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Data do experimento: Docente: Cristiane Leal PRÁTICA 8: LEI DE REYNOLDS Catarina Ferreira; Hugo Costa; Gisele Goes; Laura Embiruçu. laura.embirucu@aln.senaicimatec.edu.br 1 - Introdução O escoamento de um fluido pode adotar duas características, sendo ele laminar ou turbulento. O escoamento laminar é caracterizado pelo movimento sem troca de massa, em lâminas ou camadas. Enquanto o escoamento turbulento apresenta o movimento tridimensional aleatório das partículas do fluido sobreposto ao movimento da corrente.¹ Para verificar o comportamento do fluido, Reynolds definiu que a partir dos valores gerados pelo seu número adimensional dado pela equação abaixo: (1)𝑅𝑒 = ρ · 𝐷 · 𝑉/µ Onde: ρ a massa específica (kg/m³); D é o diâmetro hidráulico do duto (m); V é a velocidade de escoamento do ar (m/s); μ é a viscosidade dinâmica do ar (Pa*s). A partir dos resultados obtidos pelo número de reynolds, é possível definir as características do escoamento em: - Escoamento Laminar𝑅𝑒 < 2000 - Escoamento de transição2000 < 𝑅𝑒 < 2300 - Escoamento Turbulento𝑅𝑒 < 2300 A prática tem como objetivo definir o número de Reynolds (Re) crítico para escoamento de fluidos em condutos circulares, e verificar a variação do coeficiente de atrito com a vazão e observar a as características dos escoamentos laminar e turbulento. 2 - Material e Métodos Para a prática, foi necessária a utilização de um tanque apresentado na Figura 1 para alimentação de água: Figura 1. Equipamento experimental Fonte: Laboratório de Engenharia Química, Centro Universitário SENAI CIMATEC . Para início do experimento, foi necessário acionar a água, com a válvula totalmente aberta, que se direciona para o tanque. Em seguida, mediu-se a vazão e o tempo de escoamento regulou-se as vazões a partir da válvula final , onde o controlador de volume determinou a vazão da água. A válvula posicionada no final do tubo regula o fluxo de água e a vazão determinada pelos valores medidos a partir do controlador de volume por um tempo definido. Abriu-se a válvula para a coleta dos dados a partir das velocidades do fluido, e verificar o escoamento a partir das características do corante no fluido. 3 - Resultados e Discussão Na tabela 1 é possível observar os resultados coletados do tempo de escoamento e volume. Tabela 1. Dados Tempo (seg) Variação do Volume (m³) 1 30 0,000526 2 30 0,000879 3 30 0,001440 4 30 0,001690 5 30 0,002036 6 30 0,002835 7 30 0,003827 8 40 0,009088 9 28 0,008001 10 34 0,012623 SENAI-BA Curso de Engenharia Química Laboratório de Engenharia Química Fonte: Própria A partir dos dados coletados calculou-se a vazão mássica do fluido na tubulação e assim calculando a velocidade de escoamento, utilizando as equações abaixo: 𝑚 𝑚á𝑠𝑠𝑖𝑐𝑎 = 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 (2) (3)𝑉 = 𝑚 𝑚á𝑠𝑠𝑖𝑐𝑎 π· 𝐷2 4 A partir das equações acima verifica-se na Tabela 2 as vazões mássicas e velocidade de escoamento: Tabela 2. Vazão mássica e velocidade do experimento Taxa (m³/s) Velocidade (m/s) 1 0,00001753 0,024805 2 0,00002930 0,041451 3 0,00004800 0,067906 4 0,00005633 0,079695 5 0,00006787 0,096012 6 0,00009450 0,133690 7 0,00012757 0,180470 8 0,00022720 0,321422 9 0,00028575 0,404254 10 0,00037126 0,525232 Fonte: Própria Para o cálculo do número de reynolds utilizou-se o número de Reynolds considerou-se as propriedades da água para 25ºC. Considerando assim a viscosidade dinâmica igual a 8,91*10-4 Pa*s e a massa específica (997 kg/m³). Em seguida calculou-se o fator de atrito para cada ponto obtido na Tabela 2, utilizando as equações abaixo, os resultados obtidos foram apresentados na Tabela 3: Re = ρ × v × D/μ (4)𝑓 = 8 · [( 8 𝑅𝑒 )¹² + 1 (𝐴+𝐵)1,5 ] (5)𝐴 = [2, 457 · 𝑙𝑛 1 ( 7 𝑅𝑒 ) 0,9 +0,27· ε 𝐷 ⎛ ⎝ ⎞ ⎠ ] 16 (6)𝐵 = 27530 𝑅𝑒( )16 Tabela 3. Número de Reynolds e Fator de Atrito Reynolds Fator de Atrito 1 832,666 0,019200 2 1391,470 0,011500 3 2279,542 0,008400 4 2675,296 0,046500 5 3223,019 