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Fundamentos de Economia_versão aluno

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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA! 
 
Prezado (a) estudante, 
Ao final desta disciplina você irá dominar os Fundamentos de Economia (conceito, 
objeto, objetivos e problemas econômicos fundamentais), conhecerá os aspectos 
microeconômicos (oferta e demanda e estruturas de mercado) e o funcionamento do 
sistema macroeconômicos da economia (moeda e inflação), será capaz de analisar e 
discutir sobre a atividade econômica e o funcionamento do balanço de pagamentos. 
A disciplina está organizada em 3 unidades temáticas e uma unidade de revisão, 
contém duas atividades de percurso, além da avaliação regular, segunda chamada, 
recuperação e exame final. Lembre-se que, o estudo a distância lhe proporciona uma 
flexibilidade de horário e de local de estudo, mas requer disciplina e organização, 
principalmente quanto ao cumprimento dos prazos das atividades. Portanto, fique 
atento ao calendário acadêmico. 
 
Desejo a você um ótimo estudo. Forte abraço! 
Professor Ronaldo Ribeiro! 
 
“No início tudo parecerá difícil, mas no início, tudo é difícil.” 
(Sun Tzu – A Arte da Guerra)1 
 
1
 Citação extraída do livro de Microeconomia facilitada do professor Heber Carvalho. 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE I: FUDAMENTOS DE ECONOMIA 
 
Prezado (a) estudante, 
Nesta primeira unidade temática estudaremos o conceito de economia, seu objeto de 
estudo como ciência, seus objetivos e os seus problemas econômicos fundamentais. O 
objetivo é que ao final desta unidade você consiga: 
 conceituar economia como ciência; 
 discorrer sobre o objeto e os objetivos da ciência; 
 exemplificar algumas das contribuições das ciências econômicas; 
 explicar sobre o surgimento da economia, enquanto ciência, e sobre algumas 
contribuições o seu fundador; 
 entender o problema econômico fundamental e os seus desdobramentos; 
 identificar os principais agentes econômicos e o seu papel no fluxo circular da 
renda; 
 refletir sobre problemas contemporâneos: algumas possíveis causas 
econômicas dos fechamentos de empresas e aspectos relacionados a 
distribuição funcional da renda2. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
2
 A distribuição funcional da renda (DFR) refere-se à repartição da renda gerada no processo produtivo 
pelos fatores utilizados na produção. 
 
 
 
 
 
 
 
1.1 Conceito de Economia 
 
Para Carvalho (2012, p. 373), a Economia é a ciência social que estuda como a 
sociedade deve utilizar os recursos produtivos, que são escassos, na produção de bens 
e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, com 
o objetivo de satisfazer as necessidades humanas. Segundo Viceconti e Neves (2014, 
p.1), a Economia é a ciência social que estuda a produção, a circulação e o consumo 
dos bens e serviços que são utilizados para satisfazer as necessidades humanas. Mas 
quais as implicações disso, professor? 
Ora, estimado aluno, a primeira implicação é que leis ou proposições das ciências 
econômicas não são passíveis de verificação ou de experimentação em laboratórios ou 
em “ambientes controlados”. A segunda, é que existem diversos pontos em que os 
economistas divergem: existem várias correntes de pensamento dentro das Ciências 
Econômicas. Apesar disso, já adianto a vocês que existem algumas correntes e 
abordagens que são dominantes, mas isso não significa dizer que as demais estão 
erradas! Logo, neste primeiro contato com a matéria, sugiro a você focar no 
entendimento dos conceitos, modelos e ferramentas. Entender suas aplicações e 
limitações é mais importante do que “vestir a camisa” de qualquer uma delas! 
 
Assista ao vídeo sobre o conceito de economia: 
https://www.youtube.com/watch?v=mJsncXWcc-E 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=mJsncXWcc-E
 
 
 
 
 
1.2 Objeto de estudo 
Partindo do conceito apresentado de Economia, podem-se extrair algumas 
informações, por exemplo, o objeto de estudo dessa ciência é o setor produtivo, as 
relações inerentes a produção, circulação e consumo. Em outras palavras, o objeto vai 
abranger desde o comportamento dos consumidores e empresas, tecnologias de 
produção, recursos utilizados no processo produtivo, distribuição de renda, qualidade 
de vida, bem estar .... Isso mesmo aluno: tudo! (rsrsrs). Nossa, professor! Mas qual a 
finalidade de estudar tudo isso? Qual o objetivo dessa ciência? 
 
1.3 Objetivos 
A Economia estuda esses fenômenos econômicos com o objetivo de entender o 
funcionamento do setor produtivo e das relações a ele associadas. A partir desse 
estudo são formuladas teorias, leis, proposições, axiomas, postulados, modelos, 
ferramentas etc..., ou seja, a partir do estudo desses fenômenos econômicos a ciências 
econômicas vai consolidando seu arcabouço teórico ao qual recorrem vários indivíduos 
que necessitam entender o funcionamento do mercado: profissionais, produtores, 
consumidores, funcionários públicos, acadêmicos. 
Desde o seu surgimento, em 1776, com a publicação do livro “A riqueza das nações” 
de Adam Smith3 várias relações foram estudadas e consolidadas como: lei da oferta e 
da demanda, lei dos rendimentos decrescentes, lei de Say. Adam Smith, por exemplo, 
cunhou dois dos conceitos mais conhecidos no mundo da economia: a mão invisível do 
mercado e a divisão do trabalho. 
 
3
 Adam Smith ganhou a fama de pai da economia por conta do livro “A riqueza das nações” publicado 
em 1776. Tá certo que o livro é maravilhoso! Mas muito antes disso os gregos já haviam escrito sobre o 
tema. Veja mais sobre o assunto em: https://www.paulogala.com.br/breve-historia-da-economia/ 
 
 
 
 
 
Assista ao vídeo com um breve histórico da Economia e como as 
ideias de Adam Smith impactaram o mundo: 
https://www.paulogala.com.br/breve-historia-da-economia/ 
 
1.4 Problemas econômicos fundamentais 
Pode-se dizer que a Economia, enquanto ciência, preocupa-se com o setor produtivo 
da sociedade, as relações entre os indivíduos no processo produtivo e os assuntos 
relacionados à atividade econômica. De uma maneira geral, pode-se dizer que na 
esfera econômica estará sempre presente a dicotomia necessidades humanas – 
recursos produtivos. É por causa dessa relação que a Economia também é conhecida 
como a ciência que estuda a escassez (VICECONTI e NEVES, 2014, p. 2). 
Veja o vídeo sobre o conceito de escassez: 
https://www.youtube.com/watch?v=gZAj7zkPkfU 
 
De um lado, existem as necessidades e os desejos das pessoas de consumir bens e 
serviços que podem ser os mais diversos (ilimitados): alimentos, remédios, roupas, 
celular, moradia, lazer. Por esse motivo, são ilimitados e sempre surgem novos com o 
passar do tempo. Já os recursos produtivos, esses são finitos. Professor, mas o que são 
recursos produtivos? Ora, são os recursos que estão disponíveis para a produção dos 
bens e serviços que nós, indivíduos, necessitamos ou desejamos. Podem aparecer 
também com o nome de fatores de produção e serem denominados de capital, mão 
de obra (trabalho), recursos naturais (terra) (VICECONTI e NEVES, 2014, p. 5). 
É importante que você guarde o seguinte: A existência de necessidades humanas 
ilimitadas que precisam ser satisfeitas com recursos produtivos limitadas dá origem 
https://www.paulogala.com.br/breve-historia-da-economia/
https://www.youtube.com/watch?v=gZAj7zkPkfU
 
 
 
 
 
ao que se denomina de problema econômico fundamental. Os economistas utilizam a 
Curva de Possibilidades de Produção - CPP para ilustrar o problema o problema da 
escassez. A CPP abaixo (Figura 1) representa o problema da escassez para uma 
determinada sociedade. Admitindo-se que os recursos produtivos são constantes, o 
conhecimento tecnológico é constante e somente dois produtos são possíveis de 
fabricação, então para que se obtenha mais produto B a sociedade deve produzirmenos do produto A. 
 
Figura 1 Curva de Possibilidades de Produção. Elaborado pelo autor, com base em Viceconti e Neves (2014). 
 
Vejamos algumas observações importantes sobre a CPP: 
 Pontos sobre a CPP indicam a quantidade máxima possível de produção de um 
bem, dada a produção do outro. 
 Pontos dentro (abaixo) da curva indicam que alguns recursos produtivos estão 
ociosos. 
 Pontos fora (acima) da curva indicam uma produção que excede as 
possibilidades dessa sociedade. 
20; 0 
18; 1 
15; 2 
11; 3 
6; 4 
0; 5 
0
1
2
3
4
5
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
P
ro
d
u
to
 A
 
Produto B 
Curva de Possibilidade de Produção - CPP 
 
 
 
 
 
 Se a sociedade estiver operando sobre a curva, então para que se obtenha mais 
produto B a sociedade deve produzir menos do produto A. 
À quantidade perdida do bem A que a sociedade precisa incorrer para aumentar a 
produção do bem B denomina-se de custo de oportunidade ou de transformação4. 
Dito de outra forma, ao escolhermos um bem para produção ou consumo, somos 
obrigados a abrir mão de algo associado às outras alternativas disponíveis (VICECONTI 
e NEVES,2014, p. 3; CARVALHO, 2012, p. 375). 
Ocorre também que à medida que são deslocados fatores de produção de A para B, ou 
vice-versa, estes fatores produtivos serão menos eficientes (menos produtivos). A esse 
fenômeno os economistas chamam de lei dos rendimentos decrescentes5. 
Assista ao vídeo sobre o conceito de recursos produtivos ou fatores 
de produção: https://www.youtube.com/watch?v=bsHYeCPF0SU 
 
1.5 Sistema econômico e agentes econômicos 
O sistema econômico é a forma como a sociedade se organiza para realizar suas 
atividades de produção, circulação, distribuição e consumo de bens e serviços 
(Carvalho, 2012, p. 374; Viceconti e Neves, 2014, p.5). Basicamente, os sistemas 
econômicos são uma forma como uma sociedade lida com o problema da escassez e 
responde a três perguntas básicas: 
 
4
 É o custo considerado se é obrigado a fazer uma escolha (trade-off) com opções que são conflitantes, 
ou que se excluem mutuamente. 
5
 Esse conceito da Teoria da firma (microeconomia) diz respeito ao fato de que, no curto prazo, por 
sempre haver um recurso produtivo fixo (geralmente capital), ao adicionar-se mais mão de obra, 
inicialmente os incrementos na produção se elevarão, contudo, passam a decrescer a medida que se 
adicionam mais mão de obra, podendo apresentar valores negativos. Lembre-se: isso vale no curto 
prazo (quando pelo menos um fator é fixo), no longo prazo, a firma pode ajustar todos os fatores de 
produção. 
https://www.youtube.com/watch?v=bsHYeCPF0SU
 
