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RÉPLICA À CONTESTAÇÃO E RESPOSTA À RECONVENÇÃO - divorcio litigioso

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EXCELENTÍSSIMA JUÍZA DE DIREITO DA ___ VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE CIDADE - UF
 
 
 
 
 
AUTOS Nº: Número do Processo
 
 
 
 
 
Nome Completo, vem, com a devida vênia, por seu procurador IN FINE assinado eletronicamente, nos autos da Ação de Divórcio c/c Partilha de Bens, que move em face de Nome Completo, ambos devidamente qualificados, apresentar
RÉPLICA À CONTESTAÇÃO E RESPOSTA À RECONVENÇÃO
DA TEMPESTIVIDADE
Nos termos dos artigos 219, 350, e 343, § 1º, todos do Código de Processo Civil, o prazo para apresentar impugnação à contestação e resposta à reconvenção é de 15 dias úteis.
 
Tendo em vista que, a visualização da intimação publicada se deu em 15/06/2020, o término do prazo se dá às 23h 59 min. 59 seg. do dia 06/07/2020, o que foi prontamente atendido.
BREVE SÍNTESE DA DEMANDA E DA CONTESTAÇÃO
Versa a presente sobre Ação de Divórcio litigioso, na qual se objetiva a dissolução da sociedade conjugal e a Partilha de Bens.
 
Em sede de contestação a parte Ré mencionou que de fato a separação de corpos do casal se deu em outubro do ano de 2019, quando passou a fazer uso exclusivo do imóvel objeto da demanda.
 
No que tange ao acervo patrimonial, a Ré alega que o Autor deixou de mencionar sobre a existência de empréstimo realizado em nome do cônjuge virago e supostos valores que foram economizados por quase dois anos consecutivos. Relata ainda que durante o mencionado período, a Ré custeou sozinha todas as despesas domésticas.
 
Excelência, as alegações da Ré não merecem prosperar, conforme será demonstrado e corroborado no decorrer da presente defesa.
 
Foi suscitada preliminar de concessão indevida da gratuidade de justiça. Sem razão.
 
A Ré deixou evidente o seu interesse pela decretação do divórcio e inclusive a anuência quanto a partilha de bens nos moldes demonstrados na Petição Inicial, a saber:
 
“Assim, superadas as questões alhures, o Requerente pugna pela partilha dos respectivos bens da seguinte maneira: 
 
a) Com relação ao bem imóvel, registrado no 3º ofício de registro de imóveis de Informação Omitida, sob a matrícula Informação Omitida, o Requerente pretende permanecer com a posse e propriedade da integralidade da residência, e se compromete a arcar com a totalidade das próximas 332 prestações que ainda faltam para solver o débito com a financiadora Caixa Econômica Federal; b
b) A respeito do automóvel Honda Fit, o Requerente objetiva deixar a Requerida com a posse e propriedade integral do referido, devendo esta arcar com todos os seus custos, inclusive com todas as prestações que faltarem para satisfazer o débito da alienação fiduciária.”
 
Entretanto, apresentou ressalva ao relatar a necessidade de meação da dívida contratada pela Ré e dos supostos valores decorrentes de aposentadoria que o autor teria poupado desde abril de 2018. Reitero, razão não assiste à peticionante conforme será demonstrado no decorrer da presente defesa.
 
Adiante, dispensa o pagamento de alimentos entre os cônjuges.
 
Por fim, apresenta reconvenção com os apontamentos que serão devidamente analisados adiante.
DA PRELIMINAR SUSCITADA
Em sede de preliminar a Ré contesta, equivocadamente, a concessão da gratuidade de justiça ao Autor. Menciona que este, na tentativa de corroborar o seu estado de pobreza e buscando se eximir de recolher eventuais custas e despesas processuais, omitiu que não só percebe salário enquanto técnico em manutenção de aeronaves, como também aposentadoria desde 25/04/2018.
 
Buscando comprovar a referida menção, foi juntada aos autos uma correspondência enviada ao Autor pelo INSS comunicando-o da concessão de aposentadoria por tempo de contribuição com início em 25/04/2018.
 
