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Sentença Penal Condenatória

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Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
PROFª DANIELA PORTUGAL 
Caso pratico + sentença penal condenatória 
 Consta da denuncia que na madrugada de 10 de Julho de 2018, o denunciado 
XXX, na Av Centenário, Salvador, Bahia, tentou subtrair a bolsa de YYY, na qual 
constava sua carteira com cerca de 200 reais em dinheiro. Quando interrogado 
perante autoridade policial o acusado confessou os fatos, 
todavia, em juízo, modificou a versão passando a negar a 
autoria. A autoria e materialidade do crime foram provadas a 
partir das câmeras de vigilância no local. No curso do processo 
constatou-se que o acusado respondia a outros 3 processos 
por crimes patrimoniais, sem que houvesse todavia, transito 
em julgado em nenhum deles. Com isso, XXX foi denunciado 
por furto simples tentado praticado durante o repouso 
noturno. Elabore a respectiva sentença penal condenatória. 
OBS: Consultar os art 155 e 14 do CP + definir o regime de 
cumprimento (art 33 do CP)/ definir se é possível a 
substituição por pena restritiva de direitos. 
 Sistema trifásico/ Nelson Hungria: Etapas da sentença; Não basta saber o 
conteúdo, tem que ser nessa ordem! 
Fase Ponto de partida Critério examinado Ponto de chegada 
1 Pena cominada Aplicar as 
circunstancias 
judiciais 
(encontradas no 
artigo 59 do Código 
Penal + 
antecedentes 
criminais, há 
entendimentos em 
sumulas) 
Pena base 
2 Pena base Circunstancias 
legais: Atenuantes 
(art 65 e 66) e 
agravantes (art 61 e 
ss.) 
Pena 
provisória/intermediaria 
 
Sumulas STJ: 444, 545, 231 
Emendatio libelli: quando a 
denuncia caracteriza um 
artigo, mas o juiz coloca que é 
outro. 
 
 
 
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Anna Catharina Garcia 
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2019.2 
3 Pena provisória Majorantes e 
Minorantes 
Pena definitiva 
 
 Estrutura básica da sentença: 
1.1 Relatório: principais eventos ocorridos ao longo da investigação. 
1.2 Fundamentação teórica: teses de pnal II, para examinar, por exemplo, se 
pode-se alegar excludentes de ilicitude, por exemplo. 
1.3 Dosimetria da pena. 
teorias da pena 
 Teorias da pena (legitimadoras) 
Teoria absoluta: o que justifica a pena privativa de liberdade é a finalidade 
retribuitiva, a pena é um imperativo categórico (Kant) = tem que punir 
porque tem que punir. 
Teoria mista: Combina diferentes funções a pena. Exemplo: art 59 do CP que 
diz que a pena serve para a prevenção e a retribuição. 
Teoria relativa: justifica a pena privativa pois funciona como uma prevenção 
: (I) Geral, prendendo o criminoso para que a sociedade não cometa crime e 
(II) Especial, para que o criminoso não cometa crimes. 
1. A teoria GERAL se divide ainda em: (I.1) Negativa = a pena 
intimida a sociedade a não cometer mais crimes, exemplo: 
teoria da coação psicológica (Feuerbach) e (I.2) Positiva = a 
sociedade não comete mais crimes pois vai 
identificar/reconhecer naquela conduta uma conduta 
criminosa, a sociedade passa a conhecer as normas. CRITICA: 
Instrumentaliza a figura do apenado, mas o fim da pena esta na 
sociedade e não no sujeito. 
2. A ESPECIAL se divide em: (II.1) Negativa = o apenado é 
neutralizado para não cometer mais crimes e Positiva (II.2) = a 
pena é uma oportunidade de ressocialização, permitindo que o 
sujeito deixe de cometer crimes no momento e dali pra frente. 
 
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Anna Catharina Garcia 
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 Teorias deslegitimadoras 
Minimalismo – Teoria agnóstica da pena/ Abolicionismo moderado 
(Zaffaroni): O direito penal tem que ser reduzido. Doutrina: em 
busca das penas perdidas, onde Zaffaroni diz que a pena é uma 
vingança institucionalizada, um ato de violência e justamente por 
ser sempre vingança, significaria dizer que não há nenhum 
argumento cognoscível capaz de justificar a pena privativa de 
liberdade, dai vem o nome “agnóstico” pois não há como conhecer 
o porque de ter a pena privativa de liberdade. Apesar de entender 
que não há nada que justifique legitimamente a pena privativa de 
liberdade, ele ainda assim admite que se continue usando tal 
medida, mas, somente quando não há outra forma de atuação 
possível pensada pelo Estado. OBS: Nem todas as teorias 
minimalistas são deslegitimadoras, há o minimalismo legitimador 
que é o Garantismo Penal (Luigi Ferraioli – Direito e Razão) = uma 
 
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vez as garantias respeitadas na aplicação da pena, tornam a pena 
racional. 
Abolicionismo (Louk Hulsman, Mathiesen, De Celis, Davis – Penas 
perdidas): A pena é vingança do Estado, não há razão para que ela 
aconteça então, ela não deve ser utilizada. Parte de uma analise da 
realidade. Quem se ressocializa o faz apesar da pena e não por 
causa dela. A pratica criminosa vai continuar acontecendo mas, há 
como ela diminui através da adoção de politicas publicas. 
Mathiesen vai entender o abolicionismo como um porvir constante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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pena privativa de liberdade 
 Espécies de pena: art 32, titulo V do CP: O magistrado deve obediência aos 
princípios como a legalidade. O direito penal é um direito autônomo, então o 
fato de por exemplo ser aplicado uma multa criminal, nada impede que haja 
multas administrativas, cíveis... 
Pena privativa de liberdade 
Pena privativa de direito 
Pena de multa 
1. Princípios correlatos 
1.1 Individualização da pena: o delito forma um molde abstrato que pode ser 
aplicado a varias condutas, mas, cada pena deve ser medida no caso 
concreto. Todas as particularidades devem ser levadas em conta. 
1.2 Intrancendencia das penas: a pena não passara da pessoa do condenado, 
ressalvando o dever de reparação do dano. 
1.3 Ne bis in idem: é vedado o duplo processo em virtude do mesmo fato. 
Exemplo: não se pode agravar a pena do aborto porque é crime cometido 
contra a mulher gravida. 
1.4 Humanização/Humanidade das penas: Não haverá penas de morte, salvo 
em caso de guerra declarada, além disso também não haverá penas de 
caráter perpetuo, de trabalhos forçados, de banimento e cruéis. 
 
 Sistemas prisionais 
Sistema Pensilvanico/Filadelfico: Surge nos EUA e começa a ser 
aplicado em 1790 e é o sistema do isolamento absoluto, dentro 
ainda de uma aproximação muito grande da ideai de especiação. 
Sistema Aubuniano: Surge também nos EUA em 1818, que é o 
chamado “Silence system” = já não era mais uma pena cumprida 
em isolamento absoluto mas, durante o dia esse preso era colocado 
em convívio comum e esse convívio tinha como finalidade o 
trabalho forçado e o preso era proibido de manter qualquer tipo de 
comunicação, haveria um silencio absoluto durante o cumprimento 
da pena. Já durante a noite, se mantinha o isolamento absoluto. 
 
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Anna Catharina Garcia 
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Sistema progressivo: Surge no século XIX na Inglaterra e que depois 
é aperfeiçoado na Irlanda. Sendo um sistema de privação de 
liberdade que autoriza uma aproximação gradual com a vida social. 
Isolamento absoluto -> regime semi aberto -> regime aberto -> 
livramento. Visa estimular o bom comportamento prisional e punir 
o mal. O Brasil adota o sistema progressivo. 
 Dosimetria da pena privativa de liberdade: Sistema trifásico ou Nelson Hungria 
primeira fase 
 Pena cominada: definida pelo legislador para um determinado delito. Sempre 
se traduz como um limite mínimo e um limite máximo da dosimetria. O juiz vai 
verificar se a conduta é simples, qualificada ou privilegiado. O tipo simples é do 
caput, forma base do delito. Se um novo preceito secundário é colocado pelo 
legislador, precisa-se verificar se é um titulo privilegiado (pena menor) ou 
qualificado (pena maior). Tecnicamente não existe crimes duplamente ou 
triplamente qualificados, quando juiz qualifica, ele qualifica uma vez so, mesmo 
que incida mais de uma qualificadora, mas, para que o juizfaça valer a 
individualidade da pena, o juiz tem que escolher uma qualificadora 
(normalmente a mais grave), uma vez elegida essa, serão utilizadas como 
Fase Ponto de partida Critério examinado Ponto de chegada 
1 Pena cominada Aplicar as 
circunstancias 
judiciais 
(encontradas no 
artigo 59 do 
Código Penal + 
antecedentes 
criminais, há 
entendimentos 
em sumulas) 
Pena base 
2 Pena base Circunstancias 
legais: Atenuantes 
(art 65 e 66) e 
agravantes (art 61 
e ss.) 
Pena 
provisória/intermediaria 
3 Pena provisória Majorantes (causa 
de aumento) e 
Minorantes (causa 
de diminuição) 
Pena definitiva 
 
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Anna Catharina Garcia 
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agravantes de pena. OBS: O legislador pode 
errar, como por exemplo no artigo 127, onde é anunciado como 
forma qualificada mas é na verdade uma causa de aumento, 
contudo, há também os casos que a forma qualificada não esta 
dita no código mas, é uma qualificadora, como no art 157 §3º. 
 
