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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA! Prezado (a) estudante, Ao final desta disciplina você irá dominar os Fundamentos de Economia (conceito, objeto, objetivos e problemas econômicos fundamentais), conhecerá os aspectos microeconômicos (oferta e demanda e estruturas de mercado) e o funcionamento do sistema macroeconômicos da economia (moeda e inflação), será capaz de analisar e discutir sobre a atividade econômica e o funcionamento do balanço de pagamentos. A disciplina está organizada em 3 unidades temáticas e uma unidade de revisão, contém duas atividades de percurso, além da avaliação regular, segunda chamada, recuperação e exame final. Lembre-se que, o estudo a distância lhe proporciona uma flexibilidade de horário e de local de estudo, mas requer disciplina e organização, principalmente quanto ao cumprimento dos prazos das atividades. Portanto, fique atento ao calendário acadêmico. Desejo a você um ótimo estudo. Forte abraço! Professor Ronaldo Ribeiro! “No início tudo parecerá difícil, mas no início, tudo é difícil.” (Sun Tzu – A Arte da Guerra)1 1 Citação extraída do livro de Microeconomia facilitada do professor Heber Carvalho. UNIDADE I: FUDAMENTOS DE ECONOMIA Prezado (a) estudante, Nesta primeira unidade temática estudaremos o conceito de economia, seu objeto de estudo como ciência, seus objetivos e os seus problemas econômicos fundamentais. O objetivo é que ao final desta unidade você consiga: conceituar economia como ciência; discorrer sobre o objeto e os objetivos da ciência; exemplificar algumas das contribuições das ciências econômicas; explicar sobre o surgimento da economia, enquanto ciência, e sobre algumas contribuições o seu fundador; entender o problema econômico fundamental e os seus desdobramentos; identificar os principais agentes econômicos e o seu papel no fluxo circular da renda; refletir sobre problemas contemporâneos: algumas possíveis causas econômicas dos fechamentos de empresas e aspectos relacionados a distribuição funcional da renda2. Bons estudos! 2 A distribuição funcional da renda (DFR) refere-se à repartição da renda gerada no processo produtivo pelos fatores utilizados na produção. 1.1 Conceito de Economia Para Carvalho (2012, p. 373), a Economia é a ciência social que estuda como a sociedade deve utilizar os recursos produtivos, que são escassos, na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, com o objetivo de satisfazer as necessidades humanas. Segundo Viceconti e Neves (2014, p.1), a Economia é a ciência social que estuda a produção, a circulação e o consumo dos bens e serviços que são utilizados para satisfazer as necessidades humanas. Mas quais as implicações disso, professor? Ora, estimado aluno, a primeira implicação é que leis ou proposições das ciências econômicas não são passíveis de verificação ou de experimentação em laboratórios ou em “ambientes controlados”. A segunda, é que existem diversos pontos em que os economistas divergem: existem várias correntes de pensamento dentro das Ciências Econômicas. Apesar disso, já adianto a vocês que existem algumas correntes e abordagens que são dominantes, mas isso não significa dizer que as demais estão erradas! Logo, neste primeiro contato com a matéria, sugiro a você focar no entendimento dos conceitos, modelos e ferramentas. Entender suas aplicações e limitações é mais importante do que “vestir a camisa” de qualquer uma delas! Assista ao vídeo sobre o conceito de economia: https://www.youtube.com/watch?v=mJsncXWcc-E https://www.youtube.com/watch?v=mJsncXWcc-E 1.2 Objeto de estudo Partindo do conceito apresentado de Economia, podem-se extrair algumas informações, por exemplo, o objeto de estudo dessa ciência é o setor produtivo, as relações inerentes a produção, circulação e consumo. Em outras palavras, o objeto vai abranger desde o comportamento dos consumidores e empresas, tecnologias de produção, recursos utilizados no processo produtivo, distribuição de renda, qualidade de vida, bem estar .... Isso mesmo aluno: tudo! (rsrsrs). Nossa, professor! Mas qual a finalidade de estudar tudo isso? Qual o objetivo dessa ciência? 1.3 Objetivos A Economia estuda esses fenômenos econômicos com o objetivo de entender o funcionamento do setor produtivo e das relações a ele associadas. A partir desse estudo são formuladas teorias, leis, proposições, axiomas, postulados, modelos, ferramentas etc..., ou seja, a partir do estudo desses fenômenos econômicos a ciências econômicas vai consolidando seu arcabouço teórico ao qual recorrem vários indivíduos que necessitam entender o funcionamento do mercado: profissionais, produtores, consumidores, funcionários públicos, acadêmicos. Desde o seu surgimento, em 1776, com a publicação do livro “A riqueza das nações” de Adam Smith3 várias relações foram estudadas e consolidadas como: lei da oferta e da demanda, lei dos rendimentos decrescentes, lei de Say. Adam Smith, por exemplo, cunhou dois dos conceitos mais conhecidos no mundo da economia: a mão invisível do mercado e a divisão do trabalho. 3 Adam Smith ganhou a fama de pai da economia por conta do livro “A riqueza das nações” publicado em 1776. Tá certo que o livro é maravilhoso! Mas muito antes disso os gregos já haviam escrito sobre o tema. Veja mais sobre o assunto em: https://www.paulogala.com.br/breve-historia-da-economia/ Assista ao vídeo com um breve histórico da Economia e como as ideias de Adam Smith impactaram o mundo: https://www.paulogala.com.br/breve-historia-da-economia/ 1.4 Problemas econômicos fundamentais Pode-se dizer que a Economia, enquanto ciência, preocupa-se com o setor produtivo da sociedade, as relações entre os indivíduos no processo produtivo e os assuntos relacionados à atividade econômica. De uma maneira geral, pode-se dizer que na esfera econômica estará sempre presente a dicotomia necessidades humanas – recursos produtivos. É por causa dessa relação que a Economia também é conhecida como a ciência que estuda a escassez (VICECONTI e NEVES, 2014, p. 2). Veja o vídeo sobre o conceito de escassez: https://www.youtube.com/watch?v=gZAj7zkPkfU De um lado, existem as necessidades e os desejos das pessoas de consumir bens e serviços que podem ser os mais diversos (ilimitados): alimentos, remédios, roupas, celular, moradia, lazer. Por esse motivo, são ilimitados e sempre surgem novos com o passar do tempo. Já os recursos produtivos, esses são finitos. Professor, mas o que são recursos produtivos? Ora, são os recursos que estão disponíveis para a produção dos bens e serviços que nós, indivíduos, necessitamos ou desejamos. Podem aparecer também com o nome de fatores de produção e serem denominados de capital, mão de obra (trabalho), recursos naturais (terra) (VICECONTI e NEVES, 2014, p. 5). É importante que você guarde o seguinte: A existência de necessidades humanas ilimitadas que precisam ser satisfeitas com recursos produtivos limitadas dá origem https://www.paulogala.com.br/breve-historia-da-economia/ https://www.youtube.com/watch?v=gZAj7zkPkfU ao que se denomina de problema econômico fundamental. Os economistas utilizam a Curva de Possibilidades de Produção - CPP para ilustrar o problema o problema da escassez. A CPP abaixo (Figura 1) representa o problema da escassez para uma determinada sociedade. Admitindo-se que os recursos produtivos são constantes, o conhecimento tecnológico é constante e somente dois produtos são possíveis de fabricação, então para que se obtenha mais produto B a sociedade deve produzirmenos do produto A. Figura 1 Curva de Possibilidades de Produção. Elaborado pelo autor, com base em Viceconti e Neves (2014). Vejamos algumas observações importantes sobre a CPP: Pontos sobre a CPP indicam a quantidade máxima possível de produção de um bem, dada a produção do outro. Pontos dentro (abaixo) da curva indicam que alguns recursos produtivos estão ociosos. Pontos fora (acima) da curva indicam uma produção que excede as possibilidades dessa sociedade. 20; 0 18; 1 15; 2 11; 3 6; 4 0; 5 0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 P ro d u to A Produto B Curva de Possibilidade de Produção - CPP Se a sociedade estiver operando sobre a curva, então para que se obtenha mais produto B a sociedade deve produzir menos do produto A. À quantidade perdida do bem A que a sociedade precisa incorrer para aumentar a produção do bem B denomina-se de custo de oportunidade ou de transformação4. Dito de outra forma, ao escolhermos um bem para produção ou consumo, somos obrigados a abrir mão de algo associado às outras alternativas disponíveis (VICECONTI e NEVES,2014, p. 3; CARVALHO, 2012, p. 375). Ocorre também que à medida que são deslocados fatores de produção de A para B, ou vice-versa, estes fatores produtivos serão menos eficientes (menos produtivos). A esse fenômeno os economistas chamam de lei dos rendimentos decrescentes5. Assista ao vídeo sobre o conceito de recursos produtivos ou fatores de produção: https://www.youtube.com/watch?v=bsHYeCPF0SU 1.5 Sistema econômico e agentes econômicos O sistema econômico é a forma como a sociedade se organiza para realizar suas atividades de produção, circulação, distribuição e consumo de bens e serviços (Carvalho, 2012, p. 374; Viceconti e Neves, 2014, p.5). Basicamente, os sistemas econômicos são uma forma como uma sociedade lida com o problema da escassez e responde a três perguntas básicas: 4 É o custo considerado se é obrigado a fazer uma escolha (trade-off) com opções que são conflitantes, ou que se excluem mutuamente. 