Prévia do material em texto
Ametropias Oculares Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Esp. Natalí Eve Revisão Textual: Prof.ª Dra. Selma Aparecida Cesarin Aniseiconia e Supressão Aniseiconia e Supressão • Estudar que a diferença de tamanho ou forma das imagens dos dois olhos é uma Aniseiconia e como isso ocorre; • Compreender que a Supressão é um aspecto fundamental do déficit visual que caracteriza a Ambliopia Estrábica e a Anisometrópica; • Compreender e medir a Supressão, que é a chave para a gestão dessa condição e para a reabilitação da função binocular. OBJETIVOS DE APRENDIZADO • Introdução; • Aniseiconia; • Supressão; • Ambliopia. UNIDADE Aniseiconia e Supressão Introdução Nesta Unidade, iremos entender um pouco mais sobre dois distúrbios binoculares, a Aniseiconia e a Supressão. Figura 1 – Aniseiconia Fonte: ac3.org Precisamos sempre saber diferenciar a Anisometropia da Aniseiconia. Na Anisome- tropia existe uma diferença de dioptria de um olho para o outro. Então, a correção será de óculos com espessuras de lentes diferentes. Por isso mesmo, com a correção, as imagens serão diferentes em ambos os olhos, fazendo com que o paciente se sinta desconfortável com os óculos prescritos. É aí que entra a definição da Aniseiconia, uma anomalia da visão binocular que con- siste na diferença do tamanho da imagem de cada olho no mesmo indivíduo. O cuidado que devemos ter nessa definição é que a imagem diferente na retina não é a questão principal, mas sim, a percepção da imagem pelo paciente. Um olho com Anisometropia sempre terá a Aniseiconia. A Supressão ocorre quando as condições visuais de um dos olhos não consegue ver o suficiente para perto ou para longe, e assim é excluída a função visual desse olho. Vamos nos aprofundar mais sobre esses conceitos no decorrer da Unidade. Aniseiconia Uma boa binocularidade requer fusão precisa que, por sua vez, requer claras e simé- tricas imagens monoculares. Logo, quando ocorre essa diferença na refração entre os dois olhos, ela afeta o tamanho da imagem retinal, causando Aniseiconia. O termo Aniseiconia também vem do grego: anisas ou “desigual” e eikaan, “imagem”, lite- ralmente: “imagens desiguais”. 8 9 A Aniseiconia é uma condição binocular, que apresenta imagens diferentes na retina. Essas diferenças ocorrem em ambos os olhos, normalmente sendo em forma ou tamanho. O tamanho de cada imagem depende de alguns fatores: a imagem retinal formada pelas dioptrias do olho, a distribuição dos fotorreceptores, o processo fisiológico e o cortical. Q uando ocorrem grandes diferenças de imagem na retina, acontecem muitos sintomas, que vão incomodar o paciente. É considerado clinicamente significativo quando a diferença entre as imagens é de 0,75% ou mais, portanto é importante corrigir a Anisometropia adequadamente, para que haja fusão e assim sejam minimizadas as chances de ocorrer uma Aniseiconia. A causa mais comum de Aniseiconia é a correção da Anisometropia usando óculos. Pode ocorrer o aparecimento de efeitos prismáticos por lentes de diferentes potências. Mas não só os problemas de refração determinam essa anomalia, podendo ser causada por outros fatores, como uma diferença no número de fotorreceptores na retina e até mesmo devido a diferenças no córtex visual no processamento das imagens. Podemos classificar a Aniseiconia em dois tipos, apresentados no Quadro a seguir. Quadro 1 – Classifi cação da Aniseiconia Aniseiconia clássica ou estática Quando há diferenças na imagem da retina na mesma direção do olhar através de lentes de igual poder de dioptria. Aniseiconia heterofórica ou dinâmica Quando diferentes imagens são produzidas ao olhar através de um prisma ou quando um efeito prismático é produzido. Fonte: Adaptada de HERRANZ; ANTOLÍNEZ, 2010 Diagnóstico A ocorrência de Aniseiconia é encontrada com maior frequência em indivíduos anisométricos, sendo estimado entre 5% e 10% dos indivíduos com mais de 20 anos. Outro grupo da população que apresenta Aniseiconia é a de indivíduos com catarata, afácicos, pseudofácico e pacientes submetidos à cirurgia refrativa com resultados irregu- lares entre os dois olhos. Existem alguns testes para a medição ou o diagnóstico de Aniseiconia, porém não são muito frequentes nos gabinetes de Optometria e de Oftalmologia. A Aniseiconia pode ser detectada com a medição do tamanho das imagens retinais. Outro teste é chamado de meia-lua (verde-vermelho) e serve para a comparação de tama- nhos das imagens binoculares. O paciente deve usar óculos anaglíficos (com uma lente verde e uma vermelha), visualizar algumas placas mostrando um certo número de pares de semicírculos, um vermelho e um verde e deverá discernir se um dos semicírculos do par tem um diâmetro vertical maior que de outros. 