Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 PROFª DANIELA PORTUGAL Caso pratico + sentença penal condenatória Consta da denuncia que na madrugada de 10 de Julho de 2018, o denunciado XXX, na Av Centenário, Salvador, Bahia, tentou subtrair a bolsa de YYY, na qual constava sua carteira com cerca de 200 reais em dinheiro. Quando interrogado perante autoridade policial o acusado confessou os fatos, todavia, em juízo, modificou a versão passando a negar a autoria. A autoria e materialidade do crime foram provadas a partir das câmeras de vigilância no local. No curso do processo constatou-se que o acusado respondia a outros 3 processos por crimes patrimoniais, sem que houvesse todavia, transito em julgado em nenhum deles. Com isso, XXX foi denunciado por furto simples tentado praticado durante o repouso noturno. Elabore a respectiva sentença penal condenatória. OBS: Consultar os art 155 e 14 do CP + definir o regime de cumprimento (art 33 do CP)/ definir se é possível a substituição por pena restritiva de direitos. Sistema trifásico/ Nelson Hungria: Etapas da sentença; Não basta saber o conteúdo, tem que ser nessa ordem! Fase Ponto de partida Critério examinado Ponto de chegada 1 Pena cominada Aplicar as circunstancias judiciais (encontradas no artigo 59 do Código Penal + antecedentes criminais, há entendimentos em sumulas) Pena base 2 Pena base Circunstancias legais: Atenuantes (art 65 e 66) e agravantes (art 61 e ss.) Pena provisória/intermediaria Sumulas STJ: 444, 545, 231 Emendatio libelli: quando a denuncia caracteriza um artigo, mas o juiz coloca que é outro. 2 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 3 Pena provisória Majorantes e Minorantes Pena definitiva Estrutura básica da sentença: 1.1 Relatório: principais eventos ocorridos ao longo da investigação. 1.2 Fundamentação teórica: teses de pnal II, para examinar, por exemplo, se pode-se alegar excludentes de ilicitude, por exemplo. 1.3 Dosimetria da pena. teorias da pena Teorias da pena (legitimadoras) Teoria absoluta: o que justifica a pena privativa de liberdade é a finalidade retribuitiva, a pena é um imperativo categórico (Kant) = tem que punir porque tem que punir. Teoria mista: Combina diferentes funções a pena. Exemplo: art 59 do CP que diz que a pena serve para a prevenção e a retribuição. Teoria relativa: justifica a pena privativa pois funciona como uma prevenção : (I) Geral, prendendo o criminoso para que a sociedade não cometa crime e (II) Especial, para que o criminoso não cometa crimes. 1. A teoria GERAL se divide ainda em: (I.1) Negativa = a pena intimida a sociedade a não cometer mais crimes, exemplo: teoria da coação psicológica (Feuerbach) e (I.2) Positiva = a sociedade não comete mais crimes pois vai identificar/reconhecer naquela conduta uma conduta criminosa, a sociedade passa a conhecer as normas. CRITICA: Instrumentaliza a figura do apenado, mas o fim da pena esta na sociedade e não no sujeito. 2. A ESPECIAL se divide em: (II.1) Negativa = o apenado é neutralizado para não cometer mais crimes e Positiva (II.2) = a pena é uma oportunidade de ressocialização, permitindo que o sujeito deixe de cometer crimes no momento e dali pra frente. 3 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 Teorias deslegitimadoras Minimalismo – Teoria agnóstica da pena/ Abolicionismo moderado (Zaffaroni): O direito penal tem que ser reduzido. Doutrina: em busca das penas perdidas, onde Zaffaroni diz que a pena é uma vingança institucionalizada, um ato de violência e justamente por ser sempre vingança, significaria dizer que não há nenhum argumento cognoscível capaz de justificar a pena privativa de liberdade, dai vem o nome “agnóstico” pois não há como conhecer o porque de ter a pena privativa de liberdade. Apesar de entender que não há nada que justifique legitimamente a pena privativa de liberdade, ele ainda assim admite que se continue usando tal medida, mas, somente quando não há outra forma de atuação possível pensada pelo Estado. OBS: Nem todas as teorias minimalistas são deslegitimadoras, há o minimalismo legitimador que é o Garantismo Penal (Luigi Ferraioli – Direito e Razão) = uma 4 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 vez as garantias respeitadas na aplicação da pena, tornam a pena racional. Abolicionismo (Louk Hulsman, Mathiesen, De Celis, Davis – Penas perdidas): A pena é vingança do Estado, não há razão para que ela aconteça então, ela não deve ser utilizada. Parte de uma analise da realidade. Quem se ressocializa o faz apesar da pena e não por causa dela. A pratica criminosa vai continuar acontecendo mas, há como ela diminui através da adoção de politicas publicas. Mathiesen vai entender o abolicionismo como um porvir constante. 5 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 pena privativa de liberdade Espécies de pena: art 32, titulo V do CP: O magistrado deve obediência aos princípios como a legalidade. O direito penal é um direito autônomo, então o fato de por exemplo ser aplicado uma multa criminal, nada impede que haja multas administrativas, cíveis... Pena privativa de liberdade Pena privativa de direito Pena de multa 1. Princípios correlatos 1.1 Individualização da pena: o delito forma um molde abstrato que pode ser aplicado a varias condutas, mas, cada pena deve ser medida no caso concreto. Todas as particularidades devem ser levadas em conta. 1.2 Intrancendencia das penas: a pena não passara da pessoa do condenado, ressalvando o dever de reparação do dano. 1.3 Ne bis in idem: é vedado o duplo processo em virtude do mesmo fato. Exemplo: não se pode agravar a pena do aborto porque é crime cometido contra a mulher gravida. 1.4 Humanização/Humanidade das penas: Não haverá penas de morte, salvo em caso de guerra declarada, além disso também não haverá penas de caráter perpetuo, de trabalhos forçados, de banimento e cruéis. Sistemas prisionais Sistema Pensilvanico/Filadelfico: Surge nos EUA e começa a ser aplicado em 1790 e é o sistema do isolamento absoluto, dentro ainda de uma aproximação muito grande da ideai de especiação. Sistema Aubuniano: Surge também nos EUA em 1818, que é o chamado “Silence system” = já não era mais uma pena cumprida em isolamento absoluto mas, durante o dia esse preso era colocado em convívio comum e esse convívio tinha como finalidade o trabalho forçado e o preso era proibido de manter qualquer tipo de comunicação, haveria um silencio absoluto durante o cumprimento da pena. Já durante a noite, se mantinha o isolamento absoluto. 6 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 Sistema progressivo: Surge no século XIX na Inglaterra e que depois é aperfeiçoado na Irlanda. Sendo um sistema de privação de liberdade que autoriza uma aproximação gradual com a vida social. Isolamento absoluto -> regime semi aberto -> regime aberto -> livramento. Visa estimular o bom comportamento prisional e punir o mal. O Brasil adota o sistema progressivo. Dosimetria da pena privativa de liberdade: Sistema trifásico ou Nelson Hungria primeira fase Pena cominada: definida pelo legislador para um determinado delito. Sempre se traduz como um limite mínimo e um limite máximo da dosimetria. O juiz vai verificar se a conduta é simples, qualificada ou privilegiado. O tipo simples é do caput, forma base do delito. Se um novo preceito secundário é colocado pelo legislador, precisa-se verificar se é um titulo privilegiado (pena menor) ou qualificado (pena maior). Tecnicamente não existe crimes duplamente ou triplamente qualificados, quando juiz qualifica, ele qualifica uma vez so, mesmo que incida mais de uma qualificadora, mas, para que o juizfaça valer a individualidade da pena, o juiz tem que escolher uma qualificadora (normalmente a mais grave), uma vez elegida essa, serão utilizadas como Fase Ponto de partida Critério examinado Ponto de chegada 1 Pena cominada Aplicar as circunstancias judiciais (encontradas no artigo 59 do Código Penal + antecedentes criminais, há entendimentos em sumulas) Pena base 2 Pena base Circunstancias legais: Atenuantes (art 65 e 66) e agravantes (art 61 e ss.) Pena provisória/intermediaria 3 Pena provisória Majorantes (causa de aumento) e Minorantes (causa de diminuição) Pena definitiva 7 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 agravantes de pena. OBS: O legislador pode errar, como por exemplo no artigo 127, onde é anunciado como forma qualificada mas é na verdade uma causa de aumento, contudo, há também os casos que a forma qualificada não esta dita no código mas, é uma qualificadora, como no art 157 §3º. Circunstâncias judiciais: art 59; podem ser favoráveis, desfavoráveis ou neutras. 