 
 
 
 
 O que e quanto produzir? 
 Como produzir? 
 Para quem produzir? 
As formas mais conhecidas de sistemas econômicos são a economia planificada, 
economia de mercado e as economias mistas. A maneira como uma economia 
capitalista de mercado se organiza é do que trataremos a seguir. Mas para isso, vamos 
definir quem são os agentes econômicos que atuam no sistema econômico, pois esses 
conceitos nos ajudarão a entender os fluxos econômicos (ou fluxo circular de renda, ou 
da riqueza) e serão essenciais no estudo da economia. Vejamos: 
 Empresas6: Entidades produtoras de bens e serviços. Para realizar a produção 
compram os fatores de produção (terra, capital e trabalho) das famílias, 
remunerando-as pelo seu uso. Numa economia de mercado, seu objetivo é o 
lucro (VICECONTI e NEVES, 2014, p.139). 
 Famílias: Proprietárias dos fatores de produção. Permitem que as empresas 
utilizem os fatores de produção no processo produtivo mediante remuneração: 
salários, aluguéis, juros, lucros etc (VICECONTI e NEVES, 2014, p.139). Seu 
objetivo é a satisfação das suas necessidades. 
 Governo: Constituído pelos órgãos da administração direta federal, estadual e 
municipal. Prestam serviços que são consumidos pela coletividade: defesa da 
soberania nacional, administração da justiça, etc. 
 Resto do mundo: Todas as entidades produtivas, famílias ou governos que 
estejam fora dos limites nacionais: que tenham sua residência fora das 
fronteiras geográficas (VICECONTI e NEVES, 2014, p.140). 
 
6
 As empresas públicas e sociedades de economia mista também são classificadas aqui. 
 
 
 
 
 
Inicialmente, vamos nos concentrar apenas nas famílias e nas empresas. Na unidade 
III, quando falarmos sobre balanço de pagamentos seremos capazes de entender qual 
a relação dos fluxos com o resto do mundo, oportunidade em que introduziremos 
também o governo. E então você terá uma noção do funcionamento da economia 
como um todo. 
 
1.6 Fluxos econômicos: Fluxo circular da renda em uma economia de mercado 
 
Inicialmente, vamos supor que o nosso objeto de análise seja a economia de uma 
sociedade que não realiza trocas comerciais com outros países e que não possua 
governo. Dessa forma exclui-se a atuação dos agentes econômicos governo e resto do 
mundo, deixando nessa economia apenas dois agentes econômicos: unidades 
produtivas (ou empresas) e as unidades consumidoras (ou famílias). 
Em linhas gerais, uma economia de mercado como a dessa sociedade pode ser 
explicada através do fluxo circular da renda (abaixo)7. Nesse fluxo os dois agentes 
econômicos interagem em dois mercados distintos: o mercado de fatores de produção 
e o mercado de bens e serviços. 
No mercado de fatores de produção (veja a seguir na figura 2), as famílias ofertam 
recursos naturais (N), trabalho (L) e capital (K) para as empresas (setas vermelhas). Em 
contrapartida, as empresas remuneram as famílias pagando-lhes aluguéis, royalties, 
salários, juros e lucros (setinhas pretas). Chama-se renda à soma total dos 
pagamentos pelo uso dos fatores de produção. 
Já no mercado de bens e serviços (veja a seguir na figura 2), a situação se inverte: as 
empresas ofertam seus produtos (setinha azul) para que as famílias possam adquiri-los 
e satisfazer às suas necessidades e desejos. Assim, as rendas dos fatores pagas 
 
7
 Os fluxos podem ser agrupados em Real (fatores e de bens/serviços) e Monetário (pagamentos pelos 
fatores e pelos bens/serviços). 
 
 
 
 
 
anteriormente às famílias, são usadas pelas unidades consumidoras na compra dos 
bens e serviços produzidos pelas empresas (setinhas verdes). Chama-se dispêndio à 
soma total dos pagamentos pela compra dos bens e serviços8. 
 
 
Figura 2. Fluxo circular da renda simplificado. Elaborado pelo autor com base em Viceconti e Neves (2014). 
 
Podemos ainda, perceber classificar os fluxos dessa economia como: 
 Real: compreende os fluxos os fatores produtivos (setinhas vermelhas) e de 
bens/serviços (setinhas azuis). 
 Monetário: pagamentos pelos fatores de produção (setinhas pretas) e pelos 
bens/serviços (setinhas verdes). 
Dessa forma, nossa sociedade hipotética se organizou através de mercados para 
resolver o problema da escassez e seu sistema econômico responde às três perguntas 
básicas da seguinte forma: 
Tabela 1. Perguntas básicas e respostas em uma economia de mercado. 
Pergunta Resposta 
 
8
 Saiba o valor Dispêndio é numericamente igual ao da Renda (e a Produção). Veremos isso na parte 
referente a Macroeconomia. 
 
 
 
 
 
O que e quanto 
produzir? 
A decisão de quais produtos deverão ser 
produzidos pela economia é resultado das 
interações entre unidades produtivas e unidades 
consumidoras, via mercado. É através dele que 
serão determinados os preços e as quantidades. 
Conceito relacionado a eficiência alocativa. 
Como produzir? 
A concorrência entre os produtores definirá como 
será realizada a produção. Isso porque as unidades 
produtoras deverão decidir sobre a combinação de 
fatores de produção a ser adotada,dada a 
tecnologia disponível, para realizar a produção de 
forma viável. Conceito relacionado a eficiência 
produtiva. 
Para quem produzir? 
A distribuição dos benefícios resultantes da 
produção dependerá da quantidade de cada fator 
utilizado e da contribuição de cada um deles para a 
efetivação da produção. Conceito relacionado a 
eficiência distributiva. 
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Viceconti e Neves (2014, p. 5) e Carvalho (2012, p. 374) 
 
Veja os vídeos com uma breve explicação sobre o funcionamento da 
economia e o fluxo circular da renda: 
https://www.youtube.com/watch?v=Lo_DSuMGRy8 
https://www.youtube.com/watch?v=b3WDLDVdTMY 
 
Antes de prosseguirmos, gostaria que você prestasse atenção ao seguinte fato: os 
profissionais liberais autônomos e os proprietários de empresas individuais participam 
simultaneamente dos dois grupos. Enquanto unidades produtoras fazem parte das 
empresas e enquanto proprietário do fator de produção (capital, trabalho, recursos 
naturais) fazem parte da família (VICECONTI e NEVES, 2014). 
Para refletirmos sobre essa situação, apresento abaixo uma hipotética empresa 
(unidade produtiva) e duas possíveis situações: uma em que o proprietário da empresa 
https://www.youtube.com/watch?v=Lo_DSuMGRy8
https://www.youtube.com/watch?v=b3WDLDVdTMY
 
 
 
 
 
é também dono de todos dos fatores de produção e outra na qual o proprietário da 
empresa não é dono dos fatores de produção. Vejamos: 
Tabela 2. Empresa e propriedade dos fatores de produção (Exemplo Hipotético) 
Remuneração 
Fator de 
produção 
Remuneração 
do fator de 
produção - 
mercado (R$) 
Diferença 
Salário Trabalho 1.000,00 
Empresário proprietário dos 
Fatores: Enquanto família ele 
recebe a renda de R$ 4.000,00. 
 
Empresário não proprietário 
dos Fatores: Enquanto família 
ele recebe a renda de R$ 
1.000,00 (Lucros). O restante 
será pago a quem ele contratou 
para trabalhar, a quem lhe 
alugar o imóvel, a quem lhe 
emprestar dinheiro para o 
negócio. 
Aluguel Imóvel 1.000,00 
Juros 
Capital de 
terceiros 
1.000,00 
Lucros 
Capital dos 
sócios 
1.000,00 
Fonte: Autor. 
 
 
Com base no exemplo da tabela acima, eu quero que você tenha em mente que, 
independentemente do caso, os fatores de produção precisam ser remunerados, ainda 
que sejam a mesma pessoa (física, ou natural). Perceba que pelo fluxo circular renda 
que acabamos de conhecer, a renda no mercado de fatores seria R$4.000,00: 
 
 
 
 
 
 Empresário proprietário dos fatores: como unidade produtiva ele remunera os 
fatores de produção da família (R$ 4.000). Como indivíduo de uma família 
(proprietário dos fatores) ele recebe a renda de R$ 4.000,00. 
 Empresário não proprietário dos fatores: como unidade produtiva ele 
remunera os fatores de produção da família (R$4.000). Como família ele recebe 
a renda de R$ 1.000,00 (lucros: remuneração do capital dos sócios e 
proprietários da empresa). O restante será pago a quem ele contratou para 
trabalhar (R$ 1.000), a quem lhe alugar o imóvel (R$1.000), a quem lhe 
emprestar dinheiro para o negócio (R$1.000). 
Fiz questão de trazer esse exemplo, em primeiro lugar por quero que você tenha claro 
na sua mente: Um indivíduo (em alguns casos) pode participar simultaneamente dos 
dois grupos de agentes econômicos (empresas e famílias). Em segundo lugar, o que 
ocorre é que os profissionais liberais, autônomos e proprietários de empresas 
individuais, muitas vezes, por falta de conhecimentos, ou por serem eles mesmos 
proprietários dos fatores de produção, não levam em consideração o custo de 
oportunidade de seus recursos (K, L, N), ou seja, iniciam empreendimentos que em 
termos econômicos são inviáveis (ineficientes), mas só descobrem isso depois de 
incorrerem em custos e perdas. 
Em outras situações, “remuneram demasiadamente” o capital próprio (por meio de 
retiradas) e como consequência, a empresa se descapitaliza e fica sem recursos 
suficientes para remunerar os demais fatores levando a empresa a fechar9. Essa 
 
9
 O Sebrae Nacional realizou um estudo que calculou as taxas de sobrevivência e mortalidade de 
empresas por Unidade da Federação e setores de atividade. O estudo foi elaborado a partir de análise 
das bases da Receita Federal e está disponível nos links: 
https://datasebrae.com.br/documentos2/pesquisas/Sobrevivencia%20das%20Empresas%20no%20Brasi
l/Sobrevivencia%20de%20Empresas%20no%20Brasil%202016%20-%20FINAL.pdf 
https://datasebrae.com.br/wp-content/uploads/2019/10/SOBREVIVENCIA-FINAL-2016.pdf 
 
 
 
 
 
dinâmica de fechamento das empresas é o mecanismo de mercado selecionando as 
melhores, redirecionando recursos produtivos e buscando a melhor alocação 
possível. Uma das formas de se evitar essa “furada” seria analisar o custo de abrir 
mão das outras oportunidades de alocação disponíveis para os seus fatores de 
produção no mercado10 e compará-lo com a alocação do empreendimento que 
planejam iniciar. 
 
