata para proferir uma conferência internacional. O Processo da Comunicação | UNIDADE 1 25 Antes de revelarmos a resposta correta, vamos compreender o contexto: você recebeu um bilhete (meio de comunicação escrito, mas de caráter informal) de um colega de escola, de quem espera-se informalidade, mas escrito em uma linguagem extremamente erudita, formal. Percebe que há um equívoco nessa escolha? Então, se você respondeu a letra B, acertou! Um piquenique é uma situação informal, que requer, portanto, uma roupa informal. Ninguém pensaria em vestir um terno completo e calçar sapatos de verniz, um traje, convenhamos, bastante formal, em uma situação de lazer. No caso exposto, o piquenique é a situação, o meio de comunicação; já a roupa é a linguagem. A adequação da linguagem à situação comunicativa requer investimento em repertório (vale a insistência nisso por ser de extrema relevância). Quanto mais possibilidades comunicativas você tiver, maiores serão as chances de que você consiga sucesso em sua comunicação. Um bom comunicador não é somente aquele que se vale do uso formal da língua, mas aquele que conhece as suas variações e é capaz de conversar com os mais diferentes públicos. COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca26 1.8 Comunicação e Gêneros Textuais Até agora falamos sobre a comunicação em situações genéricas para explicar os vários elementos que fazem parte do processo comunicativo. Mas como é que, de fato, nos comunicamos? Conforme Marcuschi (2008), a comunicação humana acontece sempre por meio de textos, dos mais variados gêneros, que vamos utilizando a cada situação, formal ou informal, com que nos deparamos. Assim, de maneira bem simples, texto é toda e qualquer expressão comunicativa resultante de uma interação entre emissor e receptor. Um texto pode ser verbal (um romance, uma crônica etc.), visual (um quadro, uma escultura etc.) ou verbo- visual (um filme, uma propaganda etc.). Nesse sentido, ao visitar um museu, por exemplo, você é levado a fazer uma “leitura” das obras (textos visuais ou verbo-visuais), deslocando-se para diferentes épocas e espaços,compreendendo criações humanas que expressam ideologias de hoje ou de outros tempos. O mesmo acontece quando você lê um romance ou vê um filme, que podem ser atuais ou se reportarem a épocas com costumes e concepções diferentes das suas. A relação com essas realidades distintas é muito importante, pois permite que você busque elementos para compreender a evolução e a realidade humana. Os textos se organizam em gêneros, tipos e domínios textuais. O objetivo do estudo dos gêneros é que você compreenda que a comunicação se efetiva por meio de diferentes textos, cada qual com um objetivo comunicacional específico. 1.8.1 Gênero, Tipo e Domínio Textuais Ao longo da sua vida, você já leu uma série de textos, certo? Mesmo aqueles que assumem não gostar de ler têm alguma experiência leitora. Alguns textos são mais corriqueiros, como o romance, a música, o e-mail. Considerando esses exemplos que citamos, você percebe que há diferença de formato entre eles? E quanto ao objetivo comunicacional, é possível dizer que cada um deles tem uma finalidade própria? De acordo com Marcuschi (2008, p. 154), os gêneros textuais explicam o funcionamento da sociedade, uma vez que “toda a manifestação verbal se dá sempre por meio de textos realizados em algum gênero”. Nessa perspectiva, é possível dizer que a linguagem organiza nossas práticas sociais cotidianas, nossas formas de vida e nossas relações. No contexto dos gêneros, é importante que você entenda a diferença entre gênero textual, tipo textual e domínio textual. O conceito de gênero textual O Processo da Comunicação | UNIDADE 1 27 contempla os diversos textos, escritos ou orais, que