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Introducao e Conceitos Importantes

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Introdução e Conceitos Importantes 1
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Introdução e Conceitos 
Importantes
O objeto de estudo principal da parasitologia é a simbiose, ou seja, dois 
indivíduos, de espécies diferentes, que vivem em estreita relação;
Diferentes tipos de simbiose
Baseadas na interdependência do simbionte;
Alguns tipos se encaixam em mais de um tipo, outras em nenhum exatamente;
🪰 Foresia
Modalidade em que um indivíduo “carregaˮ o outro, não há uma interação 
fisiológica ou metabólica, eles só passeiam juntos;
Quem carrega é o forético;
Quem é o carregado é o forante;
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🪰 Comensalismo
Relação caracterizada por ser vantajosa para um dos simbiontes e neutra para 
o outro;
O comensal se alimenta de estruturas ingeridas ou desprezadas pelo 
hospedeiro;
O hospedeiro não sofre qualquer prejuízo nessa modalidade;
🪰 Mutualismo
Ambos os organismos se beneficiam com essa relação;
Tem caráter obrigatório, um não vive sem o outro;
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🪰 Parasitismo
Caracterizada por ser benéfica pra um organismo (parasita) e prejudicial para 
o outro (hospedeiro);
O parasita é dependente fisiologicamente ou metabolicamente do hospedeiro;
Tem caráter temporário ou permanente;
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Classificação dos parasitas
🪲 quanto ao comportamento:
🪰 obrigatório: 
O parasita obrigatoriamente depende do hospedeiro durante parte do ciclo ou 
por toda a vida;
Portanto, pode ser dividia em 3 subclassificações:
1 Temporário: os parasitas exercem o parasitismo por um curto período de 
tempo, geralmente para completar uma fase do seu ciclo de vida que depende do 
hospedeiro;
2 Intermitente: parasitas que utilizam o hospedeiro periodicamente, por curtos 
períodos de tempo;
3 Permanentes: os parasitas necessitam do hospedeiro durante toda a sua vida;
🪰 facultativo:
Os parasitas não precisam obrigatoriamente do hospedeiro para se 
desenvolverem;
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Ex: larvas da mosca Sarcophagidae, que habitualmente se desenvolvem em 
matéria orgânica, mas se colocadas em úlceras ou feridas, se desenvolverão 
como verdadeiros parasitas;
🪰 acidental:
São parasitas que, por acidente, ou condições fortuitas, se instalam 
temporariamente no hospedeiro;
Diferentemente dos parasitas facultativos, não conseguem se desenvolver de 
forma adequada no organismo do hospedeiro, não evoluem;
🪲 quanto a especificidade do parasita ao hospedeiro:
🪰 estenoxenos: Parasitas em que a exigência de uma determinada espécie de 
hospedeiro é elevada ao máximo, ou seja, a identificação do parasita conduz, 
imediatamente, a
identificação do hospedeiro;
🪰 eurixenos: capazes de infectar diferentes espécies de hospedeiros, com um 
grande grupo zoológico sucetível a ser parasitado;
🪰 oligoxenos: classificação intermediária, parasitam habitualmente uma espécie, 
mas podem parasitar ocasionalmente algumas outras;
🪲 quanto a especificidade alimentar:
🪰 estenotróficos: exigem um único tipo de alimento, como os hematófagos (só 
se alimentam de sangue);
🪰 euritróficos: se alimentam de várias fontes, restos de matéria orgânica, 
tecidos, sangue, etc., como as larvas de dípteros causadores de miíase;
🪲 quanto ao número de hospedeiros necessários para 
completar o ciclo:
🪰 monoxenos: utilizam apenas um hospedeiro durante seu ciclo evolutivo;
🪰 heteroxenos: utilizam mais de um hospedeiro para completarem seu ciclo de 
vida;
🪰 autoxenos: parasitas para os quais a espécie hospedeira é hospedeira 
intermediária e definitiva, como Probstmayria vivípara, em equideos; 
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Hymenolepis nana em humanos;
 🪲 quanto à localização no hospedeiro:
🪰 ectoparasitas: parasitam pele, fâneros e mucosas externas;
🪰 endoparasitas: parasitam tecidos internos e profundos;
Classificação dos hospedeiro quanto a relação 
parasita x hospedeiro
🪰 hospedeiro definitivo: organismo no qual o parasita manifesta suas funções 
reprodutivas; nos casos em que não se sabe distinguir o hospedeiro onde isso 
ocorre, é considerado hospedeiro definitivo o animal que é mais 
importante/evoluído na escala zoológica;
🪰 hospedeiro intermediário: animal no qual ocorre parte do desenvolvimento, 
sem chegar à fase de reprodução; é imprescindível ao desenvolvimento do 
parasita;
🪰 hospedeiro forético: animal que apenas transporta o parasita, sem ter nenhum 
tipo de relação fisiológica/metabólica com ele;
🪰 hospedeiro paratênico: é um hospedeiro não obrigatório, no qual o parasita 
não vai se desenvolver; ex: um cachorro caga uma merda infectada com um 
parasita de cachorro, em seguida, um rato entra em contato com as fezes e ingere 
o parasita; esse parasita vai ficar alojado no organismo desse rato, envolvido em 
um cisto, com seu desenvolvimento interrompido, mas vivo; se um cachorro 
comer esse rato infectado, o parasita vai pro corpo do cachorro e lá vai terminar 
de se desenvolver; o rato nesse caso foi um hospedeiro paratênico;
Formas de contágio
🪰 direta: o parasita se propaga diretamente, através do ambiente ou de um 
hospedeiro infectado para um hospedeiro sadio;
🪰 por fômites: o parasita atinge o hospedeiro veiculado por 
objetos/instrumentos/ferramentas infectados; ex: seringas, fezes, cordas, 
cabresto;
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🪰 por vetores: organismo transmite o parasita de um hospedeiro para o outro; ex: 
mosquito transmissor da leishmaniose;
→ vetor biológico: o vetor é hospedeiro intermediário ou definitivo do parasita;
→ vetor mecânico: o parasita não sofre qualquer desenvolvimento no vetor, ou 
seja, o vetor apenas transmite);
🪰 por ingestão: o parasita é ingerido pelo hospedeiro;
🪰 pela picada: inoculação de formas infectantes do parasito durante a picada de 
um vetor, geralmentepor hematófagos.