Inicialmente é necessário esclarecer que, o peticionante não exerce mais a função de técnico em manutenção de aeronaves, tendo em vista ter sido dispensado pelo seu empregador, conforme comunicado de dispensa sem justa causa que segue em anexo. Portanto, encontra-se desempregado no hodierno.
 
Quanto a alegação de aposentadoria, faz-se mister mencionar que, verdadeiramente em 24/04/2018 o Autor procurou pela autarquia previdenciária com a intenção de lhe ser concedido o melhor benefício ao qual tinha direito.
 
Ocorre que, foi conferido ao Autor aposentadoria por tempo de contribuição (NB Informação Omitida), com aplicação de fator previdenciário, não sendo este o melhor benefício ao qual tinha direito, pois atendia à época todos os requisitos necessários para concessão de aposentadoria especial.
 
Dessa forma, o ora Autor não desejava receber o benefício que lhe foi concedido e nunca fez uso de nenhum valor correspondente a ele. Este fato é facilmente corroborado pela Declaração de benefícios emitida pelo Instituto Nacional do Seguro Social datada de 03/07/2020 e, inclusive, pelo Histórico de Créditos da autarquia que deixa evidente que não foi pague nem mesmo a primeira competência do benefício.
 
Portanto, não são verdadeiras as alegações trazidas aos autos pela Ré, que tem como único objetivo induzir Vossa Excelência ao erro, pois a parte detém total conhecimento da situação do Autor.
 
Cabe destacar ainda que, a lei não exige atestada miserabilidade do requerente, sendo suficiente a "insuficiência de recursos para pagar as custas, despesas processuais e honorários advocatícios"(Art. 98, CPC/15), conforme destaca a doutrina:
 
"Não se exige miserabilidade, nem estado de necessidade, nem tampouco se fala em renda familiar ou faturamento máximos. É possível que uma pessoa natural, mesmo com bom renda mensal, seja merecedora do benefício, e que também o seja aquela sujeito que é proprietário de bens imóveis, mas não dispõe de liquidez. A gratuidade judiciária é um dos mecanismos de viabilização do acesso à justiça; não se pode exigir que, para ter acesso à justiça, o sujeito tenha que comprometer significativamente sua renda, ou tenha que se desfazer de seus bens, liquidando-os para angariar recursos e custear o processo." (DIDIER JR. Fredie. OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Benefício da Justiça Gratuita. 6ª ed. Editora JusPodivm, 2016. p. 60)
 
Por tais razões e com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal e pelo artigo 98 do CPC, requer seja mantido o benefício de gratuidade de justiça concedido ao Autor.
 
Assim, considerando a demonstração inequívoca da necessidade do requerente, faz jus ao benefício.
DOS BENS MÓVEIS QUE GUARNECEM O IMÓVEL
No tópico “II- DO ADITAMENTO À INICIAL” a Ré menciona que desocupou o apartamento objeto de partilha da presente demanda em 19/04/2020 e alega que levou consigo apenas pertences pessoais e bens que supostamente adquiriu com recursos próprios.
 
Certamente a parte ré deixou o imóvel. Todavia, no ato foram levados diversos bens que não são apenas pertences pessoais e bens adquiridos com recursos próprios conforme alegado.
 
Os bens móveis levados pela Ré compõem os bens do casal e devem ser igualmente divididos entre eles, tendo em vista o regime de comunhão parcial de bens adotado.
 
Apesar de alegar que os bens foram adquiridos com recursos próprios, a parte Ré não faz prova, justamente pois não se tratam de bens particulares, e sim de móveis que foram adquiridos na constância do relacionamento matrimonial.
 
