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ANALISE DOCUMENTAL SOBRE A IMPORTÂNCIA DO RASTREAMENTO PRECOCE COM USO DO PAPANICOLAU NO INICIO DA ATIVIDADE SEXUAL DOCUMENTAL ANALYSIS - IMPORTANCE OF EARLY SCREENING WITH PAP SMEAR AT THE BEGINNING OF SEXUAL ACTIVITY Anne Caroline Araújo da Silva; Leuda Rodrigues; Rayssa Lima Silva RESUMO Introdução: O Ministério da Saúde define o exame citológico como um teste para detectar alterações nas células do útero. Logo com o inicio cada vez mais precoce da atividade sexual, enfatiza-se a importância do uso do Papanicolau para rastreamento precoce do câncer do colo do útero (CCU) em adolescentes, revelando causas desse inicio precoce e apresentando alguns fatores de riscos associados ao câncer de colo uterino nessa fase da vida. Objetivo: Salientar os fatores relacionados a sexarca precoce e destacar a importância de políticas de saúde voltadas a educação sexual de adolescentes. Método: Utilizou-se a revisão bibliográfica por intermédio de um estudo de análise documental e com abordagem qualitativa. Utilizou-se artigos científicos, do período de 2013 a 2019 da base de dados da BVS que colaboraram diretamente com a construção sistematizada documental. Resultados/Discussões: Com a leitura desses artigos originou-se 03 categorias de análise, sendo elas: fatores relacionados a sexarca precoce; Comportamento de risco relacionado a sexarca precoce e o HPV; A importância do conhecimento e da realização do exame Papanicolau na adolescência. Considerações Finais: O estudo ressalta a falta de ações relacionadas a esta atividade e suas consequências, voltadas para essa faixa etária, indicando uma importante prevalência de contaminações por ISTs variadas. O estudo ainda indica uma real necessidade de que haja programas mais intensificados, de atenção a saúde desta a população mais jovem e que evidencie de forma especifica essa temática, para que desta forma obtenha-se a diminuição e/ou anulação de complicações de caráter cancerígeno. Descritores: Diagnóstico Precoce; Teste de Papanicolau; Saúde da mulher; Saúde do adolescente; ABSTRACT Introduction: The Ministry of Health defines the cytological examination as a test to detect changes in the cells of the uterus. As soon as the sexual activity begins more and more early, the importance of the use of Pap for early screening of cervical cancer (CCU) in adolescents is emphasized, revealing the causes of this early start and presenting some risk factors associated with cervical cancer in this phase of life. Objective: Highlight the factors related to early sex and highlight the importance of health policies aimed at adolescent sexual education. Method: A bibliographic review was used through a documental analysis study with a qualitative approach. We used scientific articles from 2013 to 2019 of the VHL database that collaborated directly with the systematic documental construction. Results/Discussions: With the reading of these articles we originated 03 categories of analysis, being them: factors related to early sex; Risk behavior related to early sex and HPV; The importance of knowledge and the accomplishment of the Pap smear in adolescence. Final Considerations: the study highlights the lack of actions related to this activity and its consequences, focused on this age group, indicating an important prevalence of contamination by varied STIs. The study also indicates a real need for more intensified programs, of attention to the health of this younger population and that it shows in a specific way this theme, so that in this way the reduction and/or cancellation of complications of carcinogenic character is obtained. Keywords: Early diagnosis; Pap smear test; Women's health; Adolescent health. 