0,043600 6 4487,848 0,040200 7 6058,199 0,035700 8 10789,831 0,031000 9 13570,397 0,028300 10 17631,529 0,026500 Fonte: Própria Em seguida calculou-se o fator de atrito para cada ponto obtido na Tabela 2, utilizando as equações abaixo, os resultados obtidos foram apresentados na Tabela 3 A partir das análises do número de Reynolds e fator de atrito, é notável que a partir do aumento da velocidade de escoamento da água, existe o aumento do Reynolds e a redução do fator de atrito. Isto ocorre, pois com o aumento da velocidade, a energia e o nível de desordem no sistema aumentam, causando uma maior turbulência no sistema. Quanto ao fator de atrito, sua redução se deve ao fato de que as partículas não fluíram linearmente na superfície, mas fluíram de forma desordenada e turbulenta, reduzindo assim as condições de não-escorregamento. A partir dos dados obtidos na Tabela 3, foi possível representar graficamente a relação do nº Reynolds e fator de atrito calculado. Os elementos apresentados no gráfico mostram a descontinuidade no comportamento da curva. Isso ocorre devido a mudança do escoamento laminar para turbulento durante o trajeto. Gráfico 1. Fator de Atrito X Número de Reynolds Fonte: Própria O Reynolds crítico, que representa essa mudança de comportamento, foi de 2279,542. Calculando a SENAI-BA Curso de Engenharia Química Laboratório de Engenharia Química discrepância utilizando a equação abaixo, é possível notar a eficácia do experimento realizado. 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 = 𝑅𝑒.𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑎 − 𝑅𝑒.𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑅𝑒.𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎 • 100% (7) O Reynolds teórico para a mudança de escoamento é de 2300. O valor de discrepância no experimento foi de -8,89% mostrando a eficiência do sistema no que se diz ao estudo da Lei de Reynolds. Para cálculo da perda de carga temos: (8) ∆𝑃 2·𝑉² = 𝐿·𝐶 𝑓 ·ρ 𝐷 (9)∆𝑃 = 32·µ·𝑉·𝐿 𝐷2 Calculando os valores a partir das equações abordadas temos que: Tabela 4. Dados para cálculo da perda de carga Perda de Carga (Pa) Razão Perda de Carga e Velocidade (kg/m³) log da Razão Perda de Carga e Velocidade log Reynolds 1 1,2691 1030,4992 3,0130 2,9205 2 2,1208 617,2261 2,7904 3,1435 3 3,4743 450,8434 2,6540 3,3578 4 4,0775 2495,7403 3,3972 3,4274 5 4,9123 2340,0919 3,3692 3,5083 6 6,8400 2157,6077 3,3340 3,6520 7 9,2334 1916,0845 3,2824 3,7823 8 16,4450 1663,8268 3,2211 4,0330 9 20,6829 1518,9129 3,1815 4,1326 10 26,8726 1422,3036 3,1530 4,2463 Fonte: Própria É notável que para os valores de queda de pressão estes assumem valores proporcionais ao número de Reynolds. Sendo possível observar nos gráficos abaixo: Gráfico 2. Perda de carga e velocidade X Número de Reynolds Fonte: Própria Gráfico 3. Log da Perda de carga e velocidade X Número de Reynolds Fonte: Própria Com os dados apresentados, quando existe uma transição de escoamento entre laminar e turbulento em um fluido, ocorre uma relação grande de perda de carga e velocidade, em relação ao número de Reynolds, devido a maior desordem das moléculas, havendo uma brusca redução na pressão do sistema. 4 – Conclusão A partir da prática realizada foi possível calcular o número de Reynolds crítico , onde o valor encontrado foi de 2279,542, sendo este valor próximo ao Reynolds teórico, além de uma baixa discrepância (-8,88%) além de verificar a variação do coeficiente de atrito com a vazão e observar a as características dos escoamentos laminar e turbulento. Quando analisada a queda de pressão e velocidade ao número de Reynolds ocorre que entre a transição de escoamento é notável a queda de pressão no sistema devido a maior desordem das moléculas. . 7 – Bibliografia [1] ÇENGEL, Y.A.; GHAJAR, A.J. Transferência de Calor e Massa – Uma abordagem prática, 4ª ed. Porto Alegre: Mc Grall-hill, 2012. 8 – Anexos SENAI-BA Curso de Engenharia Química Laboratório de Engenharia Química