Para melhor elucidação, o Autor lista abaixo os bens que foram levados pela Ré, mas que devem fazer parte da meação, e sua respectiva avaliação:
 
1) 3 botijões de gás vasilhame R$100,00 + o gás R$80,00 = R$ 540,00
2) 2 chaleiras elétricas R$100,00(cada) = R$ 200,00
3) Edredom R$ 300,00
4) 1 notebook marca Apple R$ 6.000,00
5) 1 tablet  marca Samsung R$ 3.000,00
6) Impressora R$ 1.200,00
7) Painel de Televisão com balcão, escrivaninha com prateleiras e balcão com gavetas feitos sob medida R$ 6.000,00
8) 2 camas box no valor de R$ 350,00 cada = R$ 700,00
9) 2 conjuntos de prateleiras no valor de R$ 300,00 cada = R$ 600,00
 
Dessa maneira, tendo em vista que a parte contrária levou os bens alhures narrados sem a anuência do cônjuge varão, e tendo em vista que estes compõem a meação, o Autor compreende necessário que a Ré o indenize com relação a 50% (cinquentapor cento) do valor de cada um ou, se possível, que seja realizada compensação na partilha.
DO MÉRITO
Conforme já esclarecido a Ré não se opôs à decretação do divórcio e nem mesmo quanto à partilha dos bens narrados na peça de ingresso, apenas apresentou ressalva quanto ao bem e a dívida que compreende não terem sido narrados na peça de Ingresso.
 
Deixou evidente a dispensa mútua de alimentos.
 
Portanto, em virtude dos fatos acima relatados e do interesse de ambas as partes, faz-se necessária a declaração imediata do Divórcio e a partilha do bem imóvel e do automóvel conforme proposto na peça de Inicial.
 
Quanto ao bem e dívida supostamente ocultados pela parte autora, foram feitos melhores esclarecimentos em sede de reconvenção. Portanto, nos moldes do artigo 343, § 1º, do Código de Processo Civil, necessário apresentar resposta como se segue.
DA RECONVENÇÃO PROPOSTA
A Ré, ora Reconvinte, trouxe fatos novos à presente demanda e formulou novo pedido em face do Reconvindo.
 
De imediato o contestaste impugna in tontum os fatos articulados na Reconvenção. 
DA PRELIMINAR DE INÉPCIA
Observa-se dos autos que não consta o documento de identificação pessoal nem mesmo o comprovante de residência da Reconvinte.
 
Dessa maneira, verifica-se a ausência de documentos necessários à propositura da ação.
 
O Código de Processo Civil exige que a petição inicial apresente os documentos necessários para a compreensão do litígio. Vejamos:
 
Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.
 
Portanto, considerando que é dever do Autor, no presente caso do reconvinte, nos termos do art. 320 do CPC, instruir a inicial com os documentos indispensáveis à propositura da ação requer  a imediata extinção do processo sem julgamento do mérito.
MÉRITO DA RESPOSTA À RECONVENÇÃO
Caso seja vencida a preliminar, o que se admite apenas para fins de argumentação, a contestaste impugna todos os fatos articulados na Reconvenção o que se contrapõem com os termos desta contestação, esperando a IMPROCEDÊNCIA DA RECONVENÇÃO PROPOSTA, pelos seguintes motivos: 
I- DO PEDIDO DE CONCESSÃO DE GRATUÍDADE DE JUSTIÇA
Em sede se reconvenção a Ré formula pedido de concessão do benefício de gratuidade de justiça sob o fundamento de que não possui condições financeiras de arcar com as custas e demais despesas processuais sem prejuízo do próprio sustento ou de sua família.
 
Para tanto, a parte alega que sobrevive apenas com o valor que recebe da bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.
 
Nesse sentido, o caput do art. 98 do CPC dispõe sobre aqueles que podem ser beneficiários da justiça gratuita, vejamos:
 
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
 
Pelo que se depreende da documentação apresentada, a Reconvinte apenas declarou ser pobre nos termos da lei para auferir os benefícios da Gratuidade de Justiça, ou seja, não juntou nenhum documento hábil a corroborar suas alegações.
 
Ocorre que, a declaração de pobreza gera apenas presunção relativa acerca da necessidade, cabendo ao Julgador verificar outros elementos para decidir acerca do cabimento do benefício.
 