5 Esse conceito da Teoria da firma (microeconomia) diz respeito ao fato de que, no curto prazo, por sempre haver um recurso produtivo fixo (geralmente capital), ao adicionar-se mais mão de obra, inicialmente os incrementos na produção se elevarão, contudo, passam a decrescer a medida que se adicionam mais mão de obra, podendo apresentar valores negativos. Lembre-se: isso vale no curto prazo (quando pelo menos um fator é fixo), no longo prazo, a firma pode ajustar todos os fatores de produção. https://www.youtube.com/watch?v=bsHYeCPF0SU O que e quanto produzir? Como produzir? Para quem produzir? As formas mais conhecidas de sistemas econômicos são a economia planificada, economia de mercado e as economias mistas. A maneira como uma economia capitalista de mercado se organiza é do que trataremos a seguir. Mas para isso, vamos definir quem são os agentes econômicos que atuam no sistema econômico, pois esses conceitos nos ajudarão a entender os fluxos econômicos (ou fluxo circular de renda, ou da riqueza) e serão essenciais no estudo da economia. Vejamos: Empresas6: Entidades produtoras de bens e serviços. Para realizar a produção compram os fatores de produção (terra, capital e trabalho) das famílias, remunerando-as pelo seu uso. Numa economia de mercado, seu objetivo é o lucro (VICECONTI e NEVES, 2014, p.139). Famílias: Proprietárias dos fatores de produção. Permitem que as empresas utilizem os fatores de produção no processo produtivo mediante remuneração: salários, aluguéis, juros, lucros etc (VICECONTI e NEVES, 2014, p.139). Seu objetivo é a satisfação das suas necessidades. Governo: Constituído pelos órgãos da administração direta federal, estadual e municipal. Prestam serviços que são consumidos pela coletividade: defesa da soberania nacional, administração da justiça, etc. Resto do mundo: Todas as entidades produtivas, famílias ou governos que estejam fora dos limites nacionais: que tenham sua residência fora das fronteiras geográficas (VICECONTI e NEVES, 2014, p.140). 6 As empresas públicas e sociedades de economia mista também são classificadas aqui. Inicialmente, vamos nos concentrar apenas nas famílias e nas empresas. Na unidade III, quando falarmos sobre balanço de pagamentos seremos capazes de entender qual a relação dos fluxos com o resto do mundo, oportunidade em que introduziremos também o governo. E então você terá uma noção do funcionamento da economia como um todo. 1.6 Fluxos econômicos: Fluxo circular da renda em uma economia de mercado Inicialmente, vamos supor que o nosso objeto de análise seja a economia de uma sociedade que não realiza trocas comerciais com outros países e que não possua governo. Dessa forma exclui-se a atuação dos agentes econômicos governo e resto do mundo, deixando nessa economia apenas dois agentes econômicos: unidades produtivas (ou empresas) e as unidades consumidoras (ou famílias). Em linhas gerais, uma economia de mercado como a dessa sociedade pode ser explicada através do fluxo circular da renda (abaixo)7. Nesse fluxo os dois agentes econômicos interagem em dois mercados distintos: o mercado de fatores de produção e o mercado de bens e serviços. No mercado de fatores de produção (veja a seguir na figura 2), as famílias ofertam recursos naturais (N), trabalho (L) e capital (K) para as empresas (setas vermelhas). Em contrapartida, as empresas remuneram as famílias pagando-lhes aluguéis, royalties, salários, juros e lucros (setinhas pretas). Chama-se renda à soma total dos pagamentos pelo uso dos fatores de produção. Já no mercado de bens e serviços (veja a seguir na figura 2), a situação se inverte: as empresas ofertam seus produtos (setinha azul) para que as famílias possam adquiri-los e satisfazer às suas necessidades e desejos. Assim, as rendas dos fatores pagas 7 Os fluxos podem ser agrupados em Real (fatores e de bens/serviços) e Monetário (pagamentos pelos fatores e pelos bens/serviços). anteriormente às famílias, são usadas pelas unidades consumidoras na compra dos bens e serviços produzidos pelas empresas (setinhas verdes). Chama-se dispêndio à soma total dos pagamentos pela compra dos bens e serviços8. Figura 2. Fluxo circular da renda simplificado. Elaborado pelo autor com base em Viceconti e Neves (2014). Podemos ainda, perceber classificar os fluxos dessa economia como: Real: compreende os fluxos os fatores produtivos (setinhas vermelhas) e de bens/serviços (setinhas azuis). Monetário: pagamentos pelos fatores de produção (setinhas pretas) e pelos bens/serviços (setinhas verdes). Dessa forma, nossa sociedade hipotética se organizou através de mercados para resolver o problema da escassez e seu sistema econômico responde às três perguntas básicas da seguinte forma: Tabela 1. Perguntas básicas e respostas em uma economia de mercado. Pergunta Resposta 8 Saiba o valor Dispêndio é numericamente igual ao da Renda (e a Produção). Veremos isso na parte referente a Macroeconomia. O que e quanto produzir? A decisão de quais produtos deverão ser produzidos pela economia é resultado das interações entre unidades produtivas e unidades consumidoras, via mercado. É através dele que serão determinados os preços e as quantidades. Conceito relacionado a eficiência alocativa. Como produzir? A concorrência entre os produtores definirá como será realizada a produção. Isso porque as unidades produtoras deverão decidir sobre a combinação de fatores de produção a ser adotada,dada a tecnologia disponível, para realizar a produção de forma viável. Conceito relacionado a eficiência produtiva. Para quem produzir? A distribuição dos benefícios resultantes da produção dependerá da quantidade de cada fator utilizado e da contribuição de cada um deles para a efetivação da produção. Conceito relacionado a eficiência distributiva. Fonte: Elaborado pelo autor com base em Viceconti e Neves (2014, p. 5) e Carvalho (2012, p. 374) Veja os vídeos com uma breve explicação sobre o funcionamento da economia e o fluxo circular da renda: https://www.youtube.com/watch?v=Lo_DSuMGRy8 https://www.youtube.com/watch?v=b3WDLDVdTMY Antes de prosseguirmos, gostaria que você prestasse atenção ao seguinte fato: os profissionais liberais autônomos e os proprietários de empresas individuais participam simultaneamente dos dois grupos. Enquanto unidades produtoras fazem parte das empresas e enquanto proprietário do fator de produção (capital, trabalho, recursos naturais) fazem parte da família (VICECONTI e NEVES, 2014). Para refletirmos sobre essa situação, apresento abaixo uma hipotética empresa (unidade produtiva) e duas possíveis situações: uma em que o proprietário da empresa https://www.youtube.com/watch?v=Lo_DSuMGRy8 https://www.youtube.com/watch?v=b3WDLDVdTMY é também dono de todos dos fatores de produção e outra na qual o proprietário da empresa não é dono dos fatores de produção. Vejamos: Tabela 2. Empresa e propriedade dos fatores de produção (Exemplo Hipotético) Remuneração Fator de produção Remuneração do fator de produção - mercado (R$) Diferença Salário Trabalho 1.000,00 Empresário proprietário dos Fatores: Enquanto família ele recebe a renda de R$ 4.000,00. Empresário não proprietário dos Fatores: Enquanto família ele recebe a renda de R$ 1.000,00 (Lucros). O restante será pago a quem ele contratou para trabalhar, a quem lhe alugar o imóvel, a quem lhe emprestar dinheiro para o negócio. Aluguel Imóvel 1.000,00 Juros Capital de terceiros 1.000,00 Lucros Capital dos sócios 1.000,00 Fonte: Autor. Com base no exemplo da tabela acima, eu quero que você tenha em mente que, independentemente do caso, os fatores de produção precisam ser remunerados, ainda que sejam a mesma pessoa (física, ou natural). Perceba que pelo fluxo circular renda que acabamos de conhecer, a renda no mercado de fatores seria R$4.000,00: Empresário proprietário dos fatores: como unidade produtiva ele remunera os fatores de produção da família (R$ 4.000). Como indivíduo de uma família (proprietário dos fatores) ele recebe a renda de R$ 4.000,00. Empresário não proprietário dos fatores: como unidade produtiva ele remunera os fatores de produção da família (R$4.000). Como família ele recebe a renda de R$ 1.000,00 (lucros: remuneração do capital dos sócios e proprietários da empresa). O restante será pago a quem ele contratou para trabalhar (R$ 1.000), a quem lhe alugar o imóvel (R$1.000), a quem lhe emprestar dinheiro para o negócio (R$1.000). Fiz questão de trazer esse exemplo, em primeiro lugar por quero que você tenha claro na sua mente: Um indivíduo (em alguns casos) pode participar simultaneamente dos dois grupos de agentes econômicos (empresas e famílias). Em segundo lugar, o que ocorre é que os profissionais liberais, autônomos e proprietários de empresas individuais, muitas vezes, por falta de conhecimentos, ou por serem eles mesmos proprietários dos fatores de produção, não levam em consideração o custo de oportunidade de seus recursos (K, L, N), ou seja, iniciam empreendimentos que em termos econômicos são inviáveis (ineficientes), mas só descobrem isso depois de incorrerem em custos e perdas. Em