1. Culpabilidade: Não é a culpabilidade de penal II, que é um elemento analítico (crime = fato típico + ilícito+ culpável), logo, essa culpabilidade já foi cumprida. Essa culpabilidade do art 59 é o grau de censurabilidade/reprovabilidade da conduta praticada pelo sujeito 2. Antecedentes: bons ou maus, essa analise é feita em conjunto com a ideia de reincidência. Serão usadas a titulo de maus antecedentes as sentenças penais condenatórias com transito em julgado, que não forem utilizadas para gerar reincidência, vinculado pela sumula 444 do STJ. É preferível, que a sentença transitada em julgada, que ela seja usado como agravante (em reincidência) e não como circunstancia judicial. 3. Conduta social: Como o sujeito se comporta no seu meio. Surgem as testemunhas abonatórias, que são pessoas que não te conhecimento dos fatos, mas que soa levados ao processo para falar da pessoa que esta sendo julgada. Há uma critica a essa uso, pois legitima um “direito penal do autor”, que é sinônimo do direito penal do inimigo. Cálculo da pena Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua. Fixação da pena Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: I - as penas aplicáveis dentre as cominadas II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; Art. 59. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: I – as penas aplicáveis dentre as cominadas; II – a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; III – o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; IV – a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível Súmula 444 do STJ: É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base. https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27444%27).sub.#TIT1TEMA0 https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27444%27).sub.#TIT1TEMA0 https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27444%27).sub.#TIT1TEMA0 https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27444%27).sub.#TIT1TEMA0 https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27444%27).sub.#TIT1TEMA0 8 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 4. Personalidade do agente: Características psíquicas do sujeito. É por isso inclusive que muitos juízes se recusam a julgar a personalidade do agente. 5. Motivos, circunstancias e consequências do crime: CUIDADO para não incorrer em bis in idem, pois: os 3 tratam de fatores que normalmente deverão ser ponderados em outras fases de dosimetria de pena, como por exemplo em um homicídio cometido por motivo fútil, ou seja, não se pode ser qualificadora e como circunstancia judicial, o mesmo para o motivo torpe no roubo. Quando isso acontecer, o juiz não é livre para escolher como circunstancia ou como agravante, e sim, ele deve encaixar onde ela pesa mais. OBS: Qualificadoras ganham de qualquer um do triangulo abaixo, ela esta na pena cominada especificada, tipifica no código a conduta. 5.1 PESO das circunstancias fáticas: Quanto mais pra baixo, mais pesado. Comportamento da vitima: Exposto no art 50 da exposição de motivos das reformas do CP = o legislador coloca o comportamento da vitima como fator criminogeno e como “exemplo” no crime de estupro, ele legitima a culpabilização da vitima no crime de estupro, perguntando a roupa da vitima, se ela era sexualmente ativa...; Jurisprudencialmente se entende que o comportamento da vitima vai ser favorável (estimulou o crime), neutra (não influenciou o crime), mas nunca desfavorável. Exemplo: uma vitima que lutou com o agressor para que ele não a estuprasse, isso não vai poder ser interpretado como uma circunstancia desfavorável. 6. OBS: A sumula 241 do STJ prevê que uma mesma sentença condenatória não pode ser simultaneamente considerada para gerar reincidência e maus antecedentes, ou seja, vai preferencialmente ser usada como a reincidência. Circunstancia judicial Circunstancia legal Majorantes e minorantes Art. 50. Exposição de motivos: Fez-se referência expressa ao comportamento da vítima, erigido, muitas vezes, em fator criminógeno, por constituir-se em provação ou estímulo à conduta criminosa, como, entre outras modalidades, o pouco recato da vítima nos crimes contra os costumes. Sumula 241 do STJ: A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial. Sumula 231 do STJ: A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal. 9 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 7. OBS2: Não há um tempo para que se deixe de considerar a má antecedência, teoricamente, mas, O STJ já entende que poderia haver analogia benéfica com o prazo depurador. 8. OBS3: Medida de segurança e socioeducativas não contam como maus antecedentes. Fixação da pena base: A sumula 231 do STJ determina ao tratar da pena provisória, que a incidência de atenuante não poderá leval à redução a pena provisória em patamar abaixo do mínimo legal, o mesmo raciocínio também é aplicado no tratamento da pena base. Exemplo: Se estou diante de um crime com pena cominada em 1 a 4 anos = Se, todas as circunstancias judiciais forem (I) favoráveis, a pena base vai ser 1 ano, se (II) neutras, também 1, se há circunstancias (III) favoráveis e desfavoráveis a pena é maior igual a 1, e se são (IV) todas desfavoráveis a pena é necessariamente > do que 1. Há muitos entendimentos da doutrina sobre a dosimetria de pena, mas, o que se coloca jurisprudencialmente é quea pena base devera se aproximar ao máximo da previsão mínima legal, pois, ainda há muitas fases a serem valoradas, para não gerar penas exorbitantes. segunda fase Circunstancias legais: art 61 a 65 Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: I - a reincidência; II - ter o agente cometido o crime: a) por motivo fútil ou torpe; b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido; d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum; e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade; j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido; l) em estado de embriaguez preordenada. 10 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 1. Agravantes: O caput homenageia o principio do ne bis in idem quando impede que as qualificadoras funcionem como agravantes de pena. Exemplo: não se pode agravar o crime de aborto por ser crime cometido contra mulher gravida e nem de crime praticado contra criança, pois, isso é elemento constitutivo do crime. TODAS SÓ PODEM INCINDIR SE HOUVER CONHECIMENTO DO AUTOR. 1.1 Reincidência: Agravante preponderante, conceituada no CP no art 63 e 64. Reincidência Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime (CRIME NOVO POSTERIOR AO TRANSITO EM JULGADO), depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. 1.1.1 OBS1: No crime culposo, não se aplicam as agravantes de pena, com a exceção da agravante da reincidência. 1.1.2 OBS2: A reincidência para a sentença se verifica no momento da pratica da infração. Há divergência sobre. 1.1.3 Exemplo: Um sujeito comente um furto, é sentenciado o furto com sentença transitado em julgado. Depois, comete um estelionato, na sentença desse, ele será considerado reincidente em virtude do estelionato se tratar de um novo crime cometido após o transito em julgado da sentença condenatória do furto (crime anterior). Na primeira fase (circunstancias judiciais), devera o agente ser considerado possuidor de bons antecedentes, uma vez que, a sentença do furto não poderá ser duplamente utilizada na primeira e na segunda fase. 1.1.4 Exemplo 2: Um sujeito comete um furto, um estelionato e um homicídio. A primeira sentença a transitar em julgado é a do furto, assim, na sentença dos crimes de estelionato e de homicídio ele será considerado novamente um réu primário mas possuidor de maus antecedentes. Ele so perderia o reu primário se o estelionato/homicídio tivesse sido cometido após o transito em julgado da sentença do furto. 