No presente caso, há inúmeras evidências de que a Reconvinte tem condições de pagar as custas, tais como: o fato de possuir imóveis exclusivamente dela, renda de bolsa de doutorado, renda de aluguéis e pensão alimentícia das suas filhas de casamento anterior.
 
Neste sentido, não pode ser aceita a mera declaração de pobreza, devendo ser exigida prova de impossibilidade no pagamento das custas, conforme precedentes dos tribunais:
 
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. GRATUIDADE DE JUSTIÇA. HIPOSSUFICIÊNCIA NÃO COMPROVADA. RECURSO DESPROVIDO.(...) Sobre a questão da gratuidade de justiça, convém destacar, que o Egrégio Superior Tribunal de Justiça vem externando entendimento no sentido de que "a declaração de pobreza que tenha por fim o benefício da assistência judiciária gratuita tem presunção relativa de veracidade, podendo ser afastada fundamentadamente" (AgRg no AREsp 372.220/RJ, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado e m 03/04/2014, DJe 15/04/2014). Precedente deste Tribunal 5. Dessa maneira, o agravante não trouxe elementos que pudessem demonstrar efetivamente sua hipossuficiência, vez que diante das despesas mensais suportadas pelo recorrente, não se justifica, na hipótese, o deferimento da gratuidade de justiça, devendo, p ortanto, ser mantida a decisão guerreada. 6 . Agravo de Instrumento desprovido. (TRF2, Agravo de Instrumento 0008425-62.2016.4.02.0000, Relator(a): VERA LÚCIA LIMA, 8ª TURMA ESPECIALIZADA, Julgado em: 27/02/2018, Disponibilizado em: 01/03/2018)
 
Assim, não comprovada a situação de miserabilidade, o indeferimento do pedido é medida que se impõe.
II- DO PEDIDO DE MANUTENÇÃO DO SOBRENOME
Demonstrou seu interesse em manter o sobrenome do Reconvindo (Informação Omitida) após a dissolução do vínculo conjugal, estando amparada pelo § 2º, do artigo 1.571 do Código Civil.
 
Apesar de conhecer a previsão legal que autoriza o cônjuge a manter o nome de casado, este peticionante não deixa de tecer breve comentário.
 
Excelência, em sua defesa, especificamente no tópico “II- DO ADITAMENTO À INCIAL”, a Ré alega que no ano anterior o Autor, supostamente, cometeu atos que lhe causaram muito pavor, menciona que foram proferidos variados xingamentos e que ela temia pela sua integridade física e mental, o que a levou a procurar por autoridade policial e pela concessão de medidas protetivas.
 
Destaca-se que, se o Reconvindo realmente demonstrasse qualquer risco à integridade da Reconvinte, certamente ela não demonstraria o menor interesse em manter o sobrenome de casada.
 
Excelência, chega a ser incoerente fazer questão de levar consigo para o resto da sua vida o sobrenome de alguém que, como alegado, lhe causou tanto pavor.
 
Portanto, o Reconvindo reitera o fato que jamais representaria qualquer risco à integridade física e psicológica da sua ex-esposa, a medida protetiva já narrada nestes autos foi deferida sem qualquer conteúdo probatório, apenas com base em um boletim de ocorrência unilateral. 
III- DO EMPRÉSTIMO CONTRATADO
A Reconvinte argumenta que durante a constância do casamento contratou empréstimo que atualmente está em torno de R$ 45.000,00, e que a mencionada dívida foi necessária para custear as despesas gerais da casa, tais como: alimentação, financiamento do apartamento, contas de energia, água, internet, etc. 
 
Alega que este fato se deu pois, desde a concessão do benefício previdenciário ao Autor, a reconvinte, supostamente, suportou todos os gastos e viabilizou que o reconvindo poupasse a integralidade do valor que recebe de aposentadoria.
 
Destacou que ambas as partes se beneficiaram com o empréstimo contratado, vez que serviu para pagamento das despesas domésticas.
 