1-Anne Caroline Araújo da Silva: Acadêmico da graduação de enfermagem do centro universitário euro americano (e-mail: enf.annecaroline98@gmail.com) 2-Leuda Rodrigues – Mestre em geriatria e Gerontologia e Docente do Centro universitário Euro americano. (e-mail: enfermeiraleuda@gmail.com) 3-Rayssa Lima Silva: Acadêmico da graduação de enfermagem do centro universitário euro americano (e-mail: enfrayssa2021@gmail.com) INTRODUÇÃO O Ministério da Saúde define o exame citológico como um teste para detectar alterações nas células do útero. O exame é ofertado por redes públicas e privadas, afim de diagnosticar de forma precoce o câncer de colo de útero ou infecções sexualmente transmissíveis, por isso é importante salientar sua importância e periodicidade conforme é instruído nos protocolos. O câncer de colo de útero, é causado por alguns tipos de Papilomavírus Humano – HPV, sendo o terceiro tumor maligno mais frequente em mulheres, subsequente do câncer de mama e colorretal. Por ser a quarta causa de morte em mulheres por câncer no Brasil, o início precoce da atividade sexual, múltiplos parceiros, o tabagismo e o uso prolongado de pílulas anticoncepcionais, acaba influenciando no surgimento dessa patologia (BRASIL, 2015; INCA, 2019). No Brasil há diversas estratégias para a prevenção primária do câncer, sendo elas a disponibilização de forma gratuita de preservativos feminino e masculino, vacinação contra o HPV, onde a vacina protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do vírus, e a realização do exame preventivo, como forma de complemento a prevenção, a partir de 25 até 64 anos. No Distrito Federal, a Secretaria de Saúde (SES/DF) promove carretas da mulher, nos meses de março e outubro, afim de promover o acesso aos exames papanicolau, mamografias e ecografias, realizando em média de 49 mil exames desde sua inauguração, porém mesmo promovendo esses serviços e tratamentos, algumas mulheres não retornam para receber o diagnóstico (BRASIL, 2014, 2018; INCA, 2018, 2019). Spinola, Béria e Schermann (2017) traz que a primeira menstruação na vida de uma mulher, é um indicador de sua maturidade sexual e desenvolvimento humano. Porém devido a sua precocidade em alguns casos, influência a antecipação da primeira relação devido a intensificação dos hormônios que estimula o desejo sexual. Com o início da atividade sexual precoce, as adolescentes acabam susceptíveis a anormalidades citológicas por motivo da diversidade de parceiros, não utilização de preservativos em suas relações, falta de acompanhamento médico constante e conhecimento de educação sexual (CRUZ, JARDIM, 2013). Ao observar que um dos fatores de risco é o início precoce da atividade sexual, entende-se que mesmo sendo recomendado no Brasil a realização do exame no período de 25 a 64 anos, adolescentes também são expostas a problemas na vida sexual e reprodutiva, como gravidez indesejada, infecções sexualmente transmissíveis, como o Papilomavírus Humano (HPV), que pode resultar em câncer de colo uterino. A lei brasileira considera adolescentes de 12 a 18 anos, onde ocorre principalmente a descoberta do prazer sexual, sendo observado os frequentes fatores de risco, iniciar atividade sexual precocemente, multiplicidade de parceiros, além de dispensar o uso de camisinha, causando vulnerabilidades nos adolescentes por apresentar anormalidades citopatológicas (MELO et al, 2019; CRUZ, JARDIM, 2013). No decorrer dos tempos, o início da atividade sexual tem sido cada vez mais precoce, deixando jovens mais propícios a patologias ligadas ao sexo, devido ao baixo interesse, haja vista informações termos bastante, porém a idade precoce e o sentimento de inconsequência os distanciam destas informações. Logo está realidade supracitada nos levou a seguinte questão norteadora: qual é a relevância do rastreamento precoce com o uso do Papanicolau no início da vida sexual? Na tentativa de responder o questionamento levantado, o seguinte objetivo foi delineado: Salientar os fatores relacionados a sexarca precoce e destacar a importância de políticas de saúde voltadas a educação sexual de adolescentes. METODOLOGIA A revisão de literatura é o primeiro passo para qualquer tipode trabalho científico, onde é desenvolvida a partir de um material já elaborado constituído por livros, artigos teses e entre outros. Onde o pesquisador se permitirá um mapeamento de tudo o que foi escrito sobre o tema a ser pesquisado, podendo ser dividido em capítulos relacionados aos principais conceitos acerca do tema tratado e o problema formulado pelo pesquisador. Sendo uma excelente forma de demonstrar as semelhanças e/ou diferenças acerca do assunto. (ESTRELA, 2018; FACHIN, 2017; MARIAS-PEREIRA, 2019). Fachin (2017) traz que para a pesquisa documental, considera-se documento qualquer informação sob a forma de textos, imagens, sons, sinais em papel e entre outros, ou seja, corresponde a qualquer informação que possa ser coletada independente da forma. A pesquisa documental representa uma forma que pode se revestir de um caráter inovador, trazendo