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Simulado 5 - TSA 2018 c Gabarito

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PRINCIPAIS CONCEITOS 
• Nessa apostila apresentamos as questões comentadas dos últimos anos da 
prova do TSA. 
• Importante que todos os testes de múltipla escolha sejam respondidos e que 
através dessa prática você melhora sua capacidade de compreensão e de 
reposta. 
• Indicamos que sempre que você olhe o gabarito para saber se teve êxito, 
que você leia o comentário referente a questão. Muitas vezes é através 
dessa ferramenta que conseguimos fixar alguns conceitos fundamentais. 
• Por último, lembre-se que sempre é possível que alguns testes podem cair 
novamente nas provas. 
• Aproveite e boa prática!!!! 
 
 
 
 
respostas 
 
1. Ao ser chamado para anestesiar paciente de 42 anos, em jejum há 12 horas, com 
fibrilação atrial crônica que será submetido à cardioversão, o anestesiologista solicita o 
resultado de um exame antes de anestesiar o paciente. Assinale o exame necessário, den-
tre as opções a seguir: 
A) gasometria arterial; 
B) eletrocardiograma; 
C) ecocardiograma; 
D) glicemia. 
Resposta: C 
Cardioversão eletiva é desconfortável, e anestesia geral é, normalmente, solicitada. Em caso de fi-
brilação atrial crônica, é mandatória a realização de ecocardiograma antes da cardioversão, para 
excluir a presença de trombo em átrio esquerdo, o que poderia causar acidente cerebral isquêmico. 
Referência: 
Stensrud PE – Anesthesia at Remote Locations em: Miller RD Eriksson LI, Fleisher LA, Wiener-Kronish JP, 
Young WL – Miller’s Anesthesia 7th Ed, Philadelphia, Elsevier, 2010;2461-2484 
2. Homem de 27 anos, 75 Kg e 1,80 m é submetido à artroscopia de joelho sob raquia-
nestesia. Após 25 minutos do bloqueio subaracnóideo, o paciente apresentou parada car-
diorrespiratória (PCR) e o anestesiologista solicitou sua ajuda. Você percebe que todos os 
alarmes de monitor estão desligados inclusive o volume da oximetria de pulso. Além 
disso, o anestesiologista estava fora da sala no momento da ocorrência, mas refere que 
após o posicionamento do paciente em decúbito dorsal, o nível sensitivo do bloqueio es-
tava em T8. Qual deve ter sido o primeiro sinal de que o paciente evoluiria para PCR? 
A) Bradicardia 
B) Dessaturação 
C) Hipotensão arterial 
D) Rebaixamento do nível de consciência 
Resposta: A 
O mecanismo que leva a parada cardíaca não está claro, mas provavelmente ocorre de-
vido ao blo-queio simpático associado, liberando o parassimpático. A diminuição da pré-
carga com bradicardia parece ser um fator importante. Pacientes vagotônicos, o medo, a 
ansiedade, a dor, a tração visceral e as alterações posturais têm maior predisposição a bra-
dicardias graves e parada cardíaca. Bradicardia é fator de risco para parada cardíaca durante 
raquianestesia. São fatores de risco para bradicardias: frequência cardíaca basal menor que 60, 
jovens, pacientes com tônus vagal predomi-nante, uso de beta bloqueadores e história de bloqueios 
atrioventriculares associados. Bradicardia é o sinal inicial do aumento do tônus vagal e deve ser 
tratada com atropina de forma precoce. Atropina precoce é efetiva e reduz morbidade nos casos de 
PCR durante a raquianestesia. 
Referência: 
David L. Brown. Spinal, Epidural and Caudal Anesthesia, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. 
Miller’s Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone. 2010. 
 
respostas 
 
3. Mulher de 59 anos, 45 Kg e 1,53 m é submetida à lobectomia inferior direita. Após 15 
minutos em ventilação monopulmonar, a paciente mantém SpO2 de 86% a despeito de 
estar com FiO2 de 100%, VC de 8 mL.Kg-1, PEEP de 8 mmHg no pulmão inferior, FR de 16 
irpm com ETCO2 de 34 mmHg e CPAP no pulmão superior. Qual medida deve ser adotada 
para preservar o reflexo de vasoconstrição pulmonar hipóxica? 
A) Reduzir a CPAP 
B) Reduzir a ETCO2 
C) Aumentar a PEEP 
D) Evitar sobrecarga hídrica 
Resposta: D 
Fatores associados com aumento da pressão na artéria pulmonar antagonizam o efeito do 
aumento de resistência causado pela vasoconstrição pulmonar hipóxica (VPH) e resultam 
em aumento de fluxo para a região hipóxica. Esses inibidores indiretos da VPH incluem 
estenose mitral, sobrecarga hídrica, tromboembolismo, hipotermia, drogas vasoconstritoras e 
um grande segmento pulmonar hipóxico. Inibidores diretos da VPH incluem infecção, drogas vasosi-
latadoras como nitroglicerina e nitroprussiato, hipocarbia e alcalose metabólica. Todos esses poten-
cias inibidores devem ser considerados quando avaliamos a hipoxemia de um paciente durante cirur-
gia torácica. Assim, devemos evitar, entre todos os fatores descritos, a sobrecarga hídrica para pre-
servar a vasoconstrição pulmonar hipóxica. 
Referência: 
Eisenkraft JB, Cohen E, Neustein SM. Anesthesia for thoracic surgery, em: Barash PG, Cullen BF, Stoel-
ting RK, et al. Clinical Anesthesia. 7th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013. 
4. Homem de 68 anos, 61 Kg e 1,70 m é submetido a tratamento cirúrgico de fratura de 
ossos do antebraço esquerdo. Bloqueio infraclavicular foi realizado com auxílio de esti-
mulador de nervo periférico, mas sem obtenção de todas as respostas motoras esperadas 
e o paciente refere dor à incisão na face anterior da borda lateral do antebraço. Quais 
movimentos no membro superior deveriam ter sido evocados durante a realização da 
anestesia para limitar o risco da falha observada no bloqueio? 
A) Extensão do carpo e quirodáctilos 
B) Flexão dos 3 primeiros quirodáctilos 
C) Flexão do cotovelo e pronação do antebraço 
D) Adução do polegar e flexão do 5º quirodáctilo 
Resposta: C 
O nervo musculocutâneo (C5, C6 e C7) é um ramo do fascículo lateral do plexo braquial e 
inerva os músculos coracobraquial, braquial e bíceps braquial. Esses músculos realizam a 
flexão do cotovelo e pronação do antebraço. Ele segue como nervo cutâneo lateral do 
antebraço fornecendo inervação da pele desta região. 
Referência: 
Horlocker TT, Kopp SL, Wedel DJ. Peripheral Nerve Blocks, em: Miller RD, Cohen NH, Eriksson LI, et al. 
Miller’s Anesthesia. 8th Ed, Philadelphia, Elsevier Saunders, 2015; 1721-1751. 
 
respostas 
 
5. Receptor de purina metabotrópico envolvido com a transmissão do estímulo nóxico: 
A) ASIC1 
B) P2X3 
C) TRPV3 
D) P2XY 
Resposta: D 
O receptor de purina metabotrópico é o P2XY. 
Referência: 
Brenner GJ, Woolf CJ – Mechanisms of Chronic Pain, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF et 
al. Anesthesiology, 1st Ed, New York, McGraw-Hill, 2008; 2003. 
6. Assinale a afirmativa correta em relação aos conceitos farmacológicos aplicados a 
anestesia venosa: 
A) a C50 dos anestésicos venosos é constante em relação ao tipo de estímulo 
B) o compartimento efetor é parte do compartimento central 
C) t1/2 ke0 é o recíproco da ke0 
D) a ke0 do remifentanil é maior que a do fentanil 
Resposta: D 
O compartimento efetor é o compartimento hipotético que relaciona a concentração do fármaco no 
plasma ao longo do tempo com o efeito do medicamento ao longo do tempo do efeito, e Ke0 é a 
constante de velocidade de eliminação do medicamento a partir do compartimento efetor (biofase). 
Se a concentração de plasma é mantida constante, o tempo necessário para que a concentração na 
biofase atinja 50% da concentração plasmática (t1/2 Ke0) pode ser calculado como 0,693/ke0. 
Para o início rápido do efeito, uma droga com uma grande Ke0 (curto t1/2 Ke0) deve ser escolhida. 
Assim, o remifentanil apresenta uma ke0 maior (0,53) que a do fentanil (0,15). 
A farmacodinâmica dos anestésicos intravenosos é relatada em termos de C50, a concentração que 
produz 50% do efeito máximo possível da droga. A C50 também pode ser definida como a concen-
tração de droga que previne a resposta (por exemplo, o movimento, a hipertensão arterial, a liber-
tação das catecolaminas) a um estímulo particular (por exemplo, a incisão, a intubação, a retração 
esternal) em 50% dos pacientes. Neste caso, cada combinação de estímulo e resposta pode ter uma 
C50 específica. 
Referência: 
Shafer SL, Flood P, Schwinn DA - Basic
Principles of Pharmacology, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher 
LA, et al - Miller’s Anesthesia, 7th Ed, Philadelphia, 2010; 479-514 
7. Homem de 45 anos e 82 Kg apresenta feocromocitoma e será submetido a adrenalec-
tomia videolaparoscópica. Durante o preparo pré-operatório com o uso de fenoxibenza-
mina apresentou episódio de hipoglicemia. Qual é o mecanismo que explica este efeito do 
fármaco? 
A) inibição da gliconeogênese 
B) redução da resistência insulínica 
 
