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NUTRIÇÃO DE PLANTAS MANGANÊS

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MANGANÊS (Mn)
O Manganês (Mn) é um dos 17 elementos essenciais para o crescimento e a reprodução das plantas. É um elemento requerido em pequenas quantidades, e por isso é considerado um micronutriente. 
A concentração de Mn2+ na solução do solo é altamente dependente do pH, com níveis diminuindo cerca de 100 vezes a cada unidade de aumento de pH. Assim, o Mn disponível para as plantas aumenta à medida que o pH do solo diminui, de tal modo que as deficiências têm maior probabilidade de ocorrer em solos alcalinos. No outro extremo, se o pH do solo for muito baixo (< 5), o Mn pode ser tóxico para culturas sensíveis. As deficiências também podem ser problemáticas em solos com alto teor de matéria orgânica, como turfas e solos ricos em húmus, que favorecem a formação de quelatos de Mn indisponíveis. Deve-se notar que altos níveis de cobre (Cu), ferro (Fe) e zinco (Zn) podem reduzir a absorção de Mn2+. Além disso, a disponibilidade do manganês também pode ser afetada por solos argilosos e o teor de água no solo. Os solos argilosos geralmente absorvem mais manganês, devido à maior área superficial da argila, que consequentemente propicia mais sítios adsorventes. Em solos inundados, com condições anaeróbicas, as bactérias utilizam o MnO2 (dióxido de manganês, insolúvel) na sua respiração, reduzindo para Mn2+ (solúvel), aumentando a disponibilidade deste nutriente no solo.
Dentro das plantas, o Mn funciona, na maioria das vezes, como um ativador em sistemas enzimáticos, mas também é constituinte de certas enzimas. É essencial para as reações da fotossíntese (Várias enzimas envolvidas na fotossíntese são ativadas pelo manganês, tanto nas plantas C3 quanto C4) e está envolvido na evolução do oxigênio durante este processo, além de participar da fotólise da água. A síntese de lignina, que confere força e rigidez às paredes celulares, é dependente de Mn. O Mn também é fundamental para o crescimento das raízes. 
Quando ocorre deficiência de manganês, a fotossíntese é afetada, diminuindo o nível de carboidratos solúveis na planta, prejudicando também outras reações de transporte de elétrons. O manganês está envolvido na proteção de algumas células contra efeitos deletérios (nocivos a saúde da planta), e a sua carência resulta em diminuição da elongação celular (diminuindo o desenvolvimento da planta), além de afetar a respiração, visto que o nutriente ativa enzimas que atuam na glicólise e ciclo do ácido cítrico. 
Não é comum ocorrer deficiência de manganês. A carência ocorre em algumas ocasiões especiais, a depender do sistema de produção, tipo de solo, exigência da cultura etc. Os sintomas típicos de deficiência de manganês envolvem clorose internerval nas folhas novas (pois sua mobilidade é baixa na planta), ficando as nervuras verdes e grossas, junto ao aparecimento de manchas pequenas necróticas nas folhas, que podem ficar deformadas. Algumas culturas são mais suscetíveis à deficiência de Mn do que outras. Entre as culturas sensíveis estão soja, cereais, amendoim, cucurbitáceas, cebola, ervilha, rabanete e feijão.
A deficiência de Manganês é muitas vezes confundida com outras deficiências, e somente através da análise foliar é que poderemos identificar corretamente a sua deficiência para então promover a correção adequada do Manganês.
Deficiência de manganês em morangueiro.
Em relação a toxicidade de manganês, esta pode ser causada por um pH ácido do solo. Além disso, a absorção deste nutriente é pouco regulada pela planta, podendo ocorrer uma absorção excessiva, resultando em níveis tóxicos e consequentemente prejuízos para a produtividade . A toxicidade de manganês pode reduzir o crescimento de brotos e raízes, além de prejudicar diversos processos fisiológicos e bioquímicos das plantas. Este excesso de nutriente pode ser identificado a partir do encarquilhamento das folhas. Além disso, o excesso de manganês pode inibir a absorção de cálcio, magnésio, ferro e zinco.
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