 Circunstâncias judiciais: art 59; podem ser favoráveis, 
desfavoráveis ou neutras. 
1. Culpabilidade: Não é a culpabilidade de penal II, que é um 
elemento analítico (crime = fato típico + ilícito+ culpável), 
logo, essa culpabilidade já foi cumprida. Essa culpabilidade 
do art 59 é o grau de censurabilidade/reprovabilidade da 
conduta praticada pelo sujeito 
2. Antecedentes: bons ou maus, essa analise é feita em 
conjunto com a ideia de reincidência. Serão usadas a titulo 
de maus antecedentes as sentenças penais condenatórias 
com transito em julgado, que não forem utilizadas para gerar 
reincidência, vinculado pela sumula 444 do STJ. É preferível, 
que a sentença transitada em julgada, que ela seja usado 
como agravante (em reincidência) e não como circunstancia 
judicial. 
3. Conduta social: Como o sujeito se comporta no seu meio. 
Surgem as testemunhas abonatórias, que são pessoas que 
não te conhecimento dos fatos, mas que soa levados ao 
processo para falar da pessoa que esta sendo julgada. Há 
uma critica a essa uso, pois legitima um “direito penal do 
autor”, que é sinônimo do direito penal do inimigo. 
Cálculo da pena 
 Art. 68 - A pena-base será fixada 
atendendo-se ao critério do art. 59 deste 
Código; em seguida serão consideradas as 
circunstâncias atenuantes e agravantes; 
por último, as causas de diminuição e de 
aumento. 
 Parágrafo único - No concurso de 
causas de aumento ou de diminuição 
previstas na parte especial, pode o juiz 
limitar-se a um só aumento ou a uma só 
diminuição, prevalecendo, todavia, a 
causa que mais aumente ou diminua. 
 
 Fixação da pena 
 Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos 
antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos 
motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como 
ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja 
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: 
 I - as penas aplicáveis dentre as cominadas 
 II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites 
previstos; 
 III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de 
liberdade; 
 
Art. 59. O juiz, atendendo à 
culpabilidade, aos 
antecedentes, à conduta 
social, à personalidade do 
agente, aos motivos, às 
circunstâncias e 
consequências do crime, bem 
como ao comportamento da 
vítima, estabelecerá, 
conforme seja necessário e 
suficiente para reprovação e 
prevenção do crime: 
I – as penas aplicáveis dentre 
as cominadas; 
II – a quantidade de pena 
aplicável, dentro dos limites 
previstos; 
III – o regime inicial de 
cumprimento da pena 
privativa de liberdade; 
IV – a substituição da pena 
privativa da liberdade 
aplicada, por outra espécie de 
pena, se cabível 
Súmula 444 do STJ: É 
vedada a utilização de 
inquéritos policiais e ações 
penais em curso para agravar 
a pena-base. 
 
 
https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27444%27).sub.#TIT1TEMA0
https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27444%27).sub.#TIT1TEMA0
https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27444%27).sub.#TIT1TEMA0
https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27444%27).sub.#TIT1TEMA0
https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27444%27).sub.#TIT1TEMA0
 
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4. Personalidade do agente: Características psíquicas do sujeito. É por isso 
inclusive que muitos juízes se recusam a julgar a personalidade do agente. 
5. Motivos, circunstancias e consequências do crime: CUIDADO para não 
incorrer em bis in idem, pois: os 3 tratam de fatores que normalmente 
deverão ser ponderados em outras fases de dosimetria de pena, como por 
exemplo em um homicídio cometido por motivo fútil, ou seja, não se pode 
ser qualificadora e como circunstancia judicial, o mesmo para o motivo 
torpe no roubo. Quando isso acontecer, o juiz não é livre para escolher 
como circunstancia ou como agravante, e sim, ele deve encaixar onde ela 
pesa mais. OBS: Qualificadoras ganham de qualquer um do triangulo 
abaixo, ela esta na pena cominada especificada, tipifica no código a 
conduta. 
5.1 PESO das circunstancias fáticas: Quanto mais pra baixo, mais pesado. 
 
 
 Comportamento da vitima: Exposto no art 50 da exposição de 
motivos das reformas do CP = o legislador coloca o 
comportamento da vitima como fator criminogeno e como 
“exemplo” no crime de estupro, ele legitima a culpabilização da 
vitima no crime de estupro, perguntando a roupa da vitima, se 
ela era sexualmente ativa...; Jurisprudencialmente se entende 
que o comportamento da vitima vai ser favorável (estimulou o 
crime), neutra (não influenciou o crime), mas nunca 
desfavorável. Exemplo: uma vitima que lutou com o agressor 
para que ele não a estuprasse, isso não vai poder ser 
interpretado como uma circunstancia desfavorável. 
6. OBS: A sumula 241 do STJ prevê que uma mesma sentença 
condenatória não pode ser simultaneamente considerada 
para gerar reincidência e maus antecedentes, ou seja, vai 
preferencialmente ser usada como a reincidência. 
Circunstancia judicial 
Circunstancia legal 
Majorantes e minorantes 
 
Art. 50. Exposição de 
motivos: Fez-se referência 
expressa ao comportamento 
da vítima, erigido, muitas 
vezes, em fator criminógeno, 
por constituir-se em provação 
ou estímulo à conduta 
criminosa, como, entre outras 
modalidades, o pouco recato 
da vítima nos crimes contra os 
costumes. 
Sumula 241 do STJ: A 
reincidência penal não pode 
ser considerada como 
circunstância agravante e, 
simultaneamente, como 
circunstância judicial. 
Sumula 231 do STJ: A 
incidência da circunstância 
atenuante não pode conduzir 
à redução da pena abaixo do 
mínimo legal. 
 
 
 
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7. OBS2: Não há um tempo para que se deixe de considerar a 
má antecedência, teoricamente, mas, O STJ já entende que 
poderia haver analogia benéfica com o prazo depurador. 
8. OBS3: Medida de segurança e socioeducativas não contam 
como maus antecedentes. 
 Fixação da pena base: A sumula 231 do STJ determina ao tratar 
da pena provisória, que a incidência de atenuante não poderá 
leval à redução a pena provisória em patamar abaixo do mínimo 
legal, o mesmo raciocínio também é aplicado no tratamento da 
pena base. Exemplo: Se estou diante de um crime com pena 
cominada em 1 a 4 anos = Se, todas as circunstancias judiciais 
forem (I) favoráveis, a pena base vai ser 1 ano, se (II) neutras, 
também 1, se há circunstancias (III) favoráveis e desfavoráveis a 
pena é maior igual a 1, e se são (IV) todas desfavoráveis a pena é 
necessariamente > do que 1. Há muitos entendimentos da 
doutrina sobre a dosimetria de pena, mas, o que se coloca 
jurisprudencialmente é quea pena base devera se aproximar ao 
máximo da previsão mínima legal, pois, ainda há muitas fases a 
serem valoradas, para não gerar penas exorbitantes. 
 
 
segunda fase 
 Circunstancias legais: art 61 a 65 
 
Art. 61 - São circunstâncias que 
sempre agravam a pena, quando não 
constituem ou qualificam o crime: 
I - a reincidência; 
II - ter o agente cometido o crime: 
a) por motivo fútil ou torpe; 
b) para facilitar ou assegurar a execução, 
a ocultação, a impunidade ou vantagem 
de outro crime; 
c) à traição, de emboscada, ou mediante 
dissimulação, ou outro recurso que 
dificultou ou tornou impossível a defesa 
do ofendido; 
d) com emprego de veneno, fogo, 
explosivo, tortura ou outro meio 
insidioso ou cruel, ou de que podia 
resultar perigo comum; 
e) contra ascendente, descendente, 
irmão ou cônjuge; 
f) com abuso de autoridade ou 
prevalecendo-se de relações domésticas, 
de coabitação ou de hospitalidade, ou 
com violência contra a mulher na forma 
da lei específica 
g) com abuso de poder ou violação de 
dever inerente a cargo, ofício, ministério 
ou profissão; 
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) 
anos, enfermo ou mulher grávida; 
i) quando o ofendido estava sob a 
imediata proteção da autoridade; 
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, 
inundação ou qualquer calamidade 
pública, ou de desgraça particular do 
ofendido; 
l) em estado de embriaguez 
preordenada. 
 
 
 
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1. Agravantes: O caput homenageia o principio do ne bis in idem quando impede 
que as qualificadoras funcionem como agravantes de pena. Exemplo: não se pode 
agravar o crime de aborto por ser crime cometido contra mulher gravida e nem de 
crime praticado contra criança, pois, isso é elemento constitutivo do crime. TODAS SÓ 
PODEM INCINDIR SE HOUVER CONHECIMENTO DO AUTOR. 
1.1 Reincidência: Agravante preponderante, conceituada no CP no art 
63 e 64. 
 Reincidência 
 Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime (CRIME 
NOVO POSTERIOR AO TRANSITO EM JULGADO), depois de transitar em julgado a 
sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. 
1.1.1 OBS1: No crime culposo, não se aplicam as agravantes de pena, 
com a exceção da agravante da reincidência. 
1.1.2 OBS2: A reincidência para a sentença se verifica no momento da 
pratica da infração. Há divergência sobre. 
1.1.3 Exemplo: Um sujeito comente um furto, é sentenciado o furto 
com sentença transitado em julgado. Depois, comete um 
estelionato, na sentença desse, ele será considerado reincidente 
em virtude do estelionato se tratar de um novo crime cometido 
após o transito em julgado da sentença condenatória do furto 
(crime anterior). Na primeira fase (circunstancias judiciais), 
devera o agente ser considerado possuidor de bons 
antecedentes, uma vez que, a sentença do furto não poderá ser 
duplamente utilizada na primeira e na segunda fase. 
1.1.4 Exemplo 2: Um sujeito comete um furto, um estelionato e um 
homicídio. A primeira sentença a transitar em julgado é a do 
furto, assim, na sentença dos crimes de estelionato e de 
homicídio ele será considerado novamente um réu primário mas 
possuidor de maus antecedentes. Ele so perderia o reu primário 
se o estelionato/homicídio tivesse sido cometido após o transito 
em julgado da sentença do furto. 
1.1.5 Exemplo 3: Se o sujeito do exemplo 2, depois do transito em 
julgado do furto, cometesse um crime de dano sem o transito 
em julgado do homicídio e do estelionato, ele seria considerado 
um reincidente com bons antecedentes. UM TRANSITO EM 
JULGADO SO PODE GERAR UM EFEITO, NO CASO, A 
REINCIDENCIA, MAS SE HOUVESSE MAIS UMA SENTENÇA 
 
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Anna Catharina Garcia 
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TRANSITADA EM JULGADO ELA PODERIA CONSTITUIR O MAU 
ANTECEDENTE. 
1.1.6 Exemplo 4: Um sujeito comete uma contravenção penal, com 
sentença transitada em julgado. Depois, ele comete um roubo, 
na sentença desse roubo, ele sera considerado reu primário com 
maus antecedentes (CONTRAVEÇÃO PENAL NÃO É CRIME!). 
 
