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Metodologia calculo areia brita

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Metodologia para cálculo de consumo de areia e brita para a construção civil. 
 
1 – Partimos do pressuposto que todo o cimento consumido (comprado) em 
determinado ano foi utilizado (sem estoques). 
2 – O SNIC (Sindicato Nacional da Indústria Cimenteira) fornece o perfil do consumo 
de cimento em que discrimina diversos setores a saber: revendedor, fibrocimento, 
prémoldado, argamassa, outros artefatos, concreteira, empreiteira e construtoras, 
Estatais e Órgãos Públicos e Prefeituras. 
3 – As quantidades de cimento utilizadas para fibrocimento não são consideradas, 
pois não há consumo de areia e nem de brita, apenas de amianto. 
4 – Os valores informados pelo SNIC devem ser agregados em três setores de 
consumo: 
Revendedor e outros: são agregados os valores de revendedor, Estatais e 
Órgãos Públicos e Prefeituras. 
Concreteira e Artefatos: são agregados os valores de prémoldado, outros 
artefatos, concreteira, empreiteira e construtoras. 
Argamassa 
5 – Então conforme o destino, para cada tonelada consumida de cimento utilizamos 
traços diferentes como abaixo discriminado (veja que está em m³): 
Nas edificações, calculamos a quantidade de material utilizado em mistura para 
concreto e argamassas em construção industrial, residencial e infra-estrutura, 
através do consumo de cimento. A ABCP – Associação Brasileira de Cimento 
Portland, informa o consumo de material para construção de uma unidade 
residencial padrão. A escolha de tal padrão para base do estudo, dá-se em função 
da diversidade de traços utilizados na indústria da construção civil. A construção 
de barragens, edifícios e obras de arte, enseja diversas misturas (traços) para 
cada tipo de construção. Utilizando-se dos dados da ABCP, o consumo estimado 
de areia e pedras britadas por 1 (uma) tonelada de cimento é de 3,7 m³ de areia e 
2,20 m³ de brita. 
 
Revendedor 
e outros 
Concreteiras 
e artefatos 
Argamassa 
 
areia 3,70 1,80 4,00 m³ 
brita 2,20 2,60 - m³ 
 
Devido ao padrão de construção em alguns estados do nordeste ( AL, BA, CE, PB, 
PE, PI, RN, SE) a relação é um pouco diferente como abaixo discriminado: 
 
 
Revendedor 
e outros 
Concreteiras 
e artefatos 
Argamassa 
 
areia 3,70 1,80 4,00 m³ 
brita 2,00 2,60 - m³ 
 
Em SP como grande parte do cimento é utilizado na manutenção das obras de 
infra estrutura o padrão de consumo também é diferenciado. As relações são as 
seguintes: 
 
 
Revendedor 
e outros 
Concreteiras 
e artefatos 
Argamassa 
 
areia 3,70 1,80 4,00 m³ 
brita 2,65 2,65 - m³ 
6 – Os diferentes traços para cada categoria foram determinados da seguintes forma: 
Revendedores e outros: Este setor de consumo agrega mais de 50% do total 
Brasil, mas em alguns Estados representa mais de 90% do consumo de cimento. 
O cálculo do consumo de areia e brita em relação ao consumo de cimento são os 
definidos no cálculo do CUB (custo unitário básico da construção civil) através da 
NBR 12.721 / 2004 da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. Esta 
NBR define o consumo de cimento em relação a areia e brita para cada padrão 
construtivo. 
Concreteira e Artefatos:: 
O Concreto é um material resultante da mistura íntima e proporcionada de um 
aglomerante (cimento), agregado miúdo (areia), agregado graúdo (brita) e água. É 
o material mais importante da construção civil, onde tem inúmeras aplicações: 
estruturas, pavimentos, paredes, fundações, barragens, reservatórios, etc. 
A dosagem (traço) é a indicação das proporções e quantificação dos materiais 
componentes da mistura, afim de obter um concreto com determinadas 
características previamente estabelecidas. 
A Tabela 1 apresenta os diferentes traços com o consumo de materiais para se 
produzir um m³ de concreto conforme a resistência desejada medida em Mpa. 
Conforme a NBR 12.721/2004, o concreto mais amplamente utilizado é o de 
resistência de 20 MPa (28 dias). O traço equivalente ao consumo de 1 t de 
cimento é de 1,76 m³ de areia e 2,47 m³ de brita. No entanto os artefatos de 
cimento influenciam no cálculo médio de consumo deste setor, pois o concreto 
utilizado tem o traço mais fraco. 
Assim concluímos que o consumo deste setor é representado na seguinte 
proporção: 
cimento 1 t 
areia 1,80 m³ 
brita 2,60 m³ 
 