você encontra no dia a dia, como por exemplo o e-mail, o artigo, o resumo, o cartaz publicitário, o romance, a palestra etc. Cada um desses textos apresenta uma estrutura própria, relativamente estável, o que permite visualizar mais facilmente as suas características. Os gêneros são tão numerosos quanto os eventos comunicativos em que o ser humano se envolve. De acordo com Guimarães (2011), os gêneros são relativamente estáveis porque os textos que correspondem a cada gênero possuem algumas características comuns, conforme apresenta a Figura 1.10: Figura 1.10 – Características dos Gêneros Textuais. Fonte: Adaptado de Guimarães (2011). Quanto aos tipos textuais, você não pode confundi-los com os gêneros, já que são categorias ligadas à natureza linguística da composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas, estilo), ou seja, à maneira de construir o texto. Marcuschi (2008) os define como modos textuais e os classifica em narração, argumentação, exposição, descrição, injunção. Um gênero pode ser formado por mais de um tipo textual. De acordo com Koch e Elias (2008, p. 120), “a presença de vários tipos textuais em um gênero é denominada de heterogeneidade tipológica”. Mais adiante você verá um exemplo dessa ocorrência. Por fim, o domínio textual diz respeito a uma “esfera da atividade humana”, evidenciando as instâncias discursivas em que determinado gênero circula. Objetivo Intenção do gênero: carta comercial → negócio I propaganda → vender Tema Assunto do gênero: propaganda→ mostrar vantagens de um item I carta → falar de assuntos pessoais Estrutura Estrutura característica do gênero: texto argumentativo → introdução, desenvolvimento e conclusão I propaganda →associação de texto verbal e não verbal Linguagem Linguagem adequada ao gênero: conversa → informal I palestra acadêmica → formal Esfera de Circulação Área típica de circulação do gênero: oração/canção → típicos da esfera religiosa I editorial/artigo de opinião → típicos da esfera jornalística COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca28 Nesse sentido, existem gêneros próprios do discurso jurídico, como por exemplo leis, contratos e editais, ou do discurso jornalístico, como editoriais, notícias e artigos de opinião. Alguns gêneros podem circular em mais de um domínio ou esfera, como, por exemplo, as leis, que são textos corriqueiros nos domínios jurídico e político. O Infográfico da Figura 1.11 mostra os principais gêneros textuais, classificados nos respectivos domínios discursivos. A listagem não é definitiva, visto que outros gêneros e domínios podem ser acrescentados, tendo em vista a dinamicidade das atividades que envolvem a vida humana. Perceba que no Infográfico os gêneros estão segmentados em escritos e orais. O Processo da Comunicação | UNIDADE 1 29 Figura 1.11 – Gêneros Textuais e Domínios Discursivos. Fonte: Adaptado de Marcuschi (2008). GÊNEROS TEXTUAIS Instrucional Jornalístico Religioso Saúde Comercial Industrial Jurídico Publicitário Lazer Interpessoal Militar Ficcional Político Artístico/Cultural Esportivo LEGENDA: Artigos Científicos, verbetes de enciclopédia, relatórios, diários de campo, resumos, resenhas, teses/ dissertações, manuais de ensino, curriculum vitae, atas de reunião, provas, biografias, memoriais Editoriais, notícias, reportagens, artigos de opinião, histórias em quadrinhos, cartas do leitor, classificados, crônicas, boletim do tempo, resumo de filme, programação semanal, capa de revista, agenda de viagem Entrevistas (TV e rádio), notícias (TV e rádio), programa de rádio, boletim do tempo, reportagens ao vivo Conferências, debates, exposições, aulas, entrevistas, arguição, seminário/colóquio Sermões, confissões, cantorias, orações, homilias Orações, catecismo, canções