respostas 
 
C) redução na liberação de glucagon 
D) bloqueio da ação inibidora da adrenalina na secreção de insulina 
 Resposta: D 
 A fenoxibenzamina é um bloqueador alfa-adrenérgico não seletivo que faz ligação covalente com 
os receptores alfa-adrenérgicos. O bloqueio nos receptores alfa-1 pós-sinápticos é mais intenso que 
nos receptores alfa-2. Os seus efeitos cardiovasculares mais importantes são os decorrentes da redu-
ção da pressão arterial sistêmica e a possibilidade de restaurar a volemia dos pacientes tratados. 
Entre os efeitos não cardiovasculares, chama a atenção o impedimento da ação inibidora da adre-
nalina na secreção de insulina, podendo levar a hipoglicemia, principalmente nos pacientes que pos-
suem intolerância à glicose. 
Referência: 
Stoelting RK, Hillier SC. Alpha- and Beta-Adrenergic Receptor Antagonists, em: Pharmacology & Physi-
ology in Anesthetic Practice. 4th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;325-43. 
8. Observa-se durante uma visita clínica, no pós-operatório, que um paciente de 88 anos, 
que há duas semanas foi submetido à substituição da válvula aórtica, tem um esterno 
instável e drenagem purulenta de sua ferida. Apesar de ter tomado o café da manhã, ele 
é encaminhado para uma exploração de emergência da ferida. Ao planejar a anestesia 
desse paciente, você lembra que, em idosos: 
A) A CAM é aumentada para o isoflurano 
B) A metoclopramida é um adjuvante útil para promover o esvaziamento gástrico 
C) A dose eficaz para o bloqueio neuromuscular é diminuída 
D) A termorregulação é prejudicada 
E) A taxa de filtração glomerular é aumentada 
Resposta: D 
A diminuição da massa de tecido magro em idosos reduz a capacidade para a produção de calor 
corporal e causa a diminuição da vasoconstrição de termorregulação e os coloca em maior risco de 
hipotermia intraoperatória acidental. A temperatura intraoperatória do núcleo diminui a uma taxa 2 
vezes maior que a observada em adultos jovens e em condições comparáveis, e o tempo necessário 
para o reaquecimento espontâneo pós-operatório aumenta em proporção direta com a idade do 
paciente. Existe um aumento relacionado com a idade na sensibilidade farmacodinâmica a agentes 
anestésicos, mas a causa ainda é desconhecida. Com o envelhecimento, os valores alveolares mínimos 
relativos de concentração para os agentes inalatórios mais recentes diminuem em, aproximadamente, 
30%. As reduções das reservas de neurotransmissores cerebrais em idosos são manifestadas por um 
aumento da sensibilidade a drogas que possam precipitar sintomas extrapiramidais ou síndrome an-
ticolinérgica, incluindo a metoclopramida. Embora os idosos reduzam a massa muscular esquelética, a 
atrofia neurogênica disseminada na junção neuromuscular permite a proliferação de colinorreceptores 
extrajuncionais. A dose média eficaz e a concentração plasmática no estado de equilíbrio necessária 
para um efeito de bloqueio neuromuscular meio-máximo (concentração efetiva média) permanecem 
praticamente inalteradas, ou podem realmente aumentar ligeiramente no paciente idoso. O início do 
bloqueio pode ser atrasado, e a duração prolongada, no entanto. O fluxo renal do plasma, a taxa 
de filtração glomerular e a depuração de creatinina declinam significativamente. 
Referência: 
 
respostas 
 
Brunton LL, Chabner BA, Knollmann BC, eds. Goodman and Gilman’s The Pharmacological Basis of 
Therapeutics, 12th ed. New York: McGraw-Hill, 2011. 1326. 
Loongnecker DE, et al., eds. Anesthesiology, 2nd ed. New York: McGraw-Hill, 2012. 279-83. 
9. Paciente de 32 anos, primigesta, 37 semanas de gestação, apresenta cefaleia, edema 
em membros inferiores, hiperreflexia, PA de 173x112 mmHg e batimentos cardiofetais de 
168 bpm. Exames laboratoriais mostram proteinúria 3+/4+, plaquetas de 110.000.mm-3 
e creatinina de 0,7 mg.dL-1. A explicação para este quadro é a redução da concentração 
plasmática de: 
A) endotelinas 
B) óxido nítrico 
C) tromboxanos 
D) prostaciclinas 
Resposta: D 
A fisiopatologia da pré-eclâmpsia apresenta desequilíbrio no balanço entre as prostaciclinas e o 
tromboxano. Ocorre aumento do tromboxano e redução das prostaciclinas promovendo aumento da 
vasoconstrição, da agregação plaquetária, da atividade uterina e redução do fluxo sanguíneo ute-
roplacentário. 
Referência: 
Birnbach DJ, Browne IM. Anesthesia for Obstetrics, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s 
Anesthesia. 7th Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;2203-40. 
10. Mulher de 56 anos está agendada para colecistectomia videolaparoscópica. Refere 
história de hipertensão arterial, tabagismo e estenose mitral. O ECG pré-operatório mostra 
fibrilação atrial com FC de 85 bpm. Ecocardiograma pré-operatório não revela trombo 
atrial e a área valvar mitral é de 1,2 cm2. Durante a insuflação do pneumoperitôneo, apre-
senta PA de 50x30 mmHg e FC de 30 bpm. Qual é a explicação para o ocorrido? 
A) estimulação vagal intensa 
B) disfunção ventricular direita 
C) aumento da resistência vascular sistêmica 
D) aumento do tempo de enchimento diastólico 
 
Resposta: B 
A insuflação do pneumoperitôneo causa redução da pré-carga e das pressões de enchimento do 
ventrículo esquerdo. Concomitantemente, há aumento da pressão arterial pulmonar (PAP) secundário 
à elevação da pressão intra-abdominal e à hipercarbia. Tal aumento da PAP agrava ainda mais a 
função do ventrículo direito que já está previamente prejudicada neste contexto de hipertensão pul-
monar crônica da estenose mitral. A taquicardia promovida pela ativação simpática secundária ao 
pneumoperitôneo diminui o tempo de diástole e pode causar grande elevação da pressão atrial e 
congestão pulmonar. Geralmente, o aumento da resistência vascular sistêmica não é um fator impor-
tante porque o volume sistólico é determinado pela área do orifício da valva mitral e pelo tempo de 
enchimento diastólico. 
 
respostas 
 
Referência: 
Nussmeier NA, Hauser MC, Sarwar MF, et al. Anesthesia for Cardiac Surgical Procedures, em: Miller 
RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7th Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 
2010;1889-975. 
11. Mulher de 24 anos será submetida à ressecção de pólipos nasais sob anestesia ge-
ral. Na avaliação préanestésica, refere asma brônquica controlada com terapia inalatória 
(budesonida e salbutamol). Nega crises recentes e a ausculta pulmonar é normal. Qual 
fármaco deve ser EVITADO nessa paciente? 
A) Morfina. 
B) Cetamina. 
C) Cetoprofeno. 
D) Ondansetrona. 
Resposta: C 
A tríade de Samter é a associação de hipersensibilidade aos anti-inflamatórios não hormonais em 
pacientes com asma e pólipos nasais e que poderão apresentar broncoespasmo grave e ameaçador 
à vida. 
Referência: 
Ferrari LR, Gotta AW – Anesthesia for Otolaryngologic Surgery em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting 
RK – Clinical Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;2066-98 
12. Gestante de 28 anos com 38 semanas de gestação queixa-se de cansaço, palpita-
ções e edema em membros inferiores. ECG mostra desvio do eixo para direita, rotação do 
eixo QRS de 15º e inversão de onda T nas derivações D2, V2 e V3. O ecocardiograma 
demonstrou regurgitação tricúspide e pulmonar leves e aumento do átrio esquerdo. O sig-
nificado desses achados nesta paciente é: 
A) normalidade 
B) embolia pulmonar 
C) síndrome de Eisenmenger 
D) doença hipertensiva específica da gravidez 
Resposta: A 
O quadro descrito pode
ocorrer na gestante a termo saudável. Muitas gestantes a termo queixam-se 
de sintomas sugestivos de doença cardiovascular, como dispneia, palpitações, tonteira, edema e 
pouca tolerância ao exercício. O exame físico também pode estar anormal quando comparado ao 
estado pré-gestacional. A gravidez determinará ainda alterações no ECG, radiografia do tórax e 
ecocardiografia da gestante a termo sem que signifique patologia cardiovascular. 
Referência: 
Birnbach DJ, Browne IM. Anesthesia for Obstetrics, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s 
Anesthesia. 7th Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;2203-40. 
 
respostas 
 
13. Paciente internado na UTI apresenta síndrome do desconforto respiratório do adulto 
(SDRA) e evolui com pneumotórax, sendo necessária a inserção de um dreno torácico. Foi 
instituída ventilação oscilatória de alta frequência (HFOV) com melhora significativa da 
PaO2. Qual é a explicação para esta melhora? 
A) redução da PVC 
B) recrutamento alveolar 
C) maiores volumes correntes 
D) aumento no débito cardíaco 
Resposta: B 
A HFOV é a técnica de alta frequência mais comumente utilizada na UTI. Uma das características da 
HFOV é administrar pequenos volumes correntes em frequências extremamente altas, geralmente de 
1 a 3 mL.Kg-1 menores que o espaço morto fisiológico. Outra vantagem potencial sobre a ventilação 
convencional inclui a aplicação de uma maior pressão média nas vias aéreas, promovendo recruta-
mento alveolar. HFOV geralmente leva a aumento precoce na pressão de oclusão da artéria pulmo-
nar, pequeno aumento na PVC e menor redução do débito cardíaco em comparação com os valores 
basais. Alguns estudos mostram que o uso de HFOV em pacientes adultos com SDRA é associado com 
melhora na oxigenação, sem redução significativa na mortalidade. 
Referência: 
Kacmarek RM, Hess DR. Mechanical Ventilation for the Surgical Patient, em: Longnecker DE, Brown DL, 
Newman MF, et al. Anesthesiology. 2nd Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;1406-22. 
14. Menino de 4 anos será submetido a herniorrafia inguinal sob bloqueio caudal e 
anestesia geral inalatória sob máscara facial em ventilação espontânea. O sinal que me-
lhor retrata a injeção acidental de anestésico local no espaço subaracnoideo é: 
A) apneia 
B) assistolia 
C) hipotensão 
D) bradicardia 
Resposta: A 
Complicações potenciais dos bloqueios caudais em pacientes anestesiados incluem injeção intravascu-
lar de anestésico local, que ocorre em aproximadamente 4:10.000 pacientes e injeção subaracnoidea 
com raquianestesia total, com uma incidência reportada de 2,6:10.000 casos. Crianças podem não 
desenvolver hipotensão ou bradicardia, mesmo na presença de raquianestesia total, mas apneia 
ainda pode ocorrer devido ao bloqueio bulbar. 
Referência: 
Everett LL. Anesthesia for Children, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF, et al. Anesthesiology. 
2nd Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;1182-94. 
 