 
Para você refletir, jovem aluno!!!!! 
 
 
De todos as reflexões que esse exemplo nos leva a fazer, vamos àquela que talvez seja 
a mais importante desta unidade e, talvez, de todo o curso (e talvez da Economia). 
Quero que você, prezado aluno, reflita junto comigo: se em uma economia de 
mercado a distribuição dos benefícios resultantes da produção dependerá da 
quantidade de cada fator utilizado e da contribuição de cada um deles para a 
efetivação da produção (ver tabela 1), então: 
 
• A posse/propriedade dos fatores de produção não afeta a alocação de recursos da 
economia, o mercado se encarrega de selecionar a mais eficiente. 
• No que diz respeitos aos benefícios, sua distribuição é determinada pela 
posse/propriedade dos fatores de produção e, dessa forma, nada garante que haverá 
 
 
10
 Dito de outra forma, analisarem o custo de oportunidade. 
 
 
 
 
 
uma distribuição “razoável” para todos os indivíduos: Pode resultar em uma 
distribuição desigual do produto! 
 
Numa sociedade como a do nosso exemplo, os mercados são os responsáveis por 
“guiar” alocação de recursos disponíveis da melhor forma possível, ou seja, da forma 
mais eficiente11. Professor, como saber se realmente as escolhas foram as melhores? 
Isso não é subjetivo? Muito bom questionamento, atento aluno! Para sermos capaz de 
responder essa pergunta, pode ser útil você conhecer mais um conceito muito usado 
em economia: Eficiência de Pareto12 ou eficiência econômica. 
Segundo Varian (2006, p.15), se pudermos encontrar uma forma de melhorar a 
situação de uma pessoa sem piorar a de nenhuma outra, estaremos diante de uma 
melhoria de Pareto. Se uma alocação permite uma melhoria de Pareto, diz que ela é 
ineficiente no sentido de Pareto. Se não é possível uma melhoria de Pareto, então a 
alocação é eficiente no sentido de Pareto (ótimo de Pareto). 
Assim, estimado aluno, utilizando os conceitos que aprendemos até aqui, podemos 
responder o que seria o Ótimo de Pareto (a melhor escolha possível, a alocação mais 
eficiente) para essa sociedade como qualquer ponto situado sobre a CPP (veja a figura 
1): sobre a curva de possibilidade de produção, todos os recursos estão alocados, 
não existem fatores de produção ociosos, sendo impossível elevar a produção de um 
bem sem abrir mão do outro. Pontos abaixo (dentro) da curva representam 
combinações ineficientes no sentido de Pareto13. 
 
11
 Tenha sempre em mente que isso é sempre possível na ausência de falhas de mercado. 
12
 O economista e sociólogo italiano Vilfredo Pareto (1848 – 1923) foi um dos primeiros a examinar as 
implicações do conceito de eficiência. 
13
 Novamente, existem algumas situações que impedem o mercado de realizar a alocaçãoótima dos 
recursos às quais denominamos de falhas de mercado. 
 
 
 
 
 
Agora que você já está familiarizado com os fundamentos de economia podemos 
seguir nessa aventura pelo mundo da economia. Apesar de parecerem simples os 
conceitos estudados até aqui, digo que eles são valiosos e se bem compreendidos irão 
permitir que você seja capaz de analisar economicamente muitas situações. Adiante, 
começaremos a tratar da microeconomia e posteriormente abordaremos a 
macroeconomia. Professor! Micro o que!? Macro o que?! Isso mesmo esforçado 
aluno, tratam-se de dois ramos da teoria econômica e nós iremos usar essa divisão 
para organizar os nossos estudos14. 
 
Veja o vídeo com uma breve explicação sobre a diferença entre as 
abordagens macroeconômica e microeconômica: 
https://www.youtube.com/watch?v=y4rJoH9dmfI 
https://www.youtube.com/watch?v=KQHgGaUgsTI 
 
 
UNIDADE II: NOÇÕES DE MICROECONOMIA 
 
Prezado (a) estudante, 
Nesta segunda unidade temática estudaremos o conceito de microeconomia, a lei da 
demanda e o comportamento dos consumidores, a lei da oferta e o comportamento 
das firmas, o funcionamento do mercado e o seu equilíbrio, os tipos de bem e as 
estruturas de mercado e os deslocamentos das curvas de oferta e demanda.. O 
objetivo é que ao final desta unidade você consiga: 
 
14
 Outra possível divisão seria economia normativa (juízos de valores: qual resultado é bom e qual 
resultado é ruim) e economia positiva (como ela é de fato). Há várias formas de organização. 
https://www.youtube.com/watch?v=y4rJoH9dmfI
https://www.youtube.com/watch?v=KQHgGaUgsTI
 
 
 
 
 
 conceituar Microeconomia como ramo da ciência econômica; 
 discorrer sobre o comportamento dos consumidores e das firmas; 
 explicar como o mercado funciona através do mecanismo de oferta e 
demanda; 
 entender como um bem é classificando segundo o conceito de elasticidade 
econômica; 
 classificar as estruturas de mercado segundo as suas características e 
funcionamento; 
 refletir sobre problemas contemporâneos: relacionar aspectos econômicos a 
questões cotidianas da vida profissional e acadêmica. 
Bons estudos! 
 
 
2.1 Conceito de microeconomia 
 
Segundo Viceconti e Neves (2014, p.7), microeconomia é o ramo da teoria econômica 
que estuda o funcionamento do mercado de um determinado produto ou grupo de 
produtos, ou seja, o comportamento dos compradores e vendedores de tais bem 
(mercado de automóveis, de produtos agrícolas, da construção civil etc.). 
Na microeconomia, vamos encontrar teorias que buscam explicar o comportamento 
do consumidor no mercado (teoria do consumidor), assim como explicações para o 
comportamento das unidades produtivas (teoria da firma). Além disso, estudam-se 
aqui os tipos de bens e de estruturas de mercado. A microeconomia tem vários ramos 
de acordo com o setor em análise. É bastante coisa, eu sei, bravo aluno! 
Por esse motivo, a estratégia didática a ser adotada será a seguinte: 
 
 
 
 
 
 Veremos o funcionamento do mercado de uma maneira geral, ou seja, veremos 
o “caso mais geral” do funcionamento de um mercado: pelo lado da oferta 
(empresa) e da demanda (consumidor). 
 Conceituaremos os tipos de bens e as estruturas de mercado, buscando fazer 
paralelos com o caso geral, de tal forma que você saiba caracterizá-los. 
 
Dessa forma, evitaremos excesso de abordagens matemáticas do assunto. Além 
disso, caso surja à necessidade ao longo de sua jornada acadêmica e profissional, 
você será capaz de aprofundar-se nos estudos mais específicos da economia de 
forma autônoma! Contudo, lembre-se sempre que, nós, equipe do IFRO, estamos 
aqui para orientá-lo! 
 
2.2 O Lado da demanda 
Segundo Viceconti e Neves (2014), a demanda de um bem é dada pela quantidade 
deste bem que os compradores (consumidores) desejam adquirir em um determinado 
período de tempo. Para Heber Carvalho (2012), a demanda de um bem é 
simplesmente a quantidade de um bem que os consumidores desejam adquirir a 
determinado preço, em determinado período de tempo. Diversos são os fatores que 
influenciam a demanda de um bem, vejamos alguns deles15: 
 
 
 
15
 Estimado aluno, aqui, você deve se lembrar de que em economia utilizamos simplificações, adotamos 
a figura do “consumidor racional” ou “homo economicus” é o conceito da ciência econômica que se 
refere ao homem econômico racional, ou seja, o indivíduo que toma todas suas decisões com base na 
racionalidade. Muitas são as críticas ao homo economicus em virtude da sua completa abstração. Isto 
porque as pessoas muitas vezes não estão interessadas em maximizar os benefícios nem em minimizar 
os custos. Veja mais aqui: https://www.suno.com.br/artigos/homo-economicus/ 
 
 
 
 
 
Tabela 3. Fatores que podem influenciar a demanda 
Fatores Descrição 
Preço do bem (P) 
Possivelmente a variável mais importante 
para que o consumidor decida o quanto vai 
comprar do bem. De maneira geral, quanto 
menor o preço do bem, maior a quantidade 
demanda: Lei da procura (existem 
exceções16). 
Renda do consumidor (Y) 
Muitas vezes, apesar do preço de um produto 
ser considerado “adequado”, o consumidor 
pode não dispor de renda suficiente para 
adquiri-lo. Além disso, variações na renda 
podem ter consequências distintas a 
depender do tipo do bem. 
Preço de outros bens (P*) 
O preço de outros bens também é avaliado 
pelo consumidor e pode interferir na escolha 
do consumidor a depender da relação 
verificada entre os bens: substitutos (álcool-
gasolina) ou complementares (arroz-feijão). 
Hábitos e gostos dos consumidores (H) 
Esta variável representa os hábitos, as 
crenças, as tradições e os costumes. Pode 
capturar tendências de mercado, aspectos 
religiosos ou culturais de cada região. 
Outros Fatores 
Expectativas dos consumidores, mudança no 
número de consumidores no mercado, 
mudanças demográficas, mudanças 
climáticas 
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Viceconti e Neves (2014) e Heber Carvalho (2012). 
Assim percebemos que a decisão do consumidor acerca da demanda de um bem 
depende de vários fatores. Para poder analisar a influência de uma variável sobre a 
quantidade demanda, a economia utiliza-se da hipótese coeteris paribus: suposição 
de que todas as demais variáveis permanecem constantes durante a análise. Significa 
 
16
 Varian (2006, p. 121 e p. 144) e Carvalho (2012, p. 26) apresentam o bem de Giffen como exceção a 
lei da demanda. O bem de Giffen é aquele que quando seu preço cai a demanda também diminui, 
além disso, sua demanda se eleva quando seu preço sobre. Viceconti e Neves (2014, p. 17) incluem 
também os bens de Veblen como exceção a lei da demanda. Os bens de Veblen são aqueles de 
consumo ostentatório (luxo). 
 