9 UNIDADE Aniseiconia e Supressão As diferenças aumentam em cada caso de 0,5% até 5%. Figura 2 – Simulação do Teste Meia-Lua (Verde – Vermelho) Fonte: Adaptada de HERRANZ; ANTOLÍNEZ, 2010 De acordo com Herranz e Antolínez (2010, p. 201) “O diagnóstico de Aniseiconia também pode ser feito, com o auxílio de lentes iseicônicas. Essas lentes são de potência neutra com uma ampliação baseada na combinação da curva frontal e da espessura central”. Você Sabia? Nos Estados Unidos, a Escola Darthmouth fez os primeiros estudos sobre Aniseiconia e desenvolveu um aparelho destinado à sua medição, chamado Oftalmoeiconiômetro (EIKONÔMETRO). Esse aparelho é pouco conhecido e pouco utilizado no Brasil. Sintomas Os sintomas da Aniseiconia são muito semelhantes aos demais sintomas apresentados em casos de Ametropias. Geralmente, os pacientes vão apresentar reclamações de des- conforto ou intolerância à correção de sua Ametropia com óculos, que pode estar rela- cionado às atividades que o paciente realiza no dia a dia e também à sua visão binocular. Assim, podemos destacar alguns sintomas: • Olhos vermelhos (hiperemia); • Dores de cabeça; • Náuseas; • Diplopia; • Fotofobia; • Nervosismo; • Alteração na percepção espacial. Podemos relacionar a porcentagem apresentada de Aniseiconia e seus sintomas. 10 11 Verifique na Tabela a seguir: Tabela 1 – Porcentagem x Sintomas Porcentagem Aniseiconia Sintomas 0 – 0,75% Assintomático 1 – 3,00% Poucos sintomas 3,25 – 5,00% Distúrbios na visão binocular Maior que 5,00% Visão binocular praticamente ausente Fonte: Adaptada de HERRANZ; ANTOLÍNEZ, 2010 A porcentagem da Aniseiconia pode ser calculada dividindo o tamanho da imagem focada na retina, do olho mais amétrope, pelo tamanho da imagem focada na retina, do menos amé- trope. Por exemplo, 60 D/ 55 D = 1,09. Leia mais no Artigo Revisando as Anisometropias. Disponível em: https://bityl.co/BJwN Correção Para a correção da Aniseiconia, existe um tipo de lente especial, que é destinada a modificar o tamanho da imagem: são as lentes iseicônicas. Entretanto, antes de conside- rar a prescrição de lentes iseicônicas, é necessário tentar algumas etapas: • Prescrever lentes de contato sempre que possível (o olho suporta com maior facili- dade uma lente gelatinosa de alta hidratação); • Considerar pequenas modificações na refração, tanto no eixo quanto na potência, na intenção de aliviar os sintomas; • Prescrição de óculos com correção total. Figura 3 – Correção Fonte: Freepik 11 UNIDADE Aniseiconia e Supressão Após várias semanas de uso, se os sintomas persistirem, pode ser indicado o uso de óculos com lente iseicônica. Para corrigir Anisometropia ou Aniseiconia, é importante avaliar o quadro como um todo, resolver o problema sem criar um novo, prescrever a melhor correção a fim de eliminar os sintomas do paciente, e lembrar-se de, ao indicar uma lente iseicônica, utilizar uma lente com menor diâmetro possível, para melhorar o efeito estético para o paciente. Supressão A Supressão é um processo inibitório, no qual a informação em um dos olhos é vetada. Se os eixos visuais estiverem excessivamente desalinhados ou se uma imagem estiver mais borrada em um dos olhos,as imagens de cada fóvea serão diferentes e, portanto, o cérebro não será capaz de fazer a fusão dessas imagens, o que acarretará visualizações sobrepostas, causando confusão nas imagens que chegam no cérebro. Para evitar essa confusão, o cérebro escolhe a imagem de um dos olhos, normalmente o mais nítido, e inibe a outra imagem. Essa inibição, geralmente, afeta a área central do campo visual e é denominada Supressão Cortical. A presença de Supressão interfere no desenvolvimento de células corticais binoculares, de modo que o número de células corticais monoculares do olho fixador é aumentado em comparação às células binoculares. Essa alteração causa visão binocular reduzida ou até mesmo ausente, com pouca ou nenhuma estereopsia. Quando a Supressão é constante e a atividade do mesmo olho está sempre suprimida, a visão binocular deficiente é acompanhada por uma baixa de acuidade visual, o que chamamos de Ambliopia (ou olho preguiçoso). A Supressão pode existir em pacientes com descompensação de Heteroforia, Hete- rotropia, Anisometropia e Ambliopia. Vamos entender o que acontece Na Heteroforia, a Supressão Foveal pode ocorrer como consequência de perturba- ções em processamento sensorial ou motor. Outros distúrbios binoculares como