 
 
respostas 
 
15. A concentração plasmática de bloqueador neuromuscular (BNM) adespolarizante 
necessária para promover 50% do bloqueio máximo nas fibras dos músculos adutores da 
laringe é maior do que a necessária para o bloqueio do músculo adutor do polegar devido 
à: 
A) maior t1/2Ke0 do BNM no músculo adutor do polegar 
B) menor velocidade de contração das fibras dos adutores da laringe 
C) maior densidade de receptores nicotínicos nos adutores da laringe 
D) maior afinidade do BNM aos receptores nicotínicos do adutor do polegar 
Resposta: C 
A menor densidade de receptores colinérgicos em fibras musculares lentas, como nos músculos perifé-
ricos, explica a menor margem de segurança da transmissão neuromuscular nesses grupamentos, 
quando comparada com as fibras mais rápidas dos adutores da laringe. A t1/2Ke0 dos bloqueadores 
neuromusculares é menor nos adutores da laringe. No entanto, esta característica confere início de 
ação mais rápido do bloqueador nestas fibras, ainda que elas sejam mais resistentes à ação destes 
fármacos. 
Referência: 
Naguib M, Lien CA, Meinstelman C. Pharmacology of Neuromuscular Blocking Drugs, em: Miller RD, 
Cohen NH, Eriksson LI, et al. Miller’s Anesthesia. 8th Ed, Philadelphia, Elsevier Saunders, 2015; 958-
994. 
16. Mulher de 64 anos, 57 kg e 1,63 m será submetida à duodenopancreatectomia vi-
deolaparoscópica. Apresenta fração de ejeção de 38%, disfunção ventricular sistólica glo-
bal e diastólica. ECG mostra fibrilação atrial. O uso de índices dinâmicos da pressão arte-
rial é inadequada no manejo desta paciente devido à (ao): 
A) aumento da pré-carga 
B) aumento da pós-carga 
C) diminuição da contratilidade ventricular 
D) variabilidade do tempo de enchimento diastólico 
Resposta: D 
A monitorização de índices dinâmicos da pressão arterial é simples de utilizar, minimamente invasiva 
e reflete com acurácia a responsividade do débito cardíaco à administração de volume. No entanto, 
existem alguns requisitos a serem atendidos para sua utilização. O paciente deve estar entubado e 
em ventilação mecânica controlada com volume corrente uniforme e constante, geralmente superior a 
8 mL.Kg-1 e deve apresentar ritmo sinusal para que não ocorra variabilidade do tempo de enchimento 
diastólico gerada por arritmias, principalmente a fibrilação atrial. 
Referência: 
Bar-Yosef S, Schroder RA, Mark JB. Hemodynamic Monitoring, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman 
MF, et al. Anesthesiology. 2nd Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;406-429. 
 
respostas 
 
17. Mulher de 24 anos, 69 kg e 1,65 m, gestante de 37 semanas com história de insufi-
ciência cardíaca será submetida a cesariana sob anestesia geral. Após indução em se-
quência rápida com fentanil, propofol e succinilcolina, evolui com parada cardiorrespira-
tória em assistolia. As manobras de reanimação são iniciadas. Após 5 minutos de reani-
mação e administração de epinefrina, a capnometria é de 7 mmHg e a paciente mantém 
ritmo de assistolia. Qual é a conduta neste momento? 
A) atropina 
B) vasopressina 
C) cesariana de emergência 
D) obter acesso venoso central 
Resposta: C 
A utilização da capnografia e capnometria contínua durante as manobras de reanimação (RCP) é 
uma recomendação formal. Valores persistentes de EtCO2 baixos (< 10 mmHg) durante RCP sugerem 
que o retorno à circulação espontânea é improvável. A janela de 5 minutos que a equipe tem para 
determinar se a PCR pode ser revertida com as manobras de suporte básico e avançado de vida foi 
descrita em 1986 e mantida em todos os protocolos desde então. A cesariana de emergência deve 
ser indicada em até 4 minutos após início da parada cardiorrespiratória se não ocorrer retorno da 
circulação espontânea. Entre 24 e 25 semanas de gestação, a maior taxa de sobrevida fetal ocorre 
quando o nascimento se dá em menos de 5 minutos após a PCR materna. Em gestações com mais de 
30 semanas, encontram-se fetos vivos mesmo após 5 minutos de PCR. 
Referência: 
Otto CW. Cardiopulmonary Resuscitation, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK, et al. Clinical Anes-
thesia. 7th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013; 1672-99 
18. Menina de 4 anos e 20 kg foi submetida à cirurgia de amigdalectomia sob anestesia 
geral balanceada. Durante a anestesia, apresentou episódio de taquicardia ventricular com 
instabilidade hemodinâmica que evoluiu rapidamente para fibrilação ventricular. A con-
duta imediata deve ser: 
A) cardioversão com 20 J 
B) desfibrilação com 40 J 
C) massagem do seio carotídeo 
D) administração de adrenalina 
Resposta: B 
O tratamento da taquicardia ventricular e da fibrilação ventricular é a desfibrilação elétrica. Como 
a fibrilação ventricular foi presenciada, a primeira medida é a desfibrilação elétrica já que a possi-
bilidade de uma desfibrilação efetiva diminui com o tempo e tende a se converter em assistolia. Em 
crianças, recomenda-se uma carga inicial de 2 a 4 J.kg-1. 
Referência: 
Otto CW. Cardiopulmonary
Resuscitation, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK, et al. Clinical Anes-
thesia. 7th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013; 1672-99 
 
 
respostas 
 
19. Homem de 22 anos, 80 kg e 1,75 m será submetido a laparotomia exploradora por 
abdome agudo hemorrágico após acidente automobilístico ocorrido há 2 horas. É admitido 
vigil e orientado, porém ansioso e pálido, com PA de 85 x 40 mmHg e FC de 125 bpm. O 
médico emergencista informa administração total de 300 mL de solução de Ringer com 
lactato até o momento. A alternativa que indica a relação entre risco e benefício dessa 
estratégia de reposição volêmica neste paciente é: 
A) Risco – edema pulmonar / Benefício - preservação da função renal 
B) Risco – íleo adinâmico / Benefício - redução da resposta metabólica ao trauma 
C) Risco – falência ventricular esquerda / Benefício - preservação da função pulmonar 
D) Risco – edema pulmonar / Benefício - preservação da função renal 
E) Risco – isquemia tecidual / Benefício - redução do sangramento 
Resposta: E 
A administração intravascular de fluidos é um dos pilares fundamentais da reanimação no trauma, 
especialmente nas situações de hipovolemia, por permitir a melhora da performance cardiovascular 
com aumento da pressão arterial e da perfusão tecidual. Nas situações de hemorragia ativa, no 
entanto, a restauração da volemia pode ser contra-produtiva. A diluição da massa eritrocitária e dos 
fatores de coagulação associada ao aumento da pressão arterial e reversão da vasoconstricção 
compensatória após expansão volêmica podem resultar no deslocamento de coágulos hemostáticos 
formados. Assim, um círculo vicioso é instalado no qual uma melhora transitória da hemodinâmica é 
seguida de aumento do sangramento e novo episódio de hipotensão com necessidade de nova repo-
sição volêmica. Esse conceito é a base racional da hipotensão deliberada na ressuscitação inicial ao 
trauma e visa essencialmente limitar o sangramento até o seu controle definitivo. Tal estratégia, po-
rém, deve ser sempre ponderada pelo risco de hipoperfusão e isquemia tecidual associada à hipo-
volemia. 
Referência: 
McCunn M, Grissom TE, Dutton RP. Anesthesia for Trauma, em: Miller RD, Cohen NH, Eriksson LI, et al. 
Miller’s Anesthesia. 8th Ed, Philadelphia, Elsevier Saunders, 2015;2423-2459. 
20. No manejo da dor pós-operatória em pacientes dependentes de opioides, a medida 
preventiva para a ocorrência de síndrome de abstinência no pós-operatório é: 
A) antagonismo do efeito opioide ao final da cirurgia 
B) transição para analgesia oral com agentes opioides de ação curta 
C) analgesia controlada pelo paciente com infusão contínua de morfina 
D) prescrição de opioides sob demanda para controle dos episódios de dor 
Resposta: C 
Em pacientes dependentes de opioides, deve-se esperar o relato de escores de dor mais elevados 
no pósoperatório e, apesar de maiores necessidades analgésicas, o tratamento deve se basear na 
avaliação objetiva da dor (escores de dor juntamente com a capacidade de respirar profundamente, 
caminhar, etc.). Prescrição “se necessário” deve ser evitada. É preciso, juntamente com o tratamento 
da dor incisional, suprir as necessidades basais de opioide do paciente a fim de otimizar o alívio da 
dor pós-operatória e evitar a abstinência ao opioide. As necessidades basais de opioide podem ser 
administradas sistemicamente (venosa ou transdérmica) até o paciente tolerar a ingesta oral. Após a 
cirurgia, o paciente pode receber analgesia com PCA venoso com inclusão de infusão basal e ser 
 
respostas 
 
reiniciado o tratamento com opioide oral. Após tolerar a ingesta oral, a conversão da terapia intra-
venosa é iniciada com a combinação de administração regular de formulação de opioide de libera-
ção controlada e opioide de ação curta e liberação imediata se necessário. 
Referência: 
Hurley RW, Wu CL. Acute Postoperative Pain, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s 
Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010;2757-81. 
21. Mulher de 51 anos, 85 Kg e 1,70 m está no centro cirúrgico para realização de co-
lecistectomia videolaparoscópica. Apresenta PA de 140 x 70 mmHg, FC de 70 bpm e 
SpO2 de 97%. A cirurgia ocorre sem intercorrências e a cavidade abdominal é desin-
suflada após 60 minutos da instalação do pneumoperitônio com pressão de 18 
mmHg. Neste momento a paciente apresenta PA de 80 x 40 mmHg, FC de 90 bpm, 
SpO2 de 94%. A causa mais provável desta hipotensão está relacionada com: 
A) shunt pulmonar 
B) isquemia e reperfusão 
C) alcalose pós-hipercapneica 
D) diminuição do tônus simpático 
Resposta B 
Altas pressões de insuflação abdominal (18mmHg) durante períodos superiores a uma hora 
promovem compressão e colabamento dos vasos sanguíneos do peritônio resultando em 
isquemia peritoneal. Essa isquemia resulta em acúmulo de radicais livres e metabólitos áci-
dos. Com o fim do pneumoperitônio ocorre reperfusão e esses metabólicos ácidos e radicais livres 
voltam para a circulação promovendo hipotensão. 
Referência: 
Miller’s Anesthesia. 8th Ed, Philadelphia, Elsevier Saunders, 2015. 
22. Recém-nascido pré-termo com 34 semanas de gestação, agora com de 2 semanas 
de vida e 2 Kg, será submetido à laparotomia exploradora. Você optou por ventilação 
mecânica controlada a pressão. Qual característica da ventilação mecânica deste paciente 
justifica esta escolha? 
A) alta complacência pulmonar 
B) baixo volume de oclusão das vias aéreas 
C) alta condutância das vias aéreas superiores 
D) baixo volume corrente em relação ao volume do circuito 
 Resposta: D 
A complacência pulmonar é relativamente baixa nos neonatos, mas complacência da pa-
rede torá-cica é alta. A caixa torácica flexível oferece pouca sustentação mecânica, o que 
promove recolhi-mento significativo dos pulmões a cada expiração, com trocas gasosas me-
nos eficientes e fecha-mento funcional das vias aéreas, aumentando o trabalho respiratório. O volume 
de oclusão é par-ticularmente elevado e pode se encontrar dentro da faixa do volume corrente da 
 