contribuições importantes no estudo de alguns temas. Além disso, os documentos normalmente são considerados importantes fontes de dados para outros tipos de estudos qualitativos, merecendo portando uma atenção especial (GODOY, 1995). A pesquisa básica tem o propósito de compreender, sem uma aplicação prática existente, assim pode-se promover conhecimento a um determinado público existente (MATIAS-PEREIRA, 2016; NASCIMENTO, 2012). Walliman (2015) traz que a pesquisa descritiva tem como objetivo examinar situações afim de estabelecer uma periodicidade podendo acontecer em outras oportunidades sob os mesmos estímulos. A coleta de dados pode ocorrer em diferentes formas, sendo elas, questionários, registros visuais, entrevistas, registros de sons ou cheios, podendo variar dependendo do tipo de problema na qual busca-se uma resposta. O método qualitativo as informações obtidas são analisadas de forma indutiva. Não requerem o uso de métodos e/ou técnicas estáticas, geralmente o pesquisado pode chegar ao resultado de forma subjetiva através de artigos, entrevistas, tabelas e entre outros. Enquanto o exercício de pesquisa não se apresenta como uma proposta rigidamente estruturada ela permite que a imaginação e a criatividade levem os investigadores a propor trabalhos que explorem novos enforques (MATIAS-PEREIRA, 2019; GODOY, 1995). Baseado na importância referenciada por vários autores, alguns citados aqui, este estudo contemplou a revisão de literatura a qual se deu a partir da busca documental realizada na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) que nos apresentou publicações científicas brasileiras, indexadas nesta base de dados; e outras fontes impressas de relevância ao tema. A Trajetória Metodologia baseou-se inicialmente na seleção de descritores em ciência da saúde DeCS. Posteriormente buscamos publicações que comtemplassem o tema desta forma foram utilizados os seguintes Indicadores: diagnóstico precoce, teste de Papanicolau e saúde da mulher. Como critérios de inclusão foram selecionadas publicações feitas entre 2013 a 2019, em português que apresentaram um ou mais descritores existentes e que apresentaram os textos completos nas versões online. Os critérios de exclusão, foram artigos não disponíveis na versão online, que fugiam do referencial teórico, artigos em inglês e os publicados em datas inferiores a 2013. Através do indicador Diagnóstico Precoce na plataforma BVS, encontramos 74.678 artigos, após usar os critérios de inclusão citados anteriormente, foram encontrados 117 artigos, desses artigos foram utilizados os seguintes filtros: saúde da mulher, teste Papanicolau; foram encontrados 6 artigos, desses foram excluídos artigos que fugiam do tema abordado e artigos repetidos restando 6 artigos pré- selecionado para consulta de dados. Posteriormente, ao utilizar o indicador Teste de Papanicolau, foram encontrados 6.825, com o uso dos critérios de inclusão, foi encontrado 26 artigos, onde com a utilização do seguinte filtro: Programa de rastreamento. Disponibilizou os 4 artigos, desses foram excluídos artigos que fugiam do tema abordado e artigos repedidos, sendo pré-selecionado para consulta de dados 2 artigos. Por fim, através do indicador Saúde da Mulher, foram encontrados 98.900 usado os critérios de inclusão, foram encontrados 341 artigos, e utilizando a filtragem de: saúde da mulher, teste de Papanicolau e estratégia saúde da família, obteve-se o resultado de 56 artigos, desses foram excluídos que fugiam do tema abordado e artigos repetidos, sendo pré-selecionados para consulta de dados 13 artigos. Após extensa análise dos artigos pré-selecionados, 09 artigos foram selecionados afim de compor está pesquisa, onde foi realizado uma leitura detalhada dos mesmos, afim de evidenciar sua relevância para o estudo. Como este estudo se caracteriza como revisão de literatura a partir de uma análise documental, os artigos pesquisados e citados tiveram sua autoria preservada conforme a NBR 10520 (citações) e NBR 6023 (referências). RESULTADOS Na coleta de dados foram selecionados e analisados os artigos que atendiam a temática abordada e critérios de inclusão e exclusão, sendo relacionados no quadro 1. Quadro 1. Relação dos artigos selecionados na base de dados BVS com abordagem do tema “Rastreamento precoce com uso do Papanicolau no início da atividade sexual”. Autores Título Revista / Artigo Ano Metodologia