 
 
 
 
dizer que iremos analisar, isoladamente, o impacto de alteração de cada um dos 
fatores sobre a demanda (Carvalho, 2012; Viceconti e Neves, 2014). 
Agora, sabendo quais os fatores afetam a demanda por um bem e como utilizar a 
hipótese coeteris paribus, podemos partir para o passo seguinte e definir formalmente 
a curva de demanda de um bem: ela informa graficamente a quantidade que os 
consumidores desejam comprar à medida que o preço muda, mantido tudo mais 
constante (Carvalho, 2012; Viceconti e Neves, 2014). Por outro lado, 
matematicamente podemos escrever a demanda de um bem (digamos bem x)17 
através da seguinte expressão: DX = f (Px, Y, Pz, H, etc). Aplicando a hipótese coeteris 
paribus em Y, Pz, H, etc. Chegamos a DX = f (Px): a esta relação chamamos de função da 
demanda do bem x e a sua representação gráfica será chamada de curva de demanda 
do bem x. Vejamos: 
 
Figura 3. Curva de demanda do bem X. Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
17
 Estamoschamando ao bem em análise de bem X e comparando-o um outro bem (bem Z). Poderíamos 
ter usado quaisquer notações ou nomes: laranjas e bananas, bem X e bem Y, Bem 1 e Bem 2 etc. 
0; 5 
10; 4 
20; 3 
30; 2 
40; 1 
50; 0 0
1
2
3
4
5
6
0 10 20 30 40 50 60
P
re
ço
 d
o
 B
em
 X
 -
 P
x 
(e
m
 R
$
) 
Quantidade Procurada do Bem X - Qx (em unid.) 
Curva de Demanda do Bem X 
 
 
 
 
 
 
A curva de demanda pode referir-se a um consumidor individual ou a um mercado 
como um todo. Através da agregação das demandas individuais a cada nível de preço 
possível, obtém-se a demanda de mercado (CARVALHO, 2012; VICECONTI e NEVES, 
2014). Vejamos abaixo: 
 
Figura 4. Curvas de demanda individual e de mercado para o bem X. Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
 
 Observe que construímos a curva de demanda seguindo os seguintes passos: 
 Listamos a quantidade desejada de cada indivíduo segundo o nível de preço 
(curvas de demanda individuais). 
 Somamos as quantidades dos indivíduos e chegamos à quantidade demanda 
pelo mercado a cada nível de preço (curva de demanda de mercado). 
Tabela 4. Demanda individual e de mercado para o bem X 
Nível de Preço do Bem X (R$1,00) 
Quantidade Demanda (Unidades) 
Indivíduo A Indivíduo B Total - Mercado 
R$ 5,00 0 0 0 
R$ 4,00 4 6 10 
R$ 3,00 8 12 20 
R$ 2,00 12 18 30 
R$ 1,00 16 24 40 
R$ 0,00 20 30 50 
 
 
 
 
 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
Veja os vídeos sobre o uso de gráficos em economia: 
https://www.youtube.com/watch?v=3fClHmUuzoE 
https://www.youtube.com/watch?v=4unG3fMjKBg 
 
2.3 O Lado da oferta 
Para Carvalho (2012) a oferta de um bem é simplesmente a quantidade desse bem que 
os produtores desejam vender dado um preço, num determinado período de tempo. 
Viceconti e Neves (2014) definem a oferta de um bem como a quantidade desse bem, 
por unidade de tempo que os vendedores desejam oferecer no mercado. 
Analogamente à demanda, a oferta é influenciada por diversos fatores, vejamos 
alguns: 
 
Tabela 5. Fatores que podem Influenciar a oferta 
Fatores Descrição 
Preço do bem (P) 
Possivelmente a variável mais importante 
para que o produtor decida o quanto vai 
disponibilizar do bem no mercado. 
Preço dos insumos utilizados na produção de 
(Pi) 
Preços das matérias-primas, dos 
combustíveis, da energia e de outros insumos 
influenciarão a quantidade ofertada no 
mercado. De maneira geral, variação no 
preço dos insumos afeta o custo de produção 
da empresa. 
Tecnologia (T) 
O avanço tecnológico pode gerar redução dos 
custos para a empresa, elevando a 
produtividade dos fatores de produção: torna 
possível produzir mais, com a mesma 
quantidade de insumos. Dessa forma podem 
favorecer um aumento da oferta. 
Preço de outros bens (P*) 
O preço de outros bens também é avaliado 
pelo produtor e pode interferir na escolha do 
https://www.youtube.com/watch?v=3fClHmUuzoE
https://www.youtube.com/watch?v=4unG3fMjKBg
 
 
 
 
 
 
Matematicamente podemos escrever a oferta de um bem (digamos bem x)18 através 
da seguinte expressão: OX = f (Px, Pi, T, PZ, etc). Aplicando a hipótese coeteris paribus 
em Pi, T, PZ, etc. Chegamos a OX = f (Px): a esta relação chamamos de função de oferta 
do bem x e a sua representação gráfica será chamada de curva de oferta do bem x. 
Vejamos: 
 
 
Figura 5. Curva de oferta do bem X. Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
18
 Estamos chamando ao bem em análise de bem X e comparando-o um outro bem (bem Z). Poderíamos 
ter usado quaisquer notações ou nomes: laranjas e bananas, bem X e bem Y, Bem 1 e Bem 2 etc. 
0; 0 
10; 1 
20; 2 
30; 3 
40; 4 
50; 5 
0
1
2
3
4
5
6
0 10 20 30 40 50 60
P
re
ço
 d
o
 B
em
 X
 P
x 
(R
$
) 
Quantidade Ofertada do Bem X (Qx) 
Curva de Oferta do Bem X 
que será produzido. Um produtor de milho, 
por exemplo, pode avaliar o preço de outras 
culturas alternativas como soja, arroz, sorgo, 
cana de açúcar etc. O mesmo vale para 
produtores de outros ramos (exemplo: o 
motorista de taxi pode considerar o preço de 
uma corrida também nos aplicativos uber, 
urbano norte, 99taxi etc.). 
Outros Fatores 
Condições climáticas favoráveis, expectativas, 
sazonalidades. 
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Viceconti e Neves (2014) e Heber Carvalho (2012). 
 
 
 
 
 
 
A curva de oferta pode referir-se a um consumidor individual ou a um mercado como 
um todo. Através da agregação das ofertas de cada firma (empresa ou unidade 
produtiva) a cada nível de preço possível, obtém-se a oferta de mercado (CARVALHO, 
2012; VICECONTI e NEVES, 2014). Vejamos a seguir: 
 
 
Figura 6. Curvas de oferta individual e de mercado para o bem X. Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
 Observe que construímos a curva de oferta seguindo os seguintes passos: 
 Listamos a quantidade possível de ser ofertada de cada empresa segundo o 
nível de preço (curvas de oferta das firmas). 
 Somamos as quantidades ofertadas pelas empresas e chegamos à quantidade 
ofertada no mercado a cada nível de preço (curva de oferta de mercado). 
 
Tabela 6. Oferta da firma e de mercado para o bem X 
Nível de Preço do Bem X (R$ 1,00) 
Quantidade Ofertada (Unidades) 
Firma A Firma B Total - Mercado 
R$ 0,00 0 0 0 
R$ 1,00 4 6 10 
R$ 2,00 8 12 20 
R$ 3,00 12 18 30 
 
 
 
 
 
R$ 4,00 16 24 40 
R$ 5,00 20 30 50 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
 
2.4 O Equilíbrio de mercado 
 
Nobre aluno, agora que você já domina e conhece o funcionamento do lado da oferta 
e da demanda é a hora de darmos mais um passo para entendermos como a interação 
entre consumidores e firmas, no mercado, determina as quantidades e preços de um 
bem. 
Assista ao vídeo sobre a mágica dos mercados: 
https://www.youtube.com/watch?v=TXLoTDc2qmU&t=165s 
 
Observando o gráfico abaixo (Figura 7), constata-se que o preço de mercado do bem é 
R$ 2,50. A quantidade de equilíbrio do mercado é 25 unidades. Professor, mas como 
isso ocorre? De maneira automática? Muito boa pergunta, meu aluno! E a resposta é 
não. Na verdade, esses valores de equilíbrio decorrem de uma dinâmica entre firmas e 
consumidores no mercado. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=TXLoTDc2qmU&t=165s
 
 
 
 
 
 
Figura 7. Equilíbrio de mercado do bem X. Fonte: Elaborado pelo autor. 
Vamos imaginar uma situação na qual o preço inicial seja R$ 3,00. A esse preço as 
firmas em conjunto estão dispostas a oferecer 30 unidades do bem de X (lado da 
oferta). Por outro lado, a esse preço os indivíduos em conjunto estão dispostos a 
consumir 20 unidades do bem de X (lado da demanda). O resultado seria um 
excedente ou um excesso de oferta (10 unidades) e para se livrar desse excesso de 
produção, as firmas passarão a oferecer o bem a preços cada vez mais baixos. Essa 
tendência de baixa nos preços vai persistir até que o preço assuma um valor que 
iguale a quantidade entre oferta e demanda: preço e quantidade de equilíbrio. 
Inversamente, vamos supor agora uma situação inicial na qual o preço seja R$ 2,00. A 
esse preço as firmas em conjunto estão dispostas a oferecer 20 unidades do bem de X 
(lado da oferta). Por outro lado, a esse preço os indivíduos em conjunto estão 
dispostos a consumir 30 unidades do bem de X (lado da demanda). O resultado seria 
uma escassez ou um excesso de demanda (de 10 unidades) e para realizarem os seus 
anseios de consumo, os consumidores passarão a oferecer pelo bem preços cada vez 
mais altos. Essa tendência de alta nos preços vai persistir até que o preço assuma um 
0; 0 
10; 1 20; 2 
30; 3 
40; 4 
50; 5 0; 5 
10; 4 
20; 3 
30; 2 
40; 1 
50; 0 0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
5,5
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
P
re
ço
 d
o
 B
em
 X
 P
x 
(R
$
) 
Quantidade do Bem X (Qx) 
Equilíbrio de Mercado do Bem X 
 Oferta Demanda
 
 
 
 
 
valor que iguale a quantidade entre oferta e demanda: preço e quantidade de 
equilíbrio. 
Essa dinâmica defuncionamento descrita remete a dois princípios, por vezes, 
utilizados em economia para descrever o funcionamento de estruturas e mecanismos 
econômicos (VARIAN, 2006, p. 3): 
 O princípio de otimização: As pessoas tentam escolher o melhor padrão de 
consumo ao seu alcance. 
 O princípio de equilíbrio: Os preços ajustam-se até que o total que as pessoas 
demandam seja igual ao total ofertado. 
Chamo a sua atenção para o fato de que nenhum consumidor ou firma foi capaz de 
determinar o preço e a quantidade do mercado sozinho! Os preços e quantidades de 
equilíbrio são resultados das interações de todos os consumidores e firmas no 
mercado. Tenha isso claro em sua mente19 
 
2.5 Tipos de bens20 
De acordo com Carvalho (2012), elasticidade mede, em termos percentuais, o quanto 
uma variável pode ser afetada por outra. Segundo Viceconti e Neves (2014), em 
economia, o termo elasticidade significa sensibilidade. Varian (2006) define a 
elasticidade como uma medida da sensibilidade de uma variável em relação a outra e 
define a elasticidade-preço da demanda como a variação percentual na quantidade 
dividida pela variação percentual do preço. De tudo isso aluno, você precisa ter claro 
o seguinte: 
 
19
 Implicitamente, isso equivale a dizer que estamos operando em concorrência perfeita. Veremos isso 
amis adiante. 
20
 Existem outras formas e critérios de classificação dos bens em economia, mas vamos nos ater aqui a 
fazer um estudo dos tipos de bem de acordo com as suas elasticidades. 
 