outras situações, “remuneram demasiadamente” o capital próprio (por meio de retiradas) e como consequência, a empresa se descapitaliza e fica sem recursos suficientes para remunerar os demais fatores levando a empresa a fechar9. Essa 9 O Sebrae Nacional realizou um estudo que calculou as taxas de sobrevivência e mortalidade de empresas por Unidade da Federação e setores de atividade. O estudo foi elaborado a partir de análise das bases da Receita Federal e está disponível nos links: https://datasebrae.com.br/documentos2/pesquisas/Sobrevivencia%20das%20Empresas%20no%20Brasi l/Sobrevivencia%20de%20Empresas%20no%20Brasil%202016%20-%20FINAL.pdf https://datasebrae.com.br/wp-content/uploads/2019/10/SOBREVIVENCIA-FINAL-2016.pdf dinâmica de fechamento das empresas é o mecanismo de mercado selecionando as melhores, redirecionando recursos produtivos e buscando a melhor alocação possível. Uma das formas de se evitar essa “furada” seria analisar o custo de abrir mão das outras oportunidades de alocação disponíveis para os seus fatores de produção no mercado10 e compará-lo com a alocação do empreendimento que planejam iniciar. Para você refletir, jovem aluno!!!!! De todos as reflexões que esse exemplo nos leva a fazer, vamos àquela que talvez seja a mais importante desta unidade e, talvez, de todo o curso (e talvez da Economia). Quero que você, prezado aluno, reflita junto comigo: se em uma economia de mercado a distribuição dos benefícios resultantes da produção dependerá da quantidade de cada fator utilizado e da contribuição de cada um deles para a efetivação da produção (ver tabela 1), então: • A posse/propriedade dos fatores de produção não afeta a alocação de recursos da economia, o mercado se encarrega de selecionar a mais eficiente. • No que diz respeitos aos benefícios, sua distribuição é determinada pela posse/propriedade dos fatores de produção e, dessa forma, nada garante que haverá 10 Dito de outra forma, analisarem o custo de oportunidade. uma distribuição “razoável” para todos os indivíduos: Pode resultar em uma distribuição desigual do produto! Numa sociedade como a do nosso exemplo, os mercados são os responsáveis por “guiar” alocação de recursos disponíveis da melhor forma possível, ou seja, da forma mais eficiente11. Professor, como saber se realmente as escolhas foram as melhores? Isso não é subjetivo? Muito bom questionamento, atento aluno! Para sermos capaz de responder essa pergunta, pode ser útil você conhecer mais um conceito muito usado em economia: Eficiência de Pareto12 ou eficiência econômica. Segundo Varian (2006, p.15), se pudermos encontrar uma forma de melhorar a situação de uma pessoa sem piorar a de nenhuma outra, estaremos diante de uma melhoria de Pareto. Se uma alocação permite uma melhoria de Pareto, diz que ela é ineficiente no sentido de Pareto. Se não é possível uma melhoria de Pareto, então a alocação é eficiente no sentido de Pareto (ótimo de Pareto). Assim, estimado aluno, utilizando os conceitos que aprendemos até aqui, podemos responder o que seria o Ótimo de Pareto (a melhor escolha possível, a alocação mais eficiente) para essa sociedade como qualquer ponto situado sobre a CPP (veja a figura 1): sobre a curva de possibilidade de produção, todos os recursos estão alocados, não existem fatores de produção ociosos, sendo impossível elevar a produção de um bem sem abrir mão do outro. Pontos abaixo (dentro) da curva representam combinações ineficientes no sentido de Pareto13. 11 Tenha sempre em mente que isso é sempre possível na ausência de falhas de mercado. 12 O economista e sociólogo italiano Vilfredo Pareto (1848 – 1923) foi um dos primeiros a examinar as implicações do conceito de eficiência. 13 Novamente, existem algumas situações que impedem o mercado de realizar a alocaçãoótima dos recursos às quais denominamos de falhas de mercado. Agora que você já está familiarizado com os fundamentos de economia podemos seguir nessa aventura pelo mundo da economia. Apesar de parecerem simples os conceitos estudados até aqui, digo que eles são valiosos e se bem compreendidos irão permitir que você seja capaz de analisar economicamente muitas situações. Adiante, começaremos a tratar da microeconomia e posteriormente abordaremos a macroeconomia. Professor! Micro o que!? Macro o que?! Isso mesmo esforçado aluno, tratam-se de dois ramos da teoria econômica e nós iremos usar essa divisão para organizar os nossos estudos14. Veja o vídeo com uma breve explicação sobre a diferença entre as abordagens macroeconômica e microeconômica: https://www.youtube.com/watch?v=y4rJoH9dmfI https://www.youtube.com/watch?v=KQHgGaUgsTI UNIDADE II: NOÇÕES DE MICROECONOMIA Prezado (a) estudante, Nesta segunda unidade temática estudaremos o conceito de microeconomia, a lei da demanda e o comportamento dos consumidores, a lei da oferta e o comportamento das firmas, o funcionamento do mercado e o seu equilíbrio, os tipos de bem e as estruturas de mercado e os deslocamentos das curvas de oferta e demanda.. O objetivo é que ao final desta unidade você consiga: 14 Outra possível divisão seria economia normativa (juízos de valores: qual resultado é bom e qual resultado é ruim) e economia positiva (como ela é de fato). Há várias formas de organização. https://www.youtube.com/watch?v=y4rJoH9dmfI https://www.youtube.com/watch?v=KQHgGaUgsTI conceituar Microeconomia como ramo da ciência econômica; discorrer sobre o comportamento dos consumidores e das firmas; explicar como o mercado funciona através do mecanismo de oferta e demanda; entender como um bem é classificando segundo o conceito de elasticidade econômica; classificar as estruturas de mercado segundo as suas características e funcionamento; refletir sobre problemas contemporâneos: relacionar aspectos econômicos a questões cotidianas da vida profissional e acadêmica. Bons estudos! 2.1 Conceito de microeconomia Segundo Viceconti e Neves (2014, p.7), microeconomia é o ramo da teoria econômica que estuda o funcionamento do mercado de um determinado produto ou grupo de produtos, ou seja, o comportamento dos compradores e vendedores de tais bem (mercado de automóveis, de produtos agrícolas, da construção civil etc.). Na microeconomia, vamos encontrar teorias que buscam explicar o comportamento do consumidor no mercado (teoria do consumidor), assim como explicações para o comportamento das unidades produtivas (teoria da firma). Além disso, estudam-se aqui os tipos de bens e de estruturas de mercado. A microeconomia tem vários ramos de acordo com o setor em análise. É bastante coisa, eu sei, bravo aluno! Por esse motivo, a estratégia didática a ser adotada será a seguinte: Veremos o funcionamento do mercado de uma maneira geral, ou seja, veremos o “caso mais geral” do funcionamento de um mercado: pelo lado da oferta (empresa) e da demanda (consumidor). Conceituaremos os tipos de bens e as estruturas de mercado, buscando fazer paralelos com o caso geral, de tal forma que você saiba caracterizá-los. Dessa forma, evitaremos excesso de abordagens matemáticas do assunto. Além disso, caso surja à necessidade ao longo de sua jornada acadêmica e profissional, você será capaz de aprofundar-se nos estudos mais específicos da economia de forma autônoma! Contudo, lembre-se sempre que, nós, equipe do IFRO, estamos aqui para orientá-lo! 2.2 O Lado da demanda Segundo Viceconti e Neves (2014), a demanda de um bem é dada pela quantidade deste bem que os compradores (consumidores) desejam adquirir em um determinado período de tempo. Para Heber Carvalho (2012), a demanda de um bem é simplesmente a quantidade de um bem que os consumidores desejam adquirir a determinado preço, em determinado período de tempo. Diversos são os fatores que influenciam a demanda de um bem, vejamos alguns deles15: 15 Estimado aluno, aqui, você deve se lembrar de que em economia utilizamos simplificações, adotamos a figura do “consumidor racional” ou “homo economicus” é o conceito da ciência econômica que se refere ao homem econômico racional, ou seja, o indivíduo que toma todas suas decisões com base na racionalidade. Muitas são as críticas ao homo economicus em virtude da sua completa abstração. Isto porque as pessoas muitas vezes não estão interessadas em maximizar os benefícios nem em minimizar os custos. Veja mais aqui: https://www.suno.com.br/artigos/homo-economicus/ Tabela 3. Fatores que podem influenciar a demanda Fatores Descrição Preço do bem (P) Possivelmente a variável mais importante para que o consumidor decida o quanto vai comprar do bem. De maneira geral, quanto menor o preço do bem, maior a quantidade demanda: Lei da procura (existem exceções16). Renda do consumidor (Y) Muitas vezes, apesar do preço de um produto ser considerado “adequado”, o consumidor pode não dispor de renda suficiente para adquiri-lo. Além disso, variações na renda podem ter consequências distintas a depender do tipo do bem. Preço de outros bens (P*) O preço de outros bens também é avaliado pelo consumidor e pode interferir na escolha do consumidor a depender da relação verificada entre os bens: substitutos (álcool- gasolina) ou complementares (arroz-feijão). Hábitos e gostos dos consumidores (H) Esta variável representa os hábitos, as crenças, as tradições e os costumes. Pode capturar tendências de mercado, aspectos religiosos ou