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Importância da HFC no Ensino de Ciências

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia
Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica
Disciplina: Ensino de Ciência e Matemática na EPT
Professor: Danilo Almeida Souza 
Estudante: Nelman Alves Ribeiro de Jesus
Síntese Reflexiva 02
Sintetize os textos de leitura obrigatória indicados abaixo, buscando capturar entre outras questões:
1) Uma exposição geral sobre a inserção da História e da Filosofia (alguns autores incluem a Sociologia) da ciência no ensino escolar e na formação de professores;
2) Uma discussão de como o uso da HFC no ensino das Ciências, contribui para um ensino mais contextualizado, e as aproximações e convergências do ensinar ciências com a inserção da HFC, com o que se defende para o Ensino Médio Integrado.MATTHEWS, Michael. História, filosofia e ensino de ciências: a tendência atual de reaproximação. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, Florianópolis, v. 12, n. 3, p. 164-214, jan. 1995. ISSN 2175-7941. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/7084>.  Acesso em: 24 ago. 2020.
O artigo propõe evidenciar pontos de aproximações entre os temas ciências, história, filosofia e ensino da ciência com base nas propostas curriculares e autores da área e denuncia aspectos históricos que contribuíram para o desenvolvimento dissociado entre os temas. As informações contidas no texto permitem que o leitor compreenda a importância da História e Filosofia da Ciência (HFC) para os currículos escolares do nível básico de ensino e nível superior. A ideia geral do texto é contemplada em cinco partes fundamentais: introdução; os currículos de ciências; a história e filosofia da ciência e HFC e a formação do professor
Na abordagem introdutória o texto cita que a reaproximação dos temas surge através de uma crise do sistema de ensino contemporâneo de ciências, evidenciada por evasão de alunos e professores nas salas de aula e analfabetismo científico. O autor ele coloca ponderações que são frutos dessa reaproximação significativa entre os campos nos últimos anos: a ligação da ciência com os campos éticos, culturais e políticos da comunidade; significação do ensino de ciências nas salas de aula, melhorias na formação docente, entre outros fatores. Avanços no que tange a implementação da HFC nos currículos escolares em vários países, principalmente nos programas de Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS).
Para a construção do currículo da HFC, o texto resgata itens do documento oficial britânico – Conselho de Currículo Nacional, que descreve habilidades a serem adquiridas pelos estudantes : distinguir entre asserções e argumentos pautados em dados e provas científicas e os que não o são; considerar a maneira pela qual o desenvolvimento de uma determinada teoria ou pensamento científico se relaciona ao seu contexto moral, espiritual, cultural e histórico; estudar exemplos de controvérsias científicas e de mudanças no pensamento científico. Outra referência seria Associação Americana para o Progresso da Ciência (AAAS) – Projeto 2061, na qual discute a revisão do ensino de ciências e contribui acerca da objetividade e mutabilidade da ciência, distinções entre ciência e pseudo-ciência, provas científicas e suas relações com a justificativa da teoria, no intuito em que os alunos se apropriem desses conhecimentos na busca da ampliação do desenvolvimento da ciência nos contextos éticos, políticos, históricos e econômicos. Nenhumas das propostas buscam substituir o ensino da ciência por conclusões sobre HFC, mas que os estudantes comecem a refletir sobre perguntas e respostas ligadas ao contexto histórico e filosófico da ciência.
Sobre a história da ciência, o autor inicialmente coloca inúmeros pontos positivos que que o tema favorece para o ensino, desde a motivação dos alunos a compreensão da ciência como um todo. Mas o destaque nesse tópico é sobre os dois pontos de ataque a história da ciência na perspectiva de Klein e Kunh, “de um lado, dizia-se que a única história possível nos cursos de ciências era a pseudo-história; de outro lado, afirmava-se que a exposição à história da ciência enfraquecia as convicções científicas necessárias à conclusão bem-sucedida da aprendizagem da ciência” (MATTHEWS, 1995, p.173). Klein pontua que os materiais históricos (materiais didáticos) selecionados pelos professores para contextualizar a história da ciência são ficções históricas ou mitos, por muitos momentos introduções anti-históricas, ações que contribuem para péssima qualidade do ensino da ciência. Sendo assim, acredita-se que é melhor a omissão da história da ciência do que inserir um ensino de má qualidade. Já Kunh coloca que os estudantes nunca foram incentivados a obterem conhecimento dos processos históricos da ciência, pois acreditavam que a história da ciência poderia danificar as certezas dos dogmas científicos. Esses questionamentos lançados por Klein e Kunh são identificados como problemas sérios, tendo em vista que a simplificação da história da ciência acusada pelos autores seja extremamente necessária para os contextos sociais dos estudantes. Ainda mais, é necessário verificar melhor os problemas das distorções grosseiras quando apresenta HFS, essa didatização pode ser feita de forma mais adequada com uma formação docente de qualidade. No que tange a filosofia da ciência, o texto destaca a incipiência de materiais sobre filosofia da ciência e poucos integrantes na área.
O autor ratifica a importância da HFC na formação do professor de ciências, apresentando o argumento a favor que através da HFC o ensino de ciências terá uma melhor qualidade (mais coerente, estimulante, crítico, humano, etc.). Complementa que a HFC contribui claramente para uma maior compreensão da ciência. Nesse tópico ainda é discutido que atualmente muitos países consideram positivamente a implementação da HFC nos novos currículos, enfatizando que é necessário a familiaridade do tema para os professores e coloca que os cursos de HFC devem exploram problemas relacionados ao desenvolvimento do fazer pedagógico.
Visualizamos HFC com grandes convergências ao projeto do Ensino Médio Integrado, pois a sua base epistemológica apresenta princípios orientadores para os currículos integrados e práticas pedagógicas integradoras através da ressignificação do ensino de ciências. A perspectiva da HFC é ampliar a compreensão da ciência através dos aspectos históricos e filosóficos, ou seja, sob uma perspectiva interdisciplinar, permitindo que o educando tenha uma formação crítica, reflexiva e emancipada.
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