 
 
 
 
 As elasticidades dizem respeito a sensibilidade das quantidades ofertadas e 
demandadas em relação a uma variável (preço, renda, hábitos, expectativas...). 
Mas professor, como assim? Significa que a oferta/demanda desse bem sofre 
influência dessa variável, é sensível a variações nela. 
 Elas nos ajudam a quantificar o impacto ou o peso daqueles fatores que 
influenciam a demanda (ver tabela 3): as elasticidades dizem quanto cada um 
daqueles fatores afeta a quantidade demanda! 
 As elasticidades também ajudam a entender o comportamento do consumidor 
de um dado bem em relação a alteração nos fatores que influenciam a 
demanda: As elasticidades nos dizem que tipo de bem é esse para o 
consumidor que estamos analisando. 
 
Assim dizer que um bem é elástico em relação a alguma variável, quer dizer que a 
variação dessa afeta efetivamente a quantidade (demanda ou ofertada, a 
depender do caso), ou seja, a quantidade transacionada sofre influência dessa 
variável, é sensível a variações dela. Na tabela, abaixo foram, resumidos os 
conceitos de elasticidade relativos à demanda e às suas implicações: 
 
Tabela 7. Conceitos de elasticidade relativos à demanda 
Elasticidade Fórmula Descrição 
Preço da demanda 
(Epd) 
 
 
 
 
Aqui serão considerando os valores absolutos 
(desprezando o sinal +/-). Isso por que, geralmente, a 
relação entre P e quantidade é inversa (negativa). 
Exceto para os bens de Giffen
21
 e bens de Veblen
22
. 
 
Epd > 1: demanda considerada elástica (sensível) em 
relação ao seu preço. 
 
21
 O bem de Giffen é aquele que quando seu preço cai a demanda também diminui, além disso, sua 
demanda se eleva quando seu preço sobre. 
22
 Os bens de Veblen, segundo Viceconti e Neves (2014, p. 17), são aqueles de consumo ostentatório. 
 
 
 
 
 
Epd = 1: demanda apresenta elasticidade unitária em 
relação ao preço. 
Epd < 1: demanda é considerada inelástica (insensível) 
em relação ao seu preço. 
 
Casos especiais: 
Epd = 0: Demanda inelástica, ou anelástica. Quantidade 
demandada não tem nenhuma sensibilidade em relação 
ao Preço. 
 
Epd: ∞: Demanda infinitamente elástica. A um dado 
preço, os consumidores consumirão qualquer 
quantidade ofertada. A preços diferentes de P, nada 
consumirão. 
 
Fatores que influenciam a EPD: 
1) Quanto maior o grau de utilidade do produto para o 
consumidor, menos elástica será a demanda do bem: 
bens de primeira necessidade (menos elásticos), bens 
supérfluos (mais elásticos). 
2) Quanto menos substitutos tiver o bem, menos elástica 
será sua demanda. 
3) Quanto menor o preço do bem (e menor seu peso no 
orçamento consumidor), menos elástica será sua 
demanda: caixa de fósforos, clipes. 
Renda da demanda 
(ER) 
 
 
 
 
Erd > 1: Bens superiores ou de luxo. Quantidade 
demandada aumenta quando a renda aumenta 
(aumenta a participação no orçamento). 
 
Erd = 1: Demanda unitária. Quando a renda aumenta, o 
consumo do indivíduo não se altera (mantém a 
participação no orçamento). 
 
Erd < 1: Bem inferior. A quantidade demandada 
diminuiu quando a renda aumentou (diminui a 
participação no orçamento). 
 
Curva de Engel: relação (gráfica) entre a quantidade 
demandada do bem e a renda do consumidor. 
 
Lei de Engel: à medida que a renda aumenta, diminui a 
participação dos gastos com alimento no orçamento 
(exceto alimentos sofisticados)
23
. 
 
23
 Faça uma relação com a pirâmide de Maslow e leia o artigo: 
https://www.suno.com.br/noticias/correlacao-economica-desenvolvimento-felicidade/ 
 
 
 
 
 
Cruzada da procura 
(EC) 
 
 
 
 
1) Valor relativo: 
 Exz>0: Bens substitutos. (Por exemplo: carne bovina, 
suína, peixe, carne de frango) 
 
Exz<0: Bens complementares. (Por exemplo: arroz e 
feijão; lâmina de barbear e espuma de barbear; xampu 
e condicionador; pão e manteiga; café e leite) 
 
Exz=0: Consumo entre os bens é independente. 
 
2) Valor absoluto (em módulo: considera apenas o 
número sem o sinal de +/-): 
Exz>1: demanda elástica (sensível). 
 
Exz=1: Elasticidade unitária. 
 
Exz<1: demanda inelástica. 
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Viceconti e Neves (2014), Heber Carvalho (2012) e Varian (2006). 
 
De forma análoga, na tabela abaixo, foram resumidos os conceitos de elasticidade 
relativos à oferta e as suas implicações: 
 
Tabela 8. Conceitos de elasticidade relativos à oferta 
 
 
 
 
Elasticidade Fórmula Descrição 
Preço da oferta (EPO) 
 
 
 
A EPO, no geral, é sempre o um 
valor positivo. 
EPO < 0: Oferta inelástica. 
 
EPO = 1: Oferta de elasticidade 
unitária. 
 
EPO > 1: Oferta elástica. 
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Viceconti e Neves (2014), Heber Carvalho (2012) e Varian (2006). 
 
 
 
 
 
2.6 Estruturas de mercado 
Em economia, existem alguns paradigmas ou estruturas de análise para se estudar a 
realidade. Dessa forma, os economistas classificam os mercados existentes no mundo 
real de acordo com a proximidade a algum modelo teórico (ideal): concorrência 
perfeita, concorrência monopolística, oligopólio, monopólio, monopsônio, oligopsônio. 
Dessa forma, a classificação não será perfeita, mas buscará captar as características 
essenciais ao seu estudo. Além disso, é importante que você saiba, nobre aluno, que o 
mercado de concorrência perfeita é um referencial teórico (ideal) para a análise de 
outras estruturas de mercado (“imperfeitas”) do mundo real (VICECONTI e NEVES, 
2014, p. 13). Vejamos a seguir: 
 
Tabela 9. Estruturas de mercado 
Estrutura de Mercado Características 
Concorrência perfeita 
 Grande número de pequenos 
compradores e vendedores: mercado 
atomizado. 
 O produto transacionado é homogêneo: 
produtos padronizados 
 Livre entrada e saída de empresas no 
mercado. 
 Perfeita transparência ou perfeito 
conhecimento: os compradores e 
vendedores sabem de tudo o que ocorre 
no mercado. 
 Perfeita mobilidade dos recursos 
produtivos. 
Concorrência monopolística 
 Grande número de produtores (mercado 
concorrencial), mas cada um opera como 
se fosse monopolista de seu produto. 
 O produto transacionado não é 
homogêneo: as diferenças se dão por 
meio das características (qualidade, 
marca, padrão de acabamento, 
assistência técnica, garantia). 
 A diferenciaçãodo produto dá algum 
poder de mercado ao produtor para 
influenciar o preço. 
Oligopólio  Pequeno número de produtores. 
 
 
 
 
 
 Ou ainda, uma pequena parcela dos 
produtores domina a maior parte do 
mercado (mesmo havendo elevado 
número de produtores). 
 Há barreiras à entrada e saída de firmas 
nesse mercado: explícitas ou implícitas. A 
própria concentração funciona como 
uma verdadeira barreira a entra de novas 
firmas. 
Oligopsônio 
 Pequeno número de compradores. 
 Pequeno número de compradores. 
 Ou ainda, uma pequena parcela dos 
compradores domina a maior parte do 
mercado (mesmo havendo elevado 
número de compradores). 
Monopólio 
 Apenas um único Produtor 
 Legal: A lei garante o direito a apenas 
uma empresa ofertante. 
 Técnico (ou natural
24
): Quando a 
produção por uma única empresa é mais 
barata. Nesse tipo de situação quanto 
maior a escala menor o custo e, 
consequentemente, o preço. 
Monopsônio  Há apenas um único comprador 
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Viceconti e Neves (2014), Heber Carvalho (2012) e Varian (2006). 
 
Veja mais sobre estruturas de mercado: 
https://www.youtube.com/watch?v=cj7lpPs3iSs 
https://www.youtube.com/watch?v=Sn0v115FfGA 
 
Professor, mas qual a utilidade disso tudo? Veja, ilustre aluno, esses conhecimentos 
podem auxiliá-lo ao longo de sua trajetória profissional e acadêmica, em diversas 
situações, como por exemplo: 
 
24
 Veja mais sobre Monopólios naturais aqui: https://www.suno.com.br/artigos/monopolio-natural/ 
https://www.youtube.com/watch?v=cj7lpPs3iSs
https://www.youtube.com/watch?v=Sn0v115FfGA
 
 
 
 
 
 Na reflexão sobre questões contemporâneas: Desenvolvimento econômico e 
felicidade: existe uma correlação? 
Leia mais em: 
https://www.suno.com.br/noticias/correlacao-economica-desenvolvimento-
felicidade/ 
 
 Na construção do planejamento estratégico da sua organização. 
Veja os vídeos sobre o planejamento estratégico: 
https://www.youtube.com/watch?v=rKbxdOK1QDk 
https://www.youtube.com/watch?v=9gUAfXd2Scg 
 
 Na definição da estratégia competitiva do seu negócio utilizando o modelo das 
cinco forças de Porter. 
Veja o vídeo sobre estratégia competitiva: 
https://www.youtube.com/watch?v=_Z8QNseDCKY 
https://www.youtube.com/watch?v=DQPVsXFfar8 
 
 Ou ainda, na elaboração de um plano de marketing. 
Veja o vídeo sobre plano de marketing (os quatro Ps do 
Marketing): 
https://www.youtube.com/watch?v=YSPoHPqUwtg 
 
https://www.suno.com.br/noticias/correlacao-economica-desenvolvimento-felicidade/
https://www.suno.com.br/noticias/correlacao-economica-desenvolvimento-felicidade/
https://www.youtube.com/watch?v=rKbxdOK1QDk
https://www.youtube.com/watch?v=9gUAfXd2Scg
https://www.youtube.com/watch?v=_Z8QNseDCKY
https://www.youtube.com/watch?v=DQPVsXFfar8
https://www.youtube.com/watch?v=YSPoHPqUwtg
 
 
 
 
 
 Para realizar atividades avaliativas e conseguir notas altas (A mais 
importante, no atual momento, rsrsrs)! 
 