culturais de cada região. Outros Fatores Expectativas dos consumidores, mudança no número de consumidores no mercado, mudanças demográficas, mudanças climáticas Fonte: Elaborado pelo autor com base em Viceconti e Neves (2014) e Heber Carvalho (2012). Assim percebemos que a decisão do consumidor acerca da demanda de um bem depende de vários fatores. Para poder analisar a influência de uma variável sobre a quantidade demanda, a economia utiliza-se da hipótese coeteris paribus: suposição de que todas as demais variáveis permanecem constantes durante a análise. Significa 16 Varian (2006, p. 121 e p. 144) e Carvalho (2012, p. 26) apresentam o bem de Giffen como exceção a lei da demanda. O bem de Giffen é aquele que quando seu preço cai a demanda também diminui, além disso, sua demanda se eleva quando seu preço sobre. Viceconti e Neves (2014, p. 17) incluem também os bens de Veblen como exceção a lei da demanda. Os bens de Veblen são aqueles de consumo ostentatório (luxo). dizer que iremos analisar, isoladamente, o impacto de alteração de cada um dos fatores sobre a demanda (Carvalho, 2012; Viceconti e Neves, 2014). Agora, sabendo quais os fatores afetam a demanda por um bem e como utilizar a hipótese coeteris paribus, podemos partir para o passo seguinte e definir formalmente a curva de demanda de um bem: ela informa graficamente a quantidade que os consumidores desejam comprar à medida que o preço muda, mantido tudo mais constante (Carvalho, 2012; Viceconti e Neves, 2014). Por outro lado, matematicamente podemos escrever a demanda de um bem (digamos bem x)17 através da seguinte expressão: DX = f (Px, Y, Pz, H, etc). Aplicando a hipótese coeteris paribus em Y, Pz, H, etc. Chegamos a DX = f (Px): a esta relação chamamos de função da demanda do bem x e a sua representação gráfica será chamada de curva de demanda do bem x. Vejamos: Figura 3. Curva de demanda do bem X. Fonte: Elaborado pelo autor. 17 Estamoschamando ao bem em análise de bem X e comparando-o um outro bem (bem Z). Poderíamos ter usado quaisquer notações ou nomes: laranjas e bananas, bem X e bem Y, Bem 1 e Bem 2 etc. 0; 5 10; 4 20; 3 30; 2 40; 1 50; 0 0 1 2 3 4 5 6 0 10 20 30 40 50 60 P re ço d o B em X - P x (e m R $ ) Quantidade Procurada do Bem X - Qx (em unid.) Curva de Demanda do Bem X A curva de demanda pode referir-se a um consumidor individual ou a um mercado como um todo. Através da agregação das demandas individuais a cada nível de preço possível, obtém-se a demanda de mercado (CARVALHO, 2012; VICECONTI e NEVES, 2014). Vejamos abaixo: Figura 4. Curvas de demanda individual e de mercado para o bem X. Fonte: Elaborado pelo autor. Observe que construímos a curva de demanda seguindo os seguintes passos: Listamos a quantidade desejada de cada indivíduo segundo o nível de preço (curvas de demanda individuais). Somamos as quantidades dos indivíduos e chegamos à quantidade demanda pelo mercado a cada nível de preço (curva de demanda de mercado). Tabela 4. Demanda individual e de mercado para o bem X Nível de Preço do Bem X (R$1,00) Quantidade Demanda (Unidades) Indivíduo A Indivíduo B Total - Mercado R$ 5,00 0 0 0 R$ 4,00 4 6 10 R$ 3,00 8 12 20 R$ 2,00 12 18 30 R$ 1,00 16 24 40 R$ 0,00 20 30 50 Fonte: Elaborado pelo autor. Veja os vídeos sobre o uso de gráficos em economia: https://www.youtube.com/watch?v=3fClHmUuzoE https://www.youtube.com/watch?v=4unG3fMjKBg 2.3 O Lado da oferta Para Carvalho (2012) a oferta de um bem é simplesmente a quantidade desse bem que os produtores desejam vender dado um preço, num determinado período de tempo. Viceconti e Neves (2014) definem a oferta de um bem como a quantidade desse bem, por unidade de tempo que os vendedores desejam oferecer no mercado. Analogamente à demanda, a oferta é influenciada por diversos fatores, vejamos alguns: Tabela 5. Fatores que podem Influenciar a oferta Fatores Descrição Preço do bem (P) Possivelmente a variável mais importante para que o produtor decida o quanto vai disponibilizar do bem no mercado. Preço dos insumos utilizados na produção de (Pi) Preços das matérias-primas, dos combustíveis, da energia e de outros insumos influenciarão a quantidade ofertada no mercado. De maneira geral, variação no preço dos insumos afeta o custo de produção da empresa. Tecnologia (T) O avanço tecnológico pode gerar redução dos custos para a empresa, elevando a produtividade dos fatores de produção: torna possível produzir mais, com a mesma quantidade de insumos. Dessa forma podem favorecer um aumento da oferta. Preço de outros bens (P*) O preço de outros bens também é avaliado pelo produtor e pode interferir na escolha do https://www.youtube.com/watch?v=3fClHmUuzoE https://www.youtube.com/watch?v=4unG3fMjKBg Matematicamente podemos escrever a oferta de um bem (digamos bem x)18 através da seguinte expressão: OX = f (Px, Pi, T, PZ, etc). Aplicando a hipótese coeteris paribus em Pi, T, PZ, etc. Chegamos a OX = f (Px): a esta relação chamamos de função de oferta do bem x e a sua representação gráfica será chamada de curva de oferta do bem x. Vejamos: Figura 5. Curva de oferta do bem X. Fonte: Elaborado pelo autor. 18 Estamos chamando ao bem em análise de bem X e comparando-o um outro bem (bem Z). Poderíamos ter usado quaisquer notações ou nomes: laranjas e bananas, bem X e bem Y, Bem 1 e Bem 2 etc. 0; 0 10; 1 20; 2 30; 3 40; 4 50; 5 0 1 2 3 4 5 6 0 10 20 30 40 50 60 P re ço d o B em X P x (R $ ) Quantidade Ofertada do Bem X (Qx) Curva de Oferta do Bem X que será produzido. Um produtor de milho, por exemplo, pode avaliar o preço de outras culturas alternativas como soja, arroz, sorgo, cana de açúcar etc. O mesmo vale para produtores de outros ramos (exemplo: o motorista de taxi pode considerar o preço de uma corrida também nos aplicativos uber, urbano norte, 99taxi etc.). Outros Fatores Condições climáticas favoráveis, expectativas, sazonalidades. Fonte: Elaborado pelo autor com base em Viceconti e Neves (2014) e Heber Carvalho (2012). A curva de oferta pode referir-se a um consumidor individual ou a um mercado como um todo. Através da agregação das ofertas de cada firma (empresa ou unidade produtiva) a cada nível de preço possível, obtém-se a oferta de mercado (CARVALHO, 2012; VICECONTI e NEVES, 2014). Vejamos a seguir: Figura 6. Curvas de oferta individual e de mercado para o bem X. Fonte: Elaborado pelo autor. Observe que construímos a curva de oferta seguindo os seguintes passos: Listamos a quantidade possível de ser ofertada de cada empresa segundo o nível de preço (curvas de oferta das firmas). Somamos as quantidades ofertadas pelas empresas e chegamos à quantidade ofertada no mercado a cada nível de preço (curva de oferta de mercado). Tabela 6. Oferta da firma e de mercado para o bem X Nível de Preço do Bem X (R$ 1,00) Quantidade Ofertada (Unidades) Firma A Firma B Total - Mercado R$ 0,00 0 0 0 R$ 1,00 4 6 10 R$ 2,00 8 12 20 R$ 3,00 12 18 30 R$ 4,00 16 24 40 R$ 5,00 20 30 50 Fonte: Elaborado pelo autor. 2.4 O Equilíbrio de mercado Nobre aluno, agora que você já domina e conhece o funcionamento do lado da oferta e da demanda é a hora de darmos mais um passo para entendermos como a interação entre consumidores e firmas, no mercado, determina as quantidades e preços de um bem. Assista ao vídeo sobre a mágica dos mercados: https://www.youtube.com/watch?v=TXLoTDc2qmU&t=165s Observando o gráfico abaixo (Figura 7), constata-se que o preço de mercado do bem é R$ 2,50. A quantidade de equilíbrio do mercado é 25 unidades. Professor, mas como isso ocorre? De maneira automática? Muito boa pergunta, meu aluno! E a resposta é não. Na verdade, esses valores de equilíbrio decorrem de uma dinâmica entre firmas e consumidores no mercado. https://www.youtube.com/watch?v=TXLoTDc2qmU&t=165s Figura 7. Equilíbrio de mercado do bem X. Fonte: Elaborado pelo autor. Vamos imaginar uma situação na qual o preço inicial seja R$ 3,00. A esse preço as firmas em conjunto estão dispostas a oferecer 30 unidades do bem de X (lado da oferta). Por outro lado, a esse preço os indivíduos em conjunto estão dispostos a consumir 20 unidades do bem de X (lado da demanda). O resultado seria um excedente ou um excesso de oferta (10 unidades) e para se livrar desse excesso de produção, as firmas passarão a oferecer o bem a preços cada vez mais baixos. Essa tendência de baixa nos preços vai persistir até que o preço assuma um valor que iguale a quantidade entre oferta e demanda: preço e quantidade de equilíbrio. Inversamente, vamos supor agora uma situação inicial na qual o preço seja R$ 2,00. A esse preço as firmas em conjunto estão dispostas a oferecer 20 unidades do bem de X (lado da oferta). Por outro lado, a esse preço os indivíduos em conjunto estão dispostos a consumir 30 unidades do bem de X (lado da demanda). O resultado seria uma escassez ou um excesso de demanda (de 10 unidades) e para realizarem os seus anseios de consumo, os consumidores passarão a oferecer pelo bem preços cada vez mais altos. Essa tendência de alta nos preços vai persistir até que o preço assuma um 0; 0 10; 1 20; 2 30; 3 40; 4 50; 5 0; 5 10; 4 20; 3 30; 2 40; 1 50; 0 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 P re ço d o B em X P x (R $ ) Quantidade do Bem X (Qx) Equilíbrio de Mercado do Bem X Oferta Demanda valor que iguale a quantidade entre oferta e demanda: preço e quantidade de equilíbrio. Essa dinâmica defuncionamento descrita remete a dois princípios, por vezes, utilizados em economia para descrever o funcionamento de estruturas e mecanismos econômicos (VARIAN, 2006, p. 3): O princípio de otimização: As pessoas tentam escolher o melhor padrão de consumo ao seu alcance. O princípio de equilíbrio: Os preços ajustam-se até que o total que as pessoas demandam seja igual ao total ofertado. Chamo a sua atenção para o fato de que nenhum consumidor ou firma foi capaz de determinar o preço e a quantidade do mercado sozinho! Os preços e quantidades de equilíbrio são resultados das interações de todos os consumidores e firmas no mercado. Tenha isso claro em sua mente19 2.5 Tipos de bens20 De acordo com Carvalho (2012), elasticidade mede, em termos percentuais, o quanto uma variável pode ser afetada por outra. Segundo Viceconti e Neves (2014), em economia, o termo elasticidade significa sensibilidade. Varian (2006) define a elasticidade como uma medida da sensibilidade de uma variável em relação a outra e define a elasticidade-preço da demanda como a variação percentual na quantidade dividida pela variação percentual do preço. De tudo isso aluno, você precisa ter claro o seguinte: 19 Implicitamente, isso equivale a dizer que estamos operando em concorrência perfeita. Veremos isso amis adiante. 