Excelência, nenhuma das menções da parte Reconvinte merecem prosperar, POIS, NEM SE QUER SE APROXIMAM DA VERDADE.
 
Conforme narrado em tópicos anteriores e corroborado pelos documentos em anexo, o reconvindo NUNCA FEZ USO DE NENHUM VALOR CORRESPONDENTE AO BEFÍCIO DE APOSENTADORIA NARRADO. Portanto, não há que se falar em valores integralmente poupados pelo autor, POIS ESTES NÃO EXISTEM.
 
Apesar de possuir total conhecimento de que o Autor não auferiu valores referentes a aposentadoria, a Ré traz informações falsas à demanda, com o único objetivo de induzir este juízo a erro.
 
Como dito, alega que utilizou do empréstimo para custear as despesas gerais da casa tais como alimentação, financiamento do apartamento, contas de energia, água, internet, etc. MENTIRA!!!
 
O Reconvindo não auferia renda de aposentadoria, todavia, recebia rendimentos do seu vínculo trabalhista e sempre utilizou destes para arcar as despesas do lar, inclusive os extratos da conta bancária do Autor juntados aos autos (Ids:111938332; 111938333; 111938335; 111938336; 111938339) demonstram que as parcelas de financiamento do apartamento são debitadas automaticamente em sua conta. 
 
A Reconvinte alega falsamente que pediu empréstimo para pagar inclusive o financiamento do apartamento. A conduta enganadora da parte resta cabalmente evidente nos documentos já constantes dessa demanda que deixam claro que APENAS O RECONVINDO ARCA COM 100% DO VALOR DO FINANCIAMENTO DO IMÓVEL.
 
Inclusive, segue em anexo, documento que COMPROVA o pagamento do IPTU pelo Reconvindo.
 
As informações trazidas pela Reconvinte fogem completamente da realidade dos fatos, de tal maneira que esta nem se quer preocupou-se em juntar documentação hábil a comprovar que o empréstimo bancário foi utilizado para gozo e fruição de ambos. 
 
Diferentemente da Reconvinte, o cônjuge varão traz aos autos vasto conteúdo probatório que demonstra a verdade dos fatos.
 
Excelência, como já esclarecido em momento oportuno, a Reconvinte é proprietária de bens imóveis exclusivamente seus (adquiridos fora da constância do casamento). Dessa maneira, a época do relacionamento conjugal o Reconvindo compreendia que ela possuía despesas próprias com estes imóveis, portanto, o cônjuge varão aceitava arcar exclusivamente com todas as despesas do lar em que viviam (fornecimento de àgua, condomínio, alimentação, internet etc), apenas incumbia a ela o pagamento das faturas de energia elétrica.
 
O Reconvindo apenas parou de arcar com as referidas despesas após a sua saída do lar, que se deu em 17/10/2019, mas continuou a quitar com as parcelas referentes ao financiamento habitacional.
 
Ademais, deve ser esclarecido que o Reconvindo nem se quer teve conhecimento da contratação de empréstimo pela Reconvinte, não se trata de dívida que beneficiou à família.
 
A pendência financeira narrada foi contraída unicamente pela Reconvinte, para uso próprio, sendo, portanto, de sua inteira responsabilidade.
 
Necessário esclarecer que não é possível ao Reconvindo demonstrar que a dívida contraída não beneficiou a família, tendo em vista que, como já esclarecido, este não tinha nem se quer conhecimento do referido empréstimo, apenas teve ciência após demonstrado nos autos pela Reconvinte.
 
A Reconvinte menciona que a referida dívida é responsabilidade solidária de ambos os cônjuges, para isso, fundamenta-se com base nos artigos 1.643 e 1.644 do Código Civil.
 
Os artigos mencionados determinam que as dívidas contraídas para suprimento das necessidades domésticas obrigam solidariamente ambos os cônjuges. 
 
Ocorre que, no caso em questão o empréstimo contratado não foi utilizado para arcar as despesas do lar conforme menciona a Reconvinte, pois, resta cabalmente demonstrado que o cônjuge varão sempre arcou com todas as despesas do lar, apenas deixava a cargo dela o pagamento das faturas de energia elétrica.
 