Atividade: João praticou delito de furto em 20 de Janeiro de 2001, tendo sido 
sentenciado pelo referido crime em 30 de Abril de 2003. Logo após, em concurso 
com outros agentes integrou pratica de estelionato na qual foi preso em flagrante 
em 18 de Julho de 2003. João, ainda cumprindo prisão preventiva pelo 
estelionato, recebeu noticia, em 2 de outubro de 2004 do transito em julgado 
referente à sua condenação pelo furto, não tendo sido providos os recursos 
apresentados. Em 14 de Junho de 2005, o agente foi condenado pelo estelionato, 
acerca desta decisão, responda: Pode ser João, considerado reincidente e 
possuidor de maus antecedentes? Justifique. 
Resposta: Ele será considerado réu primário pois não há crime novo após o 
transito em julgado e possuidor de maus antecedentes, uma vez que existe contra 
ele uma sentença penal condenatória transitada em julgado. 
 
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2019.2 
Atividade: João em 10/1/2000, praticou roubo e sua sentença condenatória foi 
proferida no dia 28/12/2000, tendo o seu transito em julgado ocorrido em 
15/4/2004. Considerando a narrativa acima, responda: 
a) Imaginemos que João em 4/6/2005 pratique injuria, cuja sentença seja 
proferida em 15/11/2005. Como será João considerado nessa sentença? 
RESPOSTA: Reincidente com bons antecedentes. 
b) Imaginemos que João, pratique receptação em 1/1/2003 e que a sua sentença 
condenatória somente seja proferida em 10/5/2006, pouco tempo após, o 
transito em julgado da condenação por injuria, fato descrito no item anterior. 
Como João deverá ser considerado na sentença condenatória referente à 
receptação? 
RESPOSTA: Primário com maus antecedentes. OBS: A divergência doutrinaria 
diria que ele era reincidente com maus antecedentes, mas, a maioria 
(garantista) entende como primário. 
 
1.2 Não geram reincidência: art 63 
Art. 64 - Para efeito de reincidência: 
 I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento 
ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de 
tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da 
suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação; 
 II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos 
1.2.1 Crimes militares: praticados por militar que estão previstos o 
código penal militar. 
1.2.1.1 Próprios: Exclusivamente militares, sendo somente previsto 
no CPMilitar. 
1.2.1.2 Impróprios: Transplantados para o CPM a partir do CP/leis 
esparsas, ou seja, não são exclusivamente militares. 
1.2.1.3 Exemplo: Um militar comete o crime de deserção (em 
serviço), onde foi sentenciado e transitada em julgado a 
sentença. Depois, ele praticou um crime de furto, na 
sentença que condena ele por esse furto, mas, o delito da 
deserção transitado em julgado não sera considerado, ou 
seja, na sentença do furto ele vai responder como reu 
primário com bons antecedentes. 
1.2.1.4 Exemplo2: O militar, em serviço, praticou uma lesão 
corporal, que houve sentença e um transito em julgado. 
Depois, ele comete um furto, mas, nesse caso, sera 
considerado reincidente possuidor de bons antecedentes. 
 
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1.2.2 Crimes políticos: aqueles previstos na lei de segurança nacional 
(lei 7170/83) + crimes de responsabilidade (ex: impeachment). 
De acordo com a referida lei, a sua incidência ira considerar a 
motivação do agente voltada para lesionar integridade territorial 
e soberania nacional; regime representativo democrático 
federação e estado de direito; os chefes dos poderes da União. 
Não caracterizam a reincidência. 
1.2.3 Prazo depurador: Existe um prazo de 5 anos que vai ser 
respeitado,em que, após esse tempo, o reu recupera a 
primariedade (depois que termina o cumprimento da pena). Há 
precedentes para que o prazo depurador se aplica para maus 
antecedentes, apesar da divergência entre as turmas do STF. 
 
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1.2.4 Reincidência nas contravenções penais: Esta na LCP, art 
7º = também pressupõe sentença condenatória 
transitada em julgado, seja essa primeira condenação 
por crime ou por contravenção penal, desde que essa 
também seja considerado assim no BR. 
 
 
Art. 7º da LCP: 
Verifica-se a reincidência 
quando o agente pratica 
uma contravenção depois 
de passar em julgado a 
sentença que o tenha 
condenado, no Brasil ou 
no estrangeiro, por 
qualquer crime, ou, no 
Brasil, por motivo de 
contravenção 
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Infração 1 Transito em julgado 
da infração 1 
Infração 2 Status do agente 
na infração 2 
Fundamento legal 
Crime  Crime Reincidente Art 63, CP 
Crime (BRA)  Contravenção Reincidente Art 7º, CLP 
Crime (EST)  Contravenção Reincidente Art 7º, CLP 
Contravenção 
(BRA) 
 Contravenção Reincidente Art 7º, CLP 
Contravenção 
(EST) 
 Contravenção Primário Não se aplica art 
7º da LCP 
Contravenção 
(BRA/EST) 
 Crime Primário (maus 
antecedentes) 
Não se aplica art 
63 do CP 
1.3 Crime cometido por motivo fútil ou torpe: O fútil é aquele 
desproporcional/banal e o torpe é a crueldade e a reprovabilidade. 
1.3.1 OBS: Feminicidio é qualificadora do homicídio e pode ser 
agravado por motivo torpe, apesar de haver divergência 
doutrinaria, mas, a maioria crê que não é BIS IN IDEM pois o 
feminicidio é objetivo e a torpeza subjetiva. 
1.3.2 OBS2: São agravantes preponderantes 
1.4 Para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a 
impunidade ou vantagem de outro crime: Agravante por 
conexão. Essa ideia de outro crime não precisa ser necessariamente 
crime de mesma autoria. Exemplo = Matar a testemunha, o segurança 
de um banco. 
1.5 À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, 
ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível 
a defesa do ofendido: Ataque desleal, onde o autor utiliza-se da 
confiança (traição), surpresa da vitima (emboscada) e a dissimulação 
seria uma mentira contada para gerar uma confiança na vitima. 
1.6 Com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou 
outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia 
resultar perigo comum: Não dá a vitima a chance de se 
defender. Exemplo: caso dos Nardoni, a asfixia de Isabela antes de joga-
la do prédio impossibilitou que ela se defendesse de ser jogado do 
prédio. 
1.6.1 OBS: Esse “veneno” é qualquer elemento capaz de perturbar ou 
destruir as funções vitais da vitima, levando em consideração 
suas doenças. Exemplo: sal para um hipertenso. 
1.7 Contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge: 
Em relação aos filhos adotivos, a doutrina ainda consegue utilizar esse 
 
16 
Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
agravante, mas, para companheiros (união estável) a doutrina que 
equipara é menor. 
1.8 Com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de 
relações domésticas, de coabitação ou de 
hospitalidade, ou com violência contra a mulher na 
forma da lei específica: Não é apenas em relações familiares. 
Exemplo: um patrão que estupra a empregada que mora na mesma 
casa. 
1.8.1 OBS: Essa lei especifica é a lei Maria da Penha. 
1.8.2 OBS2: Os crimes contra os companheiros (União estável) se 
encaixa aqui, uma vez não encaixada no cônjuge. 
1.9 Com abuso de poder ou violação de dever inerente a 
cargo, ofício, ministério ou profissão: Exemplo: o cirurgião 
que violenta mulheres. 
1.10 Contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo 
ou mulher grávida: Criança pelo ECA é o com ate 12 anos 
incompletos. 
1.11 Quando o ofendido estava sob a imediata proteção da 
autoridade: Sujeitos que estão na proteção direta do 
Estado. Exemplo: quando um preso é mudado de cela onde 
nessa cela estão presos da facção rival. 
1.11.1 OBS: isso não engloba pessoas que estão somente 
perto de policiais, a proteção deve ser direta a ela, 
como no caso de pessoas escoltadas. 
1.12 Em ocasião de incêndio, naufrágio, 
inundação ou qualquer calamidade pública, 
ou de desgraça particular do ofendido: O 
agente se aproveita da calamidade para praticar crimes. 
Exemplo: Arrastões em situações de greve da policia. 
1.13 Em estado de embriaguez preordenada: A 
pessoa se embriaga par praticar o crime (para “criar 
coragem”), se foi por qualquer outra situação, ate se o 
sujeito se embriaga porque quer, mas não tem a intenção 
de criar o delito, essa agravante não incide. Essa 
embriaguez não necessariamente é somente para álcool. 
1.14 Promove, ou organiza a cooperação no 
crime ou dirige a atividade dos demais 
agentes: autoria intelectual. 
1.15 Coage ou induz outrem à execução material 
do crime; instiga ou determina a cometer o 
crime alguém sujeito à sua autoridade ou 
 
Agravantes no caso de 
concurso de pessoas 
Art. 62. A pena será ainda 
agravada em relação ao 
agente que: I – promove, ou 
organiza a cooperação no 
crime ou dirige a atividade 
dos demais agentes; 
II – coage ou induz outrem à 
execução material do crime; 
III – instiga ou determina a 
cometer o crime alguém 
sujeito à sua autoridade ou 
não punível em virtude de 
condição ou qualidade 
pessoal; 
IV – executa o crime, ou nele 
participa, mediante paga ou 
promessa de recompensa. 
 