respostas 
 
criança. O pe-queno diâmetro das vias aéreas aumenta a resistência ao fluxo, resultando em baixa 
condutância. 
O alto volume do circuito em relação ao baixo volume corrente de um bebê torna a ventilação me-
cânica controlada a volume inadequada e, como regra geral, ventiladores controlados a pressão são 
usados de forma mais conveniente em bebês e crianças menores de 10 kg. 
Referências: 
Hall SC, Suresh S. Neonatal Anesthesia, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK et al. Clinical An-
esthesia, 7th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013; ebook edition. 
Kilbaugh TJ, Zwass M, Ross P. Pediatric and Neonatal Intensive Care, em: Miller RD, Cohen NH, Eriksson 
LI, et al. Miller’s Anesthesia. 8th Ed, Philadelphia, Elsevier Saunders, 2015; 2854-2917. 
23. Homem de 39 anos será submetido a fixação de fratura dos ossos do antebraço 
esquerdo. Informa ter realizado pneumectomia à direita há 5 anos. A técnica anestésica 
escolhida é o bloqueio do plexo braquial esquerdo pela via interescalênica. O paciente 
apresenta dispneia e diminuição da saturação periférica de oxigênio trinta minutos após 
o bloqueio. A explicação para os sintomas apresentados pelo paciente é: 
A) acinesia diafragmática 
B) absorção maciça de anestésico local 
C) injeção subdural do anestésico local 
D) injeção subaracnoidea do anestésico local 
Resposta: A 
O nervo frênico ipsilateral é bloqueado em pacientes que recebem bloqueio do plexo braquial por 
via interescalênica. Como a hemiparesia diafragmática pode resultar em diminuição de 25% da fun-
ção pulmonar, pacientes com doença respiratória grave contralateral podem não tolerar o bloqueio 
sem a combinação de ventilação mecânica. Bloqueio do plexo braquial por via interescalênica está 
contraindicado em pacientes após pneumectomia contralateral. 
Referência: 
Urban MK. Anesthesia for Orthopedic Surgery, em: Miller
RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s 
Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010;2241-59. 
24. Mulher de 43 anos, portadora de hipotireoidismo, será submetida a limpeza mecâ-
nico-cirúrgica de fratura exposta da tíbia. Na chegada ao centro cirúrgico, encontra-se so-
nolenta, bradipneica, com frequência cardíaca (FC) de 46 bpm e aparente diminuição da 
temperatura corporal. Oxigênio suplementar é administrado por máscara facial e reposi-
ção venosa de levotiroxina é iniciada. Em seguida, a paciente apresenta melhora do nível 
de consciência, aumento da FC para 90 bpm, aumento da frequência respiratória e passa 
a se queixar de desconforto precordial. O ECG mostra elevação do segmento ST e alarga-
mento do QRS. A causa mais provável para as alterações eletrocardiográficas apresenta-
das é: 
A) hipocalemia 
B) hipocalcemia 
C) tromboembolismo pulmonar 
D) administração de levotiroxina 
 
respostas 
 
Resposta: D 
O coma mixedematoso representa uma forma grave de hipotireoidismo caracterizada por estupor 
ou coma, hipoventilação, hiponatremia, hipotensão e hipotermia. Apenas cirurgias de emergência de-
vem ser realizadas em face ao coma mixedematoso. Reposição intravenosa de hormônio tireoidiano 
deve ser iniciada assim que o diagnóstico é feito. No entanto, a terapia repositora com qualquer 
forma de hormônio tireoidiano pode precipitar isquemia miocárdica. 
Referência: 
Schwartz JJ, Akhtar S, Rosenbaum SH. Endocrine Function, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK, et 
al. Clinical Anesthesia. 6th Ed. Philadelphia. Lippincott Williams & Wilkins, 2009;1279-1304. 
25. Homem de 23 anos e 70 Kg, vítima de acidente automobilístico, apresenta frequên-
cia cardíaca de 140 bpm, pressão arterial de 100x60 mmHg e frequência respiratória de 
28 irpm. É levado à sala de cirurgia e, após a abertura cirúrgica do abdome, a pressão 
arterial diminui para 80x40 mmHg. A perda de sangue estimada é de cerca de 3.000 mL. 
Após administrar 2.500 mL de hidroxietilamido, o paciente apresenta sangramento difuso 
na ferida operatória. Qual é o mecanismo provável para esta complicação? 
A) plaquetopenia 
B) deficiência de proteína C 
C) diluição de fatores da coagulação 
D) coagulação intravascular disseminada 
Resposta: C 
A infusão de grandes volumes (> 20 mL.Kg-1) de hidroxietilamido leva à diluição dos fatores da 
coagulação e do fibrinogênio, além de redução da adesividade plaquetária com manifestações clí-
nicas de sangramento aumentado. 
Referência: 
Potério GMB, Braga AFA, Vane LA, et al. Reposição Volêmica, em: Cangiani LM, Slullitel A, Potério 
GMB, et al. Tratado de Anestesiologia SAESP. 7ª Ed. São Paulo. Atheneu, 2011;1243-65. 
26. A razão entre a concentração alveolar e a concentração inspirada de todos os anes-
tésicos voláteis eleva-se rapidamente nas primeiras incursões respiratórias devido a (ao): 
A) diminuição do débito cardíaco 
B) depressão da ventilação alveolar 
C) coeficiente de partição sangue-gás 
D) mínima captação do anestésico para o sangue 
Resposta: D 
Na fase inicial da anestesia inalatória, a concentração alveolar do anestésico é zero e se mantém 
baixa durante as primeiras ventilações. A rapidez com que a razão entre a concentração alveolar e 
a concentração inspirada se eleva resulta da diferença entre as pressões parciais do anestésico no 
alvéolo e no sangue ser muito baixa. Por isso, a elevação dessa razão é rápida para todos os agentes 
inalatórios independente da sua solubilidade. 
Referência: 
 
respostas 
 
Eger II EI. Inhaled Anesthetics: Uptake and Distribution, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. 
Miller’s Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010;539-59. 
27. Propofol e remifentanil são fármacos adequados para administração em infusão 
contínua. O parâmetro farmacocinético que melhor traduz essa propriedade é: 
A) histerese 
B) meia vida Ke0 
C) meia-vida de eliminação total 
D) meia-vida contexto dependente 
Resposta: B 
O tempo de equilíbrio Ke0 é o tempo decorrido entre a administração do fármaco por via venosa e 
o seu efeito terapêutico máximo, ou a sua concentração máxima no compartimento efetor. A meia 
vida Ke0 é o tempo decorrido para que ocorra metade desse equilíbrio, e fármacos com menor meia 
vida Ke0 são mais precisamente manuseados quando em infusão contínua e apresentam início e pico 
de ação mais rápidos. 
Referência: 
Sear J. Total Intravenous Anesthesia, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF, et al. Anesthesiology. 
2nd Ed. New York. McGraw Hill Medical, 2012;725-41. 
28. No paciente com estenose mitral, a administração de betabloqueadores reduz o gra-
diente de pressão transvalvar devido a diminuição do (a): 
A) pré-carga 
B) inotropismo 
C) frequência cardíaca 
D) pressão venosa pulmonar 
Resposta: C 
A estenose mitral se caracteriza por elevado gradiente de pressão transvalvar, que é dependente 
da taxa de fluxo através da valva estenosada. A frequência cardíaca deve ser mantida mais baixa, 
evitando-se a taquicardia. Frequência cardíaca baixa permite tempo suficiente para o enchimento 
ventricular e diminui o gradiente de pressão através da valva mitral diminuindo a pressão no átrio 
esquerdo e a congestão pulmonar. Estados que causem aumento da atividade simpática poderão 
aumentar muito o gradiente de pressão transvalvar e se refletir no aumento das pressões atrial es-
querda e venosa pulmonar. A redução da pré-carga poderá prejudicar o volume sistólico e o débito 
cardíaco. Além disso, geralmente, a resistência vascular sistêmica não é um fator importante para 
aumentar o fluxo porque o volume sistólico é determinado pela área do orifício da valva e pelo 
tempo de enchimento diastólico. 
Referência: 
Nussmeier NA, Hauser MC, Sarwar MF, et al. Anesthesia for Cardiac Surgical Procedures, em: Miller 
RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 
2010;18891975. 
 
respostas 
 
29. Homem de 65 anos, portador de insuficiência cardíaca classe funcional III, apresenta 
quadro de apendicite aguda. É realizada anestesia geral com sevoflurano e remifentanil, 
e, durante o procedimento, apresenta hipotensão (PA 80x50 mmHg) com frequência car-
díaca de 55 bpm. A explicação para essa situação hemodinâmica é uma interação farma-
cocinética entre os anestésicos do tipo: 
A) absorção 
B) distribuição 
C) metabolismo 
D) biotransformação 
Resposta: B 
Anestésicos voláteis, betabloqueadores, bloqueadores dos canais de cálcio e vasodilatadores podem 
diminuir o débito cardíaco e produzir mudanças significativas na distribuição de outros fármacos. A 
diminuição do débito cardíaco aumenta as concentrações de outros fármacos em tecidos altamente 
perfundidos, tais como o cérebro e o miocárdio. Com isso, doses habituais de agentes como o propofol, 
tiopental, remifentanil, podem produzir efeitos substancialmente maiores no sistema cardiovascular e 
no SNC. O mesmo efeito é observado com os anestésicos voláteis, quando a diminuição do débito 
cardíaco causa aumento das concentrações expiradas, intensificando os efeitos cardiovasculares e 
sobre o SNC. 
Referência: 
Rosow CE, Levine WC. Drugs Interactions, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK, et al. Clinical Anes-
thesia. 6th Ed. Philadelphia. Lippincott Williams & Wilkins, 2009;550-66. 
30. Os benefícios do uso do levosimendam no tratamento do choque cardiogênico po-
dem ser atribuídos a: 
A) curta duração do seu efeito 
B) efeito inotrópico e cronotrópico positivo 
C) aumento dos níveis de cálcio intracelular 
D) alterações conformacionais da troponina C 
 Resposta: D 
O levosimendam é um agente inotrópico positivo que promove alteração conformacional da troponina 
C, melhorando a interação desta com o cálcio. Possui metabólito ativo com meia vida próxima há uma 
semana, explicando seus efeitos prolongados após o término de sua infusão. Seus efeitos inotrópicos 
não são antagonizados
pelo uso de betabloqueadores e sua utilização não produz aumento signifi-
cativo da frequência cardíaca. 
Referência: 
Lopes MR, Castro MM. Choque, em: Cangiani LM, Slullitel A, Potério GMB, et al. Tratado de Aneste-
siologia SAESP. 7ª Ed. São Paulo. Atheneu, 2011;2647-69. 
 