Dessa forma, compreende que a dívida referente ao empréstimo contratado pela Reconvinte junto à instituição financeira Banco do Brasil, não deve compor a partilha das dívidas do casal
 
Destaca-se também, que a Ré nem se que faz menção ou demonstra se o valor contratado junto à instituição já foi integralmente usufruído.
 
Ainda que fosse verdade que a Ré tivesse utilizado do empréstimo para arcar com as despesas do lar, necessário se faz pontuar o que segue:
 
O empréstimo no valor de R$ 32.828,76 (trinta e dois mil e oitocentos e vinte e oito reais e setenta e seis centavos), valor liberado, foi contratado em 12/04/2019 conforme se verifica do Extrato de Operação juntado (ID 117282826). O réu deixou o lar em 17/10/2019, ou seja, exatamente 188 dias após a contratação do empréstimo.
 
Diante a realidade econômica das partes, mesmo que somadas todas necessidades do lar, em 188 dias não são gastos o montante de R$ 32.828,76 (trinta e dois mil e oitocentos e vinte e oito reais e setenta e seis centavos).
 
Portanto, necessário que a parte Reconvinte demonstre nos autos a destinação que foi dada ao empréstimo, e até mesmo se ainda existe valor remanescente.  
 
Eventualmente, Vossa Excelência entendendo necessário a realização da partilha da dívida contraída exclusivamente pelo cônjuge virago, necessário impugnar a proposta de partilha apresentada.
 
Conforme se verifica do documento anexado aos autos de ID 117282826, para quitação do empréstimo bancário é necessário o pagamento de 36 parcelas de R$ 1.861,84 (um mil e oitocentos e sessenta e um reais e oitenta e quatro centavos).
 
Ainda que a Reconvinte alegue que já foram quitadas 12 parcelas no total de R$ 22.342,08 (vinte e dois mil e trezentos e quarenta e dois reais e oito centavos), o documento anexado (ID 117282826) demonstra a quitação de apenas 6 prestações.
 
Ademais, a parte pede pela divisão igualitária das parcelas já quitadas, alegando que o reconvindo deve à ela o montante de R$ 11.171,04 (onze mil e cento e setenta e um reais e quatro centavos), o que corresponde à metade do valor que ela alega já ter sido pague.
 
Ora, compreende-se que as parcelas quitadas até o dia 16/10/2019 (um dia antes da separação de corpos) compreendem o esforço mútuo de ambas as partes, independentemente de quem efetivamente realizou o pagamento.
 
Dessa forma, não deve ser imposto ao Autor a obrigação de pagar à Ré o valor que foi dispensado para satisfazer as prestações anteriores ao dia 16/10/2019, pois neste período as partes ainda mantinham relacionamento conjugal.
IV- DA ALEGAÇÃO DE VALORES ECONOMIZADOS NA CONSTÂNCIA DA RELAÇÃO
A Reconvinte alega que em razão de um pedido judicial de conversão de sua aposentadoria por tempo de serviço em aposentadoria especial, tais valores ficaram depositados aguardando a decisão da correspondente ação, ao passo que a ré custeava sozinha todas as despesas domésticas.
 
Menciona pela necessidade do empreendimento de diligências a fim de se verificar o montante que o Autor economizou em detrimento dos esforços unilaterais e do endividamento da requerida.
 
Reitero que, as alegações da parte SÃO CABALMENTE FALSAS!
 
Excelência, resta superado em tópicos anteriores que o Autor NUNCA AUFERIU NENHUM RENDIMENTO DE APOSENTADORIA, APESAR DE TER SIDO CONCEDIDO O BENEFÍCIO, OS VALORES NÃO FORAM REPASSADOS A ELE PELA AUTARQUIA PREVIDENCIÁRIA, fato corroborado através dos Históricos de Créditos que seguem em anexo.
 