 
 
17 
Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
não punível em virtude de condição ou qualidade 
pessoal: Autoria mediata. Coação física e moral. 
1.15.1 OBS: A pessoa que praticou o crime na coação 
física exclui tipicidade e a moral a culpabilidade, 
mas, o autor mediato ser apenado com essa 
agravante. 
1.16 Executa o crime, ou nele participa, 
mediante paga ou promessa de 
recompensa: O matador de aluguel. 
2. Atenuantes: art 65 e 66 
2.1 Caput: é vedado o duplo beneficio segunda a doutrina 
e a jurisprudência, apesar da redação do caput não fazer 
essa ressalva. 
2.2 Inciso I: Atenuante preponderante. Popularmente, o 
agente ser menor de 21 anos, é a “atenuante da 
menoridade”, tecnicamente não é um menor, ate 
porque, se se esta condenando, o agente é imputável, no 
caso ele é menor de 21 e maior/igual a 18 anos, pois, 
teoricamente na juventude as ações seriam mais 
impulsivas. Já a dos 70 anos, é a atenuante da 
“senilidade” (expressão já não mais usado). 
2.3 Inciso II: Não se confunde com o artigo 21 do CP, que 
fala do desconhecimento da ilicitude (não saber que é 
crime). É colocado em situações muito especificas, 
normalmente em consonância com o principio da 
eventualidade, explorar todas as teses defensivas 
cabíveis. Exemplo: um sujeito comete uma situação de 
agiotagem, o advogado de defesa vai dizer primeiro que 
houve um erro de subsunção inevitável, excluindo a 
culpabilidade, mas, uma vez que o juiz diga que não cabe, 
que pelo menos o réu seja apenado com essa atenuante 
em que ele conhecia a ilicitude mas não conhecia a lei em 
si. 
2.4 Inciso III alínea a: Atenuante preponderante. O que 
é um relevante valor social? Valorado de uma maneira 
geral pela sociedade de maneira positiva. Exemplo: Robin 
Hood. O que é um relevante valor moral? É uma 
motivação pessoal, mas que é entendida enquanto 
nobre. Exemplo: o pai que mata o estuprador de sua 
 
Art. 65. São circunstâncias 
que sempre atenuam a pena: 
I – ser o agente menor de 21 
(vinte e um), na data do fato, 
ou maior de 70 (setenta) anos, 
na data da sentença; 
II – o desconhecimento da lei; 
III – ter o agente: 
a) cometido o crime por 
motivo de relevante valor 
social ou moral; 
b) procurado, por sua 
espontânea vontade e com 
eficiência, logo após o crime, 
evitar-lhe ou minorar-lhe as 
consequências, ou ter, antes 
do julgamento, reparado o 
dano;c) cometido o crime sob 
coação a que podia resistir, ou 
em cumprimento de ordem de 
autoridade superior, ou sob a 
influência de violenta emoção, 
provocada por ato injusto da 
vítima; 
d) confessado 
espontaneamente, perante a 
autoridade, a autoria do 
crime; 
e) cometido o crime sob a 
influência de multidão em 
tumulto, se não o provocou. 
 
 
 
18 
Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
filha. 
2.5 Inciso III alínea b: Se aproxima muito do art 15 (arrependimento 
eficaz e desistência voluntaria), mas, aqui o delito foi consumado. 
Exemplo: Um sujeito começa esfaqueando o outro mas no meio da 
execução se arrepende e leva a vitima para o hospital, mas, mesmo 
assim a vitima morre. A reparação do dano vai se aproximar do art 16 
(arrependimento posterior), mas, essa reparação ocorreu após o 
recebimento da denuncia ou em crime com violência/ grave ameaça. 
Exemplo: O assaltante (o assalto em si é um crime violento) que repara 
o dano. 
2.6 Inciso III alínea c: Coação moral resistível, é a situação em que não 
se encaixa nos requisitos do art 22,que é da coação moral irresistível. 
2.6.1 OBS: Lembrar que o art 22 é somente para agente públicos, mas, 
nessa situação abrange relações privadas. 
2.6.2 OBS2: A forte emoção, apesar de não excluir a imputabilidade 
penal (art 28, I), mas, o código vai coloca-la como atenuante. 
2.7 Inciso III alínea d: Confissão espontânea perante 
autoridade. Ou seja, aquelas confissões que foram 
interceptadas, se não for confirmada por ele, não será 
considerada. Esse artigo visa abonar o agente que tem 
facilitar o andamento da investigação. Exemplo: O 
sujeito, perante autoridade policial confessa o crime (sem 
advogado, sem saber seus direitos...) e então, perante o 
juiz, se retrata de sua confissão, mas, mesmo assim o juiz 
o condena . OBS: Art 155 do CPP diz que o juiz não vai 
poder fundamentar sua convicção apenas nos elementos 
informativos do inquérito, mas pode com os elementos 
do processo, então, nessa condenação pode usar pelo 
menos parte dos elementos do inquérito? Os tribunais 
colocam que os elementos repetíveis do inquérito podem 
ser usados, desde que, a decisão não se baseie somente 
nisso. Mas, uma vez feito isso, poderia se utilizar da 
confissão feita em primeiro momento, como atenuante 
de pena? A matéria foi sumulada pelo STJ na sumula 545, 
e diz que uma vez que a confissão que depois foi negada, 
mas mesmo assim o juiz condena, ele fica obrigado a 
atenuar a pena como atenuante. 
2.7.1 O processo penal divide a confissão em: (I) 
simples e (II) qualificada. A qualificada é associada 
necessariamente a uma tese defensiva, o CPP o define como: 
 
Art. 155 do CPP. O juiz 
formará sua convicção pela 
livre apreciação da prova 
produzida em contraditório 
judicial, não podendo 
fundamentar sua decisão 
exclusivamente nos elementos 
informativos colhidos na 
investigação, ressalvadas as 
provas cautelares, não 
repetíveis e antecipadas. 
Súmula 545 do 
STJ. Quando a confissão for 
utilizada para a formação do 
convencimento do julgador, o 
réu fará jus à atenuante 
prevista no art. 65, III, d, do 
Código Penal. 
 
https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27545%27).sub.#TIT1TEMA0
https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27545%27).sub.#TIT1TEMA0
https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27545%27).sub.#TIT1TEMA0
https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27545%27).sub.#TIT1TEMA0
https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27545%27).sub.#TIT1TEMA0
https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27545%27).sub.#TIT1TEMA0
https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27545%27).sub.#TIT1TEMA0
 
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Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
“Assume a autoria da conduta para negar a pratica do crime.” 
Essa tese, é usada normalmente para construção de teses para 
discriminantes putativas. Exemplo: o réu confessa que matou 
alguém para se defender. Poderia o juiz fatiar a confissão? 
ignorando a legitima defesa, e dizer que o réu é um assassino 
confesso? Teoricamente pode, mas isso é extremamente 
maléfico a linha defensiva. 
2.8 Inciso III alínea e: Crime multitudinário, é o agente 
“maria vai com as outras.” 
2.9 Art 66 caput: Atenuante inominada de pena = É a 
maior diferença entre as atenuantes e as agravantes. As 
agravantes são regidas em legalidade estrita, ou seja, só 
se pode agravar pelo o que esta expressamente previsto 
em lei, mas a as atenuantes não, o juiz pode diminuir a 
pena por qualquer circunstancia relevante. Exemplo: no 
caso de Jose Dirceu, ele pediu a atenuação de pena o fato 
dele já ter sido preso injustamente na época da ditadura. 
3. Calculo da pena provisória: O legislador não definiu 
valores de atenuação/agravamento de pena, o código so 
coloca no art 67 que, no caso de concurso de agravantes e 
atenuantes, em que a pena deve se aproximar do indicado 
pelas circunstancias preponderantes. São elas: 
3.1 Personalidade: Art 65, I (atenuante preponderante) 
3.2 Reincidencia: Art 61, I (agravante preponderante) 
3.3 Motivos: Existindo motivos pro caso, ele poderá ser 
atenuante (Art 65, III, a) ou agravante (Art 61, II, a) 
preponderante. 
3.4 As circunstancias preponderantes, são as que vao 
prevalecer para se aumentar/diminuir a pena provisória 
em relação a pena base. 
3.5 Quando não há preponderantes mas há, por exemplo, atenuantes e 
agravantes, se o juiz QUISER ele pode atribuir a elas o mesmo valor, ele 
poderá igualar a pena base a pena provisória. 
3.6 Quando há agravantes e atenuantes preponderantes, a doutrina e a 
jurisprudência coloca que elas tem uma “ordem de preferencia”, que já esta colocado 
na sequencia dos itens 3.1, 3.2 e 3.3. Ou seja, a personalidade é uma super 
preponderante e o motivo é a menos importante das preponderantes. 
 
Art. 66. A pena poderá ser 
ainda atenuada em razão de 
circunstância relevante, 
anterior ou posterior ao crime, 
embora não prevista 
expressamente em lei. 
Concurso de circunstâncias 
agravantes e atenuantes 
Art. 67 No concurso de 
agravantes e atenuantes, a 
pena deve aproximar-se do 
limite indicado pelas 
circunstâncias 
preponderantes, entendendo-
se como tais as que resultam 
dos motivos determinantes do 
crime, da personalidade do 
agente e da reincidência. 
 
 
 
20 
Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
 
3.7 Jurisprudencialmente, discute-se a natureza 
preponderante da confissão. Para o STJ, tem natureza 
preponderante equivalente à reincidência, devendo 
portanto ser compensada (STJ, HC 301693/ SP). Para o 
STF, apesar da divergência interna, entende-se que a 
reincidência prevalece sobre a confissão. 
3.8 Na fixação da pena provisória, o juiz terá que atenta 
para a sumula 231 do STJ: A pena mínima e a máxima 
são intransponíveis. 
3.9 As frações de aumento e diminuição, a menos 
expressiva, usada na terceira fase, é a de 1/6. Assim, há 
doutrinadores que colocam que esse 1/6 poderia ser o máximo a ser 
agravado/atenuado na 2ª fase. 
 
 
 
 
Sumula 231 do STJ. A 
incidência da circunstância 
atenuante não pode conduzir 
à redução da pena abaixo do 
mínimo legal. 
 