Objetivo TAQUETTE, Stella Regina; RODRIGUES, Adriana de Oliveira; BORTOLOTTI, Livia Rocha Infecção pelo HIV em adolescentes do sexo feminino: um estudo qualitativo Revista Panam Salud Publica 2015 Estudo qualitativo realizado por meio de entrevistas com mulheres adolescentes e jovens soropositivas em tratamento, com diagnóstico feito na adolescência. Conhecer as vulnerabilidades que favorecem a infecção pelo HIV em adolescentes e jovens do sexo feminino e verificar as dificuldades enfrentadas por essa população após o diagnóstico. BAGGIO, Katiuscia et al Exame de Papanicolau em adolescentes e mulheres jovens: análise do perfil citológico Adolescência & Saúde 2018 Tratou-se de um estudo descritivo, analítico e retrospectivo no qual foram realizadas 103 lâminas e requisições dos exames citopatológicos de adolescentes na faixa etária de 12 a 18 anos e mulheres jovens de 19 a 24 anos de idade. Este estudo visou determinar o perfil citológico da cérvice de adolescentes e mulheres jovens que realizaram o exame preventivo do câncer de colo do útero em um serviço de saúde pública. SILVA, Aniel de Sarom Negrão et al. Início da vida sexual em adolescentes escolares: um estudo transversal sobre o comportamento sexual de risco em Abaetetuba, Estado do Pará, Brasil Revista Pan- Amaz Saúde 2015 Trata-se de um estudo observacional quantitativo, de campo, do tipo transversal, realizado no município de Abaetetuba no ano de 2010. Identificar a idade da primeira relação sexual e o uso do preservativo em adolescentes escolares de 14 a 19 anos, alunos do ensino médio. LARA, Lucia Alves da Silva; ABDO, Carmita Helena Najiar Aspectos da atividade sexual precoce Revista Brasil Ginecologia Obstetrícia 2015 Estudo qualitativo, realizado por uma pesquisa documental. Analisar o comportamento sexual de adolescentes e fatores que contribuem para sexarca precoce. MELO, Ester Marcele Câncer cervico- uterino: conhecimento, Revista Brasileira de Enfermagem 2019 Estudo transversal, realizado de julho Avaliar o conhecimento, atitude e prática Ferreira de, et al. atitude e prática sobre o exame de prevenção a setembro de 2015, com 500 mulheres cadastradas nas Unidades Básicas de Saúde do Distrito Sanitário V, do município de Recife – PE. de mulheres sobre o exame preventivo do câncer cervi- uterino e investigar sua associação comvariáveis sociodemográfi- cas. CRUZ, Lorena Zuza, et al. Conhecimento dos adolescentes sobre contracepção e infecções sexualmente transmissíveis Adolescência & Saúde 2018 Estudo descritivo de abordagem quantitativa, sendo pesquisados 185 adolescentes. Os dados foram coletados através de questionário estruturado auto aplicado. Descrever o conhecimento sobre métodos contraceptivos e infecções sexualmente transmissíveis entre adolescentes de escolas públicas do município de Senhor do Bonfim, Bahia. GENZ, Niviane et al. Doenças Sexualmente Transmissíveis: Conhecimento e Comportamento Sexual de Adolescentes. Texto & Contexto – Enfermagem 2017 Estudo Descritivo, observacional, de caráter quantitativo, com amostra por conveniência de 532 adolescentes entre 10 e 19 anos. Aplicou-se um questionário individual sobre doenças sexualmente transmissíveis. Para a análise dos dados utilizou-se o programa Stata 11.1. Avaliar o conhecimento e comportamento sexual de adolescentes sobre doenças sexualmente transmissíveis. MACÊDO, Francisco Lopes dos Santos et al. Infecção pelo HPV na adolescente FEMINA 2015 O estudo é do tipo revisão bibliográfica por meio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Levantar dados e informações sobre as consequências da infecção por HPV na adolescência, seu diagnóstico e condutas a serem tomadas. PINHEIRO, Polliana Lúcio Lacerda; CADETE, Matilde Meire Miranda O conhecimento dos adolescentes escolarizados sobre o papiloma vírus Enfermagem Global 2019 Revisão integrativa da literatura por meio da busca de publicações nos periódicos Analisar as evidências encontradas na literatura científica a respeito do humano: revisão integrativa indexados nas bases de dados da SciElo, MEDLINE e LILACS. papiloma vírus humano para a vida sexual e reprodutiva do adolescente. FONTE: Autoras desse artigo/2020. Através das pesquisas para análise dos dados, foi obtido 09 artigos, onde 04 foram publicados no ano de 2015, 01 publicado no ano de 2017, 02 publicados no ano de 2018 e 02 publicados no ano de 2019. Encontrados 01 no banco