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IR� - In�ufi��ên�i� Ren�� Agu�� ● injúria/lesão renal aguda DEFINIÇÃO ● queda na TFG de forma aguda (evolução horas-dias) gerando acúmulo de escórias nitrogenadas, distúrbios do equilíbrio ácido-básico e alterações hidroeletrolíticas ● potencialmente reversível EPIDEMIOLOGIA ● taxa de mortalidade 40-75%— 90% em populações mais vulneráveis - idosos, HAS, DM ○ conforme aumento da expectativa de vida + aumento comorbidades aumento IRA em idosos ● incidência em hospitalizados 5-20%— 30-60% em UTI ○ 22-58% associados a polimixina B e gentamicina ○ 1/3 associado a sepse ● IRA dialítica aprox 5% pacientes em UTI - geralmente pacientes mais graves ● maior chance de desenvolver DRC ● pré-renal: 55-70% casos IRA — em UTI 35% ○ muito mais adquirida na comunidade ● intrínseca: 25-40% casos ○ principal etiologia pacientes de UTI - 50% ○ mais adquirida em hospital ● pós-renal: 5-10% FATORES DE RISCO ● idade avançada ● sexo masculino ● disfunção renal prévia ● doença hepática - princip insuficiência ● proteinúria ● desidratação ● hiperuricemia ● DM ● HAS ● IC ● obesidade ● COVID-19 ETIOLOGIA PRÉ-RENAL/HIPOFLUXO ● hipovolemia ● vasoconstrição renal ● aumento resistência vascular renal ● vasodilatação periférica ● obstrução vascular renal bilateral ● redução DC ● alterações na autorregulação ● hipofluxo por aumento da viscosidade sanguínea - policitemia ● principalmente: hipovolemia, choque, IC descompensada, cirrose com ascite, nefropatia isquêmica, AINEs, iECA e ARA INTRÍNSECA ● isquêmica ou nefrotóxica ● NTA (necrose tubular aguda) 90% casos ● rabdomiólise ● necrose cortical aguda ● vasculites ● nefrites intersticiais ● glomerulonefrites agudas ● NTA (tubular) ○ quando IRA não resulta de alterações vasculares, intersticiais ou glomerulares ○ isquêmica mais comum - cirurgias de grande porte, hipovolemia grave, sepse, traumatismo, queimaduras ○ nefrotóxica - capacidade de concentrar a toxina em níveis elevados na porção medular do rim — fármacos PÓS-RENAL/OBSTRUTIVA ● acometimento vias excretoras BILATERAL ● principalmente após bexiga ● obstrução uretral, colo vesical, óstios vesicais, ureteral bilateral, funcional ● carcinomas, HPB PATOGÊNESE PRÉ-RENAL ● redução do VCE (volume circulante efetivo) = redução fluxo sanguíneo renal ○ VCE - LEC no sistema vascular ● mecanismo de autorregulação do fluxo renal e TFG = compensação para manter TFG ● redução PAM = arteríolas Aferentes vasodilatam = redução resistência vascular renal - evita hipofluxo ● vasoconstrição arteríola Eferente = aumento pressão filtração glomerular ● geralmente se instala quando PAS < 80 mmHg ○ mecanismo de autorregulação preserva fluxo sanguíneo renal até PAS 80 mmHg — < 80 arteríolas em máximo de vasodilatação = autorregulação incapaz de evitar hipofluxo ● pode se instalar mesmo se PAS > 80 mmHg ○ idosos ○ hipertensos crônicos ○ diabéticos crônicos ○ disfunção crônica da arteríola aferente - menor capacidade vasodilatação INTRÍNSECA ● células epiteliais tubulares sensíveis à isquemia e vulneráveis a toxina - maior gasto energético e menor vascularização que células glomerulares ● segmentos mais suscetíveis: gastam mais ATP ○ parte reta do túbulo proximal ○ porção ascendente espessa da alça de Henle ● comprometimento vascular e/ou celular = vasoconstrição, alterações celulares, descamação epitelial e obstrução intraluminal ● geralmente evolui de IRA pré-renal com isquemia grave/prolongada = NTA isquêmica ● NTA ○ fase inicial - dias-horas ■ desde aparecimento evento precipitante até lesão tubular ■ dano celular epitelial + lesão endotelial + lesão muscular lisa ○ fase de extensão ■ dano inicial ampliado por congestão microvascular + inflamação mediada por citocinas + hipóxia tecidual contínua ■ princip em junção corticomedular ■ áreas de desnudamento da membrana basal tubular ■ aplainamento do epitélio tubular ■ perda da borda em escova ■ edema intersticial ■ translocação bombas Na/K ■ lesão epitelial tubular e endotelial = necrose ou apoptose ■ descamação e necrose células epiteliais tubulares = obstrução + aumento pressão intraluminal = início redução TFG ○ fase de manutenção ■ acentuada redução TFG + lesões tubulares + estabelecimento disfunção néfrons + tentativa de reparação tubular ■ feedback tubuloglomerular ● mácula densa recebe mais Na e Cl pela MENOR reabsorção túbulo proximal = induz vasoconstrição arteríola aferente = diminui TFG ■ súbita retenção metabólitos endógenos + azotemia ■ baixo DU + retenção de líquidos ○ fase de recuperação ■ aumento TFG + reparo do tecido renal e homeostase ■ aumento gradual DU e declínio azotemia PÓS-RENAL ● resulta da obstrução ao fluxo de urina = pressão interior túbulos renais AUMENTA subitamente ● fase hiperêmica ○ TFG aumenta nas 1as horas (12-24h) da obstrução ○ vasodilatação arteríola aferente ● após fase hiperêmica ○ síntese progressiva substâncias vasoconstritoras = diminuição TFG ● se obstrução persistente (2-4 sem) - epitélio tubular libera substâncias quimiotáticas - atraem células inflamatórias ○ resultado em médio-longo prazo = fibrose intersticial + atrofia tubular progressiva = nefropatia obstrutiva ● se não tratada pode gerar IRA renal ● NEFROPATAS CRÔNICOS podem desenvolver IRA pós-renal mesmo com apenas um ureter obstruído pois o rim contralateral não consegue compensar MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ● quadro clínico variável com classificação e etiologia - assintomáticos, manifestações renais ou extrarrenais ● alterações hidroeletrolíticas ○ HIPOnatremia - mais frequente — ocorre por aumento de água livre ■ pode haver hipernatremia por perda excessiva de água - diarreia, vômitos ○ hipercalemia - menor troca na bomba Na/K por menor função tubular ○ hiperfosfatemia - disfunção da bomba secretora de fosfato nos túbulos renais ○ hipocalcemia - fosfato sérico acumulado se liga com Ca = forma oxalato de Ca ○ hipermagnesemia ● distúrbios ácidos-básicos ○ acidose metabólica - sinal de gravidade ○ incapacidade de regenerar bicarbonato e excretar ácidos ○ AG elevado ● síndrome urêmica DIAGNÓSTICO ● diagnóstico etiológico: inicialmente exclusão pré e pós renal ● necessário somente 1 desses critérios para diagnóstico FeNa < 1% = bom funcionamento tubular PRÉ-RENAL ● proporção U/Cr > 40 ● cilindros hialinos ● Na urinário < 20 mEq/L ● osmolaridade urinária alta (> 500) ● densidade urinária alta (> 1020) ● relação Cr urinária/sérica > 40 ● FENa < 1% ● FEUreia < 35% RENAL ● proteinúria maciça, hematúria dismórfica e cilindros hemáticos - glomerulopatia ● piúria + eosinofilúria + cilindros piocitários - nefrite intersticial alérgica ● cilindros granulosos pigmentares - NTA ● hemoglobina ● FENa > 1% ● urina mais diluída PÓS-RENAL ● hematúria ● piúria CLASSIFICAÇÃO KDIGO ● Kidney Disease Improving Global Outcomes ● estágio 3: início terapia de substituição renal ou TFG < 35 em pacientes < 18a RIFLE ● 3 classes de gravidade da IRA - risco, injúria e falência ● Risk (risco de disfunção renal) ● Injury (injúria/lesão para o rim) ● Failure (falência da função renal) ● Loss (perda da função renal) ● End stage renal disease (doença renal em estágio terminal) AKIN - acute kidney injury network DIURESE ● IRA não oligúrica: diurese 401-1200ml/24h ○ MAIS comum ○ pode ocorrer poliúria - 1210-4000mL/24h ● IRA oligúrica: DU < 401 ml/24h ● IRA anúrica: 20-100mL/dia ○ anúrica total: < 20 mL/dia TRATAMENTO ● medidas de suporte às complicações da síndrome urêmica + direcionamento ao tratamento da etiologia específica ● oligúria + edema = DIU de alça PRÉ-RENAL ● visa otimização fluxo sanguíneo renal ● reposição volêmica ● suspensão medicações nefrotóxicas RENAL ● voltada à etiologia ● monitorar diurese com SVD (sonda demora) ● manter glicemia entre 110-180 mg/dL ● NTA ○ objetivo: otimização volemia e estado hemodinâmico do paciente ○ nenhum tratamento específico acelera recuperação parênquima renal ○ furosemida 0,3-0,6 mg/kg/h infusão contínua para tratamento hipervolemia ● rabdomiólise ○ hidratação EV rigorosa e precoce - manter até resoluçãoda rabdomiólise ○ manitol (mantém fluxo tubular elevado) e HCO3 (alcaliniza urina) ● nefropatia por contraste - geralmente iodo ○ expansão de volume com soro fisiológico ○ acetilcisteína utilizada em alguns casos graves - sem eficácia comprovada ● crise renal esclerodérmica - CRE ○ iECA ○ base da crise é a ativação do SRA-A - distúrbios vasculares, inflamação, fibrose e hipertensão severa PÓS-RENAL ● obstrução uretral = cateter de Foley (sonda vesical) — cistostomia - derivação urinária ● obstrução uretral com hidronefrose - cateter duplo J no ureter via transuretral (baixa) ou transpiélica (alta) ● nefrostomia percutânea - CASO obstrução não seja vencida ● retirada de cálculos obstrutivos