 Para emocionar o seu professor (rsrsrs...)! Sim, aluno! O seu professor vai ficar 
muito feliz se você conseguir entender esses conceitos e aplicá-los nas suas 
atividades cotidianas! Tenho certeza de que, quando você precisar analisar 
uma situação e tomar uma decisão, o uso desses conceitos aumentará as suas 
chances de ser bem sucedido! 
 
2.7. Deslocamentos das curvas de oferta e demanda 
Nobre aluno, neste momento do curso, vamos dar mais um passo adiante na nossa 
viagem pelo mundo da economia! E para fecharmos com chave de ouro essa unidade, 
vamos operacionalizar alguns conceitos vistos até aqui. Isso mesmo, vamos aprender 
como alguns insights podem ser úteis, nos auxiliando na tomada de decisão. 
Atenção Aluno!!! 
De antemão já te informo que poderíamos dar um tratamento matemático aqui, mas vou 
evita-lo na medida do possível e vamos nos valer de uma abordagem predominantemente 
gráfica. Recorrendo a matemática, somente se e quando necessário. 
Foque em entender o funcionamento e a dinâmica! 
 
Nesse sentido, vamos criar um cenário hipotético a partir da situação descrita na seção 
2.3 (Equilíbrio) e refletir sobre como algumas situações e eventos podem impactar o 
mercado de um bem específico. 
Vamos começar pelo lado da demanda. Até aqui já sabemos o seguinte: 
 Podemos escrever a demanda de um bem, através da seguinte expressão: DX = 
f (Px, Y, Pz, H, etc) 
 Aplicando a hipótese coeteris paribus em Y, Pz, H, etc. Chegamos a DX = f (Px) 
 De maneira geral, quanto menor o preço do bem, maior a quantidade 
demanda: lei da procura. 
 
 
 
 
 
 Poderíamos “dar uma carinha” para a nossa função de demanda DX = f (Px) 
escrevendo-a como “QD= 280 – 4P” ou “QD= 50 – 10P”, por exemplo
25. 
Professor, onde estão todos os outros termos que nós vimos na tabela 3 (fatores que 
podem influenciar a demanda)? Se eles não aparecem na fórmula como podem 
interferir na demanda? 
 
Atento aluno! Quando usamos a hipótese coeteris paribus, de certa forma estamos 
tirando eles da análise e isolando a relação entre preço e quantidade. Mas eles 
continuam interferindo na demanda. Vou te explicar como, analisando primeiramente 
a relação preço/quantidade e, posteriormente, a relação outras 
variáveis/quantidade: 
 
1) Relação entre o preço e a quantidade do BEM: Observe aluno que a própria curva 
de demanda expressa essa relação graficamente. Vamos tomar como ponto de partida 
a figura 3 (curva de demanda), vejamos a seguir como se dá essa relação: 
 
25
 A primeira foi retirada de Viceconti e Neves (2014, p. 19), a segunda representa a equação dos 
exemplos usados em nossa disciplina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Olhando o gráfico da figura 3 acima, constatamos que: 
 
 
 
 
 
0; 5 
10; 4 
20; 3 
30; 2 
40; 1 
50; 0 0
1
2
3
4
5
6
0 10 20 30 40 50 60
P
re
ço
 d
o
 B
em
 X
 P
x 
(R
$
) 
Quantidade procurada do bem X (Qx) 
Curva de Demanda do Bem X 
Relação entre preço e quantidade 
•preço = R$5, quantidade = 0 unidades. 
•preço = R$4, quantidade = 10 unidades. 
•preço = R$3, quantidade = 20 unidades. 
•preço = R$2, quantidade = 30 unidades 
•preço = R$1, quantidade = 40 unidades 
•preço = R$0, quantidade = 50 unidades. 
O preço e a 
quantidade desejada caminham em 
sentidos diferentes 
Lei da procura 
• hipótese coeteris paribus (tudo o mais 
constante). 
• Quanto MENOR o preço do bem, MAIOR 
a quantidade demanda. 
• Vice-versa (P: sobe--> Demanda: reduz) 
 
Conclusão 
Relação dada pela curva de 
demanda, em caso de variações no 
preço, “caminhamos sobre a 
própria curva de demanda” 
 
 
 
 
 
2) Relação entre as demais variáveis e a quantidade do BEM: Observe agora aluno, 
que precisaremos entender como expressar e incluir a variação um fator suposto 
constante (exógeno) sobre a relação de demanda. Podemos pensar nessas variáveis 
como um “contexto”. E se o contexto muda, vamos deslocar a curva de lugar: isso 
mesmo! Vamos alterar o lugar da curva para cima (quando favorecer o consumo) e 
para baixo (quando desestimular o consumo). Primeiramente, vamos organizar as 
possíveis situações: 
 
Fatores Descrição 
Renda do consumidor (Y) 
bem normal 
bem inferior 
Preço de outros bens (P*) 
bens substitutos (álcool-gasolina) 
complementares (arroz-feijão, produto 
comprado on-line-preço do frete). 
Hábitos e gostos dos consumidores (H) 
a mudança nos hábitos, crenças, tradições e 
costumes estimula o consumo e a mudança nos 
hábitos, crenças, tradições e costumes 
desestimula o consumo. 
Outros fatores 
Expectativas dos consumidores, mudança no 
número de consumidores no mercado, mudanças 
demográficas, mudanças climáticas. 
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Viceconti e Neves (2014) e Heber Carvalho (2012). 
 
Vejamos como fazer isso olhando o gráfico: 
 
 
0; 5 
10; 4 
20; 3 
30; 2 
40; 1 
50; 00
1
2
3
4
5
6
7
0 10 20 30 40 50 60 70
P
re
ço
 d
o
 B
em
 X
 P
x 
(R
$
) 
Quantidade procurada do bem X (QDx) 
Deslocamentos da curva de demanda do bem X 
Dx Dx' Dx''
 
 
 
 
 
 
Observando o gráfico, constatamos que: 
 
 
 
Vamos agora analisar pelo lado da oferta. Até aqui já sabem o seguinte: 
 Podemos escrever a oferta de um bem, através da seguinte expressão: 
OX = f (Px, Pi, T, PZ, etc) 
 Aplicando a hipótese coeteris paribus em Pi, T, PZ, etc. Chegamos a OX = f (Px) 
 De maneira geral, quanto maior o preço do bem, maior a quantidade ofertada: 
lei da oferta. 
 Poderíamos “dar uma carinha” para a nossa função de demanda DX = f (Px) 
escrevendo-a como “QO= 20 + 2P” ou “QO= +10P”, por exemplo
26. 
 
26
 A primeira foi retirada de Viceconti e Neves (2014, p. 19), a segunda representa a equação dos 
exemplos usados em nossa disciplina. 
Relação entre demais variáveis e quantidade 
demanda 
•Renda do consumidor (Y) 
•Preço de outros bens (P*) 
•Hábitos e gostos dos consumidores (H) 
•Outros fatores 
Podemos pensar nessas variáveis como um 
“contexto”. 
Como interpretar? 
•Hipótese coeteris paribus (tudo o mais 
constante). 
•Se o contexto muda, vamos deslocar a 
curva de lugar. 
•Quando favorecer o consumo: desloca 
para cima (DX') / quando desestimular o 
consumo: desloca para baixo (DX"). 
Conclusão 
Deslocar a curva, significa dizer que para 
uma mesma quantidade, os concumidores 
mudaram de opnião sobre o preço. 
Ou ainda, significa dizer que para um 
mesmo preço, os consumidores mudaram 
de opinião sobre a quantidade. 
 
 
 
 
 
Professor, onde estão todos os outros termos que nós vimos na tabela 5 (fatores que 
podem influenciar a oferta)? Se eles não aparecem na fórmula como podem interferir 
na oferta? 
Atento aluno! Quando usamos a hipótese coeteris paribus, de certa forma estamos 
tirando eles da análise e isolando a relação entre preço e quantidade. Mas eles 
continuam interferindo na oferta. Vou te explicar como, de modo semelhante ao que 
fizemos em relação à demanda: analisando primeiramente a relação 
preço/quantidade e, posteriormente, a relação outras variáveis/quantidade: 
1) Relação entre o preço e a quantidade do BEM: Observe aluno que a própria curva 
de oferta expressa essa relação graficamente. Vamos tomar como ponto de partida a 
figura 5 (curva de oferta), vejamos a seguir como se dá essa relação: 
 
 
 
Após analisar o gráfico acima, constatamos que: 
 
0; 0 
10; 1 
20; 2 
30; 3 
40; 4 
50; 5 
0
1
2
3
4
5
6
0 10 20 30 40 50 60
P
re
ço
 d
o
 B
em
 X
 P
x 
(R
$
) 
Quantidade ofertada do bem X (Qx) 
Curva de oferta do em X 
 
 
 
 
 
 
 
 
2) Relação entre as demais variáveis e a quantidade do BEM: Observe aluno que 
precisaremos entender como expressar e incluir a variação um fator suposto constante 
(exógeno) sobre a relação de oferta. Podemos pensar nessas variáveis, de forma 
análoga ao que fizemos em relação a demanda: como um “contexto”. E se o contexto 
muda, vamos deslocar a curva de lugar: isso mesmo! Vamos alterar o lugar da curva 
para direita (quando favorecer a oferta) e para esquerda (quando desestimular a 
oferta). 
Primeiramente, vamos organizar as possíveis situações: 
Relação entre preço e quantidade 
•preço = R$0, quantidade = 0 unidades. 
•preço = R$1, quantidade = 10 unidades. 
•preço = R$2, quantidade = 20 unidades. 
•preço = R$3, quantidade = 30 unidades 
•preço = R$4, quantidade = 40 unidades 
•preço = R$5, quantidade = 50 unidades. 
O Preço e a 
quantidade ofertada caminham no 
mesmo sentido. 
Lei da oferta 
•Hipótese coeteris paribus (tudo o mais 
constante) 
•Quanto MAIOR o preço do bem, MAIOR a 
quantidade ofertada 
•Vice-versa (P: diminui --> Oferta: diminui) 
 
Conclusão 
Relação dada pela curva de oferta, em 
caso de variações no Preço, 
“caminhamos sobre a própria curva de 
oferta” 
Fatores Descrição 
Preço dos insumos utilizados na produção de (Pi) 
De maneira geral, variação no preço dos insumos afeta 
o custo de produção da empresa. 
Tecnologia (T) 
O avanço tecnológico pode gerar redução dos custos 
para a empresa, favorecendo um aumento da oferta. 
Preço de outros bens (P*) 
O preço de outros bens é avaliado pelo produtor e 
pode interferir na escolha do que será produzido, 
impactando assim na oferta: 
Plantará soja ou milho? 
 