1.1.5 Exemplo 3: Se o sujeito do exemplo 2, depois do transito em julgado do furto, cometesse um crime de dano sem o transito em julgado do homicídio e do estelionato, ele seria considerado um reincidente com bons antecedentes. UM TRANSITO EM JULGADO SO PODE GERAR UM EFEITO, NO CASO, A REINCIDENCIA, MAS SE HOUVESSE MAIS UMA SENTENÇA 11 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 TRANSITADA EM JULGADO ELA PODERIA CONSTITUIR O MAU ANTECEDENTE. 1.1.6 Exemplo 4: Um sujeito comete uma contravenção penal, com sentença transitada em julgado. Depois, ele comete um roubo, na sentença desse roubo, ele sera considerado reu primário com maus antecedentes (CONTRAVEÇÃO PENAL NÃO É CRIME!). Atividade: João praticou delito de furto em 20 de Janeiro de 2001, tendo sido sentenciado pelo referido crime em 30 de Abril de 2003. Logo após, em concurso com outros agentes integrou pratica de estelionato na qual foi preso em flagrante em 18 de Julho de 2003. João, ainda cumprindo prisão preventiva pelo estelionato, recebeu noticia, em 2 de outubro de 2004 do transito em julgado referente à sua condenação pelo furto, não tendo sido providos os recursos apresentados. Em 14 de Junho de 2005, o agente foi condenado pelo estelionato, acerca desta decisão, responda: Pode ser João, considerado reincidente e possuidor de maus antecedentes? Justifique. Resposta: Ele será considerado réu primário pois não há crime novo após o transito em julgado e possuidor de maus antecedentes, uma vez que existe contra ele uma sentença penal condenatória transitada em julgado. 12 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 Atividade: João em 10/1/2000, praticou roubo e sua sentença condenatória foi proferida no dia 28/12/2000, tendo o seu transito em julgado ocorrido em 15/4/2004. Considerando a narrativa acima, responda: a) Imaginemos que João em 4/6/2005 pratique injuria, cuja sentença seja proferida em 15/11/2005. Como será João considerado nessa sentença? RESPOSTA: Reincidente com bons antecedentes. b) Imaginemos que João, pratique receptação em 1/1/2003 e que a sua sentença condenatória somente seja proferida em 10/5/2006, pouco tempo após, o transito em julgado da condenação por injuria, fato descrito no item anterior. Como João deverá ser considerado na sentença condenatória referente à receptação? RESPOSTA: Primário com maus antecedentes. OBS: A divergência doutrinaria diria que ele era reincidente com maus antecedentes, mas, a maioria (garantista) entende como primário. 1.2 Não geram reincidência: art 63 Art. 64 - Para efeito de reincidência: I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação; II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos 1.2.1 Crimes militares: praticados por militar que estão previstos o código penal militar. 1.2.1.1 Próprios: Exclusivamente militares, sendo somente previsto no CPMilitar. 1.2.1.2 Impróprios: Transplantados para o CPM a partir do CP/leis esparsas, ou seja, não são exclusivamente militares. 1.2.1.3 Exemplo: Um militar comete o crime de deserção (em serviço), onde foi sentenciado e transitada em julgado a sentença. Depois, ele praticou um crime de furto, na sentença que condena ele por esse furto, mas, o delito da deserção transitado em julgado não sera considerado, ou seja, na sentença do furto ele vai responder como reu primário com bons antecedentes. 1.2.1.4 Exemplo2: O militar, em serviço, praticou uma lesão corporal, que houve sentença e um transito em julgado. Depois, ele comete um furto, mas, nesse caso, sera considerado reincidente possuidor de bons antecedentes. 13 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 1.2.2 Crimes políticos: aqueles previstos na lei de segurança nacional (lei 7170/83) + crimes de responsabilidade (ex: impeachment). De acordo com a referida lei, a sua incidência ira considerar a motivação do agente voltada para lesionar integridade territorial e soberania nacional; regime representativo democrático federação e estado de direito; os chefes dos poderes da União. Não caracterizam a reincidência. 1.2.3 Prazo depurador: Existe um prazo de 5 anos que vai ser respeitado,em que, após esse tempo, o reu recupera a primariedade (depois que termina o cumprimento da pena). Há precedentes para que o prazo depurador se aplica para maus antecedentes, apesar da divergência entre as turmas do STF. 14 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 1.2.4 Reincidência nas contravenções penais: Esta na LCP, art 7º = também pressupõe sentença condenatória transitada em julgado, seja essa primeira condenação por crime ou por contravenção penal, desde que essa também seja considerado assim no BR. Art. 7º da LCP: Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção 15 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 Infração 1 Transito em julgado da infração 1 Infração 2 Status do agente na infração 2 Fundamento legal Crime Crime Reincidente Art 63, CP Crime (BRA) Contravenção Reincidente Art 7º, CLP Crime (EST) Contravenção Reincidente Art 7º, CLP Contravenção (BRA) Contravenção Reincidente Art 7º, CLP Contravenção (EST) Contravenção Primário Não se aplica art 7º da LCP Contravenção (BRA/EST) Crime Primário (maus antecedentes) Não se aplica art 63 do CP 1.3 Crime cometido por motivo fútil ou torpe: O fútil é aquele desproporcional/banal e o torpe é a crueldade e a reprovabilidade. 1.3.1 OBS: Feminicidio é qualificadora do homicídio e pode ser agravado por motivo torpe, apesar de haver divergência doutrinaria, mas, a maioria crê que não é BIS IN IDEM pois o feminicidio é objetivo e a torpeza subjetiva. 1.3.2 OBS2: São agravantes preponderantes 1.4 Para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: Agravante por conexão. Essa ideia de outro crime não precisa ser necessariamente crime de mesma autoria. Exemplo = Matar a testemunha, o segurança de um banco. 1.5 À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido: Ataque desleal, onde o autor utiliza-se da confiança (traição), surpresa da vitima (emboscada) e a dissimulação seria uma mentira contada para gerar uma confiança na vitima. 1.6 Com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum: Não dá a vitima a chance de se defender. Exemplo: caso dos Nardoni, a asfixia de Isabela antes de joga- la do prédio impossibilitou que ela se defendesse de ser jogado do prédio. 1.6.1 OBS: Esse “veneno” é qualquer elemento capaz de perturbar ou destruir as funções vitais da vitima, levando em consideração suas doenças. Exemplo: sal para um hipertenso. 1.7 Contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge: Em relação aos filhos adotivos, a doutrina ainda consegue utilizar esse 16 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 agravante, mas, para companheiros (união estável) a doutrina que equipara é menor. 1.8 Com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica: Não é apenas em relações familiares. Exemplo: um patrão que estupra a empregada que mora na mesma casa. 1.8.1 OBS: Essa lei especifica é a lei Maria da Penha. 1.8.2 OBS2: Os crimes contra os companheiros (União estável) se encaixa aqui, uma vez não encaixada no cônjuge. 1.9 Com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão: Exemplo: o cirurgião que violenta mulheres. 1.10 Contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida: Criança pelo ECA é o com ate 12 anos incompletos. 1.11 Quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade: Sujeitos que estão na proteção direta do Estado. Exemplo: quando um preso é mudado de cela onde nessa cela estão presos da facção rival. 1.11.1 OBS: isso não engloba pessoas que estão somente perto de policiais, a proteção deve ser direta a ela, como no caso de pessoas escoltadas. 1.12 Em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido: O agente se aproveita da calamidade para praticar crimes. Exemplo: Arrastões em situações de greve da policia. 