 
 
respostas 
 
31. Em um paciente com sepse e síndrome do desconforto respiratório do adulto, durante 
a ventilação mecânica em modo ciclado a volume, a PEEP é elevada com o intuito de 
melhorar a oxigenação. Todavia, após cerca de 45 minutos, nota-se redução da PaO2 e 
elevação da PaCO2, sem aumento significativo da pressão de pico na via aérea. Qual é a 
explicação para o ocorrido? 
A) edema pulmonar 
B) aumento do tempo inspiratório 
C) aumento do espaço morto fisiológico 
D) lesão pulmonar induzida pela ventilação 
Resposta: C 
A PEEP melhora a oxigenação arterial por meio do recrutamento funcional de alvéolos colapsados, 
da redistribuição da água pulmonar e, assim, distribuição mais homogênea do volume corrente e 
aumento da capacidade residual funcional, melhorando a relação ventilação-perfusão com a redução 
do shunt. Todavia, se ocorre predominantemente hiperinsuflação de alvéolos normais e diminuição da 
complacência pulmonar, haverá elevação da PaCO2 devido a aumento do espaço morto que pode 
se associar à diminuição da PaO2 se a elevação da PEEP acarreta prejuízo ao débito cardíaco. 
Referência: 
Grasso S, Mascia L, Ranieri VM. Respiratory Care, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s 
Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010;2879-97 
32. Homem hipertenso, diabético e portador de DPOC apresenta ecocardiografia com 
fração de ejeção de 35% e pressão de artéria pulmonar estimada em 35 mmHg. Será sub-
metido a ressecção de tumor retroperitoneal. Dosagem de hemoglobina pré-operatória é 
de 10,2 g.dL-1. A monitorização hemodinâmica mais adequada para o diagnóstico e trata-
mento da hipovolemia intraoperatória nesse paciente deve incluir: 
A) variação do volume sistólico e débito cardíaco 
B) pressão venosa central e variação do volume sistólico 
C) pressão de oclusão da artéria pulmonar e débito cardíaco 
D) pressão de oclusão da artéria pulmonar e saturação venosa central de oxigênio 
Resposta: A 
Parâmetros hemodinâmicos estáticos, como pressão venosa central e pressão de oclusão da artéria 
pulmonar, não apresentam boa acurácia para definir pacientes respondedores a volume. A combina-
ção de parâmetros hemodinâmicos dinâmicos, como variação do volume sistólico e variação da pres-
são de pulso, em combinação com medidas do débito cardíaco e da saturação venosa mista ou central 
de oxigênio, permitirá diagnosticar adequadamente a hipovolemia como causa de diminuição do 
débito cardíaco e da oferta de oxigênio aos tecidos durante a cirurgia. 
Referência: 
Schroeder RA, Barbeito A, Bar-Yosef S, et al. Cardiovascular Monitoring, em: Miller RD, Eriksson LI, 
Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010;1267-1328. 
 
respostas 
 
33. Mulher de 45 anos, estado físico ASA 1 e com história prévia de salpingotripsia é 
submetida à histeroscopia cirúrgica para ablação endometrial sob anestesia geral com 
intubação orotraqueal e ventilação controlada (volume corrente de 10 mL.Kg-1 e FiO2 de 
80%). Dez minutos após o início da ablação cirúrgica, observa-se ETCO2 de 25 mmHg, 
SpO2 de 90%, pressão arterial de 90x60 mmHg e pressão de pico de vias aéreas de 12 
cmH2O. O diagnóstico mais provável é: 
A) pneumotórax 
B) embolia gasosa 
C) intubação seletiva 
D) edema agudo de pulmão 
Resposta: B 
A baixa pressão em vias aéreas afasta a intubação seletiva, o pneumotórax e o edema agudo. A 
ablação, mesmo com meio líquido, em paciente com salpingotripsia prévia, leva à formação de gases, 
por evaporação do endométrio que não têm para onde escoar, em função da obstrução tubária e 
da presença do aparelho no colo do útero. Os seios venosos abertos, com a ação do cautério, servem 
de via para microembolização gasosa contínua e progressiva. 
Referência: 
Joris JL. Anesthesia for laparoscopic surgery, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s 
Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010; 2185–202. 
34. Paciente de 37 anos, estado físico ASA 1, será submetido à timpanomastoidectomia 
sob anestesia geral com monitorização do nervo facial. O fármaco que deve ser evitado 
ou ter sua dose reduzida é o: 
A) alfentanil 
B) isoflurano 
C) rocurônio 
D) etomidato 
Resposta: C 
A monitorização do nervo facial é utilizada durante procedimentos cirúrgicos do ouvido médio, mas-
toide e ouvido interno para reduzir a incidência de lesão iatrogênica. Quando o nervo é estimulado, 
eletrodos ligados à face detectam a atividade do nervo. Bloqueio neuromuscular parcial ou completo 
reduz ou abole essa atividade e a transecção acidental do nervo facial não gera sinal. É essencial 
que o bloqueio neuromuscular seja interrompido ou revertido e a função do nervo periférico possa 
ser avaliada. 
Referência: 
Feldman MA, Patel A. Anesthesia for Eye, Ear, Nose, and Throat Surgery, em: Miller RD, Eriksson LI, 
Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010;2357-88. 
 
 
 
respostas 
 
35. Paciente de 72 anos, hipertenso, em uso crônico de amlodipina e hidroclorotiazida 
dá entrada no Pronto Socorro com quadro de obstrução intestinal e vômitos frequentes. Ao 
exame, apresenta-se prostrado, desidratado e com palpitação precordial. O ECG mostra 
ritmo sinusal, extrassístoles ventriculares frequentes, depressão do segmento ST, achata-
mento da onda T e presença de onda U. Foi medicado com antiemético e hidratação venosa 
com salina 0,9%. Evoluiu com parestesias, câimbras, fraqueza muscular, confusão mental 
e um episódio de taquicardia ventricular não sustentada. A melhor conduta, nesse mo-
mento, é: 
A) cloreto de potássio em infusão venosa 10 mEq.h-1 em solução salina em concentração inferior a 
20 mEq.L-1 
B) cloreto de potássio em infusão venosa 10 mEq.h-1 em solução salina seguido de cardioversão 
elétrica com 110 J 
C) cloreto de potássio em infusão venosa 40 mEq.h-1 em solução salina e monitorização do potássio 
e magnésio séricos 
D) cloreto de potássio em infusão venosa 2 mEq.Kg-1.h-1 em solução salina seguido de amiodarona 
venosa 300 mg em bolus 
Resposta: C 
O quadro descrito sugere hipocalemia grave com dosagem sérica de potássio abaixo de 2,5 mEq.L-
1. Nesta situação, deve-se repor potássio pela via venosa, de forma mais agressiva, em velocidades 
de infusão que podem chegar a 40 mEq.h-1, sempre com a monitorização seriada dos valores séricos 
de potássio e magnésio. 
Referência: 
Prough DS, Funston JS, Svensén CH. Fluids, electrolytes, and acid-base physiology, em: Barash PG, 
Cullen BF, Stoelting RK et al. Clinical Anesthesia. 6th Ed. Philadelphia. Lippincott Williams & Wilkins, 
2009;290-325. 
36. Mulher de 28 anos, 70 kg e 1,65 m, primigesta apresentava-se em trabalho de parto 
há 5 horas. Como a evolução do trabalho de parto estava prolongada, iniciou-se infusão 
de ocitocina 5 UI.h-1. Após 10 horas de trabalho de parto, como a evolução não foi satis-
fatória, foi indicada cesariana. A cirurgia transcorreu sem incidentes, mas a paciente apre-
sentou atonia uterina e hemorragia pós-parto. A explicação para a complicação apresen-
tada pela paciente é: 
A) ruptura uterina 
B) fadiga da musculatura uterina 
C) doença trofoblástica gestacional 
D) down regulation dos receptores de ocitocina 
Resposta: D 
Atonia uterina é responsável por 75% a 90% dos casos de hemorragia pós-parto. Além de situações 
que aumentam o tamanho do útero, como no polidrâmnio e gestação múltipla, o tônus uterino pode 
ser comprometido após exposição prolongada à ocitocina usada para indução e progressão do parto 
devido ao mecanismo de down regulation dos receptores de ocitocina. Doença
trofoblástica gestaci-
onal é causa de hemorragia pré-parto, anterior à 20a semana de gestação. 
 
respostas 
 
Referência: 
Tsen LC. Anesthesia for Obstetric Care and Gynecologic Surgery, em: Longnecker DE, Brown DL, New-
man MF, et al. Anesthesiology. 2nd Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;1148-1168. 
37. Mulher de 34 anos, 62 kg e 1,70 m, previamente hígida, é submetida à antrostomia 
maxilar com etmoidectomia parcial bilateral por via endoscópica nasal sob anestesia geral 
venosa. Na sala de recuperação, a paciente evolui com queixa de dor intensa no olho 
esquerdo associada a diminuição da acuidade visual e diplopia. Exame físico evidencia 
edema de pálpebras e conjuntiva com proptose, oftalmoplegia, aumento da tensão do 
globo ocular e perda do reflexo pupilar ipsilateral. Qual medida terapêutica emergencial 
deve ser empregada nessa situação? 
A) crioterapia local 
B) descompressão cirúrgica 
C) colírio de betabloqueador 
D) oclusão ocular com pomada de corticoide 
Resposta: B 
Hemorragia e enfisema periorbitários são complicações descritas das cirurgias endoscópicas nasais 
ocasionadas por lesões inadvertidas das artérias etmoidais anterior e posterior e da lâmina papirá-
cea durante o procedimento. O acúmulo de sangue ou ar no interior da órbita pode levar a um 
quadro de síndrome compartimental com dor local associada à perda aguda da visão e dos reflexos 
pupilares, proptose, quemose e limitação da motricidade ocular. Trata-se de uma emergência oftal-
mológica que requer descompressão cirúrgica imediata, habitualmente realizada via cantotomia la-
teral, sob risco de sequelas visuais definitivas caso o tratamento seja postergado. 
Referência: 
Roth S. Postoperative Visual Loss, em: Miller RD, Cohen NH, Eriksson LI, et al. Miller’s Anesthesia. 8th 
Ed, Philadelphia, Elsevier Saunders, 2015;3011-3031. 
38. Homem de 75 anos, 74 kg e 1,68 m está na sala de emergência com queixa de mal 
estar e tontura. A PA é de 140x90 mmHg e a FC é de 28 bpm. O ECG mostra bloqueio 
atrioventricular de segundo grau Mobitz tipo II. Cinco minutos após o início da infusão de 
isoproterenol, o paciente queixa-se de dor precordial, mal estar e náuseas. A PA neste 
momento é de 150x60 mmHg, a FC é de 85 bpm e o paciente apresenta palidez e sudorese. 
O ECG mostra infra-desnivelamento do segmento ST e extra-sístoles ventriculares. A con-
dição fisiopatológica que melhor justifica esta sequência de eventos é: 
A) aumento do lusitropismo 
B) diminuição do inotropismo 
C) aumento da resistência vascular pulmonar 
D) diminuição da resistência vascular sistêmica 
Resposta: D 
Os efeitos cardiovasculares do isoproterenol refletem a ativação de receptores adrenérgicos beta 1 
cardíacos e beta 2 na musculatura esquelética, o que resulta em aumento da frequência cardíaca, da 
 