 
 
 
 
 
 
Vejamos como fazer isso olhando o gráfico: 
 
 
 
Analisando o gráfico, constatamos que: 
 
0; 0 
10; 1 
20; 2 
30; 3 
40; 4 
50; 5 
60; 6 
0
2
4
6
8
0 10 20 30 40 50 60 70
P
re
ço
 d
o
 B
em
 X
 P
x 
(R
$
) 
Quantidade ofertada do bem X (Qx) 
Curva de oferta do bem X 
Ox Ox' Ox''
Relação entre demais variáveis e 
quantidade demanda 
•Preço dos insumos utilizados na produção 
de (Pi) 
•Tecnologia (T) 
•Preço de outros bens (P*) 
•Outros fatores 
Podemos pensar nessas variáveis 
como um “contexto”. 
Como interpretar? 
•Hipótese coeteris paribus (tudo o mais 
constante) 
•Se o contexto muda, vamos deslocar a 
curva de lugar 
•Quando favorecer a oferta: desloca para a 
direita (OX') / quando desestimular o 
consumo: desloca para esquerda (OX"). 
Conclusão 
•Deslocar a curva, significa dizer que para 
um nível de preço, as firmas mudaram de 
opnião sobre a quantidade. 
•Ou ainda, significa dizer se continuarem 
produzindo a mesma quantidade, os 
preços deverão mudar. 
Criará galinhas ou bois? Pirarucu ou jatuarana? 
Outros fatores 
Condições climáticas favoráveis, expectativas, 
sazonalidades. 
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Viceconti e Neves (2014) e Heber Carvalho (2012). 
 
 
 
 
 
Vamos agora analisar o impacto disso tudo no equilíbrio de mercado. Até aqui você já 
sabe o seguinte: 
 variações no preço causam deslocamentos ao longo das curvas de oferta e 
demanda (caminhando sobre as curvas de oferta e demanda); 
 alterações nas demais variáveis causam deslocamento das próprias curvas de 
oferta e demanda: Elas mudam de lugar para refletir o novo “contexto”. 
(Vamos nos concentrar aqui) 
Para entendermos os impactos de deslocamentos da curva de demanda sobre o 
equilíbrio do mercado, vamos retomar a situação dada pela figura 7 (equilíbrio do 
mercado), na qual o mercado se encontra em equilíbrio, vejamos abaixo: 
 
 
Perceba que em equilíbrio, o preço é R$2,50 e a quantidade transacionada do bem X é 
de 25 unidades. Havendo alguma alteração no “contexto” da demanda, teremos a 
seguintes situações possíveis para a nova situação de equilíbrio de mercado: 
 Se a mudança das variáveis (contexto) favorecerem o consumo, então no novo 
equilíbrio de mercado o preço será R$3,0 e a quantidade transacionada do 
bem X será de 30 unidades (Dx’: curva cinza). 
0; 0 
10; 1 
20; 2 
30; 3 
40; 4 
50; 5 0; 5 
10; 4 
20; 3 
30; 2 
40; 1 
50; 0 0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
5,5
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
P
re
ço
 d
o
 B
em
 X
 P
x 
(R
$
) 
Quantidade do bem X (Qx) 
Equilíbrio de mercado do bem X 
 Oferta Demanda
 
 
 
 
 
 Se a mudança das variáveis (contexto), por outro lado, desestimular o 
consumo, então no novo equilíbrio de mercado o preço será R$2,0 e a 
quantidade transacionada do bem X será de 20 unidades (Dx”: curva amarela). 
 
 
Vamos agora entender os impactos de deslocamentos da curva de oferta sobre o 
equilíbrio do mercado, vamos considerar a situação inicial dada pela figura 7 
(equilíbrio do mercado), onde o mercado se encontra em equilíbrio: o preço é R$2,50 
e a quantidade transacionada do bem X é de 25 unidades. Havendo alguma alteração 
no “contexto” da oferta, teremos a seguintes situações possíveis para o novo 
equilíbrio: 
 Se a mudança das variáveis (contexto) favorecerem a oferta, então no novo 
equilíbrio de mercado o preço será R$2,0 e a quantidade transacionada do 
bem X será de 30 unidades (Ox’: curva cinza). 
 Se a mudança das variáveis (contexto),por outro lado, desestimularem a 
produção (oferta), então no novo equilíbrio de mercado o preço será R$3,0 e a 
quantidade transacionada do bem X será de 20 unidades (Ox”: curva amarela). 
0; 0 
10; 1 
20; 2 
30; 3 
40; 4 
50; 5 
60; 6 
0; 5 
10; 4 20; 3 
30; 2 
40; 1 
50; 0 0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
5,5
6
6,5
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
P
re
ço
 d
o
 B
em
 X
 P
x 
(R
$
) 
Quantidade do bem X (Qx) 
Equilíbrio de mercado do bem X 
 Oferta Demanda Dx' Dx''
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE III: NOÇÕES DE MACROECONOMIA, 
MENSURAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA E BALANÇO 
DE PAGAMENTOS 
 
Prezado (a) estudante, 
Nesta terceira unidade abordaremos o conceito de macroeconomia, de moeda e de 
inflação. Trataremos da mensuração da atividade econômica pela contabilidade 
nacional (ou social) e do balanço de pagamentos. O objetivo é que ao final desta 
unidade você consiga: 
 conceituar macroeconomia como ramo da ciência econômica; 
 discorrer sobre o histórico da moeda e suas funções; 
 explicar o que é inflação e como ela afeta a economia; 
 compreender a mensuração da atividade econômica e alguns conceitos a ela 
relacionados; 
0; 0 
10; 1 
20; 2 
30; 3 
40; 4 
50; 5 
60; 6 
0; 5 
10; 4 20; 3 
30; 2 40; 1 
50; 0 0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
5,5
6
6,5
7
7,5
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
P
re
ço
 d
o
 B
em
 X
 P
x 
(R
$
) 
Quantidade do bem X (Qx) 
Equilíbrio de mercado do bem X 
 Oferta Demanda Ox' Ox''
 
 
 
 
 
 entender o funcionamento do balanço de pagamentos e sua estrutura de 
registro e classificação; 
 refletir sobre problemas contemporâneos: relacionar aspectos econômicos a 
questões cotidianas da vida profissional e acadêmica. 
 
Bons estudos! 
 
3.1 Conceito de macroeconomia 
Segundo Vicceconti e Neves (2014, p. 7), macroeconomia é o ramo da teoria 
econômica que estuda o funcionamento da economia como um todo, procurando 
identificar e medir as variáveis que determinam o volume da produção total, o nível de 
emprego e o nível de preços do sistema econômico, bem como a inserção do mesmo 
na economia mundial. 
Para Góes e Gadelha (2009), a macroeconomia é o estudo do comportamento 
agregado de uma economia no que concerne a produção, à geração de renda, ao uso 
de recursos, ao comportamento dos preços e ao comércio exterior, dentre tantos 
outros assuntos (não confundir com contabilidade nacional!!!!). 
 
3.2 Moeda e inflação 
Nas sociedades antigas, quando se realizava o comércio por meio do escambo não 
havia necessidade de moedas, isso por que as trocas ocorriam de forma direta. Nesse 
tipo de sociedade há o inconveniente de ser necessário que dois indivíduos tenham 
exatamente as mercadorias de que o outro precisa. Aí complica tudo, professor! 
Verdade, aluno! Imagine que isso funcionou durante algum tempo, mas à medida que 
as sociedades foram evoluindo, foram surgindo “coringas”27 para resolver essa 
 
27
 Curinga ou joker, também conhecido como coringa ou melé em algumas regiões, é a carta do baralho 
que, em certos jogos, muda de valor conforme a combinação de cartas que o jogador tem em mãos. Por 
 
 
 
 
 
situação: surgiu o costume de se utilizar como intermediário para trocas uma 
mercadoria que tivesse aceitação geral na sociedade. Segundo Viceconti e Neves 
(2014, p. 233), “daí a origem da moeda, que pode ser definida como um bem que 
possui aceitação geral na sociedade e que seja utilizada como forma de pagamento 
nas transações de compra e venda”. 
Inicialmente, mercadorias que possuíam alguma utilidade (capazes de satisfazer as 
necessidades) foram usados (moedas-mercadorias). Posteriormente, foram sendo 
substituídos por metais (moedas-metálicas), devido a algumas características: 
homogeneidade, indestrutibilidade, divisibilidade e facilidade de manuseio e 
transporte. Por fim, os metais nobres passaram a ser utilizados, preferencialmente, 
para cunhar moedas (VICECONTI e NEVES, 2014, p. 234). 
As moedas cunhadas de metais nobres, apesar das vantagens, traziam riscos aos 
comerciantes, em virtude do risco de assaltos ao transportá-las. Passou-se a adotar, 
durante a Idade Média28, o costume de depositar as moedas em instituições 
denominadas casas de custódia e em troca os donos recebiam um certificado de 
depósito, e progressivamente esses certificados passaram a ser utilizados como 
moeda: moeda-papel (VICECONTI e NEVES, 2014, p. 234). 
Moeda papel: moeda representada por um papel, mas que é lastreada integralmente 
por metal precioso. 
 
Posteriormente, tornou-se costume o Estado assumir o papel de agente emissor de 
moeda. Nesse momento, as reservas de metais preciosos dos países passaram a ser de 
sua propriedade e serviam de lastro integral para a emissão de moedas metálicas e de 
 
extensão, em muitas atividades são denominados "curingas" uma peça ou pessoa que possa assumir o 
valor de outras. 
28
 A Idade Média é um período da história da Europa entre os séculos V e XV. Inicia-se com a Queda do 
Império Romano do Ocidente e termina durante a transição para a Idade Moderna. 
 
 
 
 
 
notas. Como o volume de transações continuou a crescer, progressivamente, o lastro 
integral foi sendo abandonado. Atenção aluno, guarde isso! Nesse momento a moeda 
vai deixando de ser aceita por causa do seu lastro em metal (moeda papel) e 
começando a ser usada pela aceitação da sociedade e por causa da confiança nessa 
moeda. A essa moeda cujo valor advém da aceitação geral e da confiança, chamamos 
de moeda fiduciária29. A inexistência do lastro em metal da moeda fiduciária 
transferiu para o Estado a responsabilidade de controlar a quantidade de moeda e, 
consequentemente, o poder aquisitivo da moeda. A moeda fiduciária, sem lastro, é 
denominada de papel-moeda e é constituída por moedas metálicas e notas que 
circulam livremente no país (VICECONTI e NEVES, 2014, p. 234). 
Com o desenvolvimento do setor bancário e da intermediação financeira, surge a 
moeda bancária ou escritural. A moeda escritural é representada pelos depósitos do 
público nos bancos comerciais. 
Atenção aluno, guarde isso! 
 