20 Existem outras formas e critérios de classificação dos bens em economia, mas vamos nos ater aqui a fazer um estudo dos tipos de bem de acordo com as suas elasticidades. As elasticidades dizem respeito a sensibilidade das quantidades ofertadas e demandadas em relação a uma variável (preço, renda, hábitos, expectativas...). Mas professor, como assim? Significa que a oferta/demanda desse bem sofre influência dessa variável, é sensível a variações nela. Elas nos ajudam a quantificar o impacto ou o peso daqueles fatores que influenciam a demanda (ver tabela 3): as elasticidades dizem quanto cada um daqueles fatores afeta a quantidade demanda! As elasticidades também ajudam a entender o comportamento do consumidor de um dado bem em relação a alteração nos fatores que influenciam a demanda: As elasticidades nos dizem que tipo de bem é esse para o consumidor que estamos analisando. Assim dizer que um bem é elástico em relação a alguma variável, quer dizer que a variação dessa afeta efetivamente a quantidade (demanda ou ofertada, a depender do caso), ou seja, a quantidade transacionada sofre influência dessa variável, é sensível a variações dela. Na tabela, abaixo foram, resumidos os conceitos de elasticidade relativos à demanda e às suas implicações: Tabela 7. Conceitos de elasticidade relativos à demanda Elasticidade Fórmula Descrição Preço da demanda (Epd) Aqui serão considerando os valores absolutos (desprezando o sinal +/-). Isso por que, geralmente, a relação entre P e quantidade é inversa (negativa). Exceto para os bens de Giffen 21 e bens de Veblen 22 . Epd > 1: demanda considerada elástica (sensível) em relação ao seu preço. 21 O bem de Giffen é aquele que quando seu preço cai a demanda também diminui, além disso, sua demanda se eleva quando seu preço sobre. 22 Os bens de Veblen, segundo Viceconti e Neves (2014, p. 17), são aqueles de consumo ostentatório. Epd = 1: demanda apresenta elasticidade unitária em relação ao preço. Epd < 1: demanda é considerada inelástica (insensível) em relação ao seu preço. Casos especiais: Epd = 0: Demanda inelástica, ou anelástica. Quantidade demandada não tem nenhuma sensibilidade em relação ao Preço. Epd: ∞: Demanda infinitamente elástica. A um dado preço, os consumidores consumirão qualquer quantidade ofertada. A preços diferentes de P, nada consumirão. Fatores que influenciam a EPD: 1) Quanto maior o grau de utilidade do produto para o consumidor, menos elástica será a demanda do bem: bens de primeira necessidade (menos elásticos), bens supérfluos (mais elásticos). 2) Quanto menos substitutos tiver o bem, menos elástica será sua demanda. 3) Quanto menor o preço do bem (e menor seu peso no orçamento consumidor), menos elástica será sua demanda: caixa de fósforos, clipes. Renda da demanda (ER) Erd > 1: Bens superiores ou de luxo. Quantidade demandada aumenta quando a renda aumenta (aumenta a participação no orçamento). Erd = 1: Demanda unitária. Quando a renda aumenta, o consumo do indivíduo não se altera (mantém a participação no orçamento). Erd < 1: Bem inferior. A quantidade demandada diminuiu quando a renda aumentou (diminui a participação no orçamento). Curva de Engel: relação (gráfica) entre a quantidade demandada do bem e a renda do consumidor. Lei de Engel: à medida que a renda aumenta, diminui a participação dos gastos com alimento no orçamento (exceto alimentos sofisticados) 23 . 23 Faça uma relação com a pirâmide de Maslow e leia o artigo: https://www.suno.com.br/noticias/correlacao-economica-desenvolvimento-felicidade/ Cruzada da procura (EC) 1) Valor relativo: Exz>0: Bens substitutos. (Por exemplo: carne bovina, suína, peixe, carne de frango) Exz<0: Bens complementares. (Por exemplo: arroz e feijão; lâmina de barbear e espuma de barbear; xampu e condicionador; pão e manteiga; café e leite) Exz=0: Consumo entre os bens é independente. 2) Valor absoluto (em módulo: considera apenas o número sem o sinal de +/-): Exz>1: demanda elástica (sensível). Exz=1: Elasticidade unitária. Exz<1: demanda inelástica. Fonte: Elaborado pelo autor com base em Viceconti e Neves (2014), Heber Carvalho (2012) e Varian (2006). De forma análoga, na tabela abaixo, foram resumidos os conceitos de elasticidade relativos à oferta e as suas implicações: Tabela 8. Conceitos de elasticidade relativos à oferta Elasticidade Fórmula Descrição Preço da oferta (EPO) A EPO, no geral, é sempre o um valor positivo. EPO < 0: Oferta inelástica. EPO = 1: Oferta de elasticidade unitária. EPO > 1: Oferta elástica. Fonte: Elaborado pelo autor com base em Viceconti e Neves (2014), Heber Carvalho (2012) e Varian (2006). 2.6 Estruturas de mercado Em economia, existem alguns paradigmas ou estruturas de análise para se estudar a realidade. Dessa forma, os economistas classificam os mercados existentes no mundo real de acordo com a proximidade a algum modelo teórico (ideal): concorrência perfeita, concorrência monopolística, oligopólio, monopólio, monopsônio, oligopsônio. Dessa forma, a classificação não será perfeita, mas buscará captar as características essenciais ao seu estudo. Além disso, é importante que você saiba, nobre aluno, que o mercado de concorrência perfeita é um referencial teórico (ideal) para a análise de outras estruturas de mercado (“imperfeitas”) do mundo real (VICECONTI e NEVES, 2014, p. 13). Vejamos a seguir: Tabela 9. Estruturas de mercado Estrutura de Mercado Características Concorrência perfeita Grande número de pequenos compradores e vendedores: mercado atomizado. O produto transacionado é homogêneo: produtos padronizados Livre entrada e saída de empresas no mercado. Perfeita transparência ou perfeito conhecimento: os compradores e vendedores sabem de tudo o que ocorre no mercado. Perfeita mobilidade dos recursos produtivos. Concorrência monopolística Grande número de produtores (mercado concorrencial), mas cada um opera como se fosse monopolista de seu produto. O produto transacionado não é homogêneo: as diferenças se dão por meio das características (qualidade, marca, padrão de acabamento, assistência técnica, garantia). A diferenciaçãodo produto dá algum poder de mercado ao produtor para influenciar o preço. Oligopólio Pequeno número de produtores. Ou ainda, uma pequena parcela dos produtores domina a maior parte do mercado (mesmo havendo elevado número de produtores). Há barreiras à entrada e saída de firmas nesse mercado: explícitas ou implícitas. A própria concentração funciona como uma verdadeira barreira a entra de novas firmas. Oligopsônio Pequeno número de compradores. Pequeno número de compradores. Ou ainda, uma pequena parcela dos compradores domina a maior parte do mercado (mesmo havendo elevado número de compradores). Monopólio Apenas um único Produtor Legal: A lei garante o direito a apenas uma empresa ofertante. Técnico (ou natural 24 ): Quando a produção por uma única empresa é mais barata. Nesse tipo de situação quanto maior a escala menor o custo e, consequentemente, o preço. Monopsônio Há apenas um único comprador Fonte: Elaborado pelo autor com base em Viceconti e Neves (2014), Heber Carvalho (2012) e Varian (2006). Veja mais sobre estruturas de mercado: https://www.youtube.com/watch?v=cj7lpPs3iSs https://www.youtube.com/watch?v=Sn0v115FfGA Professor, mas qual a utilidade disso tudo? Veja, ilustre aluno, esses conhecimentos podem auxiliá-lo ao longo de sua trajetória profissional e acadêmica, em diversas situações, como por exemplo: 24 Veja mais sobre Monopólios naturais aqui: https://www.suno.com.br/artigos/monopolio-natural/ https://www.youtube.com/watch?v=cj7lpPs3iSs https://www.youtube.com/watch?v=Sn0v115FfGA Na reflexão sobre questões contemporâneas: Desenvolvimento econômico e felicidade: existe uma correlação? Leia mais em: https://www.suno.com.br/noticias/correlacao-economica-desenvolvimento- felicidade/ Na construção do planejamento estratégico da sua organização. Veja os vídeos sobre o planejamento estratégico: https://www.youtube.com/watch?v=rKbxdOK1QDk https://www.youtube.com/watch?v=9gUAfXd2Scg Na definição da estratégia competitiva do seu negócio utilizando o modelo das cinco forças de Porter. Veja o vídeo sobre estratégia competitiva: https://www.youtube.com/watch?v=_Z8QNseDCKY https://www.youtube.com/watch?v=DQPVsXFfar8 Ou ainda, na elaboração de um plano de marketing. Veja o vídeo sobre plano de marketing (os quatro Ps do Marketing): https://www.youtube.com/watch?v=YSPoHPqUwtg https://www.suno.com.br/noticias/correlacao-economica-desenvolvimento-felicidade/ https://www.suno.com.br/noticias/correlacao-economica-desenvolvimento-felicidade/ https://www.youtube.com/watch?v=rKbxdOK1QDk https://www.youtube.com/watch?v=9gUAfXd2Scg https://www.youtube.com/watch?v=_Z8QNseDCKY https://www.youtube.com/watch?v=DQPVsXFfar8 https://www.youtube.com/watch?v=YSPoHPqUwtg Para realizar atividades avaliativas e conseguir notas altas (A mais importante, no atual momento, rsrsrs)! Para emocionar o seu professor (rsrsrs...)