 
 
21 
Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
terceira fase: causas de diminuição e de aumento de pena 
Introdução: Não estão sistematizadas no artigo, elas estão 
espalhadas pelo código, na parte geral e na parte especial 
(normalmente no próprio artigo do crime – exemplo: art 121, 
§1º, Art 122 paragrafo único, Art 155 §1º -- que esta sendo 
julgado ou nas disposições gerais referentes ao titulo/capitulo 
em que o crime estiver inserido – exemplo: Art 141, Art 226 – ). 
1. Causas de diminuição: minorantes 
1.1 Artigos da parte geral: Art 14 paragrafoúnico, 16, 21 parte 
final, 24 §2º, 25 paragrafo único, 28 §2º, 29 §1º. 
2. Causas de aumento: majorantes 
2.1 Artigos da parte geral: Art 29 §2º parte final, 70 parte inicial, 71 caput e 
paragrafo único, 73 parte final, 74 parte final. 
3. Diferentemente das agravantes e atenuantes o legislador quantificou os 
parâmetros. Uma vez aplicadas as causas de diminuição e de aumento, a pena 
definitiva PODERÁ ficar acima do máximo ou abaixo do 
mínimo. 
4. Concurso de causas de aumento/ 
diminuição: Art 68 paragrafo único. 
4.1 Se for o concurso de causas de aumento e de 
diminuição da parte geral, o juiz, obrigatorimente, 
ira aplicara todas, da mais expressiva a menos 
expressiva. 
4.2 Se for o concurso de causa de aumento e de 
diminuição da parte especial: se aplicara o art 68 
paragrafo único. O juiz poderá: (I) aplicar tudo 
como na parte geral ou (II) o juiz se limita a um 
aumento e uma diminuição. Uma vez escolhendo 
II, necessariamente ele vai ter que escolher a causa 
que mais aumente e a causa que mais diminua. 
5. Forma de cálculo: Aplicação isolada x Aplicação 
sucessiva: Com que forma de calculo eu vou trabalhar? 
5.1 Aplicação isolada: A base de calculo é fixa, que vai ser a própria pena 
provisória. 
5.2 Aplicação sucessiva: A base do calculo é variável, ou seja, o resultado de 
uma operação vai ser a base do cálculo da operação seguinte. 
5.3 Qual forma de calculo é maior/pior para o réu? 
 
OBS: A organização dos 
artigos do código é logica. Os 
artigos só se aplicam aquilo 
que esta acima delas. Por 
exemplo, o artigo 5º se aplica 
a todos os anteriores, mas não 
se aplica ao 6º. 
 
 
Cálculo da pena 
Art. 68 A pena-base será fixada 
atendendo-se ao critério do art. 59 
deste Código; em seguida serão 
consideradas as circunstâncias 
atenuantes e agravantes; por último, as 
causas de diminuição e de aumento. 
Parágrafo único - No concurso de 
causas de aumento ou de diminuição 
previstas na parte especial, pode o juiz 
limitar-se a um só aumento ou a uma só 
diminuição, prevalecendo, todavia, a 
causa que mais aumente ou diminua. 
 
 
 
22 
Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
5.4 Exemplo: Se tem, 3 causas de aumento de ½ da pena e uma pena 
provisória de 2 anos. 
5.4.1 Aplicação isolada: 2 + 2 ½ + 2 ½ + 2 ½ = 2+ 1 + 1 + 1 = 5 anos 
5.4.2 Aplicação sucessiva: 2 + 2 ½ = 3 
3 + 3 ½ = 4,5 
4,5 + 4,5 ½ = 6,75 
5.5 Exemplo2: Se tem 3 causas de diminuição de ½ e a pena provisória de 2 
anos: 
5.5.1 Aplicação isolada: 2 – 1- 1 – 1 = -1 
5.5.2 Aplicação sucessiva: 2 -1 = 1 
1 – 0,5 = 0,5 
0,5 – 0,25 = 0,25 
5.6 Nas causas de aumento e de diminuição a aplicação SUCESSIVA é 
sempre PIOR. As causas de aumento e de diminuição conforme o 
entendimento majoritário são APLICADAS de forma SUCESSIVA, isto é, 
uma sobre as outras, o que é pior para o acusado em ambos os casos, 
tanto na aplicação das majorantes, quanto n aplicação das minorantes. 
Jurisprudencialmente justifica-se tal formado para o fim de evitar a 
“pena 0” ou, pena negativa. 
5.7 OBS1: Doutrina minoritária diante disso, sustenta aplicação isolada 
para causas de aumento e aplicação sucessiva para causas de 
diminuição. 
5.8 OBS2: A segunda fase de dosimetria no calculo das circunstancias legais, 
trabalha com a aplicação isolada (formato JUROS SIMPLES). 
5.9 OBS3: Os juízes podem fugir ao entendimento majoritário? SIM, o juiz 
pode aplicar a isolada ou a sucessiva. Mas, em tese, o juiz tem que 
justificar por que escolheu a da doutrina minoritária. 
5.10 OBS4: A doutrina majoritária diz que as causas de aumente se aplica da 
que menos aumenta -> para a que mais aumenta; e as 
causa de diminuição vai da que menos diminui -> mais 
diminui. 
5.11 OBS5: Para a doutrina mais garantista, primeiro se calcula 
os aumentos e depois se calcula as diminuições, mas, o CP 
no ar 68, que teoricamente, consagra o sistema trifásico, 
mas, a sua redação diz NESSA ORDEM: “... as causas de 
diminuição e de aumento”, então, é com base na 
interpretação literal do código estaria obrigando a 
primeiro ter que diminuição e depois o aumento. 
 
 
Art. 68 A pena-base será 
fixada atendendo-se ao 
critério do art. 59 deste 
Código; em seguida serão 
consideradas as circunstâncias 
atenuantes e agravantes; por 
último, as causas de 
diminuição e de aumento. 
 
 
 
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Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
substituição por restritiva 
Conceito: Chamado popularmente como “penas alternativas”, 
mas, as penas alternativas na verdade é o gênero do qual tem a 
espécie das penas restritivas de direito, que são na pratica, 
qualquer pena que não seja a prisão. Mas, as penas restritivas de 
direito, especificamente são espécies de penas que seguem uma 
legalidade estrita, elas são previstas taxativamente em lei penal 
e que irão funcionar como alternativas a prisão, não vão gerar 
como efeito o encarceramento. 
Dialogam com a ideia do Direito penal mínimo = descriminalizar o 
máximo possível, e o que não for possível descriminalizar, ele vai 
propor a descarcerização, e é aqui que entra as penas restritivas 
de direito. 
 Natureza jurídica: Ainda assim são penas que geram maus 
antecedentes e geram reincidência. Previsto no art 44 do CP: as 
penas são autônomas e como substitutivas as penas privativas 
de liberdade (é o mais comum). Elas são autônomas no Art 28 na 
Lei 11.434/2006 (Lei de Drogas): 
1. Preceito primário: Posse para consumo pessoal de drogas 
(conduta tipificada). 
2. Preceito secundário: Advertência sobre o uso de drogas + 
prestação de serviços a comunidade + medida educativa de 
comparecimento a curso antidrogas. 
3. É o ÚNICO caso no ordenamento que o preceito secundário 
não descreve uma pena privativa de liberdade, e sim, direto descreve que é 
a pena do delito. 
4. OBS1: Na antiga lei de drogas, o porte para consumo pessoal era punido 
com pena de prisão, ainda que fosse possível a aplicação da restritiva de 
direitos, ela tinha um caráter de substituição para um possível restritiva de 
liberdade. Mas, com a nova lei de drogas de 2006, passou a ser 
absolutamente IMPOSSIVEL a prisão para a figura do usuário. 
5. OBS5: Então, o art 28 da lei de drogas teria ou não natureza criminosa 
(crime/contravenção/infração penal ou administrativa)? Parte da doutrina, 
crê que a posse de drogas para uso pessoal, (I) teria se tornado uma 
INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA, para a outra parte (II) seria uma INFRAÇÃO 
PENAL SUIS GENERES (Luís Carlos Gomes: tem natureza criminar mas não é 
nem crime e nem contravenção). O STJ ENTENDEU: Tem natureza de 
 
 Art. 44. “As penas 
restritivas de direitos são 
autônomas e substituem as 
privativas de liberdade, 
quando...” 
 
 
 
24 
Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
CRIME, que é uma espécie de infração penal, houve 
apenas uma DESPENALIZAÇÃO (termo criticado, e então 
foi chamado de DESPRISIONALIZAÇÃO), porem, mantida 
a natureza criminosa da conduta. 
5.1 Infração penal: é crime ou contravenção, o crime é 
necessariamente punido com pena de 
reclusão/detenção, já a contravenção é punida com 
prisão simples. 
5.2 Se o agente descumpre a pena da restritiva de 
direitos, os juízes estavam aplicando a pena restritiva 
de liberdade pelo crime de desobediência , se torna 
IMPOSSIVEL, segundo o STF. 
5.3 A própria lei de drogas vai colocar as consequências 
da desobediência: (I) Admoestação + (II) Multa. 
 Espécies de restritiva: Listadas no art 43 
1. Prestação pecuniária 
2. Perda de bens e valores 
3. Limitação de fim de semana 
4. Prestação de serviços a comunidade 
5. Interdição temporária de direitos. 
6. OBS1: O juiz não pode inventar uma nova restritiva, nem 
mesmo no caso dele achar que é melhor para o reu, so 
há as opções legais, que podem ser combinadas, mas, 
isso so ocorre pois a lei permite essa combinação. 
7. REQUISITOS:previstos no art 44 // são cumulativos 
7.1 Natureza do crime: 
Se for doloso = pena aplicada < ou igual a 4 anos + 
crime sem violência ou grave ameaça 
Se for culposo = independe a pena ou natureza do 
crime, em principio, sempre irão admitir a 
substituição por restritiva de direitos. 
7.2 Não reincidente doloso: Não se aplica se a 
reincidência for de crimes dolosos. 
7.3 Circunstancias judicias favoráveis: Único requisito 
subjetivo, os supracitados são OBJETIVOS 
7.4 OBS1: A jurisprudência diz que os requisitos 
OBJETIVOS são os mais importantes, ou seja, o 
magistrado não pode afastar a possibilidade da 
substituição porque o sujeito não cumpriu o 
requisito subjetivo (mas cumpre os objetivos). 
 