de dados na LILACS e 01 na SciELO. Quanto as revistas, observou-se que 01 pela Revista Panam Salud Publica, 02 na Revista Adolescência & Saúde, 01 artigos foi publicado na Revista Pan – Amazônia de Saúde, 01 na Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 01 na Revista Brasileira de Enfermagem e 01 na Revista Enfermagem Global. Em relação aos métodos dos estudos, identificou -se que 02 artigos de abordagem qualitativas, 01 artigo de pesquisa descritiva de caráter qualitativo, 01 com estudo transversal, analítico, com abordagem quantitativa, 03 estudo descritivo, de caráter quantitativo, 01 estudo é do tipo revisão bibliográfica e 01 estudo é do tipo revisão bibliográfica DISCUSSÃO Fatores relacionados a sexarca precoce Segundo a Organização Mundial da Saúde a adolescência é considerada por jovens de 10 e 19 anos. Silva et al (2015) diz que “a adolescência é uma fase da vida compreendida entre descobertas”, as quais podem gerar comportamentos impulsivos como o início precoce da atividade sexual e o uso inconsistente de preservativos. De acordo com Lara e Abdo (2015) a adolescência possui características marcantes relacionado a mudanças corporais e psíquicas, respectivo ao aumento da produção hormonal, que influência o desenvolvimento emocional e comportamental. Contudo Tanquette, Rodriges e Bortolotti (2015) nos traz uma análise comportamental em que pode - se constatar que jovens do sexo masculino possuem o poder de escolha do uso dos preservativos nas relações. Nele as jovens relatam que se submetem aos parceiros, principalmente por se envolverem geralmente com parceiros mais velhos. Visando os fatores que influenciam na sexarca precoce, observa-se a relevância da contribuição do contexto familiar, para o início da vida sexual do adolescente, indicando um desenvolvimento sexual tardio, quando há um bom relacionamento entre os pais e o adolescente. Dentre esse contexto, foi analisado a orientação sexual ofertada pela mãe, a respeito tanto da saúde sexual, como também a validação do desejo sexual do adolescente, que apresentavam menor probabilidade de iniciação sexual precoce e maior probabilidade de fazer contracepção, onde também foi observado que quanto maior a desaprovação de suas mães sobre a iniciação sexual, maior a probabilidade de realizarem a primeira relação sexual (LARA, ABDO, 2015; TAQUETTE, RODRIGUES, BORTOLOTTI, 2015; SILVA et al, 2015). Entretanto, outros fatores associados são, o abuso sexual na infância, uso de álcool e substancias ilícitas, influencias de grupos de amigos, pelo fato de crerem que a maiorias dos amigos já tiveram a primeira relação sexual, desemprego, baixa escolaridade, baixo nível socioeconômico e pais separados, que sugere a baixa supervisão, ocasionando uma exposição precoce a cenas eróticas, podendo buscar sensações sexuais precoces promovendo comportamento sexual de risco. Outros exemplos são múltiplos parceiros, quanto mais cedo adolescente inicia a vida sexual, mais as chances de ter múltiplas relações, enquanto não possuir um relacionamento estabilizado, assim expondo a adolescente à riscos de gravidez indesejada e a IST. Observou-se que os fatores que predominam a sexarca precoce sem o uso de proteção, diz respeito a baixa escolaridade e baixa renda, apontando principalmente a falta de conhecimento sobre as IST e impossibilitando o adolescente obter o preservativo, ocasionando o défice no uso do preservativo entre os adolescentes, por terem os pais como principais atividades econômicas (LARA, ABDO, 2015; TAQUETTE, RODRIGUES, BORTOLOTTI, 2015; SILVA et al, 2015). Comportamento de risco relacionado a sexarca precoce e o HPV A precocidade no início da vida sexual entre os adolescentes é uma característica cada vez mais notória, expondo esses jovens a possíveis contaminações por IST (CRUZ et al, 2018). Diante deste contexto, Macêdo et al (2015) nos diz que apesar de os adolescentes fisiologicamente serem aptos para o início da atividade sexual, contudo a precocidade do ato sexual associado aos fatores biológicos, psíquicos e sociais, ocorre o aumento na vulnerabilidade a infecções, tornando-os principais alvos de contaminação por IST. A cerca das principais IST, foram observados, HIV/aids, sífilis, HTLV – Vírus T-Linfotrópico Humano, HPV – Vírus Papiloma Humano, herpes, gonorreia, DIP – Doença Inflamatória Pélvica, tricomoníase, clamídia, donovanose, linfogranuloma