! Sim, aluno! O seu professor vai ficar muito feliz se você conseguir entender esses conceitos e aplicá-los nas suas atividades cotidianas! Tenho certeza de que, quando você precisar analisar uma situação e tomar uma decisão, o uso desses conceitos aumentará as suas chances de ser bem sucedido! 2.7. Deslocamentos das curvas de oferta e demanda Nobre aluno, neste momento do curso, vamos dar mais um passo adiante na nossa viagem pelo mundo da economia! E para fecharmos com chave de ouro essa unidade, vamos operacionalizar alguns conceitos vistos até aqui. Isso mesmo, vamos aprender como alguns insights podem ser úteis, nos auxiliando na tomada de decisão. Atenção Aluno!!! De antemão já te informo que poderíamos dar um tratamento matemático aqui, mas vou evita-lo na medida do possível e vamos nos valer de uma abordagem predominantemente gráfica. Recorrendo a matemática, somente se e quando necessário. Foque em entender o funcionamento e a dinâmica! Nesse sentido, vamos criar um cenário hipotético a partir da situação descrita na seção 2.3 (Equilíbrio) e refletir sobre como algumas situações e eventos podem impactar o mercado de um bem específico. Vamos começar pelo lado da demanda. Até aqui já sabemos o seguinte: Podemos escrever a demanda de um bem, através da seguinte expressão: DX = f (Px, Y, Pz, H, etc) Aplicando a hipótese coeteris paribus em Y, Pz, H, etc. Chegamos a DX = f (Px) De maneira geral, quanto menor o preço do bem, maior a quantidade demanda: lei da procura. Poderíamos “dar uma carinha” para a nossa função de demanda DX = f (Px) escrevendo-a como “QD= 280 – 4P” ou “QD= 50 – 10P”, por exemplo 25. Professor, onde estão todos os outros termos que nós vimos na tabela 3 (fatores que podem influenciar a demanda)? Se eles não aparecem na fórmula como podem interferir na demanda? Atento aluno! Quando usamos a hipótese coeteris paribus, de certa forma estamos tirando eles da análise e isolando a relação entre preço e quantidade. Mas eles continuam interferindo na demanda. Vou te explicar como, analisando primeiramente a relação preço/quantidade e, posteriormente, a relação outras variáveis/quantidade: 1) Relação entre o preço e a quantidade do BEM: Observe aluno que a própria curva de demanda expressa essa relação graficamente. Vamos tomar como ponto de partida a figura 3 (curva de demanda), vejamos a seguir como se dá essa relação: 25 A primeira foi retirada de Viceconti e Neves (2014, p. 19), a segunda representa a equação dos exemplos usados em nossa disciplina. Olhando o gráfico da figura 3 acima, constatamos que: 0; 5 10; 4 20; 3 30; 2 40; 1 50; 0 0 1 2 3 4 5 6 0 10 20 30 40 50 60 P re ço d o B em X P x (R $ ) Quantidade procurada do bem X (Qx) Curva de Demanda do Bem X Relação entre preço e quantidade •preço = R$5, quantidade = 0 unidades. •preço = R$4, quantidade = 10 unidades. •preço = R$3, quantidade = 20 unidades. •preço = R$2, quantidade = 30 unidades •preço = R$1, quantidade = 40 unidades •preço = R$0, quantidade = 50 unidades. O preço e a quantidade desejada caminham em sentidos diferentes Lei da procura • hipótese coeteris paribus (tudo o mais constante). • Quanto MENOR o preço do bem, MAIOR a quantidade demanda. • Vice-versa (P: sobe--> Demanda: reduz) Conclusão Relação dada pela curva de demanda, em caso de variações no preço, “caminhamos sobre a própria curva de demanda” 2) Relação entre as demais variáveis e a quantidade do BEM: Observe agora aluno, que precisaremos entender como expressar e incluir a variação um fator suposto constante (exógeno) sobre a relação de demanda. Podemos pensar nessas variáveis como um “contexto”. E se o contexto muda, vamos deslocar a curva de lugar: isso mesmo! Vamos alterar o lugar da curva para cima (quando favorecer o consumo) e para baixo (quando desestimular o consumo). Primeiramente, vamos organizar as possíveis situações: Fatores Descrição Renda do consumidor (Y) bem normal bem inferior Preço de outros bens (P*) bens substitutos (álcool-gasolina) complementares (arroz-feijão, produto comprado on-line-preço do frete). Hábitos e gostos dos consumidores (H) a mudança nos hábitos, crenças, tradições e costumes estimula o consumo e a mudança nos hábitos, crenças, tradições e costumes desestimula o consumo. Outros fatores Expectativas dos consumidores, mudança no número de consumidores no mercado, mudanças demográficas, mudanças climáticas. Fonte: Elaborado pelo autor com base em Viceconti e Neves (2014) e Heber Carvalho (2012). Vejamos como fazer isso olhando o gráfico: 0; 5 10; 4 20; 3 30; 2 40; 1 50; 00 1 2 3 4 5 6 7 0 10 20 30 40 50 60 70 P re ço d o B em X P x (R $ ) Quantidade procurada do bem X (QDx) Deslocamentos da curva de demanda do bem X Dx Dx' Dx'' Observando o gráfico, constatamos que: Vamos agora analisar pelo lado da oferta. Até aqui já sabem o seguinte: Podemos escrever a oferta de um bem, através da seguinte expressão: OX = f (Px, Pi, T, PZ, etc) Aplicando a hipótese coeteris paribus em Pi, T, PZ, etc. Chegamos a OX = f (Px) De maneira geral, quanto maior o preço do bem, maior a quantidade ofertada: lei da oferta. Poderíamos “dar uma carinha” para a nossa função de demanda DX = f (Px) escrevendo-a como “QO= 20 + 2P” ou “QO= +10P”, por exemplo 26. 26 A primeira foi retirada de Viceconti e Neves (2014, p. 19), a segunda representa a equação dos exemplos usados em nossa disciplina. Relação entre demais variáveis e quantidade demanda •Renda do consumidor (Y) •Preço de outros bens (P*) •Hábitos e gostos dos consumidores (H) •Outros fatores Podemos pensar nessas variáveis como um “contexto”. Como interpretar? •Hipótese coeteris paribus (tudo o mais constante). •Se o contexto muda, vamos deslocar a curva de lugar. •Quando favorecer o consumo: desloca para cima (DX') / quando desestimular o consumo: desloca para baixo (DX"). Conclusão Deslocar a curva, significa dizer que para uma mesma quantidade, os concumidores mudaram de opnião sobre o preço. Ou ainda, significa dizer que para um mesmo preço, os consumidores mudaram de opinião sobre a quantidade. Professor, onde estão todos os outros termos que nós vimos na tabela 5 (fatores que podem influenciar a oferta)? Se eles não aparecem na fórmula como podem interferir na oferta? Atento aluno! Quando usamos a hipótese coeteris paribus, de certa forma estamos tirando eles da análise e isolando a relação entre preço e quantidade. Mas eles continuam interferindo na oferta. Vou te explicar como, de modo semelhante ao que fizemos em relação à demanda: analisando primeiramente a relação preço/quantidade e, posteriormente, a relação outras variáveis/quantidade: 1) Relação entre o preço e a quantidade do BEM: Observe aluno que a própria curva de oferta expressa essa relação graficamente. Vamos tomar como ponto de partida a figura 5 (curva de oferta), vejamos a seguir como se dá essa relação: Após analisar o gráfico acima, constatamos que: 0; 0 10; 1 20; 2 30; 3 40; 4 50; 5 0 1 2 3 4 5 6 0 10 20 30 40 50 60 P re ço d o B em X P x (R $ ) Quantidade ofertada do bem X (Qx) Curva de oferta do em X 2) Relação entre as demais variáveis e a quantidade do BEM: Observe aluno que precisaremos entender como expressar e incluir a variação um fator suposto constante (exógeno) sobre a relação de oferta. Podemos pensar nessas variáveis, de forma análoga ao que fizemos em relação a demanda: como um “contexto”. E se o contexto muda, vamos deslocar a curva de lugar: isso mesmo! Vamos alterar o lugar da curva para direita (quando favorecer a oferta) e para esquerda (quando desestimular a oferta). Primeiramente, vamos organizar as possíveis situações: Relação entre preço e quantidade •preço = R$0, quantidade = 0 unidades. •preço = R$1, quantidade = 10 unidades. •preço = R$2, quantidade = 20 unidades. •preço = R$3, quantidade = 30 unidades •preço = R$4, quantidade = 40 unidades •preço = R$5, quantidade = 50 unidades. O Preço e a quantidade ofertada caminham no mesmo sentido. Lei da oferta •Hipótese coeteris paribus (tudo o mais constante) •Quanto MAIOR o preço do bem, MAIOR a quantidade ofertada •Vice-versa (P: diminui --> Oferta: diminui) Conclusão Relação dada pela curva de oferta, em caso de variações no Preço, “caminhamos sobre a própria curva de oferta” Fatores Descrição Preço dos insumos utilizados na produção de (Pi) De maneira geral, variação no preço