respostas 
 
contratilidade miocárdica e do automatismo cardíaco. Ocorrem ainda vasodilatação na musculatura 
esquelética e diminuição da resistência vascular sistêmica. A pressão arterial média diminui devido à 
diminuição da pressão arterial diastólica. A diminuição da pressão diastólica pode diminuir o fluxo 
coronariano ao mesmo tempo em que a demanda miocárdica de oxigênio aumenta com o aumento 
da frequência cardíaca. 
Referência: 
Stoelting RK, Hillier SC. Sympathomimetics, em: Pharmacology & Physiology in Anesthetic Practice. 4th 
Ed, Philadelphia, Lippincot Williams & Wilkins, 2006; 292-310. 
39. Mulher de 65 anos é submetida à craniotomia para clipagem de aneurisma roto de 
comunicante anterior. Após estabelecer plano anestésico adequado, ventilação pulmonar 
com PaCO2 de 30 mmHg e administrar 5 mL.kg-1 de solução de cloreto de sódio 3%, a 
pressão intracraniana (PIC) é de 20 mmHg. A conduta seguinte para o controle da PIC é: 
A) administrar tiopental 3mg.kg-1 em bolus 
B) solicitar ao cirurgião drenagem liquórica 
C) estabelecer bloqueio neuromuscular profundo 
D) aumentar a fração inspirada do anestésico inalatório 
Resposta: B 
O controle da pressão intracraniana ocorre através do manejo de 4 compartimentos: (a) comparti-
mento celular, (b) compartimento liquórico, (c) compartimento fluido e (d) compartimento sanguíneo. 
Os dois primeiros compartimentos são territórios cirúrgicos e o manejo anestésico pouco ou nada in-
terfere neles. Os dois últimos compartimentos são áreas de atuação do anestesiologista. Podem ter 
seus conteúdos modificados com a interferência de fármacos anestésicos, controle da ventilação pul-
monar, posicionamento do paciente, administração de soluções osmóticas e modificações no plano 
anestésico. Quando estas medidas terapêuticas se esgotam, deve-se lançar mão daquelas que o 
cirurgião pode intervir: craniotomia, drenagem liquórica, resseção tumoral. 
Referência: 
Drummond JC, Patel PM, Lemkuil BP. Anesthesia for Neurologic Surgery, em: Miller RD, Cohen NH, 
Eriksson LI, et al. Miller’s Anesthesia. 8th Ed, Philadelphia, Elsevier Saunders, 2015; 2158-2199. 
40. Homem de 65 anos, 70 kg e 1,80 m foi submetido a cistectomia radical. Cateter 
peridural foi instalado no espaço de L3-L4 para analgesia controlada pelo paciente. Solu-
ção de ropivacaína 0,2% com fentanil 2 μg.mL-1 foi utilizada com taxa de infusão basal 
de 5 mL.h-1, dose de demanda de 5 mL e intervalo de bloqueio (lockout) de 15 minutos. No 
1o dia pós-operatório, apresenta queixa de dor intensa com múltiplas tentativas de acio-
namento da dose de demanda além do máximo programado por período. Ao exame, apre-
senta-se com dor intensa à palpação do abdome e com redução da força muscular em 
membros inferiores. A justificativa para essa situação é: 
A) intervalo de lockout muito longo 
B) concentração insuficiente de opioide 
C) concentração insuficiente de anestésico local 
D) local inadequado de inserção do cateter peridural 
 
respostas 
 
Resposta: D 
O local de instalação do cateter peridural para analgesia controlada pelo paciente no pós-opera-
tório deve ser congruente com os dermátomos de manipulação cirúrgica, no caso T7 a T10. Quando 
comparados regimes de PCA peridural de acordo com o local de inserção do cateter, observa-se que 
os regimes de infusão em sítios incongruentes resultam em aumento da dor e remoção precoce do 
cateter por inefetividade da analgesia. As soluções empregadas na PCA peridural são habitualmente 
compostas de misturas de anestésico local e opioides em baixas concentrações para maximizar a 
analgesia e minimizar os efeitos colaterais. No caso em questão, o aumento da concentração do 
anestésico local e/ou do opioide lipofílico não seria suficiente para o controle efetivo da dor por 
conta da incongruência entre o sítio do cateter e os dermátomos cirúrgicos. A elevação da taxa de 
infusão basal e da dose de demanda aumentaria a dispersão da mistura analgésica e poderia con-
ferir benefício analgésico adicional, porém também implicaria em maior risco de efeitos adversos, 
notadamente hemodinâmicos. 
Referência: 
Hurley RW, Murphy JD, Wu CL. Acute Postoperative Pain, em: Miller RD, Cohen NH, Eriksson LI, et al. 
Miller’s Anesthesia. 8th Ed, Philadelphia, Elsevier Saunders, 2015;2974-2998. 
41. Homem de 61 anos, 82 kg e 1,75 m é submetido a laparotomia exploradora por 
isquemia mesentérica. Após a enterectomia e ressuscitação volêmica, apresenta PAM de 
75 mmHg, índice cardíaco de 5,1 L.min-1.m-2, índice de resistência vascular sistêmica de 
850 dyn.s-1.cm-5.m-2, índice de aporte de oxigênio de 580 mL.min-1.m-2 e saturação venosa 
mista de oxigênio de 78%. A despeito da manutenção destes parâmetros no pós-operató-
rio, o paciente evolui com elevação do lactato arterial e piora do déficit de base. A expli-
cação para essa alteração laboratorial é o desenvolvimento de: 
A) hipóxia citopática 
B) hipóxia hipoxêmica 
C) insuficiência renal aguda 
D) falência ventricular esquerda 
Resposta: A 
Diversos estudos descrevem a redução da capacidade tecidual de produção de ATP na sepse e em 
outras situações críticas.
Uma das principais razões para esse evento é o comprometimento da perfu-
são e oxigenação tecidual decorrente da piora da performance macrocirculatória. No entanto, mesmo 
após a restauração dos parâmetros macrocirculatórios e do aporte global de oxigênio, o déficit 
celular de ATP pode ser mantido por distúrbios microcirculatórios diversos como a abertura de shunts 
arteríolo-venulares, trombose e obstrução microvascular, edema tecidual e hipóxia citotóxica. A ge-
ração de peroxinitritos no interior da célula por conta do aumento da produção de óxido nítrico e 
radicais livres mediada por toxinas exógenas e mediadores inflamatórios pode comprometer a fun-
cionalidade mitocondrial. Essa situação, conhecida como hipóxia citopática, é caracterizada pela in-
capacidade de produzir quantidades adequadas de ATP a despeito de tensão de oxigênio normal 
ou mesmo aumentada no interior da célula. 
Referência: 
Yaster M, Rossberg MI. The Pathophysiology of Critical Illness, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman 
MF, Zapol WM. Anesthesiology. 2nd Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;1316-1325. 
 
respostas 
 
42. Homem de 64 anos, 156 kg e 1,80 m é submetido a apendicectomia videolaparos-
cópica sob anestesia geral. É estabelecida ventilação mecânica controlada a volume com 
VC de 600 mL, FR de 12 irpm, Pplatô de 28 cmH2O, relação I:E de 1:2, PEEP de 5 cmH2O e 
FiO2 de 50%. Dez minutos após insuflação do pneumoperitôneo e posicionamento em 
Trendelemburg, a saturação de oxigênio cai lentamente de 97% para 88%. A conduta 
mais adequada para resolver este problema é: 
A) aumentar a relação I:E para 1:3 
B) aumentar a PEEP para 10 cmH2O 
C) aumentar o volume corrente para 800 mL 
D) mudar o modo de ventilação para controlado a pressão 
Resposta: B 
A oxigenação arterial durante a cirurgia laparoscópica em pacientes com obesidade mórbida é afe-
tada principalmente pelo peso corporal e não pela posição do paciente, pneumoperitôneo, ou modo 
de ventilação. A oxigenação não melhora de forma significativa através do aumento da frequência 
respiratória ou do volume corrente. A PEEP é o único parâmetro ventilatório que de forma consistente 
demonstrou melhorar a função respiratória em indivíduos obesos, embora possa diminuir o retorno 
venoso, o débito cardíaco e subsequente a oferta de oxigênio. O aumento da relação I:E não implica 
na melhora dos parâmetros de oxigenação. 
Referência: 
Ogunnaike OB, Whitten CW. Evaluation of the Obese Patient em: Longnecker DE, Brown DL, Newman 
MF, et al. Anesthesiology. 2nd Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012; 301-15. 
43. Na descontinuação da circulação extracorpórea após revascularização do miocár-
dio, a medida hemodinâmica que deve ser tomada para o tratamento da embolia aérea 
coronariana é: 
A) reduzir a frequência cardíaca 
B) reduzir a pressão venosa central 
C) aumentar a pressão arterial sistêmica 
D) aumentar a pressão arterial pulmonar 
Resposta: C 
A isquemia que se desenvolve imediatamente após a revascularização do miocárdio pode ocorrer 
por diversos fatores relacionados aos enxertos vasculares. Eventos embólicos ao término da circulação 
extracorpórea por componentes particulados e/ou ar podem obstruir a circulação coronariana e com-
prometer a perfusão miocárdica. O aumento da pressão arterial com vasopressores visa “empurrar” 
o êmbolo aéreo ao longo dos enxertos e coronárias e é habitualmente efetivo para o tratamento 
dessas situações. 
Referência: 
Nussmeier NA, Sarwar MF, Searles BE, et al. Anesthesia for Cardiac Surgical Procedures, em: Miller 
RD, Cohen NH, Eriksson LI, et al. Miller’s Anesthesia. 8th Ed, Philadelphia, Elsevier Saunders, 
2015;2007-2095. 
Chaney MA, Cheung AT, Troianos CA, et al. Cardiac Anesthesia, em: Longnecker DE, Brown DL, New-
man MF, et al. Anesthesiology. 2nd Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;898-927. 
 