venéreo, cancro-mole e hepatites virais, sendo destacado o baixo conhecimento sobre as Infecções sexualmente transmissíveis entre os adolescentes (CRUZ et al, 2018); (GENZ et al, 2017). No entanto, foi observado quanto ao uso de métodos contraceptivos, o uso do preservativo como método mais eficaz, porém o uso de anticoncepcional foi apontado pelos adolescentes como contracepção para IST (GENZ et al, 2017). Sendo então observado que embora exista conhecimento entre os jovens em relação as infecções e aos métodos contraceptivos, observa-se um aumento na contaminação entre a população jovem, desta forma, sendo importante promover a reflexão e a sensibilização dos adolescentes a fim de reduzir a vulnerabilidade a essas enfermidades (CRUZ et al, 2018; GENZ et al, 2017). Visando as IST apontadas, o papilomavírus humano (HPV) é muito frequente entre as adolescentes, por apresentarem um grande número de parceiros sexuais, e muitas das vezes sem o uso de preservativo, onde contribui para ocorrência da infecção. Em muitos casos, essa infecção se manifesta na forma latente, onde não manifesta lesões, dificultando o diagnóstico precoce. Sendo disseminadoentão, entre os adolescentes, aumentando o número de pessoas contaminadas, visto que mulheres diagnosticadas com o HPV, muitas delas apresentam a idade entre 35 e 55 anos, apontando a probabilidade de ter sido contaminada na adolescência, sendo considerado como um problema de saúde pública (MACÊDO et al, 2015). Contudo, Genz et al (2017) acredita que a adesão das escolas as propostas do ministério da saúde voltada para o ensino fundamental e médio, é de suma importância para a educação sexual e reprodutivo dos adolescentes, estabelecendo mecanismos de intervenções para proporcionar ao adolescente o reconhecimento dos riscos que permeiam a prática sexual segura. A importância do conhecimento e da realização do exame Papanicolau na adolescência O Papanicolau tem como objetivo rastrear alterações da cérvice uterina a partir de células descamadas do epitélio, onde é possível detectar a infecção por Papilomavírus Humano (HPV), juntamente com outros cofatores, que podem levar ao câncer do colo do útero (CCU). No entanto, no Brasil o programa de rastreamento do CCU, através do Papanicolau, é preconizado para mulheres de 25 a 64 anos. Com o intuito de responder a questão norteadora do estudo, ao analisar a alta prevalência das lesões precursoras em mulheres com idade entre 20 a 29 anos, sugere relevância da inclusão de adolescentes sexualmente ativas nos programas de rastreamento, uma vez que as lesões precursoras se apresentam de forma latente 10 a 15 anos antes do câncer invasor (BAGGIO et al, 2018). Segundo Melo et al (2019) “ao reconhecer a influência do conhecimento e da percepção da importância de adotar medidas preventivas adequadas em saúde”, ou seja, o conhecimento acerca do diagnóstico influência a considerar o tratamento disponível, levando assim a melhora da qualidade de vida da mulher. Embora possua fácil acesso ao exame, muitas mulheres possuem dificuldade de realizar consultas e até mesmo o exame, uma vez que é necessária informação quanto a notabilidade da adesão do exame. Em Pinheiro e Cadete (2019) expõe que “a maioria dos adolescentes possuem vida sexual ativa ou já tiveram relação sexual e não conhecem medidas preventivas quanto à aquisição da IST por HPV”, ou seja, o conhecimento insuficiente os deixam vulneráveis a inúmeras infecções. Mesmo havendo diversos meios de conhecimento, os mesmos possuem hostilidade em buscar por informações relacionadas a como se prevenir e sobre as IST e seus sintomas. A evolução neoplásica pode levar entre três a cinco anos seguidamente ao início da atividade sexual em adolescentes, em função do aumento de infecções por HPV nas mesmas ser superior a mulheres de 35 a 55 anos. Usualmente, obtém-se lesões de baixo grau podendo retroceder mesmo sem recurso terapêutico. Ainda assim, há possibilidade desenvolvimento para lesão de alto grau. Com isso, é importante a adesão do rastreamento dessas lesões nestas jovens, repelindo a evolução das lesões até o câncer (BAGGIO et al, 2018). Durante a adolescência Baggio et al (2018) demonstra que “a atividade biológica cervical está em nível máximo” na adolescência, ou seja, a replicação celular acontece constantemente, sendo propício para infecções pelo HPV. Muitas vezes elas podem apresentar ectopia no