Reforça-se inclusive que, apesar de não auferir aposentadoria, o Autor recebia os seus rendimentos referentes ao vínculo trabalhista e sempre utilizou destes para arcar com as despesas do lar. Tal fato fica evidente até mesmo pelos extratos da conta bancária do Autor juntados aos autos (Ids: 111938332; 111938333; 111938335; 111938336; 111938339) que demonstram que a integralidade das parcelas do financiamento do apartamento é debitada automaticamente em sua conta.
 
Ora Excelência, a parte Reconvinte busca incessantemente induzir este juízo ao erro, não cumpriu com o seu dever de lealdade e boa-fé no processo, pois inventa “estória” em sua peça alterando a verdade dos fatos, conforme mencionado.
 
Portando, impugna cabalmente o pedido de meação de valores existentes em contas de titularidade Autor, visto que, resta demonstrado que o Autor não auferiu nenhum rendimento referente ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição. 
 
Ademais, não há necessidade de quebra de sigilo bancário referente ao período de outubro de 2017 a outubro de 2019 e encaminhamento de ofício ao INSS, vez que, os históricos de créditos que seguem em anexo à esta defesa são mais do que suficientes para demonstrar que o Reconvindo não usufrui da aposentadoria por tempo de contribuição pois não concordou com a concessão do referido benefício.
 
Por fim, a Declaração de benefício emitida pela autarquia previdenciária é suficiente para demonstrar que o Reconvindo não possui nenhum benefício ativo em seu nome.
DOS PEDIDOS
EM FACE DO EXPOSTO, REQUER a Vossa Excelência se digne de tomar as seguintes providências:
 
QUANTO A IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO:
 
1) O não acolhimento da preliminar de revogação do benefício de justiça gratuita,devendo ser mantido o benefício anteriormente concedido ao Autor;
 
2) A imediata decretação do divórcio e partilha do bem imóvel e do automóvel nos temos propostos na exordial, conforme consentido por ambas as partes;
 
3) A condenação da Ré a indenizar o Autor em 50% (cinquenta por cento) do valor de todos os bens retirados do imóvel (narrados na presente defesa) sem a sua anuência ou, se possível, a compensação na partilha;
 
4) O indeferimento da gratuidade de justiça à Ré, visto que, no presente caso, há inúmeras evidências que esta tem condições de arcar com as custas
 
QUANTO A CONTESTAÇÃO À RECONVENÇÃO:
 
1) O acolhimento da preliminar arguida com a imediata extinção da reconvenção sem resolução de mérito, nos termos dos artigos 354 e 485 do CPC;
 
2) Seja concedida a gratuidade da justiça ao Reconvindo também na RECONVENÇÃO;
 
3) Que a Reconvinte seja intimada à juntar aos autos extrato de operação atualizado quanto às prestações já quitadas junto ao Banco do Brasil, e que demonstre nos autos a verdadeira destinação que foi dada ao empréstimo e se existe valor remanescente;
 
4) Sejam julgados IMPROCEDENTES os seguintes pleitos da Reconvenção:
 
a) Indeferimento do pedido de gratuidade de justiça;
 
b) Indeferimento do pedido de meação da dívida junto à instituição financeira Banco do Brasil, por se tratar de empréstimo utilizado para uso próprio da Reconvinte, sendo, portanto, de sua inteira responsabilidade;
 
c) Indeferimento dos pedidos e requerimentos de quebra de sigilo bancário referente ao período de 11/2017 a 11/2019, e envio de oficio ao INSS, tendo em vista que os valores do benefício de aposentadoria por tempo de contribuição NUNCA FORAM AUFERIDOS PELO RECONVINDO conforme demonstrado no histórico de créditos em anexo.
 
5) Por fim, seja a Reconvinte condenada em custas e honorários advocatícios, esses arbitrados por este juízo nos termos do art. 85, §§ 1º e 2º do CPC, além de outras eventuais despesas no processo, CPC, art. 84
 
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos.
 
 
Pede deferimento.
 
 
Cidade, Data.
 
Nome do Advogado
OAB/UF N.º

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