dos insumos afeta o custo de produção da empresa. Tecnologia (T) O avanço tecnológico pode gerar redução dos custos para a empresa, favorecendo um aumento da oferta. Preço de outros bens (P*) O preço de outros bens é avaliado pelo produtor e pode interferir na escolha do que será produzido, impactando assim na oferta: Plantará soja ou milho? Vejamos como fazer isso olhando o gráfico: Analisando o gráfico, constatamos que: 0; 0 10; 1 20; 2 30; 3 40; 4 50; 5 60; 6 0 2 4 6 8 0 10 20 30 40 50 60 70 P re ço d o B em X P x (R $ ) Quantidade ofertada do bem X (Qx) Curva de oferta do bem X Ox Ox' Ox'' Relação entre demais variáveis e quantidade demanda •Preço dos insumos utilizados na produção de (Pi) •Tecnologia (T) •Preço de outros bens (P*) •Outros fatores Podemos pensar nessas variáveis como um “contexto”. Como interpretar? •Hipótese coeteris paribus (tudo o mais constante) •Se o contexto muda, vamos deslocar a curva de lugar •Quando favorecer a oferta: desloca para a direita (OX') / quando desestimular o consumo: desloca para esquerda (OX"). Conclusão •Deslocar a curva, significa dizer que para um nível de preço, as firmas mudaram de opnião sobre a quantidade. •Ou ainda, significa dizer se continuarem produzindo a mesma quantidade, os preços deverão mudar. Criará galinhas ou bois? Pirarucu ou jatuarana? Outros fatores Condições climáticas favoráveis, expectativas, sazonalidades. Fonte: Elaborado pelo autor com base em Viceconti e Neves (2014) e Heber Carvalho (2012). Vamos agora analisar o impacto disso tudo no equilíbrio de mercado. Até aqui você já sabe o seguinte: variações no preço causam deslocamentos ao longo das curvas de oferta e demanda (caminhando sobre as curvas de oferta e demanda); alterações nas demais variáveis causam deslocamento das próprias curvas de oferta e demanda: Elas mudam de lugar para refletir o novo “contexto”. (Vamos nos concentrar aqui) Para entendermos os impactos de deslocamentos da curva de demanda sobre o equilíbrio do mercado, vamos retomar a situação dada pela figura 7 (equilíbrio do mercado), na qual o mercado se encontra em equilíbrio, vejamos abaixo: Perceba que em equilíbrio, o preço é R$2,50 e a quantidade transacionada do bem X é de 25 unidades. Havendo alguma alteração no “contexto” da demanda, teremos a seguintes situações possíveis para a nova situação de equilíbrio de mercado: Se a mudança das variáveis (contexto) favorecerem o consumo, então no novo equilíbrio de mercado o preço será R$3,0 e a quantidade transacionada do bem X será de 30 unidades (Dx’: curva cinza). 0; 0 10; 1 20; 2 30; 3 40; 4 50; 5 0; 5 10; 4 20; 3 30; 2 40; 1 50; 0 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 P re ço d o B em X P x (R $ ) Quantidade do bem X (Qx) Equilíbrio de mercado do bem X Oferta Demanda Se a mudança das variáveis (contexto), por outro lado, desestimular o consumo, então no novo equilíbrio de mercado o preço será R$2,0 e a quantidade transacionada do bem X será de 20 unidades (Dx”: curva amarela). Vamos agora entender os impactos de deslocamentos da curva de oferta sobre o equilíbrio do mercado, vamos considerar a situação inicial dada pela figura 7 (equilíbrio do mercado), onde o mercado se encontra em equilíbrio: o preço é R$2,50 e a quantidade transacionada do bem X é de 25 unidades. Havendo alguma alteração no “contexto” da oferta, teremos a seguintes situações possíveis para o novo equilíbrio: Se a mudança das variáveis (contexto) favorecerem a oferta, então no novo equilíbrio de mercado o preço será R$2,0 e a quantidade transacionada do bem X será de 30 unidades (Ox’: curva cinza). Se a mudança das variáveis (contexto),por outro lado, desestimularem a produção (oferta), então no novo equilíbrio de mercado o preço será R$3,0 e a quantidade transacionada do bem X será de 20 unidades (Ox”: curva amarela). 0; 0 10; 1 20; 2 30; 3 40; 4 50; 5 60; 6 0; 5 10; 4 20; 3 30; 2 40; 1 50; 0 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 P re ço d o B em X P x (R $ ) Quantidade do bem X (Qx) Equilíbrio de mercado do bem X Oferta Demanda Dx' Dx'' UNIDADE III: NOÇÕES DE MACROECONOMIA, MENSURAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA E BALANÇO DE PAGAMENTOS Prezado (a) estudante, Nesta terceira unidade abordaremos o conceito de macroeconomia, de moeda e de inflação. Trataremos da mensuração da atividade econômica pela contabilidade nacional (ou social) e do balanço de pagamentos. O objetivo é que ao final desta unidade você consiga: conceituar macroeconomia como ramo da ciência econômica; discorrer sobre o histórico da moeda e suas funções; explicar o que é inflação e como ela afeta a economia; compreender a mensuração da atividade econômica e alguns conceitos a ela relacionados; 0; 0 10; 1 20; 2 30; 3 40; 4 50; 5 60; 6 0; 5 10; 4 20; 3 30; 2 40; 1 50; 0 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 7 7,5 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 P re ço d o B em X P x (R $ ) Quantidade do bem X (Qx) Equilíbrio de mercado do bem X Oferta Demanda Ox' Ox'' entender o funcionamento do balanço de pagamentos e sua estrutura de registro e classificação; refletir sobre problemas contemporâneos: relacionar aspectos econômicos a questões cotidianas da vida profissional e acadêmica. Bons estudos! 3.1 Conceito de macroeconomia Segundo Vicceconti e Neves (2014, p. 7), macroeconomia é o ramo da teoria econômica que estuda o funcionamento da economia como um todo, procurando identificar e medir as variáveis que determinam o volume da produção total, o nível de emprego e o nível de preços do sistema econômico, bem como a inserção do mesmo na economia mundial. Para Góes e Gadelha (2009), a macroeconomia é o estudo do comportamento agregado de uma economia no que concerne a produção, à geração de renda, ao uso de recursos, ao comportamento dos preços e ao comércio exterior, dentre tantos outros assuntos (não confundir com contabilidade nacional!!!!). 3.2 Moeda e inflação Nas sociedades antigas, quando se realizava o comércio por meio do escambo não havia necessidade de moedas, isso por que as trocas ocorriam de forma direta. Nesse tipo de sociedade há o inconveniente de ser necessário que dois indivíduos tenham exatamente as mercadorias de que o outro precisa. Aí complica tudo, professor! Verdade, aluno! Imagine que isso funcionou durante algum tempo, mas à medida que as sociedades foram evoluindo, foram surgindo “coringas”27 para resolver essa 27 Curinga ou joker, também conhecido como coringa ou melé em algumas regiões, é a carta do baralho que, em certos jogos, muda de valor conforme a combinação de cartas que o jogador tem em mãos. Por situação: surgiu o costume de se utilizar como intermediário para trocas uma mercadoria que tivesse aceitação geral na sociedade. Segundo Viceconti e Neves (2014, p. 233), “daí a origem da moeda, que pode ser definida como um bem que possui aceitação geral na sociedade e que seja utilizada como forma de pagamento nas transações de compra e venda”. Inicialmente, mercadorias que possuíam alguma utilidade (capazes de satisfazer as necessidades) foram usados (moedas-mercadorias). Posteriormente, foram sendo substituídos por metais (moedas-metálicas), devido a algumas características: homogeneidade, indestrutibilidade, divisibilidade e facilidade de manuseio e transporte. Por fim, os metais nobres passaram a ser utilizados, preferencialmente, para cunhar moedas (VICECONTI e NEVES, 2014, p. 234). As moedas cunhadas de metais nobres, apesar das vantagens, traziam riscos aos comerciantes, em virtude do risco de assaltos ao transportá-las. Passou-se a adotar, durante a Idade Média28, o costume de depositar as moedas em instituições denominadas casas de custódia e em troca os donos recebiam um certificado de depósito, e progressivamente esses certificados passaram a ser utilizados como moeda: moeda-papel (VICECONTI e NEVES, 2014, p. 234). Moeda papel: moeda representada por um papel, mas que é lastreada integralmente por metal precioso. Posteriormente, tornou-se costume o Estado assumir o papel de agente emissor de moeda. Nesse momento, as reservas de metais preciosos dos países passaram a ser de sua propriedade e serviam de lastro integral para a emissão de moedas metálicas e de extensão, em muitas atividades são denominados "curingas" uma peça ou pessoa que possa assumir o valor de outras. 