útero, o que as deixam mais vulneráveis a diversas IST, principalmente devido aos fatores relacionados a sua precocidade sexual. Nesse cenário, a realização do exame citológico enfatiza sua importância, devido ao momento da coleta do material cervical, com o uso do espéculo, dispositivo usado para abertura do canal vaginal assim tendo acesso ao colo do útero, sendo possível a inspeção visual tanto da vagina, como o colo do útero. Portanto, serão avaliadas as características apresentadas, relacionadas principalmente a aspectos das secreções vaginais, coloração e aspecto da superfície do colo, epitelização e forma do orifício externo, sendo de grande valia, por considerar possíveis alterações cervicais, destacando ainda, que na ficha de solicitação do exame, deixa claro que na presença de alterações sugestivas de CCU, não há necessidade de aguardar resultado do exame, encaminhando a mulher para colposcopia. Contudo, a falta de conhecimento pelas pacientes prejudica no diagnóstico de câncer uterino, pois as mesmas não sabem qual a finalidade do exame, apenas sabem que tem que realizá-lo e mostrar para um profissional da saúde. Melo et al (2015) dissertou “em estudos internacionais mostram que mulheres possuem baixo conhecimento sobre a temática e passam mais de três anos sem realizar o exame ou não realizam”, ou seja, o pouco conhecimento adquirido a respeito do exame, não é usufruído. Entretanto, as mesmas apenas procuram um profissional da área da saúde, quando há alguma alteração ginecologia, dificultando o rastreamento precoce. Ainda assim, pode-se promover esse hábito através do relacionamento profissional- paciente, a fim de promover uma segurança para mesma e conhecimento da importância de consultas periódicas não apenas quando há uma alteração em seu corpo. Esse vínculo constituído pelos profissionais tende a facilitar o acesso dessas mulheres, pois a confiança que se estabelece as deixam seguras em relatar sintomas e angústias a respeito do exame, facilitando assim o prognóstico. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo evidenciou que apesar do exame citológico ser preconizado para mulheres com idade entre 25 a 64 anos, se faz de extrema necessidade que também ocorra em adolescentes que iniciaram a vida sexual precocemente, desta forma tornando-se mais possíveis a detecção de lesões cervicais, possibilitando que os profissionais de saúde possam fazer uma análise detalhada tanto no colo do útero, quanto na região genital, a fim de identificar possíveis indícios de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e outras complexidades com o células cancerígenas. Dessa forma, vale destacar que há uma precariedade quanto a informação ofertada para essa fase, principalmente por associar a exposição dos adolescentes a IST e uma possível gravidez indesejada, por falta de ações voltadas para este público, com objetivo de informar a importância do uso do preservativo, e distribuição do mesmo, sem causar constrangimento ao adolescente. Todavia, devido a exposição aumentada a diversas IST, há um risco maior para contaminação pelo Papiloma Vírus Humano (HPV), um dos maiores causadores do câncer do colo uterino, tendo um risco alto por se apresentar de forma latente de 10 a 15 anos. Sendo o Papanicolau o único exame capaz de identificar as lesões percussoras, possibilitando o tratamento antes mesmo do surgimento dos primeiros sinais e sintomas da doença. Em virtude dos fatos mencionados, evidencia-se que os adolescentes apresentam baixo conhecimento sobre este assunto, alguns ate por falta de interesse e outros ate por vergonha e por não quererem se expor. Logo torna-se importante desenvolver projetos educacionais nas instituições de ensino e intensificar ainda mais as ações preventivas e promocionais nas redes públicas e privadas assistenciais de saúde, direcionadas aos adolescentes, a fim de ofertar o acolhimento, conhecimento e tratamento quando necessário, das possíveis complicações as quais podem ter efeitos ate letais quando não abordadas em tempo hábil. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS BAGGIO, Katiuscia et al. Exame de Papanicolau em adolescentes e mulheres jovens: análise do perfil citológico. Adolescência & Saúde, Cruz Alta - RS, v. 15, ed. 3, 2018. BRASIL, Ministério da Saúde. Papanicolau (exame preventivo). [S. l.], 10 set. 2015. 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