Art. 44. As penas restritivas de 
direitos são autônomas e substituem 
as privativas de liberdade, quando 
I – aplicada pena privativa de 
liberdade não superior a quatro anos 
e o crime não for cometido com 
violência ou grave ameaça à pessoa 
ou, qualquer que seja a pena 
aplicada, se o crime for culposo; II – 
o réu não for reincidente em crime 
doloso; III – a culpabilidade, os 
antecedentes, a conduta social e a 
personalidade do condenado, bem 
como os motivos e as circunstâncias 
indicarem que essa substituição seja 
suficiente. 
 § 1
o
 (VETADO) 
 § 2
o
 Na condenação igual ou 
inferior a um ano, a substituição 
pode ser feita por multa ou por uma 
pena restritiva de direitos; se 
superior a um ano, a pena privativa 
de liberdade pode ser substituída 
por uma pena restritiva de direitos e 
multa ou por duas restritivas de 
direitos. 
 § 3
o
 Se o condenado for 
reincidente, o juiz poderá aplicar a 
substituição, desde que, em face de 
condenação anterior, a medida seja 
socialmente recomendável e a 
reincidência não se tenha operado 
em virtude da prática do mesmo 
crime 
 § 4
o
 A pena restritiva de direitos 
converte-se em privativa de 
liberdade quando ocorrer o 
descumprimento injustificado da 
restrição imposta. No cálculo da 
pena privativa de liberdade a 
executar será deduzido o tempo 
cumprido da pena restritiva de 
direitos, respeitado o saldo mínimo 
de trinta dias de detenção ou 
reclusão. 
 § 5
o
 Sobrevindo condenação a 
pena privativa de liberdade, por 
outro crime, o juiz da execução 
penal decidirá sobre a conversão, 
podendo deixar de aplicá-la se for 
possível ao condenado cumprir a 
pena substitutiva anterior. 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/Mensagem_Veto/1998/Mv1447-98.htm
 
25 
Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
7.5 OBS2:Nos juizados criminais, se julgam as infrações de menor potencial 
ofensivo (pena menor ou igual a dois anos), consagrando uma ideia de 
direito penal mínimo permitindo a transação com o MP. Essas 
infrações, que foram parar nos juizados, que envolvam violência ou 
grave ameaça a pessoa, vão admitir a substituição. Exemplos: 
constrangimento legal, ameaça... Não tinha sentido negar o beneficio 
da substituição se o réu pode mesmo antes de começar o processo 
transaciona-lo. 
7.6 OBS3: No que diz respeito aos crimes e contravenções 
CONTRA A MULHER, a Lei Maria da Penha expressamente 
afasta a incidência da lei dos juizados. Com isso, ainda 
quando configurem infrações de menor potencial 
ofensivo, crimes e contravenções, que envolvam violência 
domestica contra a mulher não admitem substituição por 
restritiva (sumula 588 do STJ). Essa sumula, encontra 
divergência parcial no STF, pois, para o STJ, tanto crime 
como contravenções não vão admitir as leis dos juizados, 
já o STF, coloca que são só os crimes. 
7.7 OBS4: O art 44, que é o mesmo que ele prevê os requisitos, ele próprio 
flexibiliza no § 3º a reincidência dolosa, onde o juiz pode aplicar a 
substituição desde que em face de condenação anterior, a medida seja 
socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em 
virtude da prática do mesmo crime. REQUISITOS: 
7.7.1 Subjetivo: medida recomendável 
7.7.2 Objetivo: não ser o agente um reincidente especifico (do mesmo 
crime) 
8. Aplicação da substituição: Art 44 §2º 
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa 
ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de 
liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas 
restritivas de direitos. 
8.1 Se a condenação for a uma pena menor ou iguala 1 ano: Substituida por 
multa OU restritiva de direitos. 
8.2 Se a condenação for uma pena maior do que 1 ano: O megistrado vai 
substituir essa condenação por uma restritiva + multa OU por duas 
restritivas. 
8.3 OBS1: O juiz ainda tem que justificar porque esta escolhendo aquela 
espécie da restritiva de direitos. 
 
 
A sumula 589 afasta o 
principio da 
insignificância no caso de 
violência domestica. 
 
 
 
26 
Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
 Conversão: como regra geral, o tempo das restritivas vai durar o 
mesmo das privativas de liberdade. Previsto no art 55 do CP. 
1. Exceções: 
1.1 Prestação pecuniária: é paga de uma vez só. 
1.2 Perda de bens e valores: pela sua própria natureza, 
nesse caso, elas não poder ter a mesma duração da pena 
privativa de liberdade. 
1.3 Prestação de serviços a comunidade: Em regra, a regra 
geral continua sendo essa, mas o legislador FACULTA ao 
condenado há mais de um ano o aumento da sua 
jornada de trabalho para diminuir o tempo de 
comprimento da prestação de serviços, sendo que, o Art 
46 §3º coloca que será uma hora de tarefa a cada dia e 
que, o abatimento máximo desse tempo será de 50%. 
Prevista no art 46 §4º. Exemplo: condenados de 1 ano 
podem encurtar o tempo a ate 6 meses. 
2. A conversão também diz respeito ao eventual 
descumprimento, transformando uma pena que era 
restritiva de direitos em restritiva de liberdade: Há essa 
conversão quando há um descumprimento injustificado = 
art 44 §4º. 
2.1 Abata-se tempo cumprido da restritiva de direitos. 
2.2 Deve haver um saldo mínimo de prisão de 30 dias. 
Exemplo: se o agente descumpre os últimos 5 dias da 
sua privativa de direitos, ele será obrigado a ficar 30 dias 
preso. Mas, se faltassem 50 dias, ele ficaria os 50. 
 Prestação pecuniária: Art 45 §1º 
1. Pagamento feito em dinheiro, em tese, somente a vista, não 
há previsão legal para parcelamento, mas, o juiz pode fazer 
se quiser. 
2. Quem pode ser beneficiado? O entendimento doutrinário é 
que deve ser seguida a ORDEM do art 45, ou seja: Vitimas -> 
dependentes -> entidades. 
3. Limites do valor: Entre 1 e 360 salários mínimos vigentes ao 
tempo do fato, e não da condenação (doutrina). Há a 
possibilidade de abatimento na condenação de reparação 
civil, mas isso so vai poder ser feito se forem os mesmos 
destinatários do valor. 
4. Substituição: Se o beneficiário aceitar, pode haver o 
pagamento em outra pecúnia que não o dinheiro. 
 
Art. 55. As penas restritivas de 
direitos referidas nos incisos III, 
IV, V e VI do art. 43 terão a 
mesma duração da pena 
privativa de liberdade 
substituída, ressalvado o 
disposto no § 4
o
 do art. 46. 
Art. 46. A prestação de 
serviços à comunidade ou a 
entidades públicas é aplicável às 
condenações superiores a seis 
meses de privação da liberdade. 
 § 3
o
 As tarefas a que se 
refere o § 1
o
 serão atribuídas 
conforme as aptidões do 
condenado, devendo ser 
cumpridas à razão de uma hora 
de tarefa por dia de 
condenação, fixadas de modo a 
não prejudicar a jornada normal 
de trabalho. 
 § 4
o
 Se a pena substituída 
for superior a um ano, é 
facultado ao condenado cumprir 
a pena substitutiva em menor 
tempo (art. 55), nunca inferior à 
metade da pena privativa de 
liberdade fixada. 
 Art. 45. Na aplicação da 
substituição prevista no artigo 
anterior, proceder-se-á na forma 
deste e dos arts. 46, 47 e 48. 
 § 1o
 A prestação pecuniária 
consiste no pagamento em 
dinheiro à vítima, a seus 
dependentes ou a entidade 
pública ou privada com 
destinação social, de 
importância fixada pelo juiz, não 
inferior a 1 (um) salário mínimo 
nem superior a 360 (trezentos e 
sessenta) salários mínimos. O 
valor pago será deduzido do 
montante de eventual 
condenação em ação de 
reparação civil, se coincidentes 
os beneficiários. 
§ 2
o
 No caso do parágrafo 
anterior, se houver aceitação do 
beneficiário, a prestação 
pecuniária pode consistir em 
prestação de outra natureza. 
 
 
27 
Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
5. O não pagamento injustificado da prestação pecuniária pode 
ser convertido em prisão? Não seria prisão por divida? 
 Prestação de serviços a comunidade: Art 46 
1. Requisitos: 
1.1 Condenação superior a 6 meses de privação de liberdade 
1.2 MAS A CF NÃO PROIBE PENAS DE TRABALHOS FORÇADOS? 
A doutrina entendeu que não seria o caso pois é uma 
opção, ele pode não fazer o trabalho já que o sujeito pode 
escolher ser preso. 
2. São tarefas gratuitas, eleitas com base na aptidão do 
sentenciado. 
3. Duração: 1h por dia de condenação. OBS: Não busca que o 
sentenciado perca seu emprego para que o cumpra. Se a 
condenação for SUPERIOR A 1 ANO, o sujeito pode aumentar 
esse tempo mas não pode reduzir a menos da metade. 
Exemplo: O sujeito foi sentenciado a 4 anos, então, ele so 
pode fazer no máximo 2h por dia, ou seja, ele precisa cumprir 
2 anos da prestação de serviços. Ou seja, na MELHOR das 
hipóteses, o tempo mínimo de duração é de 6 meses. 
 Hipoteses de conversão para a privativa: Art 181 da LEP 
Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de 
liberdade nas hipóteses e na forma do artigo 45 e seus incisos do 
Código Penal. 
§ 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida 
quando o condenado: 
a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou 
desatender a intimação por edital; 
b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em 
que deva prestar serviço; 
c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi 
imposto; 
d) praticar falta grave; 
e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução 
não tenha sido suspensa. 
 Interdição temporária de direitos: Art 47 + Art 181 §3º LEP 
1. Exige uma correlação logica entre o crime cometido e o direito que esta 
sendo interditado. 
 