Argamassa 
Na construção civil são utilizados diversos traços para compor a argamassa. Mas 
de uma maneira geral, podemos inferir uma relação de 1:4. Isto é, para 1 volume 
de cimento utiliza-se 4 volumes de areia. 
6 – A esses valores ainda devem ser somadas as quantidades utilizadas de areia e 
brita nas obras de construção e/ou duplicação de rodovias, construção e 
manutenção de ferrovias, enrocamento de portos, etc... Essas utilizações 
consomem pouco ou nenhum cimento em relação ao consumo de areia e brita. 
7 – O valor unitário de comercialização da BRITA é calculado pelo preço médio de 
venda do produto beneficiado declarado nos RALs, após depuração dos dados, 
para cada UF. 
O valor unitário de comercialização da AREIA é calculado pelo preço médio de 
venda do produto bruto declarado nos RALs, após depuração dos dados, para 
cada UF. 
8 – Os valores das quantidades a serem lançados de areia e brita no AMB serão 
aqueles com o maior valor entre as quantidades estimadas pelo consumo do 
cimento para cada UF e os declarados nos RALs. 
9 – Conforme diversos estudos elaborados pelo SINDPEDRAS e Construtoras, 
estabeleceu-se índices confiáveis de conversão volume / massa dos diversos tipos 
de agregados, considerando diversos fatores que podem influenciar esta relação, 
como por exemplo: tipo de rocha, formatos dos grãos, granulometria e teor de 
umidade. Esses índices variam de 1,4 para brita 1 e 2, até 1,7 para a bica corrida, 
isto é, o material britado sem classificação granulométrica. Levando-se em 
consideração essa variação e a comercialização proporcional de cada tipo 
granulométrico, chegamos a conclusão das seguintes densidades médias abaixo 
discriminadas: 
 
MASSA ESPECÍFICA DOS MATERIAIS 
MATERIAL MASSA ESPECÍFICA 
REAL (kg/l) 
MASSA ESPECÍFICA 
APARENTE (kg/l) 
CIMENTO 3,15 1,42 
AREIA SECA - 1,54 
BRITA 2,65 1,50 
 
Outros consumos de areia e brita com ínfimo consumo de cimento ou nenhum: 
10 -Rodovias: Segundo o DER/SC, o consumo médio por Km de rodovia simples é de: 
800 m³ de areia, 2.480 m³ de brita, 1.900m³ de seixos ou pedra pulmão e 70 t de 
cimento. É importante contabilizar o consumo de cimento na construção de 
rodovias para que possamos abater do total de cimento consumido, e por 
conseqüência diminuir aquele utilizado nas edificações. 
11 - Ferrovias: Segundo a Ferrovia Sul Atlântico – FSA, concessionária das ferrovias 
de Santa Catarina, o consumo médio é de 20 m³ de brita/Km/ano. A ferrovia Dona 
Tereza Cristina, por transportar carvão, necessita de maiores quantidades para a 
limpeza, consumindo cerca de 150 m³ de brita/Km/ano. 
12 – Esses valores das rodovias e ferrovias devem ser somados aos valores 
calculados das concreteiras, edificações e argamassas. 
 
 
TABELA 1 - CONSUMO DE MATERIAIS POR M³ DE CONCRETO 
TRAÇO EM 
CONSUMO POR M³ DE CONCRETO 
RESISTÊNCIA A TRAÇO EM 
VOLUME COMPRESSÃO MASSA 
 CIMENTO AREIA BRITA ÁGUA (provável) - MPa 
C : A : B kg Saca 50kg Litro Seca (L) Úmida (L) Nº. 1 (L) Nº. 2 (L) 
Litros para 
3 dias 7 dias 28 dias C : A : B areia seca 
1 : 1 : 2 
 
514 10,3 363 363 465 363 363 226 22,8 30 40 1 : 1,08 : 1,96 
1 : 1,5 : 2 
 
387 7,7 273 409 524 409 409 189 18,8 25,4 35 1 : 1,63 : 2,94 
1 : 2 : 2,5 
 
374 7,5 264 528 676 330 330 206 14,8 20,8 29,8 1 : 2,17 : 2,44 
1 : 2 : 3 
 
344 6,9 243 486 622 364 364 210 11,7 17,2 25,4 1 : 2,17 : 2,94 
1 : 2,5 : 3 
 
319 6,4 225 562 719 337 337 207 10 15 22,8 1 : 2,71 : 2,94 
1 : 2 : 4 
 
297 5,94 210 420 538 420 420 202 9 13,7 21 1 : 2,17: 3,92 
1 : 2,5 : 3,5 
 
293 5,86 207 517 662 362 362 208 8 12,3 19,5 1 : 2,71 : 3,42 
1 : 2,5 : 5 
 
246 4,9 174 435 557 435 435 195 5,8 9,4 15,7 1 : 2,71 : 4,89 
1: 3 : 5 
 
229 4,6 162 486 622 405 405 202 4 7 12,4 1 : 3,25 : 4,89 
1 : 4 : 8 
 
161 3,2 114 456 584 456 456 194 Não Não Não 1 : 4,34 : 7,83 
DADOS GERAIS AREIA BRITA 1 e 2 CIMENTO SACA DE CIMENTO FATOR DE CONVERSÃO 
MASSA ESPECÍFICA REAL 2,62 2,65 3,05 
50kg = 35,3 litros 1MPa = 10kgf/cm² MASSA ESPECÍFICA APARENTE 1,54 1,4 1,42

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