respostas 
 
44. Homem de 28 anos, 85 kg e 1,90 m é submetido a artroscopia do ombro sob blo-
queio do plexo braquial pela via interescalênica em posição de cadeira de praia. Após o 
bloqueio e posicionamento, evolui com bradicardia e hipotensão arterial graves acompa-
nhadas de síncope. O evento hemodinâmico pode ser explicado pela ocorrência do reflexo 
de: 
A) Bowdich 
B) Bainbridge 
C) Hering-Breuer 
D) Bezold-Jarisch 
Resposta: D 
Hipotensão grave e bradicardia (reflexo de Bezold-Jarish) podem ocorrer em pacientes acordados 
na posição sentada submetidos a bloqueio interescalênico para cirurgia do ombro. O mecanismo é a 
estimulação de mecanoceptores intracardíacos pela diminuição do retorno venoso, que produz dimi-
nuição abrupta do tônus simpático com liberação parassimpática. O reflexo de Bainbridge é produ-
zido pela distensão de receptores atriais e mediado pelo nervo vago de forma que o aumento da 
pressão atrial promove a elevação da frequência cardíaca. O reflexo de Hering-Breuer inibe a ins-
piração e é desencadeado pela distensão pulmonar. O efeito de Bowdich é o aumento da força de 
contração ventricular quando ocorre aumento da frequência cardíaca. 
Referência: 
Horlocker TT, Kopp SL, Wedel DJ. Peripheral Nerve Blocks, em: Miller RD, Cohen NH, Eriksson LI, et al. 
Miller’s Anesthesia. 8th Ed, Philadelphia, Elsevier Saunders, 2015; 1721-1751. 
45. Mulher de 65 anos, internada na UTI devido a quadro agudizado de doença pulmo-
nar obstrutiva crônica, encontra-se em ventilação mecânica com estabilidade hemodinâ-
mica. Será submetida a laparotomia exploradora por oclusão intestinal. Durante o trans-
porte, evolui com queda da PaO2. O volume corrente e a PEEP são aumentados. Imediata-
mente após esta conduta, apresentou hipotensão e bradicardia. A explicação para esta 
intercorrência é: 
A) hipovolemia 
B) hipoxemia grave 
C) pneumotórax hipertensivo 
D) tromboembolismo pulmonar 
Resposta: C 
Níveis elevados de PEEP podem determinar o aparecimento de barotrauma, reduzir a oferta de 
oxigênio aos tecidos, aumentar o espaço morto e o trabalho respiratório. Pacientes que apresentam 
hipoxemia refratária ao aumento da FiO2, portadores de DPOC, são excelentes candidatos à utili-
zação de PEEP. Sempre que a PEEP é aumentada, o volume corrente deve ser diminuído para prevenir 
a ocorrência de barotrauma. 
Referência: 
Kacmarek RM, Hess DR. Mechanical Ventilation for the Surgical Patient, em: Longnecker DE, Brown DL, 
Newman MF, et al. Anesthesiology. 2nd Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;1406-22. 
 
respostas 
 
46. Durante a anestesia geral para realização de ressonância magnética, os cabos de 
ECG e oximetria de pulso devem ser retificados, com mínimo contato, ao longo do corpo 
do paciente. Esta conduta visa evitar: 
A) queimaduras no paciente 
B) artefatos nas imagens do exame 
C) interferências no traçado do ECG 
D) efeito antena do oxímetro de pulso 
Resposta: A 
Alguns riscos graves são atribuídos aos intensos campos magnéticos da ressonância magnética. Apesar 
da superfície corporal absorver a energia de radiofrequência, o aquecimento do paciente, geral-
mente, não é uma preocupação e a sua temperatura não aumenta mais que 1ºC. Por outro lado, 
existe a possibilidade de geração de calor nos fios de monitorização como resultado da indução 
eletromagnética; ressonância do circuito; e ou “efeito antena”. Foram relatadas lesões térmicas na 
área de eletrodos de ECG e probes de oxímetros de pulso. O probe do oxímetro de pulso deve ser 
colocado o mais distante possível do scanner. Efeito antena no probe pode resultar em lesão térmica. 
Os eletrodos de ECG devem ser colocados juntos em direção ao centro do campo magnético para 
evitar artefatos e isolar os cabos da pele do paciente, pois podem causar lesão térmica. Para evitar 
queimaduras, é recomendado que os fios de monitorização sejam mantidos retos ao longo do paci-
ente, evitando-se voltas ou alças que podem resultar em lesão térmica; evitar que condutores toquem 
o paciente, especialmente em mais de um local; e inspecionar os fios dos monitores
antes de cada uso, 
evitando o uso de fios desgastados ou em mau estado. 
Referência: 
Stensrud PE. Anesthesia at Remote Locations, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s Anes-
thesia. 7th Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;2461-84. 
47. Homem de 40 anos e 80 Kg é submetido a colectomia total. Durante a cirurgia, que 
teve duração aproximada de 5 horas, foram infundidos 2.000 mL de solução fisiológica 
0,9% e 500 mL de gelatina fluida modificada. No pós-operatório, esta conduta poderá se 
associar a: 
A) vômitos 
B) íleo paralítico 
C) hipercoagulabilidade 
D) hipoperfusão tecidual 
Resposta: A 
A administração restritiva de fluidos foi associada a maior incidência de vômitos, com menor ocorrên-
cia de hipercoagulabilidade, e nenhuma diferença na motilidade intestinal no pós-operatório de curto 
prazo. 
Referência: 
Prough DS, Funston JS, Svensén CH, et al. Fluids, Electrolytes, and Acid-Base Physiology, em: Barash 
PG, Cullen BF, Stoelting RK, et al. Clinical Anesthesia. 7th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wil-
kins, 2013;327-61. 
 
respostas 
 
48. Mulher de 18 anos com antecedentes de asma é submetida a apendicectomia vide-
olaparoscópica. Após a intubação, a paciente apresenta broncoespasmo grave com tórax 
silencioso. Qual é a conduta imediata? 
A) aminofilina 
B) adrenalina 
C) salmeterol 
D) sulfato de magnésio 
Resposta: B 
O salmeterol é fármaco beta-2 agonista que, apesar de adequado para a terapia de ataque da 
asma, tem início relativamente lento, sendo, portanto, inadequado para esta situação. A aminofilina, 
uma metilxantina, é menos eficaz que os beta-2 agonistas e não aumenta a sua resposta broncodila-
tadora. O sulfato de magnésio não é utilizado no tratamento do quadro agudo da asma. A melhor 
opção é a adrenalina pelo seu início de ação rápido e eficaz. 
Referência: 
Martins FANC, Stanícia S, Hatanaka DM. Farmacologia Respiratória, em: Cangiani LM, Slullitel A, 
Potério GMB, et al. Tratado de Anestesiologia SAESP. 7ª Ed, São Paulo, Atheneu, 2011;989-94. 
49. Você realizou bloqueio periférico para analgesia pós-operatória de artroplastia total 
de joelho. No entanto, o mesmo acorda com dor em fossa poplítea. Tal fato pode ser ex-
plicado por falha de anestesia do nervo: 
A) ciático 
B) femoral 
C) obturador 
D) cutâneo lateral da coxa 
Resposta: A 
Um bloqueio do nervo ciático resulta na anestesia da pele da face posterior dos músculos 
da coxa, músculo isquiotibial e músculo bíceps femoral. Outras estruturas incluem partes da 
articulação do quadril e do joelho. É responsável pela inervação de toda a perna abaixo 
do joelho, com exceção da pele da face medial da perna. Falha no bloqueio do nervo ciático resulta 
em falta de analgesia na região da fossa poplítea. 
Referência: 
Horlocker TT, Kopp SL, Wedel DJ. Peripheral Nerve Blocks, em: Miller RD, Cohen NH, Eriksson LI, et al. 
Miller’s Anesthesia. 8th Ed, Philadelphia, Elsevier Saunders, 2015; 1721-1751. 
50. Homem 53 anos, 75 Kg e 1,80 m é submetido à correção de aneurisma de aorta 
supra-renal. O tempo de clampeamento aórtico foi de 55 minutos. Após 1 hora do des-
clampeamento aórtico, o débito urinário é baixo e a urina está escura. Qual é a melhor 
conduta diante desta situação? 
A) Furosemida, para inibir a síntese de prostaglandinas 
B) Dopamina, para reduzir a taxa de filtração glomerular 
C) Manitol, para reduzir o edema celular induzido por isquemia 
 
respostas 
 
D) Fenoldopam, para aumentar o fluxo sanguíneo medular renal 
Resposta: C 
Neste caso o paciente teve isquemia renal com necrose tubular aguda, devido ao tempo de 
clampeamento supre-renal. O manitol é a droga mais indicada em casos de isquemia renal, 
para aumentar o fluxo sanguíneo cortical renal, reduzir o edema induzido por isquemia, a 
congestão vascular e diminuir os radicais livres. A furosemida não inibe a síntese de prosta-
glandinas. A dopamina não reduz a taxa de filtração glomerular. O fenoldopam, apesar de fazer 
dilatação dos leitos vasculares renais, não está indicado após lesão isquêmica. 
Referência: 
Edward J. Norris, Anesthesia for Vascular Surgery, em: Miller RD, Cohen NH, Eriksson LI, et al. Miller’s 
Anesthesia. 8th Ed, Philadelphia, Elsevier Saunders, 2015; 2106-2157. 
51. Homem de 54 anos, 60 Kg e 1,75 m será submetido a tratamento cirúrgico de hérnia 
de hiato. Refere uso de 80 mg de omeprazol por dia. Relata que em cirurgia prévia de 
apendicectomia, foi informado pelo anestesiologista no pós-operatório que tinha sido “di-
fícil de intubar”. Você optou por intubação oral com paciente acordado e uso de fibroscopia 
flexível. Qual é o bloqueio melhor indicado nesta situação, associado à anestesia tópica, 
para anestesia da via aérea? 
A) Transtraqueal 
B) Esfenopalatino 
C) Glossofaríngeo 
D) Laringeo superior 
Resposta: C 
 
 
Paciente em risco de regurgitação gástrica e aspiração pulmonar devido a doença do re-
fluxo gastroesofágico, não pode receber bloqueio transtraqueal nem do nervo laríngeo 
recorrente devido à possível perda de reflexo das vias aéreas que favorece a aspiração. 
O nervo esfenopalaitno e responsável pela inervação da mucosa nasal e da nasofaringe 
sendo desnecessário durante a intubação orotraqueal. O nervo glossofaríngeo por sua vez, é o prin-
cipal nervo sensorial da orofaringe inervando a valécula, superfície anterior da epiglote e o terço 
posterior da língua. Além disso, as paredes da faringe e tonsilas também fazem parte de sua iner-
vação. 
Referência: 
Orebaugh SL., Bigeleisen PE. Atlas of Airway Management: Techniques and Tools. 2nd ed, Philadel-
phia. Lippincott Williams & Wilkins, 2012. 56-7. 
 