1.13 Em estado de embriaguez preordenada: A pessoa se embriaga par praticar o crime (para “criar coragem”), se foi por qualquer outra situação, ate se o sujeito se embriaga porque quer, mas não tem a intenção de criar o delito, essa agravante não incide. Essa embriaguez não necessariamente é somente para álcool. 1.14 Promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes: autoria intelectual. 1.15 Coage ou induz outrem à execução material do crime; instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou Agravantes no caso de concurso de pessoas Art. 62. A pena será ainda agravada em relação ao agente que: I – promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; II – coage ou induz outrem à execução material do crime; III – instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; IV – executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa. 17 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 não punível em virtude de condição ou qualidade pessoal: Autoria mediata. Coação física e moral. 1.15.1 OBS: A pessoa que praticou o crime na coação física exclui tipicidade e a moral a culpabilidade, mas, o autor mediato ser apenado com essa agravante. 1.16 Executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa: O matador de aluguel. 2. Atenuantes: art 65 e 66 2.1 Caput: é vedado o duplo beneficio segunda a doutrina e a jurisprudência, apesar da redação do caput não fazer essa ressalva. 2.2 Inciso I: Atenuante preponderante. Popularmente, o agente ser menor de 21 anos, é a “atenuante da menoridade”, tecnicamente não é um menor, ate porque, se se esta condenando, o agente é imputável, no caso ele é menor de 21 e maior/igual a 18 anos, pois, teoricamente na juventude as ações seriam mais impulsivas. Já a dos 70 anos, é a atenuante da “senilidade” (expressão já não mais usado). 2.3 Inciso II: Não se confunde com o artigo 21 do CP, que fala do desconhecimento da ilicitude (não saber que é crime). É colocado em situações muito especificas, normalmente em consonância com o principio da eventualidade, explorar todas as teses defensivas cabíveis. Exemplo: um sujeito comete uma situação de agiotagem, o advogado de defesa vai dizer primeiro que houve um erro de subsunção inevitável, excluindo a culpabilidade, mas, uma vez que o juiz diga que não cabe, que pelo menos o réu seja apenado com essa atenuante em que ele conhecia a ilicitude mas não conhecia a lei em si. 2.4 Inciso III alínea a: Atenuante preponderante. O que é um relevante valor social? Valorado de uma maneira geral pela sociedade de maneira positiva. Exemplo: Robin Hood. O que é um relevante valor moral? É uma motivação pessoal, mas que é entendida enquanto nobre. Exemplo: o pai que mata o estuprador de sua Art. 65. São circunstâncias que sempre atenuam a pena: I – ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; II – o desconhecimento da lei; III – ter o agente: a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. 18 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 filha. 2.5 Inciso III alínea b: Se aproxima muito do art 15 (arrependimento eficaz e desistência voluntaria), mas, aqui o delito foi consumado. Exemplo: Um sujeito começa esfaqueando o outro mas no meio da execução se arrepende e leva a vitima para o hospital, mas, mesmo assim a vitima morre. A reparação do dano vai se aproximar do art 16 (arrependimento posterior), mas, essa reparação ocorreu após o recebimento da denuncia ou em crime com violência/ grave ameaça. Exemplo: O assaltante (o assalto em si é um crime violento) que repara o dano. 2.6 Inciso III alínea c: Coação moral resistível, é a situação em que não se encaixa nos requisitos do art 22,que é da coação moral irresistível. 2.6.1 OBS: Lembrar que o art 22 é somente para agente públicos, mas, nessa situação abrange relações privadas. 2.6.2 OBS2: A forte emoção, apesar de não excluir a imputabilidade penal (art 28, I), mas, o código vai coloca-la como atenuante. 2.7 Inciso III alínea d: Confissão espontânea perante autoridade. Ou seja, aquelas confissões que foram interceptadas, se não for confirmada por ele, não será considerada. Esse artigo visa abonar o agente que tem facilitar o andamento da investigação. Exemplo: O sujeito, perante autoridade policial confessa o crime (sem advogado, sem saber seus direitos...) e então, perante o juiz, se retrata de sua confissão, mas, mesmo assim o juiz o condena . OBS: Art 155 do CPP diz que o juiz não vai poder fundamentar sua convicção apenas nos elementos informativos do inquérito, mas pode com os elementos do processo, então, nessa condenação pode usar pelo menos parte dos elementos do inquérito? Os tribunais colocam que os elementos repetíveis do inquérito podem ser usados, desde que, a decisão não se baseie somente nisso. Mas, uma vez feito isso, poderia se utilizar da confissão feita em primeiro momento, como atenuante de pena? A matéria foi sumulada pelo STJ na sumula 545, e diz que uma vez que a confissão que depois foi negada, mas mesmo assim o juiz condena, ele fica obrigado a atenuar a pena como atenuante. 2.7.1 O processo penal divide a confissão em: (I) simples e (II) qualificada. A qualificada é associada necessariamente a uma tese defensiva, o CPP o define como: Art. 155 do CPP. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Súmula 545 do STJ. Quando a confissão for utilizada para a formação do convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no art. 65, III, d, do Código Penal. https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27545%27).sub.#TIT1TEMA0 https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27545%27).sub.#TIT1TEMA0 https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27545%27).sub.#TIT1TEMA0 https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27545%27).sub.#TIT1TEMA0 https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27545%27).sub.#TIT1TEMA0 https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27545%27).sub.#TIT1TEMA0 https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27545%27).sub.#TIT1TEMA0 19 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 “Assume a autoria da conduta para negar a pratica do crime.” Essa tese, é usada normalmente para construção de teses para discriminantes putativas. Exemplo: o réu confessa que matou alguém para se defender. Poderia o juiz fatiar a confissão? ignorando a legitima defesa, e dizer que o réu é um assassino confesso? Teoricamente pode, mas isso é extremamente maléfico a linha defensiva. 2.8 Inciso III alínea e: Crime multitudinário, é o agente “maria vai com as outras.” 2.9 Art 66 caput: Atenuante inominada de pena = É a maior diferença entre as atenuantes e as agravantes. As agravantes são regidas em legalidade estrita, ou seja, só se pode agravar pelo o que esta expressamente previsto em lei, mas a as atenuantes não, o juiz pode diminuir a pena por qualquer circunstancia relevante. Exemplo: no caso de Jose Dirceu, ele pediu a atenuação de pena o fato dele já ter sido preso injustamente na época da ditadura. 3. Calculo da pena provisória: O legislador não definiu valores de atenuação/agravamento de pena, o código so coloca no art 67 que, no caso de concurso de agravantes e atenuantes, em que a pena deve se aproximar do indicado pelas circunstancias preponderantes. São elas: 3.1 Personalidade: Art 65, I (atenuante preponderante) 3.2 Reincidencia: Art 61, I (agravante preponderante) 3.3 Motivos: Existindo motivos pro caso, ele poderá ser atenuante (Art 65, III, a) ou agravante (Art 61, II, a) preponderante. 3.4 As circunstancias preponderantes, são as que vao prevalecer para se aumentar/diminuir a pena provisória em relação a pena base. 3.5 Quando não há preponderantes mas há, por exemplo, atenuantes e agravantes, se o juiz QUISER ele pode atribuir a elas o mesmo valor, ele poderá igualar a pena base a pena provisória. 3.6 Quando há agravantes e atenuantes preponderantes, a doutrina e a jurisprudência coloca que elas tem uma “ordem de preferencia”, que já esta colocado na sequencia dos itens 3.1, 3.2 e 3.3. Ou seja, a personalidade é uma super preponderante e o motivo é a menos importante das preponderantes. Art. 66. A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei. Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes Art. 67 No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo- se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. 20 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 3.7 Jurisprudencialmente, discute-se a natureza preponderante da confissão. Para o STJ, tem natureza preponderante equivalente à reincidência, devendo portanto ser compensada (STJ, HC 301693/ SP). Para o STF, apesar da divergência interna, entende-se que a reincidência prevalece sobre a confissão. 3.8 Na fixação da pena provisória, o juiz terá que atenta para a sumula 231 do STJ: A pena mínima e a máxima são intransponíveis. 3.9 As frações de aumento e diminuição, a menos expressiva, usada na terceira fase, é a de 1/6. Assim, há doutrinadores que colocam que esse 1/6 poderia ser o máximo a ser agravado/atenuado na 2ª fase. Sumula 231 do STJ. A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal. 21 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 terceira fase: causas de diminuição e de aumento de pena Introdução: Não estão sistematizadas no artigo, elas estão espalhadas pelo código, na parte geral e na parte especial (normalmente no próprio artigo do crime – exemplo: art 121, §1º, Art 122 paragrafo único, Art 155 §1º -- que esta sendo julgado ou nas disposições gerais referentes ao titulo/capitulo em que o crime estiver inserido – exemplo: Art 141, Art 226 – ). 1. Causas de diminuição: minorantes 1.1 Artigos da parte geral: Art 14 paragrafoúnico, 16, 21 parte final, 24 §2º, 25 paragrafo único, 28 §2º, 29 §1º. 2. Causas de aumento: majorantes 2.1 Artigos da parte geral: Art 29 §2º parte final, 70 parte inicial, 71 caput e paragrafo único, 73 parte final, 74 parte final. 3. Diferentemente das agravantes e atenuantes o legislador quantificou os parâmetros. Uma vez aplicadas as causas de diminuição e de aumento, a pena definitiva PODERÁ ficar acima do máximo ou abaixo do mínimo. 4. Concurso de causas de aumento/ diminuição: Art 68 paragrafo único. 4.1 Se for o concurso de causas de aumento e de diminuição da parte geral, o juiz, obrigatorimente, ira aplicara todas, da mais expressiva a menos expressiva. 4.2 Se for o concurso de causa de aumento e de diminuição da parte especial: se aplicara o art 68 paragrafo único. O juiz poderá: (I) aplicar tudo como na parte geral ou (II) o juiz se limita a um aumento e uma diminuição. Uma vez escolhendo II, necessariamente ele vai ter que escolher a causa que mais aumente e a causa que mais diminua. 5. Forma de cálculo: Aplicação isolada x Aplicação sucessiva: Com que forma de calculo eu vou trabalhar? 5.1 Aplicação isolada: A base de calculo é fixa, que vai ser a própria pena provisória. 5.2 Aplicação sucessiva: A base do calculo é variável, ou seja, o resultado de uma operação vai ser a base do cálculo da operação seguinte. 5.3 Qual forma de calculo é maior/pior para o réu? OBS: A organização dos artigos do código é logica. Os artigos só se aplicam aquilo que esta acima delas. Por exemplo, o artigo 5º se aplica a todos os anteriores, mas não se aplica ao 6º. Cálculo da pena Art. 68 A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua. 22 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 5.4 Exemplo: Se tem, 3 causas de aumento de ½ da pena e uma pena provisória de 2 anos. 5.4.1 Aplicação isolada: 2 + 2 ½ + 2 ½ + 2 ½ = 2+ 1 + 1 + 1 = 5 anos 5.4.2 Aplicação sucessiva: 2 + 2 ½ = 3 3 + 3 ½ = 4,5 4,5 + 4,5 ½ = 6,75 5.5 Exemplo2: Se tem 3 causas de diminuição de ½ e a pena provisória de 2 anos: 5.5.1 Aplicação isolada: 2 – 1- 1 – 1 = -1 5.5.2 Aplicação sucessiva: 2 -1 = 1 1 – 0,5 = 0,5 0,5 – 0,25 = 0,25 5.6 Nas causas de aumento e de diminuição a aplicação SUCESSIVA é sempre PIOR. As causas de aumento e de diminuição conforme o entendimento majoritário são APLICADAS de forma SUCESSIVA, isto é, uma sobre as outras, o que é pior para o acusado em ambos os casos, tanto na aplicação das majorantes, quanto n aplicação das minorantes. Jurisprudencialmente justifica-se tal formado para o fim de evitar a “pena 0” ou, pena negativa. 5.7 OBS1: Doutrina minoritária diante disso, sustenta aplicação isolada para causas de aumento e aplicação sucessiva para causas de diminuição. 5.8 OBS2: A segunda fase de dosimetria no calculo das circunstancias legais, trabalha com a aplicação isolada (formato JUROS SIMPLES). 5.9 OBS3: Os juízes podem fugir ao entendimento majoritário? SIM, o juiz pode aplicar a isolada ou a sucessiva. Mas, em tese, o juiz tem que justificar por que escolheu a da doutrina minoritária. 5.10 OBS4: A doutrina majoritária diz que as causas de aumente se aplica da que menos aumenta -> para a que mais aumenta; e as causa de diminuição vai da que menos diminui -> mais diminui. 5.11 OBS5: Para a doutrina mais garantista, primeiro se calcula os aumentos e depois se calcula as diminuições, mas, o CP no ar 68, que teoricamente, consagra o sistema trifásico, mas, a sua redação diz NESSA ORDEM: “... as causas de diminuição e de aumento”, então, é com base na interpretação literal do código estaria obrigando a primeiro ter que diminuição e depois o aumento. Art. 68 A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. 23 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 substituição por restritiva Conceito: Chamado popularmente como “penas alternativas”, mas, as penas alternativas na verdade é o gênero do qual tem a espécie das penas restritivas de direito, que são na pratica, qualquer pena que não seja a prisão. Mas, as penas restritivas de direito, especificamente são espécies de penas que seguem uma legalidade estrita, elas são previstas taxativamente em lei penal e que irão funcionar como alternativas a prisão, não vão gerar como efeito o encarceramento. Dialogam com a ideia do Direito penal mínimo = descriminalizar o máximo possível, e o que não for possível descriminalizar, ele vai propor a descarcerização, e é aqui que entra as penas restritivas de direito. Natureza jurídica: Ainda assim são penas que geram maus antecedentes e geram reincidência. Previsto no art 44 do CP: as penas são autônomas e como substitutivas as penas privativas de liberdade (é o mais comum). Elas são autônomas no Art 28 na Lei 11.434/2006 (Lei de Drogas): 1. Preceito primário: Posse para consumo pessoal de drogas (conduta tipificada). 2. Preceito secundário: Advertência sobre o uso de drogas + prestação de serviços a comunidade + medida educativa de comparecimento a curso antidrogas. 3. É o ÚNICO caso no ordenamento que o preceito secundário não descreve uma pena privativa de liberdade, e sim, direto descreve que é a pena do delito. 4. OBS1: Na antiga lei de drogas, o porte para consumo pessoal era punido com pena de prisão, ainda que fosse possível a aplicação da restritiva de direitos, ela tinha um caráter de substituição para um possível restritiva de liberdade. Mas, com a nova lei de drogas de 2006, passou a ser absolutamente IMPOSSIVEL a prisão para a figura do usuário. 5. OBS5: Então, o art 28 da lei de drogas teria ou não natureza criminosa (crime/contravenção/infração penal ou administrativa)? Parte da doutrina, crê que a posse de drogas para uso pessoal, (I) teria se tornado uma INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA, para a outra parte (II) seria uma INFRAÇÃO PENAL SUIS GENERES (Luís Carlos Gomes: tem natureza criminar mas não é nem crime e nem contravenção). O STJ ENTENDEU: Tem natureza de Art. 44. “As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando...” 24 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 CRIME, que é uma espécie de infração penal, houve apenas uma DESPENALIZAÇÃO (termo criticado, e então foi chamado de DESPRISIONALIZAÇÃO), porem, mantida a natureza criminosa da conduta. 5.1 Infração penal: é crime ou contravenção, o crime é necessariamente punido com pena de reclusão/detenção, já a contravenção é punida com prisão simples. 5.2 Se o agente descumpre a pena da restritiva de direitos, os juízes estavam aplicando a pena restritiva de liberdade pelo crime de desobediência , se torna IMPOSSIVEL, segundo o STF. 5.3 A própria lei de drogas vai colocar as consequências da desobediência: (I) Admoestação + (II) Multa. Espécies de restritiva: Listadas no art 43 1. Prestação pecuniária 2. Perda de bens e valores 3. Limitação de fim de semana 4. Prestação de serviços a comunidade 5. Interdição temporária de direitos. 