religiosas, bulas papais, encíclicas Consulta, entrevista médica, conselho médico Receita médica, bula de remédio, parecer médico, receitas culinárias Publicidade de feira, rádio e TV Rótulos, nota de compra/venda, publicidade, carta comercial, memorando, carta de representação, certificado de garantia, atestado de qualidade, balanço comercial Ordens Instruções de montagem, descrição de obras, código de obras, avisos, controle de estoque, atestado de validade, manuais de instrução Depoimentos, declarações, inquérito judicial/policial, ordem de prisão Contratos, leis, regimentos e estatutos, certidões, atestados, certificados, diplomas, boletim de ocorrência, editais, alvarás Publicidade de rádio e TV Propagandas, publicidades, anúncios, cartazes, folhetos, outdoors, placas, inscrições em muros Fofocas, piadas, adivinhas, teatro Piadas, jogos, adivinhas, história em quadrinhos, palavras cruzadas, horóscopo Recados, conversações espontâneas, telefonemas, bate-papo virtual, avisos, ameaças Cartas pessoais, cartão de visita, e-mail, bilhetes, telegramas, convites, diário pessoal, lista de compras, auto- biografias, diários, relatos de viagem, blogs Ordem do dia Ordem do dia, roteiro de cerimônia oficial, roteiro de formatura, lista de tarefas Fábulas, contos, lendas, teatros Épico/lírico/dramático, poemas, contos, fábulas, histórias em quadrinhos, romances Discurso, debatePanfleto, santinho, plano de governo, leis Palestras, eventos culturais Letra de música, painel de museu, roteiro de teatro, roteiro de viagem, romance, quadro, obra de arte, roteiro de evento Narração de jogos, programas esportivos de TV e rádio, entrevistas Roteiro de eventos esportivos Escritos Orais COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca30 Como você pode perceber, os gêneros permeiam todas as atividades humanas, e isso significa que a comunicação, tanto escrita quanto oral, sempre se efetiva por meio de um gênero. Para que você compreenda bem a diferença entre gênero, tipo e domínio, apresentamos um exemplo de gênero com suas respectivas classificações. Figura 1.12 – Gênero reportagem | Domínio discursivo jornalístico | Os emojis são a linguagem universal?. Fonte: Adaptado de Revista Galileu, abr 2015. GÊNERO REPORTAGEM I DOMÍNIO DISCURSIVO JORNALÍSTICO I OS EMOJIS SÃO A LINGUAGEM UNIVERSAL? Giovanna Rossin I Revista Galileu I Abr 2015 Seteanos depois de darem as caras (literalmente) no teclado dos smartphones ocidentais, eles são considerados uma espécie de idioma universal pela Geração Z. Seria o emoji um esperanto que deu certo? Em janeiro, o julgamento de Ross Ulbrich mal tinha começado na corte de Nova York quando foi interrompido pela defesa. Uma informação tinha sido omitida e precisava ser levada em conta pelo júri: um emoji. “É parte da prova do documento”, concordou a juíza responsável. Ulbricht, acusado de comandar o mercado negro online Silk Road, tinha postado em um chat uma mensagem seguida de um emoji sorridente, que foi ignorado na transcrição oficial do texto. Pouco tempo depois, o jovem Osiris Aristy foi preso por ser uma “ameaça terrorista”. Seu crime? Escrever mensagens de repúdio a policiais acompanhadas de emojis. Os dois casos provocam reflexão sobre até que ponto os emojis são uma ferramenta legítima de comunicação no mundo real. Mesmo a tradicional Biblioteca do Congresso (Washington) incluiu em seu acervo em 2013 o primeiro livro escrito em emoji – Emoji Dick, uma tradução do clássico Moby Dick, de 1851. “Achei que seria um ótimo desafio”, diz o autor, Fred Benenson, sobre o curioso projeto coletivo realizado online. Benenson, que se autointitula um aficionado do emoji, reuniu 800 pessoas para traduzir as cerca de 10 mil frases de Moby Dick. O processo levou um ano e meio. A PALAVRA ESCRITA MAIS POPULAR DE 2014 NÃO FOI UMA PALAVRA, MAS SIM O EMOJI DE CORAÇÃO VERMELHO MEIO UNIVERSAL Criado no Japão no final dos anos 1990, o emoji – palavra japonesa formada por e (“figura”, picture), mo (“escrita”, writing) e ji (“sinal”, character) – começou a se popularizar na cultura ocidental por volta de 2009 [...]