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1 HIDRODINÂMICA Classificação dos escoamentos CONSIDERAÇÕES GERAIS DE HIDRODINÂMICA Vazão ou Descarga Chama-se vazão ou descarga, numa determinada seção, o volume de líquido que atravessa essa seção na unidade de tempo. ➢ No sistema prático de unidades, a vazão é expressa em m3/s. Para o cálculo de canalizações é comum empregarem-se l/s; Perfuradores de poços e fornecedores de bombas comumente se referem a l/h. Conceito É o ramo da hidráulica que estuda os fluidos em movimento 2 CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS Permanente (Q é constante) Variado Uniforme (velocidade constante) Não-uniforme Acelerado Retardado 3 4 Exemplo prático de escoamento em regime permanente: Exemplo prático de escoamento em regime variável: 5 Exemplo de escoamento não uniforme: acelerado retardado 212121 ;; yyVVQQ = 6 Exemplo de escoamento não uniforme: Remanso Ressalto REGIMES DE ESCOAMENTO MOVIMENTO LAMINAR E MOVIMENTO TURBULENTO Movimento Laminar Movimento Turbulento Movimento laminar Cada partícula descreve uma trajetória bem definida, com velocidade unicamente no sentido do escoamento; A velocidade do escoamento em um determinado ponto não varia com o tempo. Movimento turbulento (ou hidráulico) Cada partícula, além da velocidade no sentido do escoamento está animada de movimento de agitação, com velocidades transversais ao escoamento. 7 IDENTIFICAÇÃO DO TIPO DE REGIME Pode ser verificada através de um parâmetro adimensional chamado Número de Reynolds, que é dado pela seguinte expressão: Onde: V → velocidade (m/s); D → diâmetro do conduto (m); → viscosidade cinemática (m2/s). VD =Re Experiência de Reynolds Regime Laminar Regime de Transição Regime Turbulento 8 A passagem entre o regime laminar e o regime turbulento não está bem definida, mas encontra-se num valor entre 2000 a 2300. Re ≤ 2000 → laminar 2000 < Re < 4000 → transição Re ≥→ 4000 turbulento Fonte: University of Manchester 9 10 Exemplos de Regime Laminar e Regime Turbulento 11 LINHAS E TUBOS DE CORRENTE LINHAS DE CORRENTE AZEVEDO NETTO (2000): São linhas orientadas segundo a velocidade do líquido e possuem a propriedade de não serem atravessadas por partículas do fluido. TUBOS DE CORRENTE AZEVEDO NETTO (2000): Trata-se de uma figura imaginária, limitada por linhas de corrente, admitindo-se um campo com velocidade V contínua. LINHAS E TUBOS DE CORRENTE Nota: ➢ Nos movimentos permanentes as trajetórias e as linhas de corrente coincidem. ➢ Nos movimentos turbulentos a trajetória de cada partícula é aleatória como a própria turbulência. DEFINIÇÃO A equação da continuidade é a expressão matemática da equação de conservação de massa para os fluidos (equação de Castelli). EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE Click e assista, o vídeo auxiliará na compressão do conceito da equação da continuidade. http://www.youtube.com/watch?v=88Aoa9aqhgg 12 Tratando-se de movimento permanente, a quantidade de líquido entrando na Seção A1 iguala-se à que sai por A2, teconsAVVAVA tan2211 === AVQ = Portanto, onde : Q = vazão (m3/s); V = velocidade média na seção (m/s); A = área da seção de escoamento (m2). APLICAÇÃO DA EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE EM PROJETOS ➢ Determinações de vazões de condutos abertos conhecida a seção de escoamento e a velocidade; Fonte: USP 13 APLICAÇÃO DA EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE EM PROJETOS ➢ Determinações de vazões de condutos pressurizados conhecida a seção de escoamento e a velocidade; Fonte: USP APLICAÇÃO DA EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE EM PROJETOS ➢ Determinação da velocidade sendo conhecidos a vazão circulante e a área de escoamento para condutos pressurizados e livres; ➢ Determinação de coeficientes de vazão de diferentes estruturas; ➢ Determinação de áreas de seções irregulares, sendo medida a vazão e a velocidade; ➢ Em regime permanente, podem ser verificadas as variações de velocidade quando ocorrem variações da área de seção de escoamento. 