Prévia do material em texto
1. TEORIA Os órgãos que compõem a Administração Pública no Brasil dividem-se em dois ramos: Administração Pública Direta e Administração Pública Indireta. Administração Direta E� formada pelos chamados entes federados ou pessoas polıt́icas, e compreendem a União, os Estados, o Distrito Federal e os municıṕios, assim como suas secretarias, gabinetes e departamentos. São pessoas jurıd́icas de Direito Público e exercem suas atividades administrativas por meio dos órgãos e agentes que pertencem aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Administração Indireta E� formada pelos chamados entes administrativos, criados pela Administração Direta, através de Lei, para o exercıćio de determinadas atividades, possuem autonomia, personalidade jurıd́ica própria (podem ter patrimônio) e capacidade processual (capacidade para ser autor e réu nas relações processuais). Quaisquer dos membros da Administração Direta poderão criar entidades da Administração Direta. As entidades que compõem a Administração Direta dividem-se de acordo com o Decreto n° 200/67, são elas: Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista. As autarquias são criadas diretamente por lei, enquanto as demais entidades são autorizadas por lei. 1.1. PRINCI�PIOS EXPLI�CITOS DA ADMINISTRAÇA� O PU� BLICA Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municıṕios obedecerá aos princıṕios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e e�iciência e, também, ao seguinte: Do caput do texto constitucional podemos extrair os cinco princıṕios norteadores da Administração Pública Direta e Indireta. Além destes cinco princıṕios expressos, há ainda os princıṕios implıćitos, que serão estudados posteriormente. Princıṕio da Legalidade O princıṕio da Legalidade pode ser analisado sob duas óticas: a legalidade para o particular e a legalidade em relação à Administração Pública. Para os particulares, é lıćito fazer tudo aquilo que não é proibido por lei. Temos como base o inciso II do Art. 5°, II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; Já para a Administração Pública, a legalidade signi�ica que o agente somente poderá fazer aquilo que a lei permite ou determina. Nesse caso, quando se fala em lei, é a lei em sentido estrito, ou em sentido formal. A lei tanto pode exigir ou proibir o agente público de fazer algo, como pode dar a ele permissão para agir. Princıṕio da Impessoalidade Esse princıṕio determina que a Administração deve ser impessoal, ou seja, deve haver uma separação entre a pessoa ocupante de cargo público e o agente público. A Administração Pública deve ser exercida com imparcialidade, jamais se baseando em interesses pessoais do agente. Agir de forma impessoal é agir visando ao interesse público. Como exemplo de que a �inalidade da administração sempre será o interesse público, é que se realizam os concursos públicos e as licitações. Tais ações impedem que o administrador aja com interesse pessoal. Sendo assim, �ica proibido inserir nomes, sıḿbolos, imagens ou siglas de partidos em obras públicas. Isonomia – Igualdade material. Tratar todos de forma igualitária, ou em alguns casos, quando se �izer necessário, faz uso da chamada discriminação positiva que consiste em tratar os iguais com igualdade e os desiguais com desigualdade, na medida de suas desigualdades, buscando a equidade. Finalidade – A conduta do agente deve ter �ins públicos. Quando o ato for praticado com desvio desse princıṕio, será nulo, por desvio de �inalidade. E� importante ainda ressaltar o conteúdo da Súmula Vinculante n° 13 do STF, que veda o nepotismo: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por a�inidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurıd́ica investido em cargo de direção, che�ia ou assessoramento, para o exercıćio de cargo em comissão ou função de con�iança. Ou, ainda, de função grati�icada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municıṕios, compreendido o ajuste mediante designações recıṕrocas, viola a Constituição Federal. Vedação à promoção pessoal – O agente público não pode se valer da função pública para promoção pessoal. Conforme Art. 37, § 1°: § 1° A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, sıḿbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. Fica ligado!! Não podem constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem a promoção pessoal do agente. Moralidade A moralidade complementa a legalidade. Não basta ao administrador agir conforme a Lei, ele deve agir com ética, probidade, razoabilidade e boa-fé. A não observância deste princıṕio poderá ser combatida por meio de Ação Popular, conforme Art. 5°, LXXIII: LXXIII – qualquer cidadão é parte legıt́ima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, �icando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais de ônus de sucumbência; E� importante ainda ressaltar que a Constituição prevê, no Art. 37, § 4°, que se o agente público agir em desconformidade com o princıṕio da moralidade, sua conduta poderá ensejar improbidade administrativa. § 4° - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos polıt́icos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação prevista em lei, sem prejuıźo da ação penal cabıv́el. 2. EXERCÍCIOS 1. Sobre o tema dos princıṕios constitucionais da Administração Pública, pode-se a�irmar que: a) O princıṕio da publicidade dos atos administrativos tem como objetivo tornar exigıv́el o conteúdo do ato. b) A nomeação de parente para ocupar cargo em comissão de livre nomeação não constitui afronta ao princıṕio da moralidade. c) No princıṕio da impessoalidade está contida a ideia de que o atendimento ao administrado deve levar em consideração o seu prestıǵio social junto à sua comunidade. d) O princıṕio da e�iciência na Administração Pública deve ser aplicado e analisado tendo como base a lógica da iniciativa privada de como administrar. e) O princıṕio da legalidade não impede que a Administração Pública crie qualquer tipo de direito mediante simples ato administrativo. 2. Considerando o disposto no texto constitucional, a Administração Pública direta e indireta da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municıṕios obedecerá a algunsprincıṕios, exceto: a) legitimidade b) publicidade c) moralidade d) impessoalidade e) e�iciência 3. GABARITO 01 - A 02 - A 03 - A