. Tanto a linguagem já foi incorporada por usuários do mundo todo que a palavra escrita mais popular de 2014 não foi uma palavra, mas sim o emoji de coração vermelho. Para elaborar a lista, a Global Language Monitor analisou blogs, redes sociais e 275 mil mídias de notícias no mundo todo, e pela primeira vez ela foi liderada por um símbolo. “Os emoji produzem sentido nas práticas discursivas no meio digital e são capazes de tornar a interação virtual mais afetiva e dinâmica, propiciando rapidez nas trocas de informações”, dizem as especialistas em ciências da linguagem Renata Fonte e Roberta Caiado. Como pictogramas, os emojis são usados para transmitir emoções, substituir um objeto ou sugerir ideias abstratas construídas de acordo com o contexto social e cultural. Mas, apesar do sucesso entre os usuários de smartphones, especialmente os da geração Z (nascidos a partir de 1990), Renata e Roberta não acreditam nos emojis como uma linguagem: “Eles podem substituir, complementar ou enfatizar o texto escrito, e ainda representar a gestualidade corporal e facial presente nas interações face a face, mas não vemos nenhum potencial no emoji para tornar-se um idioma, muito menos universal”. [...]. “Mas a linguagem está em constante evolução, [...] e não é difícil imaginar uma gramática emoji em desenvolvimento”. sequência narrativa LEGENDA TEXTO sequência argumentativa sequência expositiva O Processo da Comunicação | UNIDADE 1 31 O texto que você acabou de ler pertence ao gênero reportagem e se refere ao domínio discursivo jornalístico. O gênero em questão é constituído por vários tipos textuais, a saber, narrativo, expositivo e argumentativo, dispostos de forma intercalada. Também é interessante que você observe as características formais do gênero reportagem evidenciadas no exemplo: a. interação entre linguagem verbal e não verbal (entre imagens e texto); b. manchete, em destaque, que apresenta uma espécie de resumo da reportagem; no caso do exemplo, a manchete apresenta uma pergunta, que deverá ser respondida ao longo do texto (Seria o emoji um esperanto que deu certo?); c. segmentação do texto em etapas, com presença de subtítulo; d. repetição de parte importante do texto, destacada em fonte maior para chamar atenção do leitor; e. entrevistas com especialistas da área noticiada; f. abordagem de temática atual e relevante, de interesse público, com o objetivo de informar o leitor; g. uso de pergunta norteadora e argumentos com o objetivo de munir o leitor para que este possa se posicionar frente à temática discutida. Ao longo das próximas Unidades, você visualizará muitos exemplos de gêneros e poderá conhecer a estrutura característica de diferentes textos. Você sabe o que é Esperanto, termo que está na manchete da reportagem? Esperanto é uma língua artificial, criada em 1887 pelo polonês Ludovico Zamenhof, com o objetivo de ser uma língua universal. Ludovico morava em uma cidade em que viviam muitas comunidades linguísticas distintas e quis criar uma língua que pertencesse igualmente a todos os homens. O Esperanto possui gramática simples e regular, e utiliza raízes de línguas europeias, latinas e gregas. (HOUAISS, 2009). Para saber mais, acesse o site: http://gg.gg/cvljp. GLOSSÁRIO COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca32 SÍNTESE DA UNIDADE Nesta unidade, você foi convidado a refletir sobre a origem da comunicação e sobre os elementos que constituem o processo