Buscar

Revisão de Benefício Previdenciário

Prévia do material em texto

DADOS DO PROCESSO
Número do Processo: RE 176977
Reclamante: Instituto Nacional do Seguro Social – INSS
Proc: Procurador-Geral Federal 
Reclamado: Vanderlei Martins de Medeiros
Adv: Gisele Lemos Kravchychyn
SAUDAÇÃO
	Colenda Casa, saúdo a todos na pessoa do Excelentissímo Sr. Dr. Relator Marco Aurélio, aos quais me dirijo com grata satisfação em merecer o vosso tempo. 
		SUSTENTAÇÃO ORAL
	O presente recurso apresentado pelo reclamante tem como objetivo rever o entendimento proferido pelo STJ no Tema 999. 
	Para elucidar os fatos, revisão por vida toda tem como objetivo reivindicar o uso de todas as contribuições para o cálculo de aposentadoria e pensão. Atualmente, o reclamante apenas aceita as contribuições realizadas após o Plano Real.
	Com a aprovação da Revisão da vida toda, a média salarial dos aposentados e pensionistas após 1999 terão o valor corrigido. Além disso, esses terão direito ao recebimento dos atrasados de 1994 a 1999. 
	O aqui discutido é a aplicação da regra mais vantajosa quando existir uma regra permanente e uma de transição, a fim de beneficiar os segurados que tiveram sue benefício concedido após 1999, com base na regra do cálculo de 80% dos maiores salários de contribuição, nos termos da Lei 8213/91, art, 29, inc I e II. 
	Nesse sentido, utilizo a decisão proferida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, onde menciona que o segurado tem direito a concessão do benefício que entender mais favorável:
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO. ATIVIDADE URBANA. ALTERAÇÃO DA CONDIÇÃO DE SÓCIO PARA A DE EMPREGADO. DESCONSIDERAÇÃO. (e-STJ Fl.7) Documento recebido eletronicamente da origem Rua Vidal Ramos, nº 3 1, 6 andar, Ed. José Daux - Centro - Florianópolis/SC - CEP 88010 -320 Fone (048) 3224 -9988 e 3209 -9370 e -mail: escritorio@krav.com.br 7 1. Demonstrando a prova dos autos que o segurado era sócio de empresa familiar, passando posteriormente à condição de empregado com o escopo de majorar a RMI da aposentadoria a ser requerida, impõe -se a respectiva glosa. 2. Reconhecido que o autor era sócio da empresa no período em questão, podem ser aproveitadas as contribuições efetuadas na qualidade de empregado, após as devidas correções, uma vez que caracterizada a condição de contribuinte individual. 3. Comprovado o exercício da atividade urbana em questão, a ser acrescida ao tempo reconhecido pelo INSS, TEM O SEGURADO DIREITO À CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO, NAS CONDIÇÕES QUE LHE SEJAM MAIS FAVORÁVEIS, EM RESPEITO AO DIREITO ADQUIRIDO E ÀS REGRAS DE TRANSIÇÃO, tudo nos termos dos artigos 5º, inciso XXXVI, da CF, 3º e 9º da EC 20/98 e 3º e 6º da Lei 9.876/99. (TRF 4ª., APELREEX 200470050068278, GUILHERME PINHO MACHADO, TURMA SUPLEMENTAR, 09/03/2009) 
PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. (...)2. O parágrafo 2º do art. 32 do Decreto 3.048/99, com a redação dada pelo Decreto 3.265/99, enquanto vigente, o parágrafo 20 do mesmo artigo, com a redação do Decreto nº 5.545/2005, o parágrafo 3º do art. 188-A do Decreto 3048/99, com a redação do Decreto 3.265/99, e o parágrafo 4º do mesmo artigo, acrescentado pelo Decreto 5.545/2005, na redação vigente até o advento do Decreto 6.939/2009, contrariam o disposto no art. 29, inciso II, da Lei 8.213/91, com a redação dada pela Lei 9.876/99, bem como o disposto no art. 3º, caput, desta última lei, na medida em que estas leis, ao contrário dos referidos decretos, não exigem que, no cálculo do salário de benefício de auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez, seja considerada a totalidade dos salários de contribuição, mas apenas os maiores salários de contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo (regra permanente, para o segurado filiado a partir da publicação da Lei do Fator Previdenciário) ou, no mínimo, oitenta por cento de todo o período contributivo decorrido desde a competência julho de 1994 (regra transitória, para o segurado filiado à Previdência Social até o (e-STJ Fl.145) Documento recebido eletronicamente da origem Rua Vidal Ramos, nº 31, 6 andar, Ed. José Daux - Centro - Florianópolis/SC - CEP 88010-320 Fone (048) 3224-9988 e 3209-9370 e-mail: escritorio@krav.com.br 5 dia anterior à publicação da Lei 9.876/99 - ocorrida em 29-11-1999 -, podendo o segurado, neste caso, se eventualmente lhe for mais favorável, utilizar-se de mais de oitenta por cento do referido período contributivo). (...) (TRF4 5001793-19.2010.404.7103, Sexta Turma, Relator p/ Acórdão Celso Kipper, D.E. 26/04/2013) 
	Ressalvo que o entendimento do melhor benefício foi consolidado no direito previdenciário em 2013, com a decisão do RE 630.501 do STF.
	A possibilidade de escolha pela melhor regra de concessão de benefício possível no caso concreto é garantida para os servidores nos RPPS, existindo ou não norma expressa nas emendas que criaram as regras de transição. Inclusive, nesse caso, o ente federativo, ao conceder o benefício, calcula a regra atual e as regras de transição, concedendo a que melhor resultado tiver dentro do direito do servidor 
	No julgamento do Tema 999 do STJ, o relator, Napoleão Nunes Maia, corroborou que a regra transitória deve ser vista em seu caráter protetivo. O propósito do artigo 3º da Lei 9.876/99 foi estabelecer que as regras de transição que garantissem que os segurados não fossem atingidos de forma abrupta por regras mais rígidas de forma de cálculos. 
	Ainda, as Instruções Normativas da Presidência do próprio INSS, reclamante, reconhece o direto aqui postulado, nos artigos 621 e 627 da IN 45/10.
	O direito da revisão decaiu somente para as aposentadorias concedidas há mais de dez anos, em virtude da decisão proferida pelo STF no RE 262.489.1 Manual de Direito Previdenciário / Carlos Alberto Pereira de Castro, João Batista Lazzari. – 23. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2020. Pg. 843. PDF. 
	Portanto, a do art. 29, I e II, da Lei 8213/91 faz referência a todo o período contributivo e a regra de transição, se não for mais benefica, não poderá ser usada para prejudicar o segurado. 
	CONCLUINDO senhores, destaco:
1. Que o entendimento proferido no Tema 999 do STJ deverá ser mantido;
2. Que as demais provas trazidas aos autos demonstram a tese aqui defendida, razão pela qual requer seja negado provimento ou recurso, com consequente mantimento do entendimento.

Continue navegando