Prestação de serviços à 
comunidade ou a entidades 
públicas 
 Art. 46. A prestação de 
serviços à comunidade ou a 
entidades públicas é aplicável 
às condenações superiores a 
seis meses de privação da 
liberdade. 
 § 1
o
 A prestação de 
serviços à comunidade ou a 
entidades públicas consiste na 
atribuição de tarefas gratuitas 
ao condenado. 
 § 2
o
 A prestação de 
serviço à comunidade dar-se-á 
em entidades assistenciais, 
hospitais, escolas, orfanatos e 
outros estabelecimentos 
congêneres, em programas 
comunitários ou 
estatais. § 3
o
 As tarefas a 
que se refere o § 1
o
 serão 
atribuídas conforme as 
aptidões do condenado, 
devendo ser cumpridas à 
razão de uma hora de tarefa 
por dia de condenação, fixadas 
de modo a não prejudicar a 
jornada normal de trabalho. 
 § 4
o
 Se a pena substituída 
for superior a um ano, é 
facultado ao condenado 
cumprir a pena substitutiva 
em menor tempo (art. 55), 
nunca inferior à metade da 
pena privativa de liberdade 
fixada. 
 
 
 
28 
Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
2. Tem que ser temporário pois, a CF veda penas de caráter perpetuo. Dura o 
tempo da condenação. 
3. O rol do artigo é exaustivo. 
Interdição temporária de direitos 
 Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: 
 I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, 
bem como de mandato eletivo; 
 II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que 
dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder 
público; // Como por exemplo nos casos de advogados que cometem 
crime de apropriação in debita. 
 III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. 
 IV – proibição de frequentar determinados lugares. 
 V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame 
públicos. 
LEP 
§ 3º A pena de interdição temporária de direitos será convertida 
quando o condenado exercer, injustificadamente, o direito 
interditado ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a" e "e", do § 1º, deste 
artigo. 
 Limitação do final de semana: Art 48 + Art 181 §2 da LEP 
1. Casa de albergado: local onde se cumpre o regime aberto, é a priori um 
lugar para dormir. 
2. OBS: É APENAS SABADOS E DOMINGOS, NÃO INCLUI FERIADOS. 
Limitação de fim de semana 
 Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, 
aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou 
outro estabelecimento adequado. 
 Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao 
condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas. 
LEP 
 
Sistema penal paralelo – 
Zaffaroni: Formalmente, não 
são direito penal, mas 
materialmente eles são e 
acabam querendo ser mais 
graves do que o direito penal. 
Como por exemplo, no caso 
do advogado que se apropria 
in debita do dinheiro do 
cliente, independente da sua 
pena penal, a OAB o retira do 
seu quadro de advogados 
aquele que cometeu o crime, 
por tempo indeterminado, 
mas, existe uma previsão 
constitucional contraria, 
então, a OAB esta procurando 
se adequar pois a pena não 
pode ser perpetua. 
 
 
 
29 
Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
§ 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o condenado 
não comparecer ao estabelecimento designado para o cumprimento da pena, 
recusar-se a exercer a atividade determinada pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das 
hipóteses das letras "a", "d" e "e" do parágrafo anterior. // Não ser encontrado, ou 
cometer uma falta grave ou por condenação em outro crime. 
 Perda de bens e valores: Art 45 §3º 
1. Diferenças com a PRESTAÇÃO PECUNIARIA: A prestação 
pecuniária tem um limite de 1 – 360 salarios mínimos, e os 
beneficiários podem ser a vitima, ou os dependentes ou 
entidades beneficentes. Já a perda de bens e valores tem 
como: 
1.1 Limites: o que for maior entre o proveito que foi obtido 
pelo crime ou o prejuízo causado. 
1.2 Beneficiário: é o Fundo penitenciário nacional, e a 
depender da legislação pode ser que seja destinado a 
outro fundo. 
2. Invade o patrimônio LICITO do sentenciado., não se 
confundido com os efeitos acessórios da sentença penal 
condenatória, que estão previstos no art 91, II. Quando um 
sujeito pratica um delito 
 Conversão das penas restritivas de direitos 
§ 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, 
ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário 
Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do 
prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em 
consequência da prática do crime. 
 Questões de debate 
1. Restritivas e tráfico de entorpecentes: O paragrafo 4º do art 33 da lei de 
drogas, vedada expressamente a conversão para os condenados por trafico 
e se discutia a constitucionalidade dessa vedação e o STF declarou 
issinconstitucional no HC 97.256 em setembro de 2010, pois, feria o 
principio da individualização da pena. Diante disso, o senado editou a 
resolução numero 5 de 2012, que suspendeu a expressão “vedada a 
conversão” 
2. Inclusão do agressor de violência de gênero em programas educativos: Art 
148 da LEP + Art 152 ( Inclusão da Lei Maria da Penha). 
2.1 Ao tratar da limitação de fim de semana, a LEP no art 152, inserido pela 
LMP, passou a preverdeterminação de comparecimento do agressor a 
programas de reeducação e recuperação. Vale lembrar, toda vida, o 
teor da recente sumula 588 de 2017 do STJ, que veda substituição por 
restritivas nos casos de violência domestica. Há ainda um impasse para 
o que sera feito com as situações que já estavam em curso. 
 
Efeitos genéricos e específicos 
 Art. 91 - São efeitos da 
condenação: 
II - a perda em favor da União, 
ressalvado o direito do lesado 
ou de terceiro de boa-fé: 
 a) dos instrumentos do 
crime, desde que consistam 
em coisas cujo fabrico, 
alienação, uso, porte ou 
detenção constitua fato ilícito; 
 b) do produto do crime ou 
de qualquer bem ou valor que 
constitua proveito auferido 
pelo agente com a prática do 
fato criminoso. 
 
 
 
30 
Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz, motivadamente, alterar, a 
forma de cumprimento das penas de prestação de serviços à comunidade e de 
limitação de fim de semana, ajustando-as às condições pessoais do condenado e às 
características do estabelecimento, da entidade ou do programa comunitário ou 
estatal. 
Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado, durante o tempo de 
permanência, cursos e palestras, ou atribuídas atividades educativas. 
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz poderá 
determinar o comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e 
reeducação. 
3. Suspensão de habilitação: Revogação tácita? Art 261 do Código de 
Transito. Normas posteriores do direito de dirigir, do CT, em relação ao CP, 
essas alterações causariam uma revogação tácita do art 57 do CP? 
3.1 O art 57 só trata do crimes culposos, porque os dolosos esta no art 92, 
III + Art 47, III que é quem prevê essa possibilidade de substituição. 
3.2 Então, em relação aos crimes culposos? Será cuidado pelo CT, já os 
dolosos será tratado pelo CP. 
3.3 OBS: Os crimes dolosos de transito, nos quais o veiculo foi utilizado 
como instrumento de lesão intencional, aplica-se o art 92, III do CP, que 
prevê a inabilitação como efeito acessória da condenação criminal – 
restará duvida da existência de limitação temporal. Quanto aos crimes 
culposos de transito, é que se aplicaria como restritiva de direitos a 
substituição pela suspensão TEMPORARIA da habilitação, ocorre que, a 
previsão do código penal é anterior às novas normas da lei de transito 
que versam sobre suspensão de habilitação, como novos prazos, o que 
pode ser entendido como uma revogação tácita do CP, apenas quanto à 
substituição nos crimes culposos (art 57 do CP). 
4. Limitação de final de semana e local de cumprimento: Conforme 
informativo 132 do STJ, na hipótese de não haver casa de albergado, ou 
estabelecimento equivalente, NÃO se admite cumprimento da limitação de 
fim de semana em presidio/penitenciaria, mesmo em cela especial. Em tal 
caso, o sentenciado terá direito ao cumprimento domiciliar. 
 
 
 
 
 
 
 
31 
Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
PROFª DANIELA PORTUGAL 
regime inicial de cumprimento de pena 
Introdução: Quando não da para substituir a privativa de 
liberdade por restritiva de direitos. 
 Critérios: Art 33 do CP 
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou 
aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de 
transferência a regime fechado. 
 § 1º - Considera-se: 
 a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança 
máxima ou média; 
 b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou 
estabelecimento similar; 
 c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou 
estabelecimento adequado. 
 § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma 
progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e 
ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: 
 a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em 
regime fechado; 
 b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e 
não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; 
 c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) 
anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. 
 § 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com 
observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código 
 
32 
Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
§ 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de 
regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, 
ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. 
 
 
1. Tipo de pena: É uma analise em abstrato, feita a luz do preceito 
secundário, definido no tipo incriminador. O legislador vai escolher se vai 
ser reclusão, detenção ou prisão simples, e, o juiz o regime. 
RECLUSÃO → Julgada por crime. O regime inicial pode ser: (I) Fechado; (II) Semi aberto; 
(III) Aberto 
DETENÇÃO → Julgado um crime. O regime inicial pode ser: (I) Semi aberto; (II) Aberto 
PRISÃO SIMPLES → Julgado por contravenção. O regime inicial pode ser: (I) Semi 
aberto; (II) Aberto 
OBS: DETENÇÃO ≠ PRISAO SIMPLES, pois, na detenção caberá regressão para o regime 
FECHADO, mas na prisão simples não cabe. 
2. Quantidade de pena + Primariedade: Pena aplicada. 
PENA > 8 ANOS → Necessariamente (punido com reclusão) o regime inicial será o 
fechado. Se for detenção/prisão simples, será aplicado o semi aberto. 
4 ANOS < PENA ≤ 8 ANOS + NÃO REINCIDENTE → Poderá ser aplicado o regime inicial 
semi aberto (OBS: Esse poderá quer dizer que, poderá também ser aplicado regime 
mais GRAVOSO, dependendo das circunstancias judiciais, mas, não mais brando). 
PENA ≤ 4 ANOS + NÃO REINCIDENTE → Poderá ser aplicado regime inicial aberto ( se as 
circunstancias judiciais forem mais gravosas, poderá ser aplicado regime mais 
gravoso). 
 