🪰 pela defecação: formas infectantes de um parasito são liberadas por meio de 
fezes do vetor ou
hospedeiro intermediário, infectando o ambiente, como o 
Trypanosoma;
🪰 transovariana: formas infectantes de um parasito podem migrar p/ órgãos 
reprodutivos do
hospedeiro intermediário, desenvolverem-se e serem liberados junto com os ovos 
desse
hospedeiro p/ meio exterior.
🪰 transplacentária: o agente parasitário é capaz de atravessar a placenta e 
infectar o feto;
🪰 transestadial: transmissão do parasito entre diferentes estágios evolutivos do 
vetor ou do
hospedeiro intermediário. Ex.: uma larva transmite o agente etiológico p/ uma 
ninfa, que
transmite p/ uma pupa, que transmite p/ um adulto, etc.;
Ações do parasita sobre o hospedeiro
Quanto mais complexa é a adaptação do parasita ao hospedeiro, menor é a sua 
ação nociva, aproximando-se de um equilibrio parasitário; O contrário determina a 
inviabilidade do hospedeiro frente à patogenia do parasita; Ou seja, quanto mais 
longa a relação evolutiva parasita-hospedeiro, menor o dano causado;
Suscetibilidade do hospedeiro: capacidade de um animal em ser infectado por 
um agente, que não será eliminado até que se estabeleça e sobreviva no 
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organismo do hospedeiro;
Resistência do hospedeiro: estado fisiológico do hospedeiro, independente de 
contato prévio, que impeça o estabelecimento de um organismo, quer seja em 
contato inicial ou subsequente.
Infectividade do parasita: capacidade em invadir e se estabelecer em um 
determinado organismo;
🪲 ações do parasita:
🪰 Mecânica: causa obstrução ou compressão do tecido, mas sem lesioná-lo. 
(ex: nas hidatidoses causadas por Echinococcus sp no homem, cães e outros 
animais em que o cisto hidático adquire um volume considerável comprimindo os 
órgãos adjacentes ao cisto; nas infecções por Wuchereria sp os filarideos adultos 
obstruem os vasos linfáticos causando edemas que conhecemos com elefantíase)
🪰Traumática: lesão tecidual provocada diretamente pelo parasito ou pela reação 
do hospedeiro
(ex.: perfuração na pele pela picada do mosquito, equando o animal se coça 
muito e acaba causando alguma ulceração, respectivamente).
🪰Espoliadora:subtrai nutrientes dos hospedeiros, principalmente proteínas e 
carboidratos.
🪰Secreção de substâncias tóxicas: liberam produtos de excreção e/ou 
secreção que geram
respostas inflamatórias ou irritativas pelo organismo do hospedeiro. (ex: secreção 
salivar de insetos hematófagos, que tem ação anticoagulante e possui 
capacidade de provocar reações alérgicas no hospedeiro; os fluídos celomáticos 
de ascarídeos que provocam reações anafiláticas no homem e nos animais).
 Ações gerais sobre tecidos:
🪰Hiperplasia: aceleração da frequência mitótica que aumenta o número total de 
células, sem alterar seu tamanho. (ex: casos de parasitismo em que a resposta 
inflamatória é acentuada pela necessidade de reparação tecidual, como no 
parasitismo das vias biliares de coelhos por Eimeria stiedae o epitélio do duto é 
estimulado a se dividir em função da presença do parasita).
🪰Metaplasia: transformação de um tecido em outro. (ex: o pulmão de mamíferos 
parasitados pelo trematóda Paragonimus westermani em que há um aumento de 
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tecido fibroblástico em número acima do normal para o órgão).
🪰Neoplasia: proliferação de células portadoras de uma nova estrutura, diferente 
do tecido original. Pode ser benigno (fica restrito à área na qual se originou) ou 
maligno (invade áreas adjacentes). (ex: Spirocerca lupi no esôfago de cães ou os 
sarcomas de Cysticercus fasciolaris causados pela Taenia taeniformis no fígado 
de roedores).
Categorias de infecção
🪰Agente etiológico: responsável pela origem da doença (vírus, bactéria, 
protozoários, helmintos etc.).
🪰 Contaminação: presença de um agente infeccioso no ambiente, roupa, 
alimentos etc.
🪰 Infecção: entrada E desenvolvimento ou multiplicação de um agente 
infeccioso no organismo.
🪰 Infestação: entrada, desenvolvimento E reprodução de ectoparasitos na 
superfície do corpo ou de vestes. Aplica-se também a uma área ou local.
🪰 Fonte de infecção: indivíduo, objeto OU substância da qual um agente 
infeccioso passa diretamente
a um hospedeiro. Ex.: carne com cisticercos, água contaminada, mosquito 
infectante etc.
🪰 Zoonose: doenças e infecções naturalmente transmissíveis do animal p/ 
homem.

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