28 A Idade Média é um período da história da Europa entre os séculos V e XV. Inicia-se com a Queda do Império Romano do Ocidente e termina durante a transição para a Idade Moderna. notas. Como o volume de transações continuou a crescer, progressivamente, o lastro integral foi sendo abandonado. Atenção aluno, guarde isso! Nesse momento a moeda vai deixando de ser aceita por causa do seu lastro em metal (moeda papel) e começando a ser usada pela aceitação da sociedade e por causa da confiança nessa moeda. A essa moeda cujo valor advém da aceitação geral e da confiança, chamamos de moeda fiduciária29. A inexistência do lastro em metal da moeda fiduciária transferiu para o Estado a responsabilidade de controlar a quantidade de moeda e, consequentemente, o poder aquisitivo da moeda. A moeda fiduciária, sem lastro, é denominada de papel-moeda e é constituída por moedas metálicas e notas que circulam livremente no país (VICECONTI e NEVES, 2014, p. 234). Com o desenvolvimento do setor bancário e da intermediação financeira, surge a moeda bancária ou escritural. A moeda escritural é representada pelos depósitos do público nos bancos comerciais. Atenção aluno, guarde isso! Moeda escritural: depósitos do público nos bancos comerciais. Cheque/cartão: forma ou meio de movimentar os depósitos (não é moeda). Perceba que o conceito de moeda vai se transformando ao longo do tempo de acordo com o desenvolvimento das sociedades e das economias. Ainda hoje esse conceito está em construção, basta você considerar o advento das criptomoedas. Independentemente do conceito, saiba que a moeda possui três funções principais (VICECONTI e NEVES, 2014, p. 235): 29 Fidúcia é uma palavra que vem do latim, confidere, que significa confiança, segurança, lealdade, em que se credita boa-fé. Intermediária das trocas: a moeda não precisa ter nenhum valor intrínseco (lastro), bastando que tenha a confiança e a aceitação geral pelos agentes econômicos. Unidade de conta ou medida de valor: os bens e serviços são expressos em quantidade da moeda. Reserva de valor: Permite que os indivíduos guardem o poder de compra para utilizá-lo no futuro, se não quiser consumir bens e serviços imediatamente. Veja o vídeo sobre criptomoedas e novos paradigmas: https://globoplay.globo.com/v/7757613/ https://youtu.be/0RukYAuwcW8 Você sabia, que no Brasil, o Banco Central tem, entre as suas responsabilidades, o gerenciamento do meio circulante, que nada mais é do que garantir, para a população, o fornecimento adequado de dinheiro em espécie. Você já se perguntou qual o caminho o dinheiro percorre até chegar até você? Veja o texto sobre o caminho do dinheiro: https://www.bcb.gov.br/cedulasemoedas/caminhododinheiro https://globoplay.globo.com/v/7757613/ https://youtu.be/0RukYAuwcW8 https://www.bcb.gov.br/cedulasemoedas/caminhododinheiro https://www.bcb.gov.br/cedulasemoedas/caminhododinheiro Figura 8. O Caminho do dinheiro. Fonte: Banco Central Agora que você já sabe um pouco da história da moeda, conhece vários de seus conceitos, suas características e suas funções. Tenho certeza de que você estava esperando ansiosamente para chegarmos a esse tão polêmico e comentado assunto: A inflação (e a deflação)! Figura 10. Inflação no Brasil: IPCA acumulado em 12 meses. Fonte: Banco Central. Segundo Blanchard (2007, p. 28), inflação é uma elevação sustentada do nível geral de preços (nível de preços) e a taxa de inflação é a taxa à qual o nível de preços aumenta. Segundo Viceconti e Neves (2014, p. 333), a inflação é definida como a alta persistente e generalizada dos preços da economia, já a taxa de inflação mede o ritmo do crescimento dos preços. Vamos entender melhor o conceito de inflação: Figura 9. Inconvenientes da deflação. Fonte: Banco Central. Alta de preços generalizada, ou seja, todos os produtos da economia devem sofrer acréscimos em seus preços. A alta dos preços deve ser persistente, ou seja, os preços sobem de forma contínua. Não são apenas oscilações do ajuste de oferta e demanda (relembre da seção 2.3) Veja os vídeos sobre a inflação e como ela é medida no Brasil: https://www.youtube.com/watch?v=p M-Is9Twqew https://www.youtube.com/watch?v=JV cDZOlIMBk Leia mais sobre inflação e deflação: https://www.bcb.gov.br/controleinflac ao/oqueinflacao A inflação traz consigo diversos inconvenientes, por esse motivo os governos e suas autoridades monetárias atuam no sentido de defender a moeda de um país. Vejamos alguns problemas decorrentes da inflação: Perda do poder aquisitivo dos salários e de outras rendas fixas: Isso significa dizer que a mesma quantidade de moeda passa a comprar cada vez menos bens e serviços. Desorganização do mercado de capitais e aumento da procura por ativos reais: Com a persistência da inflação, fica cada vez mais difícil calcular correta e antecipadamente às taxas nominais e reais. Isso, progressivamente, leva os poupadores a optarem por investir ativos reais em detrimento dos ativos financeiros. Surgimento de déficits no balanço de pagamentos: Isso ocorre se a taxa de inflação interna for maior que a externa, tornando os preços dos produtos https://www.youtube.com/watch?v=pM-Is9Twqew https://www.youtube.com/watch?v=pM-Is9Twqew https://www.youtube.com/watch?v=JVcDZOlIMBk https://www.youtube.com/watch?v=JVcDZOlIMBk https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/oqueinflacao https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/oqueinflacao nacionais mais caros no mercado internacional (reduz as exportações) e os importados mais baratos no mercado interno (estimula importações). Dificuldades para o financiamento do Governo: as receitas do governo também podem ser afetas, assim como a sua credibilidade para conseguir dinheiro emprestado junto ao mercado. Saiba que a teoria econômica aponta algumas causas para a inflação como pressões de demanda/oferta, inércia inflacionária e expectativas de inflação. No caso das pressões de demanda, o que ocorre é que a demanda agregada30 da economia pode estar “pressionando” a economia além da capacidade de oferta, de tal forma que não seja possível responder com elevação da produção e, como resultado, os preços da economia sobem (Reveja a seção 2.3, novamente). No caso das pressões de oferta, dada uma situação de equilíbrio, um choque sobre os custos das empresas tende a se traduzir em contração da oferta agregada da economia. Tabela 10. Causas da inflação: demanda e oferta Pressões de demanda (coeteris paribus) Pressões de oferta Aumento dos investimentos. Aumento dos gastos do governo. Aumento das exportações. Redução dos tributos. Redução das importações. Aumento da oferta de moeda. Aumentos de salários acima de aumentos da produtividade. Elevação das margens de lucro das empresas (poder de mercado). Aumento de preços agrícolas (geralmente: quebra de safra, estiagem, tempestades, inundações, geadas, pragas). Elevação autônoma dos preços de produtos importados (exemplo: choques do petróleo nos anos 70). 30 Veremos mais sobre isso. Desvalorização real da taxa de câmbio (elevação dos preços de insumos importados, em termos reais). Fonte: Elaborado pelo autor com base em Viceconti e Neves (2014) e Banco Central do Brasil. Professor, depois de saber tudo isso, aquela economia de escambo não me parece tão ruim!!!! Calma aluno, não vamos nos precipitar! Sei que você deve estar pensando que essa inflação é um verdadeiro assalto (Ahhh!! aquela mão (leve) invisível do mercado, rsrsrs)! Saiba que existe uma instituição responsável por defender o valor da moeda no Brasil e que o Real, nossa moeda, é uma verdadeira obra de arte! Motivo de orgulho para todos os brasileiros! Vamos conhecer um pouco mais sobre o assunto a seguir: Veja o vídeo sobre o papel do Banco Central do Brasil: https://www.youtube.com/watch?v=LC 2wnNRKOgQ Veja os textos sobre a atuação do Banco Central do Brasil através da política monetária e a implementação do Plano Real31: 31 O real começou a circular em 1º de julho de 1994. https://www.bcb.gov.br/controleinflac ao https://www.bcb.gov.br/controleinflac ao/25anosreal https://www.youtube.com/watch?v=LC2wnNRKOgQ https://www.youtube.com/watch?v=LC2wnNRKOgQ https://www.bcb.gov.br/controleinflacao https://www.bcb.gov.br/controleinflacao https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/25anosreal https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/25anosreal Figura 11. Panorama Econômico (11.03.21). Fonte: Banco Central. 3.3 Mensuração da atividade econômica A mensuração da atividade econômica diz respeito à contabilidade nacional: ramo da economia cujo objeto de estudo são as técnicas de mensuração da atividade econômica como um todo, ou seja, a mensuração dos agregados macroeconômicos (VICECONTI e NEVES, 2014, p.139). Para Góes e Gadelha (2009, p. 99), a contabilidade nacional trata do sitema desenvolvido e padronizado internacionalmente por Kuznetz e Stone, após a segunda guerra mundial. Esse sistema visa organizar as transações econômcias reais realizadas pelas economias em determinado período de tempo, contabilizando-as em termos monetários. De forma geral, os agregados macroeconômicos resultam das atuações do Agentes econômicos, ou ainda, refletem ao somatório dessas decisões e trasações de famílias, empresas e governo entre si e com o exterior. Segundo, Viceconti e Neves (2014, p. 140), três deles são muito importantes: Produto: valor total de bens e serviços finais que foram produzidos pela sociedade num determinado intervalo de tempo. Renda: somatório das remunerações recebidas pelos proprietários dos fatores de produção . Despesa: total dos gastos efetuados pelos agentes econômicos na aquisição dos bens e serviços finais produzidos pela sociedade. IDENTIDADE FUNDAMENTAL NA CONTABILIDADE NACIONAL PRODUTO = RENDA = DESPESA Assim, tudo aquilo que é produzido em um determinado país, durante um dado período de tempo, é chamado de agregados macroeconômicos: seja pela ótica da renda, do produto ou da despesa. Nesse sentido, analisando pela ótica da produção, perceba que não podemos somar bens intermediários (insumos) aos bens e serviços finais (VBP). Veja o exemplo abaixo32: Tabela 11. Agregados econômicos: ótica do produto. Produto VBP Insumos Valor adicionado (VA)
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