comunicativo (emissor, receptor, mensagem, canal, código e contexto, além do feedback, responsável por tornar esse processo interacional). Você ainda foi apresentado ao conceito de ruído e pôde, a partir dos exemplos apresentados, problematizar as dificuldades que atrapalham a comunicação. Além disso, aprendeu as funções da linguagem (emotiva, apelativa, poética, fática, metalinguística e referencial) e compreendeu o papel do interlocutor e sua importância para que a comunicação, de fato, aconteça. Por meio dos exemplos propostos, refletiu sobre a relevância da adequação da situação comunicativa ao leitor e foi apresentado aos gêneros textuais, entendendo como funciona a articulação textual para a construção de sentidos. O Processo da Comunicação | UNIDADE 1 33 REFERÊNCIAS FIORIN, J. L.; SAVIOLI, F. P. Lições de Texto: leitura e redação. 5. ed. São Paulo: Ática, 2009. GOULART, C. R.; BOTH, J. T. Interpretação e compreensão de textos. In: AIUB, T NIA. (Org). Português: práticas de leitura e escrita. Porto Alegre: Penso, 2015. GOULART, C. R.; AIUB, T. O Texto e os fatores de textualidade. In: AIUB, T N. (Org). Português: práticas de leitura e escrita. Porto Alegre: Penso, 2015. GUIMARÃES, T. C. Comunicação e Linguagem. São Paulo: Pearson, 2011. HOUAISS, A. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. KOCH, I. V.; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2008. MARCUSCHI, L. A. Produção Textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola, 2008. SCHARF, M. G. O ruído na comunicação afeta as relações humanas. Disponível em: http://gg.gg/cvlka. Acesso em: 18 de nov. 2018. COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca122 COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca Se você encontrar algum problema neste material, entre em contato pelo email eadproducao@unilasalle.edu.br. Descreva o que você encontrou e indique a página. Lembre-se: a boa educação se faz com a contribuição de todos! CONTRIBUA COM A QUALIDADE DO SEU CURSO Av. Victor Barreto, 2288 Canoas - RS CEP: 92010-000 | 0800 541 8500 ead@unilasalle.edu.br unidade 1 O Processo da Comunicação Objetivo Geral Objetivos Específicos QUESTÕES CONTEXTUAIS 1.1 Introdução 1.2 Origem do Processo Comunicativo 1.3 Os Elementos da Comunicação 1.4 Ruído na Comunicação 1.5 As Funções da Linguagem 1.6 A Noção de Interlocutor 1.7 Adequação da Linguagem à Situação Comunicativa 1.8 Comunicação e Gêneros Textuais 1.8.1 Gênero, Tipo e Domínio Textuais Síntese da unidade Referências unidade 2 Da Leitura à Compreensão Textual Objetivo Geral Objetivos Específicos QUESTÕES CONTEXTUAIS 2.1 Introdução 2.2Leitura e suas Interfaces 2.3 Leitura e Compreensão: o Papel do Leitor 2.3.1 Estratégias de Leitura: Existe uma Fórmula Eficaz? 2.3.2 Estratégias de Leitura: Aplicação 2.4 Esquemas de Leitura 2.5 Interpretação e Intertextualidades 2.6 Interpretação de Textos Não Verbais 2.7 Interpretação de Questões Modelo ENADE 2.7.1 Questão Modelo ENADE 1 2.7.2 Questão Modelo ENADE 2: Síntese da unidade Referências unidade 3 A Articulação da Escrita Objetivo Geral Objetivos Específicos QUESTÕES CONTEXTUAIS 3.1 Introdução 3.2 A Escrita na Contemporaneidade 3.3 Estruturas Básicas da Escrita: Frase e Parágrafo 3.4 Texto e Fatores de Textualidade 3.4.1 A Coesão 3.4.2 A Coerência 3.5 Estrutura do Texto Argumentativo 3.6 A Construção do Texto Argumentativo: Passo a Passo Síntese da unidade Referências unidade 4 O Texto em Ação Objetivo Geral Objetivos Específicos QUESTÕES CONTEXTUAIS 4.1 Introdução 4.2 Gêneros Acadêmicos 4.2.1 Resenha 4.2.2 Resumo 4.2.3 Ensaio 4.2.4 Mapa Mental 4.2.5 Seminário e Apresentação de Trabalho 4.3 Dúvidas Gramaticais Recorrentes Síntese da unidade Referências
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