33 
Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
 
3. CIRCUNTANCIAS JUDICIAS → Em regra só pioram o regime inicial de 
cumprimento de pena. Mas, a sumula 269 muda esse entendimento. 
EXEMPLO: Homicídio (6-20 anos) com o sujeito primário e com pena 
definitiva de 8 anos, pelo Art 33 se cumprira com regime inicial SEMI 
ABERTO. 
PARA QUE O REGIME FOSSE FECHADO, teria que ser um crime com situações absurdas 
como premeditação e requintes de crueldade. 
 Ausência de vaga: Situação em que há apenas penitenciarias 
(onde se cumpre regime fechado) e não casas de 
albergado/colônias agrícolas . Diante disso, o condenado pode 
acabar cumprindo num regime mais gravoso (lê-se na 
penitenciaria)? Durante muito tempo, os tribunais acreditavam 
que SIM, hoje em dia mais NÃO. 
SUMULA 56 STF: A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza 
a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-
se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS // A 
ausência de vaga no estabelecimento adequando não autoriza imposição 
de regime mais gravoso. 
CRITERIOS DO RE 641.320/RS 
1. Saída antecipada de sentenciado no regime com falta de vagas // Aquele que já 
estava preso e progrediu devera sair para dar lugar ao que agora foi 
ATIVIDADE: FIXE O REGIME INCIAL DE CUMRIMENTO DE PENA 
Joao, reincidente, foi condenado a 5 ano de reclusão. 
R: FECHADO, se fosse primario, dava pra por no semi. 
Joao primário foi condenado a detenção de 9 anos 
R: Semi aberto. 
Joao, reincidente, foi condenado a reclusão de 1 ano. 
R: Fechado, pela lexis, mas, nesse caso o STJ modificou pela 
sumula 269 
 
SUMULA 269 DO STJ. É 
admissível a adoção do 
regime prisional semi-aberto 
aos reincidentes condenados 
a pena igual ou inferiora 
quatro anos se favoráveis as 
circunstâncias judiciais. 
 
 
SUMULA 719 STF. A 
imposição do regime de 
cumprimento mais severo do 
que a pena aplicada permitir 
exige motivação idônea. 
SUMULA 718 STF. A 
opinião do julgador sobre a 
gravidade em abstrato do 
crime não constitui motivação 
idônea para a imposição de 
regime mais severo do que o 
permitido segundo a pena 
aplicada. 
 
 
34 
Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
condenado. O diretor da prisão ira analisar quem já cumpriu mais tempo/ 
quem tem melhor comportamento... a natureza é administrativa. 
2. Monitoração eletrônica para o que sai antecipadamente ou é colocado em 
regime domiciliar. 
3. Substituição por restritiva ou por estudo diante da insuficiência de vaga // 
Estudo = literalmente o sujeito fica obrigado a estudar. 
4. OBS: Ate que sejam estruturadas as medidas poderá ser deferido 
provisoriamente o regime domiciliar para que se inicie o cumprimento de pena. 
 
 Detração/Execução provisória 
DETRAÇÃO → A detração vai resolver as situações em que: a pena definitiva de 5 anos, 
por exemplo, de reclusão, de um condenado não reincidente, onde, a regime inicial 
poderá ser o semi aberto, mas, supomos que ele passou 1 ano preso preventivamente, 
antes de sair a sentença, então a condenação dele vai ser executada em 4 anos (pena 
a cumprir), OU SEJA, agora, ele vai poder enfrentar um regime inicialmente ABERTO. O 
fundamento legal da detração esta no artigo 41 do CP. Ou seja, a detração é o 
abatimento do tempo de prisão preventiva ou internação na decisão definitiva. 
 Detração 
 Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, 
o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e 
o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. 
DETRAÇÃO EM PROCESSOS SIMULTANEOS → Vai resolver as situações em que o 
sujeito responde a dois processos ao mesmo tempo 
Os tribunais superiores admitem detração penal entre processos distintos desde que, o 
crime em que HOUVE condenação seja anterior ao período que se pretende detrair 
 
Crime 
1 
Crime 
2 
Prisao 
preventiva 
de 1 ano 
Absolvição 
Condenação
: 5 anos 
Transito 
em julgado 
1 
Transito 
em 
julgado 2 
 
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Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
Se o crime do processo 2 foi anterior ao prisão preventiva, não haveria problema em 
detrair. LOGO FICARIA: 5 ANOS (P1) – 1 ANO (P2) = 4 ANOS DE PENA A SER EXECUTADA 
NÃO PROMOVE DETRAÇÃO: Data do crime é posterior a prisão preventiva (para não 
gerar credito de pena). 
 
*DANIELA: Acha que se houvesse outro crime entre 2007 – 2008 poderia SIM detrair, 
não justificaria que o sujeito queria gerar credito de pena e sim porque ele nem sabia 
que seria absolvido. 
OBS: O sujeito que é preso preventivamente e depois é absolvido não será indenizado 
porque teoricamente a prisão provisória é justificada para manter a ordem publica. 
OBS2: Pode ser usada como atenuante genérica de pena, mas o tempo que se foi 
preso não sera equivalente a ser subtraído da condenação. 
OBS3: Só será calculada após o transito em julgada. 
≠ EXECUÇÃO PROVISORIA → 
Detração Previsão legal (art 42) 
 Calculo após TJ 
 
Execução provisória Previsão jurisprudencial 
 Calculada no curso do processo 
EXEMPLO: “A”, primario, acusado de estelionato (pena de 1 – 5 anos ), então, é 
decretado a prisão preventiva, essa prisão preventiva não vai poder ser cumprida no 
regime fechado pois: ↓↓↓↓↓ 
Sumula 716: Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a 
aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em 
julgado da sentença condenatória. 
Crime 2006 
Prisao 
preventiva 
(2006 - 
2007) 
Crime* 
Absolvição + 
TJ 2008 
Crime 2009 
Condenação 
5 anos + TJ 
 
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2019.2 
A execução provisória também referida como progressão antecipada foi prevista pelo 
STF na sumula 716 a fim de impedir que processados experimentassem situação mais 
gravosa do que a que eventualmente poderia ser extraída de uma condenação 
definitiva, autorizando com isso, a progressão/aplicação imediata de regime mais 
brando antes do TJ da condenação. 
ISSO NÃO ESTARIA GARANTIDO UMA PRISAO ANTES DO TJ? MESMO QUE 
PROVISORIAMENTE? Muitos doutrinadores colocaram que isso o STF responde que 
isso estaria beneficiando o réu, pois, a prisão preventiva materialmente falando seria 
um regime fechado, e essa progressão na execução antecipada vai permitir que ele 
saia durante o dia, por exemplo, teoricamente, surge para BENEFICIAR O REU. 
Em Outubro de 2016, o plenário do STF passou a autorizar a execução da pena após 
condenação em segunda instancia, anterior portanto ao transito em julgado à revelia 
do quanto previsto na CF art 5º, LVII e de normas internacionais como o Pacto de San 
José da Costa Rica . 
PRISAO PENA ≠ PRISAO PROCESSO → 
Antigamente, o requisito da prisão pena era o TJ da sentença penal condenatória, 
então, o STF começou a admitir a prisão pena não pelos requisitos da prisão 
processual, e sim, pela condenação pelo tribunal de segunda instancia. 
NÃO HÁ INOVAÇÃO EM PRENDER ANTES DO TJ, e sim, porque essa prisão agora esta 
sendo prisão PENA e não mais prisão PROCESSUAL. A decisão do STF se deu no 
julgamento do HC 126292, após o qual, o PEN (Partido nacional ecológico) + CFOAB 
(Conselho federal da OAB) ingressaram com as ADCs numero 43 e 44, cujas liminares 
pleiteadas foram indeferidas pelo STF. O julgamento das ADCs e do HC foram muito 
controversas, inclusive, o ministro Barroso disse que seria uma mutação 
constitucional, já os outros ministros vão REINTERPRETAR o sentido do TJ da CF, em 
que, por não haver mais analise de fatos do processo após a segunda instancia, logo, 
poderia sim haver a prisão pena após a condenação em 2ª instancia. 
Essa prisão processual tem algumas espécies, mas, a mais comum é a prisão preventiva 
que tem como requisitos: 
 Garantia da ordem publica 
 Garantia da ordem econômica 
 Garantia de aplicação da lei penal 
 Conveniência de instrução 
 
 Progressão de regime: O modelo prisional brasileiro é o PROGRESSIVO de 
comprimento de pena, o que se entende é que esse sistema estimula o bom 
comportamento, pois, o sujeito experimenta melhor situação caso ele se 
 
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2019.2 
comporte, ele é originado na Holanda e na Inglaterra é inserido fases como o 
semi aberto. A progressão é referida na LEP art 112. 
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a 
transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o 
preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar 
bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, 
respeitadas as normas que vedam a progressão. // REGRA GERAL = Progressão 
após o cumprimento de 1/6 de pena (critério OBJETIVO) + Bom comportamento 
(critério SUBJETIVO) 
CRITERIO OBJETIVO: Esbarra nas vedações de progressão, ou seja, que 
estabeleciam o chamado regime integralmente fechado. A vedação da ERA a do art 
2º dos crimes hediondos, mas essa redação foi ALTERADA = 
REDAÇÃO ANTIGA: Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito 
de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: 
§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida integralmente em 
regime fechado. // O STF declara a inconstitucionalidade pelo principio da 
individualização das pena, pois, sujeitos diferentes poderiam acabar 
experimentando o mesmo tratamento penal. Assim, ele passa a autorizar a 
progressão do regime para hediondos e equiparados (TTT), ele

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