 
 
 
 
respostas 
 
52. Paciente de 68 anos, 50 Kg, 168 cm de altura, é hipertenso e diabético tipo I. Apre-
senta carcinoma metastático da próstata e é internado na unidade de terapia intensiva 
devido à pneumonia bilateral e abscesso perimaleolar. Evolui febril, taquicárdico, com 
necessidades crescentes de insulina, cetoacidose diabética e insuficiência respiratória. Foi 
intubado, mas a adaptação à prótese ventilatória está difícil, apesar de sedação com fen-
tanil. Foi realizada drenagem do abscesso sob anestesia local com bupivacaína 0,25% 
30 mL, devido à gravidade clínica do paciente. Cerca de 30 minutos após o início do pro-
cedimento, apresentou maior dificuldade ventilatória seguida de ectopias ventriculares e 
alargamento do QRS, que evoluiu para atividade elétrica sem pulso. A causa mais prová-
vel para o desfecho desfavorável é: 
A) intoxicação pela bupivacaína; 
B) infarto agudo do miocárdio; 
C) choque séptico; 
D) barotrauma. 
Resposta: A 
O paciente apresenta diferentes fatores de risco aditivos para toxicidade pelos anestésicos locais 
(AL). Desnutrição e hipoproteinemia aumentam a fração livre do AL. Aditivamente, o fentanil apre-
senta elevada ligação proteica (84%), o que pode ter colaborado para aumentar a fração livre do 
AL. Acidose metabólica (cetoacidose diabética) e hipercarbia (má adaptação à ventilação mecânica) 
aumentam o risco de toxicidade neurológica e cardiovascular. O estado hiperdinâmico também fa-
vorece a intoxicação cardíaca. A infiltração de região inflamada e infectada permite absorção vas-
cular mais rápida do AL. Apesar da dose administrada de bupivacaína não ultrapassar os limites 
recomendados (2 mg.kg-1), devem-se pesar os riscos de efeitos adversos secundários à toxicidade 
sistêmica, para que a dose anestésica usada seja limitada e a mais segura. 
Referência: 
Heavner JE – Pharmacology of Local Anesthetics em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF et al – 
Anesthesiology, 1st Ed, New York, McGraw Hill, 2008;954-73 
53. Paciente de 74 anos, obeso, tabagista, hipertenso, diabético, dislipidêmico e com 
angina estável, será submetido à endarterectomia de carótida. Já foi submetido à angio-
plastia coronária, há 4 anos, devido a infarto agudo do miocárdio em parede inferior. Faz 
uso de enalapril,
hidroclorotiazida, sinvastatina e insulina NPH. Ao exame físico, apre-
senta varizes em membros inferiores e auscultas cardíaca e pulmonar normais. PA 170 x 
100 mmHg e FC 87 bpm. Dosagem de creatinina 1,8 mg.dL-1. Teste cardíaco de estresse 
positivo para isquemia. Com relação à avaliação do risco peroperatório, é verdadeiro afir-
mar que: 
A) os níveis pressóricos indicam o adiamento da cirurgia; 
B) a terapia betabloqueadora peroperatória reduz o risco cardíaco; 
C) a ocorrência de evento cardíaco adverso grave é estimada em 5%; 
D) o paciente se beneficiará de nova angioplastia coronariana antes da cirurgia. 
 
 
 
respostas 
 
Resposta: B 
Adiamento da cirurgia eletiva é recomendado no caso de hipertensão grave (PA sistólica > 200 mg 
ou diastólica > 115 mmHg) até que a pressão seja controlada abaixo de 180 x 110 mmHg. A 
orientação atual da ACC/AHA (American College of Cardiology/American Heart Association) advoga 
que a terapia betabloqueadora peroperatória é indicação Classe I em pacientes que usavam previ-
amente betabloqueadores e naqueles com teste cardíaco de estresse positivo submetidos à cirurgia 
vascular. Todavia, deve haver cuidado com a terapia aguda sem titulação da dose, por poder se 
associar a risco. Segundo o Índice de Risco Cardíaco (critérios de Lee), usado no algoritmo da 
ACC/AHA, em pacientes que apresentam nenhum, 1, 2 ou 3 fatores de risco clínicos, o risco de eventos 
cardíacos graves é de 0,4%, 0,9%, 7% e 11%, respectivamente. O benefício e a redução do risco 
cardíaco, com a revascularização coronária (bypass coronário ou angioplastia) antes de cirurgia não 
cardíaca, não estão bem estabelecidos (Classe IIb) em pacientes de alto risco para isquemia e não é 
recomendada (Classe III) como medida profilática em pacientes com coronariopatia estável. 
Referência: 
Fischer SP, Bader AM, Sweitzer BJ – Preoperative Evaluation em: Miller RD Eriksson LI, Fleisher LA, 
WienerKronish JP, Young WL – Miller’s Anesthesia 7th Ed, Philadelphia, Elsevier, 2010;1001-1066 
54. Homem jovem é recebido no setor de emergência com fraturas expostas em ambos 
os membros inferiores. Está pálido e taquipneico. Inicia-se ressuscitação volêmica agres-
siva com solução cristaloide. Nesse momento, NÃO é um risco a: 
A) diminuição da viscosidade sanguínea; 
B) alteração do equilíbrio eletrolítico; 
C) hipertermia reacional; 
D) imunossupressão. 
Resposta: C 
Os riscos associados à reposição agressiva de volume durante a ressuscitação volêmica são: aumento 
abrupto da pressão arterial; diminuição da viscosidade sanguínea; maior diminuição do hematócrito; 
diminuição da concentração do fator de coágulo; maior necessidade de transfusão; ruptura do equi-
líbrio eletrolítico; imunossupressão direta; reperfusão prematura; hipotermia. 
Referência: 
Dutton RP, McCunn M, Grissom TE – Anesthesia for Trauma em: Miller RD Eriksson LI, Fleisher LA, Wie-
ner-Kronish JP, Young WL – Miller’s Anesthesia 7th Ed, Philadelphia, Elsevier, 2010;2277-2311 
55. O estímulo nociceptivo chega ao Sistema Nervoso Central através do neuroeixo e se 
projeta para quatro regiões corticais e subcorticais maiores. Nessas projeções, distinguem-
se quatro componentes, hierarquicamente arranjados, que interagem entre si e se modu-
lam intrinsecamente. Assinale qual componente NÃO faz parte desse grupo: 
A) cognitivo; 
B) comportamental; 
C) sensitivo aferente; 
D) sensorial discriminativo. 
 
 
respostas 
 
Resposta: C 
O estímulo nociceptivo aferente chega ao Sistema Nervo Central através do neuroeixo, projetando-
se para quatro regiões corticais e subcorticais maiores. Nessas projeções, distinguem-se quatro com-
ponentes hierarquicamente arranjados que interagem, modulando-se intrinsecamente um ao outro. 
 - Componente Sensorial Discriminatório: projeções aos núcleos localizados no tálamo ventropostero-
lateral, específicas para tato e nocicepção; 
 - Componente Comportamental: núcleo Giganto-celular (sítios de projeção na Medula Oblongata) e 
Mesencéfalo (Matéria Cinzenta Periaquedutal e Núcleo Cuneiforme). Essas projeções contribuem para 
a resposta ao centro cardiorrespiratório, surgimento de respostas motoras e emocionais e os mecanis-
mos de alerta envolvidos com as respostas comportamentais à dor; 
 - Componente Cognitivo: Hipotálamo. Conexões envolvidas em respostas ao sistema nervoso autô-
nomo e liberação de hormônios envolvidos com a resposta ao estresse; 
 - Comportamento Emocional Afetivo: Complexo amigdaliano (que faz parte da estrutura límbica). 
Projeções envolvidas nas respostas afetivas e emocionais à dor. 
Referência: 
Gemal AE – Monitorização da consciência Per-operatória, em: Anestesia Inalatória – SBA, 2007; 94 
56. Paciente de 39 anos e 115 Kg será submetida à ressecção de cistos ovarianos bila-
terais por via laparoscópica. Tem história de hipotireoidismo e refere rubor facial associ-
ado à ingesta de bebidas alcóolicas. No exame físico, apresenta erupção avermelhada 
malar com telangectasias, sopro mesossistólico em borda paraesternal inferior esquerda. 
Nega limitações para atividades físicas. Foi submetida à anestesia geral e, após a ressec-
ção do cisto à direita, apresentou hipotensão arterial (70 x 40 mmHg) e bradicardia refra-
tárias ao uso de efedrina e à infusão de cristaloides. Não havia sinais de sangramento 
ativo, nem evidências de outras massas abdominais. A conduta mais adequada é a admi-
nistração de: 
A) milrinona 
B) dopamina 
C) octreotídeo 
D) hormônio tireoidiano 
Resposta: C 
Os tumores carcinoides secretam uma série de aminas e hormônios, tais como serotonina, histamina, 
taquicininas, bradicininas, calicreína, corticotropina, substância P, motilina e prostaglandinas. Exposi-
ção sistêmica persistente a grandes quantidades dessas substâncias pode resultar na síndrome carci-
noide, cuja tríade clássica é composta por rubor das extremidades superiores e face, sibilos e diar-
reia. O acometimento cardíaco ocorre em mais de 50 % dos casos. Carcinoides ovarianos primários 
podem causar tais sintomas porque sua drenagem venosa desvia-se do sistema porta. A crise carci-
noide ocorre pelo aumento súbito e intenso de mediadores que podem causar choque e colapso car-
diovascular e, em geral, resulta da manipulação do próprio tumor. O tratamento recomendado é a 
interrupção de manipulação do tumor, expansão volêmica e administração de vasopressores não 
catecolaminérgicos. Caso o tratamento convencional não funcione, o octreotídeo, análogo da soma-
tostatina, pode ser usado para antagonizar o efeito dos mediadores e a vasodilatação. 
Referência: 
 
respostas 
 
Slodzinski M, Merritt WT. Anesthesia for Gastrintestinal Surgery, em: Longnecker DE, Brown DL, New-
man MF et al. Anesthesiology. 1st Ed. New York. McGraW Hill, 2008:1314-37. 
Roizen MF, Fleisher LA. Anesthetic Implications of Concurrent Diseases, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher 
LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010;1067-1149. 
57. Homem de 20 anos será submetido a artrodese de coluna com monitorização do 
potencial evocado somatossensitivo. É realizada anestesia geral com 1 CAM de isoflurano, 
remifentanil e cisatracúrio. Durante o procedimento ocorre aumento da latência dos poten-
ciais evocados. A explicação provável para este achado é: 
A) efeito direto do isoflurano 
B) aumento da pressão intracraniana 
C) diminuição do metabolismo cerebral 
D) aumento do fluxo sanguíneo cerebral 
Resposta: A 
A administração de anestésicos voláteis até a concentração alveolar de 1 CAM permite medir e 
interpretar os potenciais evocados somatossensitivos durante cirurgias espinhais. A amplitude do po-
tencial pouco se altera, mas aumenta a latência dos potenciais evocados auditivos. 
Referência: 
Helfenstein E. Farmacodinâmica dos Anestésicos Inalatórios, em: Cangiani LM, Slullitel A, Potério GMB, 
et al. Tratado de Anestesiologia SAESP. 7ª Ed. São Paulo. Atheneu, 2011;1037-50.

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