6. OBS1: O juiz não pode inventar uma nova restritiva, nem mesmo no caso dele achar que é melhor para o reu, so há as opções legais, que podem ser combinadas, mas, isso so ocorre pois a lei permite essa combinação. 7. REQUISITOS:previstos no art 44 // são cumulativos 7.1 Natureza do crime: Se for doloso = pena aplicada < ou igual a 4 anos + crime sem violência ou grave ameaça Se for culposo = independe a pena ou natureza do crime, em principio, sempre irão admitir a substituição por restritiva de direitos. 7.2 Não reincidente doloso: Não se aplica se a reincidência for de crimes dolosos. 7.3 Circunstancias judicias favoráveis: Único requisito subjetivo, os supracitados são OBJETIVOS 7.4 OBS1: A jurisprudência diz que os requisitos OBJETIVOS são os mais importantes, ou seja, o magistrado não pode afastar a possibilidade da substituição porque o sujeito não cumpriu o requisito subjetivo (mas cumpre os objetivos). Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; II – o réu não for reincidente em crime doloso; III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. § 1 o (VETADO) § 2 o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. § 3 o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime § 4 o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. § 5 o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/Mensagem_Veto/1998/Mv1447-98.htm 25 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 7.5 OBS2:Nos juizados criminais, se julgam as infrações de menor potencial ofensivo (pena menor ou igual a dois anos), consagrando uma ideia de direito penal mínimo permitindo a transação com o MP. Essas infrações, que foram parar nos juizados, que envolvam violência ou grave ameaça a pessoa, vão admitir a substituição. Exemplos: constrangimento legal, ameaça... Não tinha sentido negar o beneficio da substituição se o réu pode mesmo antes de começar o processo transaciona-lo. 7.6 OBS3: No que diz respeito aos crimes e contravenções CONTRA A MULHER, a Lei Maria da Penha expressamente afasta a incidência da lei dos juizados. Com isso, ainda quando configurem infrações de menor potencial ofensivo, crimes e contravenções, que envolvam violência domestica contra a mulher não admitem substituição por restritiva (sumula 588 do STJ). Essa sumula, encontra divergência parcial no STF, pois, para o STJ, tanto crime como contravenções não vão admitir as leis dos juizados, já o STF, coloca que são só os crimes. 7.7 OBS4: O art 44, que é o mesmo que ele prevê os requisitos, ele próprio flexibiliza no § 3º a reincidência dolosa, onde o juiz pode aplicar a substituição desde que em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. REQUISITOS: 7.7.1 Subjetivo: medida recomendável 7.7.2 Objetivo: não ser o agente um reincidente especifico (do mesmo crime) 8. Aplicação da substituição: Art 44 §2º § 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. 8.1 Se a condenação for a uma pena menor ou iguala 1 ano: Substituida por multa OU restritiva de direitos. 8.2 Se a condenação for uma pena maior do que 1 ano: O megistrado vai substituir essa condenação por uma restritiva + multa OU por duas restritivas. 8.3 OBS1: O juiz ainda tem que justificar porque esta escolhendo aquela espécie da restritiva de direitos. A sumula 589 afasta o principio da insignificância no caso de violência domestica. 26 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 Conversão: como regra geral, o tempo das restritivas vai durar o mesmo das privativas de liberdade. Previsto no art 55 do CP. 1. Exceções: 1.1 Prestação pecuniária: é paga de uma vez só. 1.2 Perda de bens e valores: pela sua própria natureza, nesse caso, elas não poder ter a mesma duração da pena privativa de liberdade. 1.3 Prestação de serviços a comunidade: Em regra, a regra geral continua sendo essa, mas o legislador FACULTA ao condenado há mais de um ano o aumento da sua jornada de trabalho para diminuir o tempo de comprimento da prestação de serviços, sendo que, o Art 46 §3º coloca que será uma hora de tarefa a cada dia e que, o abatimento máximo desse tempo será de 50%. Prevista no art 46 §4º. Exemplo: condenados de 1 ano podem encurtar o tempo a ate 6 meses. 2. A conversão também diz respeito ao eventual descumprimento, transformando uma pena que era restritiva de direitos em restritiva de liberdade: Há essa conversão quando há um descumprimento injustificado = art 44 §4º. 2.1 Abata-se tempo cumprido da restritiva de direitos. 2.2 Deve haver um saldo mínimo de prisão de 30 dias. Exemplo: se o agente descumpre os últimos 5 dias da sua privativa de direitos, ele será obrigado a ficar 30 dias preso. Mas, se faltassem 50 dias, ele ficaria os 50. Prestação pecuniária: Art 45 §1º 1. Pagamento feito em dinheiro, em tese, somente a vista, não há previsão legal para parcelamento, mas, o juiz pode fazer se quiser. 2. Quem pode ser beneficiado? O entendimento doutrinário é que deve ser seguida a ORDEM do art 45, ou seja: Vitimas -> dependentes -> entidades. 3. Limites do valor: Entre 1 e 360 salários mínimos vigentes ao tempo do fato, e não da condenação (doutrina). Há a possibilidade de abatimento na condenação de reparação civil, mas isso so vai poder ser feito se forem os mesmos destinatários do valor. 4. Substituição: Se o beneficiário aceitar, pode haver o pagamento em outra pecúnia que não o dinheiro. Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos incisos III, IV, V e VI do art. 43 terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída, ressalvado o disposto no § 4 o do art. 46. Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. § 3 o As tarefas a que se refere o § 1 o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. § 4 o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada. Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-se-á na forma deste e dos arts. 46, 47 e 48. § 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. § 2 o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza. 27 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 5. O não pagamento injustificado da prestação pecuniária pode ser convertido em prisão? Não seria prisão por divida? Prestação de serviços a comunidade: Art 46 1. Requisitos: 1.1 Condenação superior a 6 meses de privação de liberdade 1.2 MAS A CF NÃO PROIBE PENAS DE TRABALHOS FORÇADOS? A doutrina entendeu que não seria o caso pois é uma opção, ele pode não fazer o trabalho já que o sujeito pode escolher ser preso. 2. São tarefas gratuitas, eleitas com base na aptidão do sentenciado. 3. Duração: 1h por dia de condenação. OBS: Não busca que o sentenciado perca seu emprego para que o cumpra. Se a condenação for SUPERIOR A 1 ANO, o sujeito pode aumentar esse tempo mas não pode reduzir a menos da metade. Exemplo: O sujeito foi sentenciado a 4 anos, então, ele so pode fazer no máximo 2h por dia, ou seja, ele precisa cumprir 2 anos da prestação de serviços. Ou seja, na MELHOR das hipóteses, o tempo mínimo de duração é de 6 meses. Hipoteses de conversão para a privativa: Art 181 da LEP Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade nas hipóteses e na forma do artigo 45 e seus incisos do Código Penal. § 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida quando o condenado: a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desatender a intimação por edital; b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que deva prestar serviço; c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi imposto; d) praticar falta grave; e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa. Interdição temporária de direitos: Art 47 + Art 181 §3º LEP 1. Exige uma correlação logica entre o crime cometido e o direito que esta sendo interditado. Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. § 1 o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. § 2 o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. § 3 o As tarefas a que se refere o § 1 o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. § 4 o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada. 28 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 2. Tem que ser temporário pois, a CF veda penas de caráter perpetuo. Dura o tempo da condenação. 3. O rol do artigo é exaustivo. Interdição temporária de direitos Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público; // Como por exemplo nos casos de advogados que cometem crime de apropriação in debita. III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. IV – proibição de frequentar determinados lugares. V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. LEP § 3º A pena de interdição temporária de direitos será convertida quando o condenado exercer, injustificadamente, o direito interditado ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a" e "e", do § 1º, deste artigo. Limitação do final de semana: Art 48 + Art 181 §2 da LEP 1. Casa de albergado: local onde se cumpre o regime aberto, é a priori um lugar para dormir. 2. OBS: É APENAS SABADOS E DOMINGOS, NÃO INCLUI FERIADOS. Limitação de fim de semana Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas. LEP Sistema penal paralelo – Zaffaroni: Formalmente, não são direito penal, mas materialmente eles são e acabam querendo ser mais graves do que o direito penal. Como por exemplo, no caso do advogado que se apropria in debita do dinheiro do cliente, independente da sua pena penal, a OAB o retira do seu quadro de advogados aquele que cometeu o crime, por tempo indeterminado, mas, existe uma previsão constitucional contraria, então, a OAB esta procurando se adequar pois a pena não pode ser perpetua. 29 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 § 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o condenado não comparecer ao estabelecimento designado para o cumprimento da pena, recusar-se a exercer a atividade determinada pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a", "d" e "e" do parágrafo anterior. // Não ser encontrado, ou cometer uma falta grave ou por condenação em outro crime. Perda de bens e valores: Art 45 §3º 1. Diferenças com a PRESTAÇÃO PECUNIARIA: A prestação pecuniária tem um limite de 1 – 360 salarios mínimos, e os beneficiários podem ser a vitima, ou os dependentes ou entidades beneficentes. Já a perda de bens e valores tem como: 1.1 Limites: o que for maior entre o proveito que foi obtido pelo crime ou o prejuízo causado. 1.2 Beneficiário: é o Fundo penitenciário nacional, e a depender da legislação pode ser que seja destinado a outro fundo. 2. Invade o patrimônio LICITO do sentenciado., não se confundido com os efeitos acessórios da sentença penal condenatória, que estão previstos no art 91, II. Quando um sujeito pratica um delito Conversão das penas restritivas de direitos § 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prática do crime. Questões de debate 1. Restritivas e tráfico de entorpecentes: O paragrafo 4º do art 33 da lei de drogas, vedada expressamente a conversão para os condenados por trafico e se discutia a constitucionalidade dessa vedação e o STF declarou issinconstitucional no HC 97.256 em setembro de 2010, pois, feria o principio da individualização da pena. Diante disso, o senado editou a resolução numero 5 de 2012, que suspendeu a expressão “vedada a conversão” 2. Inclusão do agressor de violência de gênero em programas educativos: Art 148 da LEP + Art 152 ( Inclusão da Lei Maria da Penha). 2.1 Ao tratar da limitação de fim de semana, a LEP no art 152, inserido pela LMP, passou a preverdeterminação de comparecimento do agressor a programas de reeducação e recuperação. Vale lembrar, toda vida, o teor da recente sumula 588 de 2017 do STJ, que veda substituição por restritivas nos casos de violência domestica. Há ainda um impasse para o que sera feito com as situações que já estavam em curso. Efeitos genéricos e específicos Art. 91 - São efeitos da condenação: II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso. 30 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz, motivadamente, alterar, a forma de cumprimento das penas de prestação de serviços à comunidade e de limitação de fim de semana, ajustando-as às condições pessoais do condenado e às características do estabelecimento, da entidade ou do programa comunitário ou estatal. Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado, durante o tempo de permanência, cursos e palestras, ou atribuídas atividades educativas. Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz poderá determinar o comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação. 3. Suspensão de habilitação: Revogação tácita? Art 261 do Código de Transito. Normas posteriores do direito de dirigir, do CT, em relação ao CP, essas alterações causariam uma revogação tácita do art 57 do CP? 3.1 O art 57 só trata do crimes culposos, porque os dolosos esta no art 92, III + Art 47, III que é quem prevê essa possibilidade de substituição. 3.2 Então, em relação aos crimes culposos? Será cuidado pelo CT, já os dolosos será tratado pelo CP. 3.3 OBS: Os crimes dolosos de transito, nos quais o veiculo foi utilizado como instrumento de lesão intencional, aplica-se o art 92, III do CP, que prevê a inabilitação como efeito acessória da condenação criminal – restará duvida da existência de limitação temporal. Quanto aos crimes culposos de transito, é que se aplicaria como restritiva de direitos a substituição pela suspensão TEMPORARIA da habilitação, ocorre que, a previsão do código penal é anterior às novas normas da lei de transito que versam sobre suspensão de habilitação, como novos prazos, o que pode ser entendido como uma revogação tácita do CP, apenas quanto à substituição nos crimes culposos (art 57 do CP). 4. Limitação de final de semana e local de cumprimento: Conforme informativo 132 do STJ, na hipótese de não haver casa de albergado, ou estabelecimento equivalente, NÃO se admite cumprimento da limitação de fim de semana em presidio/penitenciaria, mesmo em cela especial. Em tal caso, o sentenciado terá direito ao cumprimento domiciliar. 31 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 PROFª DANIELA PORTUGAL regime inicial de cumprimento de pena Introdução: Quando não da para substituir a privativa de liberdade por restritiva de direitos. Critérios: Art 33 do CP Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. § 1º - Considera-se: a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média; b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado; b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. § 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código 32 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 § 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. 1. Tipo de pena: É uma analise em abstrato, feita a luz do preceito secundário, definido no tipo incriminador. O legislador vai escolher se vai ser reclusão, detenção ou prisão simples, e, o juiz o regime. RECLUSÃO → Julgada por crime. O regime inicial pode ser: (I) Fechado; (II) Semi aberto; (III) Aberto DETENÇÃO → Julgado um crime. O regime inicial pode ser: (I) Semi aberto; (II) Aberto PRISÃO SIMPLES → Julgado por contravenção. O regime inicial pode ser: (I) Semi aberto; (II) Aberto OBS: DETENÇÃO ≠ PRISAO SIMPLES, pois, na detenção caberá regressão para o regime FECHADO, mas na prisão simples não cabe. 2. Quantidade de pena + Primariedade: Pena aplicada. PENA > 8 ANOS → Necessariamente (punido com reclusão) o regime inicial será o fechado. Se for detenção/prisão simples, será aplicado o semi aberto. 4 ANOS < PENA ≤ 8 ANOS + NÃO REINCIDENTE → Poderá ser aplicado o regime inicial semi aberto (OBS: Esse poderá quer dizer que, poderá também ser aplicado regime mais GRAVOSO, dependendo das circunstancias judiciais, mas, não mais brando). PENA ≤ 4 ANOS + NÃO REINCIDENTE → Poderá ser aplicado regime inicial aberto ( se as circunstancias judiciais forem mais gravosas, poderá ser aplicado regime mais gravoso). 