Moeda escritural: depósitos do público nos bancos comerciais. 
Cheque/cartão: forma ou meio de movimentar os depósitos (não é moeda). 
 
Perceba que o conceito de moeda vai se transformando ao longo do tempo de acordo 
com o desenvolvimento das sociedades e das economias. Ainda hoje esse conceito 
está em construção, basta você considerar o advento das criptomoedas. 
Independentemente do conceito, saiba que a moeda possui três funções principais 
(VICECONTI e NEVES, 2014, p. 235): 
 
29
 Fidúcia é uma palavra que vem do latim, confidere, que significa confiança, segurança, lealdade, em 
que se credita boa-fé. 
 
 
 
 
 
 Intermediária das trocas: a moeda não precisa ter nenhum valor intrínseco 
(lastro), bastando que tenha a confiança e a aceitação geral pelos agentes 
econômicos. 
 Unidade de conta ou medida de valor: os bens e serviços são expressos em 
quantidade da moeda. 
 Reserva de valor: Permite que os indivíduos guardem o poder de compra para 
utilizá-lo no futuro, se não quiser consumir bens e serviços imediatamente. 
Veja o vídeo sobre criptomoedas e novos paradigmas: 
https://globoplay.globo.com/v/7757613/ 
https://youtu.be/0RukYAuwcW8 
 
 
 
 
Você sabia, que no Brasil, o Banco 
Central tem, entre as suas 
responsabilidades, o gerenciamento do 
meio circulante, que nada mais é do 
que garantir, para a população, o 
fornecimento adequado de dinheiro 
em espécie. Você já se perguntou qual 
o caminho o dinheiro percorre até 
chegar até você? 
Veja o texto sobre 
o caminho do dinheiro: 
https://www.bcb.gov.br/cedulasemoedas/caminhododinheiro 
 
https://globoplay.globo.com/v/7757613/
https://youtu.be/0RukYAuwcW8
https://www.bcb.gov.br/cedulasemoedas/caminhododinheiro
https://www.bcb.gov.br/cedulasemoedas/caminhododinheiro
 
 
 
 
 
Figura 8. O Caminho do dinheiro. Fonte: Banco Central 
 
Agora que você já sabe um pouco da 
história da moeda, conhece vários de 
seus conceitos, suas características e 
suas funções. Tenho certeza de que 
você estava esperando ansiosamente 
para chegarmos a esse tão polêmico e 
comentado assunto: A inflação (e a 
deflação)! 
 
 
Figura 10. Inflação no Brasil: IPCA acumulado em 12 
meses. Fonte: Banco Central. 
 
Segundo Blanchard (2007, p. 28), 
inflação é uma elevação sustentada do 
nível geral de preços (nível de preços) e 
a taxa de inflação é a taxa à qual o nível 
de preços aumenta. 
Segundo Viceconti e Neves (2014, p. 
333), a inflação é definida como a alta 
persistente e generalizada dos preços 
da economia, já a taxa de inflação 
mede o ritmo do crescimento dos 
preços. 
Vamos entender melhor o conceito de 
inflação: 
Figura 9. Inconvenientes da deflação. Fonte: 
Banco Central. 
 
 
 
 
 
 Alta de preços generalizada, ou seja, todos os produtos da economia devem 
sofrer acréscimos em seus preços. 
 A alta dos preços deve ser persistente, ou seja, os preços sobem de forma 
contínua. Não são apenas oscilações do ajuste de oferta e demanda (relembre 
da seção 2.3) 
 
Veja os vídeos sobre 
a inflação e como ela é medida no 
Brasil: 
 
https://www.youtube.com/watch?v=p
M-Is9Twqew 
https://www.youtube.com/watch?v=JV
cDZOlIMBk 
Leia mais sobre 
inflação e deflação: 
 
https://www.bcb.gov.br/controleinflac
ao/oqueinflacao 
 
 
A inflação traz consigo diversos inconvenientes, por esse motivo os governos e suas 
autoridades monetárias atuam no sentido de defender a moeda de um país. Vejamos 
alguns problemas decorrentes da inflação: 
 Perda do poder aquisitivo dos salários e de outras rendas fixas: Isso significa 
dizer que a mesma quantidade de moeda passa a comprar cada vez menos 
bens e serviços. 
 Desorganização do mercado de capitais e aumento da procura por ativos 
reais: Com a persistência da inflação, fica cada vez mais difícil calcular correta e 
antecipadamente às taxas nominais e reais. Isso, progressivamente, leva os 
poupadores a optarem por investir ativos reais em detrimento dos ativos 
financeiros. 
 Surgimento de déficits no balanço de pagamentos: Isso ocorre se a taxa de 
inflação interna for maior que a externa, tornando os preços dos produtos 
https://www.youtube.com/watch?v=pM-Is9Twqew
https://www.youtube.com/watch?v=pM-Is9Twqew
https://www.youtube.com/watch?v=JVcDZOlIMBk
https://www.youtube.com/watch?v=JVcDZOlIMBk
https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/oqueinflacao
https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/oqueinflacao
 
 
 
 
 
nacionais mais caros no mercado internacional (reduz as exportações) e os 
importados mais baratos no mercado interno (estimula importações). 
 Dificuldades para o financiamento do Governo: as receitas do governo 
também podem ser afetas, assim como a sua credibilidade para conseguir 
dinheiro emprestado junto ao mercado. 
Saiba que a teoria econômica aponta algumas causas para a inflação como pressões de 
demanda/oferta, inércia inflacionária e expectativas de inflação. No caso das pressões 
de demanda, o que ocorre é que a demanda agregada30 da economia pode estar 
“pressionando” a economia além da capacidade de oferta, de tal forma que não seja 
possível responder com elevação da produção e, como resultado, os preços da 
economia sobem (Reveja a seção 2.3, novamente). No caso das pressões de oferta, 
dada uma situação de equilíbrio, um choque sobre os custos das empresas tende a se 
traduzir em contração da oferta agregada da economia. 
Tabela 10. Causas da inflação: demanda e oferta 
Pressões de demanda (coeteris paribus) Pressões de oferta 
 
 Aumento dos investimentos. 
 Aumento dos gastos do governo. 
 Aumento das exportações. 
 Redução dos tributos. 
 Redução das importações. 
 Aumento da oferta de moeda. 
 
 
 Aumentos de salários acima de aumentos da 
produtividade. 
 Elevação das margens de lucro das empresas 
(poder de mercado). 
 Aumento de preços agrícolas (geralmente: 
quebra de safra, estiagem, tempestades, 
inundações, geadas, pragas). 
 Elevação autônoma dos preços de produtos 
importados (exemplo: choques do petróleo 
nos anos 70). 
 
30
 Veremos mais sobre isso. 
 
 
 
 
 
 Desvalorização real da taxa de câmbio 
(elevação dos preços de insumos importados, 
em termos reais). 
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Viceconti e Neves (2014) e Banco Central do Brasil. 
Professor, depois de saber tudo isso, aquela economia de escambo não me parece 
tão ruim!!!! Calma aluno, não vamos nos precipitar! Sei que você deve estar pensando 
que essa inflação é um verdadeiro assalto (Ahhh!! aquela mão (leve) invisível do 
mercado, rsrsrs)! Saiba que existe uma instituição responsável por defender o valor da 
moeda no Brasil e que o Real, nossa moeda, é uma verdadeira obra de arte! Motivo de 
orgulho para todos os brasileiros! Vamos conhecer um pouco mais sobre o assunto a 
seguir: 
 
Veja o vídeo sobre o 
papel do Banco Central do Brasil: 
https://www.youtube.com/watch?v=LC
2wnNRKOgQ 
 
Veja os textos 
sobre a atuação do Banco Central do 
Brasil através da política monetária e a 
implementação do Plano Real31: 
 
31
 O real começou a circular em 1º de julho de 
1994. 
https://www.bcb.gov.br/controleinflac
ao 
https://www.bcb.gov.br/controleinflac
ao/25anosreal 
https://www.youtube.com/watch?v=LC2wnNRKOgQ
https://www.youtube.com/watch?v=LC2wnNRKOgQ
https://www.bcb.gov.br/controleinflacao
https://www.bcb.gov.br/controleinflacao
https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/25anosreal
https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/25anosreal
 
 
 
 
 
 
Figura 11. Panorama Econômico (11.03.21). Fonte: 
Banco Central.
 
3.3 Mensuração da atividade econômica 
 
A mensuração da atividade econômica diz respeito à contabilidade nacional: ramo da 
economia cujo objeto de estudo são as técnicas de mensuração da atividade 
econômica como um todo, ou seja, a mensuração dos agregados macroeconômicos 
(VICECONTI e NEVES, 2014, p.139). 
Para Góes e Gadelha (2009, p. 99), a contabilidade nacional trata do sitema 
desenvolvido e padronizado internacionalmente por Kuznetz e Stone, após a segunda 
guerra mundial. Esse sistema visa organizar as transações econômcias reais realizadas 
pelas economias em determinado período de tempo, contabilizando-as em termos 
monetários. 
 
 
 
 
 
De forma geral, os agregados macroeconômicos resultam das atuações do Agentes 
econômicos, ou ainda, refletem ao somatório dessas decisões e trasações de famílias, 
empresas e governo entre si e com o exterior. Segundo, Viceconti e Neves (2014, p. 
140), três deles são muito importantes: 
 Produto: valor total de bens e serviços finais que foram produzidos pela 
sociedade num determinado intervalo de tempo. 
 Renda: somatório das remunerações recebidas pelos proprietários dos fatores 
de produção . 
 Despesa: total dos gastos efetuados pelos agentes econômicos na aquisição 
dos bens e serviços finais produzidos pela sociedade. 
IDENTIDADE FUNDAMENTAL NA CONTABILIDADE NACIONAL 
PRODUTO = RENDA = DESPESA 
 
 
Assim, tudo aquilo que é produzido em um determinado país, durante um dado 
período de tempo, é chamado de agregados macroeconômicos: seja pela ótica da 
renda, do produto ou da despesa. Nesse sentido, analisando pela ótica da produção, 
perceba que não podemos somar bens intermediários (insumos) aos bens e serviços 
finais (VBP). Veja o exemplo abaixo32: 
Tabela 11. Agregados econômicos: ótica do produto. 
Produto VBP Insumos 
Valor adicionado 
(VA)

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