Aniso- metropia não corrigida, Aniseiconia ou insuficiência de convergência também podem levar à Supressão. Nesses exemplos, a presença de Supressão tenta aliviar alguns ou todos os sintomas. Em Heterotropia ou Estrabismo com correspondência retiniana normal, o objeto obser- vado é colocado em pontos não correspondentes, resultando na diplopia. Esta forma de diplopia é referida como patológica. Um distúrbio associado ao Estrabismo é a confusão, em que as imagens de dois alvos separados e diferentes são posicionadas em cada fóvea. Os dois alvos têm direções visuais idênticas e, portanto, são percebidos como sobre- posição, um em cima do outro. Supressão, nesse caso, atua para eliminar tanto a di plo pia fisiológica quanto a confusão. 12 13 Diagnóstico Os pacientes com Supressão, geralmente, não vão reclamar de que um olho está sendo suprimido. Normalmente, a presença de Supressão só é observada durante os testes clínicos. Existem vários testes diferentes para Supressão, cada um com suas próprias vanta- gens e desvantagens. A característica comum entre a variedade de testes disponíveis é que eles devem apresentar informações monoculares e binoculares para assim verificar se há presença de visão binocular. Os Testes Clínicos de Supressão são: • Teste de espaço livre; • Lentes Bagolini; • Pesquisa espelhada (espelho polaroide); • Unidade Mallet; • Testes de estereopsia (Estereoscópios); • Luzes de Worth; • Teste de lente vermelha. Tratamento O tratamento da Supressão vai depender, primeiramente, da razão de sua existência e a principal característica de qualquer tratamento é tornar o paciente ciente de que há uma imagem suprimida. Isso pode ser feito de muitas maneiras, usando uma infinidade de diferentes técnicas. A abordagem ao tratamento vai depender das características da Supressão presente no paciente. Um paciente exibindo Supressão profunda exigirá técnicas ou instrumentos que apresentam bastante condições de visualização, como estereoscópios (sinoptóforo). Por outro lado, um paciente com Supressão relativamente superficial pode começar o tratamento usando um método mais natural do ambiente de visualização, como o Bagolini lentes ou filtros polarizadores. Uma abordagem geral para o tratamento da Supressão envolve quatro etapas principais: 1. Identifi que um ambiente de tratamento adequado; 2. Estimule a imagem suprimida; 3. Aumento da percepção da imagem suprimida; 4. Introduza aos poucos o menor controle possível da Supressão. O primeiro passo é identificar um ambiente de tratamento apropriado com base nas características conhecidas da Supressão do paciente. O próximo passo é encorajar fusão sensorial normal, estimulando a imagem supri- mida. Isso pode ser alcançado ligando e desligando os alvos, e pedindo ao paciente para piscar intensamente. 13 UNIDADE Aniseiconia e Supressão A terceira etapa requer que o paciente mantenha a percepção da imagem suprimida por um determinado período de tempo. Esse esforço mental consciente é pensado para melhorar significativamente a capacidade do paciente para eliminar a Supressão. A etapa final no processo de tratamento envolve mudança no ambiente de trata- mento, introduzindo controles de Supressão menores e, geralmente, tornando-o mais difícil para o paciente. Em pacientes com Estrabismo, nos quais a Supressão existe para eliminar diplopia e confusão, não se deve tratar a Supressão, a menos que também se trate o Estrabismo, pois é importante saber lidar com as consequências de uma Diplopia intratável (princi- palmente, em adultos). Onde a Supressão existe como consequência da descompensação de Heteroforia ou Anisometropia, a estimativa para uma cura funcional, geralmente, é muito boa. Lembre-se de que, além de tratar a Supressão, em primeiro lugar, deve ser tratada a razão da existência dessa Supressão. Ambliopia Classicamente, a Ambliopia é a diminuição da acuidade visual causada por desen- volvimento visual anormal, devido à estimulação insuficiente ou inadequada durante o período de desenvolvimento visual (desde o nascimento até aproximadamente 9 anos). O termo Ambliopia vem do grego amb/y, que significa “fraco”, e opia, que significa “visão”, ou seja, visão fraca. O olho amblíope é popularmente chamado de “olho preguiçoso”, mesmo quando o paciente está usando a melhor prescrição óptica, esse olho não consegue obter 100% da imagem nítida e, com isso, várias habilidades são prejudicadas, como, por exemplo, a visão estereoscópica. Atualmente, esse conceito é considerado insuficiente, vez que não é apenas definido pela Acuidade Visual (AV), mas também devido à diminuição de sensibilidade ao con- traste, dificuldade de localização espacial, distorção espacial e redução da estereopsia. Classificação da Ambliopia A Ambliopia pode ser classificada em Orgânica ou Funcional. A Ambliopia Orgânica é uma diminuição na AV, relacionada a processos patológicos que alteram a estrutura celular da retina ou das vias visuais (Exemplos: coriorenite associada à toxoplasmose congênita, cicatriz macular causada por trauma, Retinoblastoma afetando a mácula, hipoplasia ou atrofia do nervo óptico e Cegueira Cortical do Sistema Nervoso Central após uma meningeoncefalite). 