33 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 3. CIRCUNTANCIAS JUDICIAS → Em regra só pioram o regime inicial de cumprimento de pena. Mas, a sumula 269 muda esse entendimento. EXEMPLO: Homicídio (6-20 anos) com o sujeito primário e com pena definitiva de 8 anos, pelo Art 33 se cumprira com regime inicial SEMI ABERTO. PARA QUE O REGIME FOSSE FECHADO, teria que ser um crime com situações absurdas como premeditação e requintes de crueldade. Ausência de vaga: Situação em que há apenas penitenciarias (onde se cumpre regime fechado) e não casas de albergado/colônias agrícolas . Diante disso, o condenado pode acabar cumprindo num regime mais gravoso (lê-se na penitenciaria)? Durante muito tempo, os tribunais acreditavam que SIM, hoje em dia mais NÃO. SUMULA 56 STF: A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo- se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS // A ausência de vaga no estabelecimento adequando não autoriza imposição de regime mais gravoso. CRITERIOS DO RE 641.320/RS 1. Saída antecipada de sentenciado no regime com falta de vagas // Aquele que já estava preso e progrediu devera sair para dar lugar ao que agora foi ATIVIDADE: FIXE O REGIME INCIAL DE CUMRIMENTO DE PENA Joao, reincidente, foi condenado a 5 ano de reclusão. R: FECHADO, se fosse primario, dava pra por no semi. Joao primário foi condenado a detenção de 9 anos R: Semi aberto. Joao, reincidente, foi condenado a reclusão de 1 ano. R: Fechado, pela lexis, mas, nesse caso o STJ modificou pela sumula 269 SUMULA 269 DO STJ. É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferiora quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais. SUMULA 719 STF. A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea. SUMULA 718 STF. A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada. 34 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 condenado. O diretor da prisão ira analisar quem já cumpriu mais tempo/ quem tem melhor comportamento... a natureza é administrativa. 2. Monitoração eletrônica para o que sai antecipadamente ou é colocado em regime domiciliar. 3. Substituição por restritiva ou por estudo diante da insuficiência de vaga // Estudo = literalmente o sujeito fica obrigado a estudar. 4. OBS: Ate que sejam estruturadas as medidas poderá ser deferido provisoriamente o regime domiciliar para que se inicie o cumprimento de pena. Detração/Execução provisória DETRAÇÃO → A detração vai resolver as situações em que: a pena definitiva de 5 anos, por exemplo, de reclusão, de um condenado não reincidente, onde, a regime inicial poderá ser o semi aberto, mas, supomos que ele passou 1 ano preso preventivamente, antes de sair a sentença, então a condenação dele vai ser executada em 4 anos (pena a cumprir), OU SEJA, agora, ele vai poder enfrentar um regime inicialmente ABERTO. O fundamento legal da detração esta no artigo 41 do CP. Ou seja, a detração é o abatimento do tempo de prisão preventiva ou internação na decisão definitiva. Detração Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. DETRAÇÃO EM PROCESSOS SIMULTANEOS → Vai resolver as situações em que o sujeito responde a dois processos ao mesmo tempo Os tribunais superiores admitem detração penal entre processos distintos desde que, o crime em que HOUVE condenação seja anterior ao período que se pretende detrair Crime 1 Crime 2 Prisao preventiva de 1 ano Absolvição Condenação : 5 anos Transito em julgado 1 Transito em julgado 2 35 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 Se o crime do processo 2 foi anterior ao prisão preventiva, não haveria problema em detrair. LOGO FICARIA: 5 ANOS (P1) – 1 ANO (P2) = 4 ANOS DE PENA A SER EXECUTADA NÃO PROMOVE DETRAÇÃO: Data do crime é posterior a prisão preventiva (para não gerar credito de pena). *DANIELA: Acha que se houvesse outro crime entre 2007 – 2008 poderia SIM detrair, não justificaria que o sujeito queria gerar credito de pena e sim porque ele nem sabia que seria absolvido. OBS: O sujeito que é preso preventivamente e depois é absolvido não será indenizado porque teoricamente a prisão provisória é justificada para manter a ordem publica. OBS2: Pode ser usada como atenuante genérica de pena, mas o tempo que se foi preso não sera equivalente a ser subtraído da condenação. OBS3: Só será calculada após o transito em julgada. ≠ EXECUÇÃO PROVISORIA → Detração Previsão legal (art 42) Calculo após TJ Execução provisória Previsão jurisprudencial Calculada no curso do processo EXEMPLO: “A”, primario, acusado de estelionato (pena de 1 – 5 anos ), então, é decretado a prisão preventiva, essa prisão preventiva não vai poder ser cumprida no regime fechado pois: ↓↓↓↓↓ Sumula 716: Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. Crime 2006 Prisao preventiva (2006 - 2007) Crime* Absolvição + TJ 2008 Crime 2009 Condenação 5 anos + TJ 36 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 A execução provisória também referida como progressão antecipada foi prevista pelo STF na sumula 716 a fim de impedir que processados experimentassem situação mais gravosa do que a que eventualmente poderia ser extraída de uma condenação definitiva, autorizando com isso, a progressão/aplicação imediata de regime mais brando antes do TJ da condenação. ISSO NÃO ESTARIA GARANTIDO UMA PRISAO ANTES DO TJ? MESMO QUE PROVISORIAMENTE? Muitos doutrinadores colocaram que isso o STF responde que isso estaria beneficiando o réu, pois, a prisão preventiva materialmente falando seria um regime fechado, e essa progressão na execução antecipada vai permitir que ele saia durante o dia, por exemplo, teoricamente, surge para BENEFICIAR O REU. Em Outubro de 2016, o plenário do STF passou a autorizar a execução da pena após condenação em segunda instancia, anterior portanto ao transito em julgado à revelia do quanto previsto na CF art 5º, LVII e de normas internacionais como o Pacto de San José da Costa Rica . PRISAO PENA ≠ PRISAO PROCESSO → Antigamente, o requisito da prisão pena era o TJ da sentença penal condenatória, então, o STF começou a admitir a prisão pena não pelos requisitos da prisão processual, e sim, pela condenação pelo tribunal de segunda instancia. NÃO HÁ INOVAÇÃO EM PRENDER ANTES DO TJ, e sim, porque essa prisão agora esta sendo prisão PENA e não mais prisão PROCESSUAL. A decisão do STF se deu no julgamento do HC 126292, após o qual, o PEN (Partido nacional ecológico) + CFOAB (Conselho federal da OAB) ingressaram com as ADCs numero 43 e 44, cujas liminares pleiteadas foram indeferidas pelo STF. O julgamento das ADCs e do HC foram muito controversas, inclusive, o ministro Barroso disse que seria uma mutação constitucional, já os outros ministros vão REINTERPRETAR o sentido do TJ da CF, em que, por não haver mais analise de fatos do processo após a segunda instancia, logo, poderia sim haver a prisão pena após a condenação em 2ª instancia. Essa prisão processual tem algumas espécies, mas, a mais comum é a prisão preventiva que tem como requisitos: Garantia da ordem publica Garantia da ordem econômica Garantia de aplicação da lei penal Conveniência de instrução Progressão de regime: O modelo prisional brasileiro é o PROGRESSIVO de comprimento de pena, o que se entende é que esse sistema estimula o bom comportamento, pois, o sujeito experimenta melhor situação caso ele se 37 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 comporte, ele é originado na Holanda e na Inglaterra é inserido fases como o semi aberto. A progressão é referida na LEP art 112. Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. // REGRA GERAL = Progressão após o cumprimento de 1/6 de pena (critério OBJETIVO) + Bom comportamento (critério SUBJETIVO) CRITERIO OBJETIVO: Esbarra nas vedações de progressão, ou seja, que estabeleciam o chamado regime integralmente fechado. A vedação da ERA a do art 2º dos crimes hediondos, mas essa redação foi ALTERADA = REDAÇÃO ANTIGA: Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: § 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida integralmente em regime fechado. // O STF declara a inconstitucionalidade pelo principio da individualização das pena, pois, sujeitos diferentes poderiam acabar experimentando o mesmo tratamento penal. Assim, ele passa a autorizar a progressão do regime para hediondos e equiparados (TTT), ele
Compartilhar