14 EXEMPLO: Verificou-se que a velocidade econômica para uma extensa linha de recalque é 1,05 m/s. A vazão necessária a ser fornecida pela bombas é de 450 m3/h. Determinar o diâmetro da linha. No mercado.encontram-se os seguintes diâmetros comerciais: 350mm A= 0,0962 m2; 400mm A= 0,1257 m2; 450mm A= 0,1590 m2; 1°) 450m³/h – transformar para m³/s: 1h -------- 3.600 segundos, então = 450m³ X 3600s, dividindo 450/3600 obtém-se: 0,125 m³/s ou 125L/s. Q = 0,125 m3/s Q = 450m³/h V = 1,05 m/s 3°) Diâmetro da tubulação: 2 3 119,0 /05,1 /125,0 mA sm sm A V Q AAVQ ====2°) mDDm D 39,0 119,0.4 119,0 4 2 2 === 15 Adotando-se 400mm (16”), a velocidade resultará em: O diâmetro de 400mm é o que mais se aproxima da condição econômica. Se fosse adotado o diâmetro imediatamente inferior (350mm), a velocidade se elevaria para 1,30 m/s, aumentando a potência da bomba e por conseqüência o consumo de eletricidade. sm A Q V /0,1 1257,0 125,0 === EQUAÇÃO DE BERNOULLI Cientista de ascendência suíça, responsável pela descoberta dos princípios básicos do escoamento dos fluidos. Apesar de ter o grau em Medicina, foi professor de Matemática em S. Petersburgo. Mais tarde foi professor de filosofia, anatomia e botânica 16 Demonstração do Teorema de Bernoulli Veia Líquida → Apresenta três formas de energia “Ao longo de qualquer linha de corrente é constante a soma das alturas cinética (V2/2g), piezométrica (p/) e geométrica (Z)” 17 O teorema de Bernoulli não é senão o princípio da conservação de energia. Cada um dos termos da equação representa uma forma de energia: V2/2g = ENERGIA CINÉTICA P/ = ENERGIA DE PRESSÃO OU PIEZOMÉTRICA Z = ENERGIA DE POSIÇÃO OU POTENCIAL 2 2 2 2 1 1 2 1 22 Z P g V Z P g V ++=++ Expressa-se cada um dos termos em metros, constituindo-se do que se denomina CARGA HIDRÁULICA m s m s m g V →= 2 2 2 2 2 m mkgf mkgfP →= 3 2 / / mZ → (carga de velocidade ou dinâmica) (carga de pressão) (carga geométrica ou de posição) 18 Geração de Energia (Mecânica Elétrica) RODA PELTON (turbina – Centrais Hidrelétricas) A turbina do tipo Pelton tem a peculiaridade de aproveitar somente a energia cinética (velocidade) do fluido pois não existe gradiente de pressão entre a entrada e a saída da máquina. A energia cinética da água em forma de jato livre proveniente de um conduto pressurizado. EXEMPLOS DE APLICAÇÕES DO TEOREMA DE BERNOULLI Geração de Energia (Mecânica) RODA d´AGUA Aproveitam a energia de posição transformam em energia mecânica. EXEMPLOS DE APLICAÇÕES DO TEOREMA DE BERNOULLI 19 Potência hidráulica em bombas e turbinas DEMONSTRAÇÕES EXPERIMENTAIS DO TEOREMA DE BERNOULLI FONTE: AZEVEDO NETTO (2000) Instalando-se piezômetros nas diversas seções, verifica-se que a água sobe a alturas diferentes: Menor diâmetro → velocidade maior → maior carga cinética → menor carga de pressão 20 EXEMPLOS PRÁTICOS DO TEOREMA DE BERNOULLI A água escoa pelo tubo indicado na figura abaixo, cuja seção varia do ponto 1 para o ponto 2 de 100 cm2 para 50 cm2. No ponto 1, a pressão é de 0,5 kgf/cm2 e a elevação 100m, ao passo que no ponto 2, a pressão é de 3,38 kgf/cm2 na cota de elevação 70 m. Calcular a vazão deste tubo em l/s. Resposta: 28 l/s EXEMPLOS PRÁTICOS DO TEOREMA DE BERNOULLI Calcular a pressão na seção inicial da tubulação de 250 mm; a altura de água H na barragem; a potência bruta do jato. Sabe-se que a vazão é de 105 l/s Resposta: H=3,71m; P.=5,2CV 21 Consideração sobre a perda de carga Escoamento em condutos forçados Resistência ao escoamento Regime laminar Regime turbulento devido a viscosidade Viscosidade Inércia PERDA DE CARGA Essa dissipação de energia provoca uma redução da pressão total do fluido ao longo do escoamento que é denominada de Perda de Carga. e g Vp Z g Vp Z +++=++ 22 2 22 2 2 11 1 22 23 Utilização do Teorema de Bernoulli em problemas envolvendo máquinas hidráulicas. Utilização do Teoremade Bernoulli em problemas envolvendo máquinas hidráulicas. 24 Utilização do Teorema de Bernoulli em problemas envolvendo máquinas hidráulicas. Queda bruta Altura geométrica de elevação Exemplo Entre os dois reservatórios mantidos em níveis constantes, encontra-se uma máquina hidráulica instalada em uma tubulação circular com área igual a 0,01 m2. Para uma vazão de 20 l/s entre os reservatórios, um manômetro colocado na seção B indica uma pressão de 68,8 kN/m2 e a perda de carga entre as seções D e C é igual a 7,5 m. Determine o sentido do escoamento, a perda de carga entre as seções A e B, as cotas piezométricas em B e C, o tipo de máquina (bomba ou turbina) e a potência da máquina se o rendimento é de 80%. 25 Desafio!!!!! Calcule a energia cedida (H bomba ) e a potência hidráulica (em CV) da bomba esquematizada abaixo considerando um líquido ideal (hfA-B =0) de peso específico (γ) de 1000kgf/m3 , com vazão (Q) de 400m3/h, leitura em um manômetro na entrada da bomba (PA) de 0,7kfg/cm 2, leitura de um manômetro na saída da bomba (PB) de 3,0kgf/cm 2 e que o diâmetro da tubulação na entrada da bomba é de 300mm e que o diâmetro na saída da bomba é de 150mm. Resposta = Hbomba =24,9 m e PotH = 36,9CV