14 15 A maioria das Ambliopias Orgânicas é permanente e irreversível. No entanto, em alguns casos, a melhora da visão pode ser obtida quando lidam com problemas estruturais. Na Ambliopia Funcional, as estruturas celulares da retina e as vias visuais parecem normais, mas há uma alteração (ou causa etiológica) na função dessas estruturas. Na Ambliopia Funcional, podemos fazer a seguinte subdivisão: • Ambliopia Estrábica: está associada ou surge como consequência de um Estrabismo que se manifesta com o passar do tempo (em menos de 7 anos). Geralmente, é aceito que a Ambliopia é uma consequência da Supressão ou inibição da imagem cortical constante do olho desviado. No entanto, nem todo Estrabismo justifica a existência de Ambliopia e, por isso, deve ser verificado. Quando nenhuma relação é encontrada entre o desvio e a Ambliopia, poderá haver uma causa orgânica; • Ambliopia Refrativa: é causada pela falta de foco produzida por um erro refrativo unilateral ou bilateral não corrigido durante os primeiros anos de desenvolvimento visual. Existem dois tipos: » Ambliopia Anisometrópica: nesta condição, há um defeito refrativo significativo entre o olho esquerdo e o olho direito, o que causa uma diferença de nitidez das imagens da retina e, por sua vez, dificulta o desenvolvimento correto da acuidade do olho com maior Ametropia. É necessário ressaltar que a correta compensação ótica do defeito refrativo, mesmo em idades muito jovens, não garante que a Am- bliopia não se desenvolverá,desde quando o paciente usa a correção, pode causar uma diferença significativa no tamanho das imagens retinal, o que também dificul- tará a fusão e facilitará o início da Ambliopia; » Ambliopia Isoametrópica: quando há um erro refrativo de correção bilateral e tardio, pode parecer ser Ambliopia Bilateral. Caracteristicamente, a correção adequada não resulta imediatamente em normalização da acuidade visual, que só melhora após o uso de refração por um tempo razoável de 3 a 6 meses. Rara- mente, ocorre um Estrabismo secundário à Ambliopia, dado à natureza bilateral da condição. Não há estudos que determinem o valor do erro refrativo bilateral, que pode causar uma Ambliopia Isoametrópica. No entanto, é mais comum ocorrer em hiperopias altas, superiores às 3 ou 4 dioptrias, em astigmatismos significativos, maiores que 1,5 ou 2 dioptrias, e em certos casos de alta miopia . • Ambliopia de Privação ou Oclusão: é uma Ambliopia que aparece secundária à falta de transparência dos diferentes meios oculares. Quando esses obstáculos ocorrem na hora da máxima plasticidade visual, evitam a formação de imagens nítidas na retina. É o tipo de Ambliopia Funcional mais grave e de tratamento mais difícil. As causas mais comuns para esse tipo de Ambliopia são: catarata, ptose total, tarsorrafia, heman- giomas e opacidade da córnea, entre outros problemas que causam a anulação total do olho amblíope. Diagnóstico Com base no que aprendemos até agora sobre Ambliopia, pode-se concluir que a condição clínica do paciente amblíope é muito mais do que uma determinação da acui- dade visual e condição refrativa. 15 UNIDADE Aniseiconia e Supressão Em geral, é importante fazer um diagnóstico correto, determinando a causa etiológica da condição, pois isso vai permitir identificar quando é um paciente com Ambliopia funcional elegível para tratamento optométrico, e quando é necessário encaminhar o paciente a outro especialista por causa suspeita de perda orgânica ou patológica da acuidade visual. Ao realizar a anamnese, devemos investigar detalhadamente todo o histórico clínico, com especial atenção aos antecedentes de doenças oculares pessoais e familiares. A realização do exame de fundoscopia é determinante na conduta a ser adotada, obser- vando cicatrizes ou malformações nas estruturas da via óptica, que podem interferir no prognóstico visual. Portanto, é imprescindível fazer um prognóstico correto, que forneça orientação sobre se deve ou não iniciar um tratamento optométrico e o tipo de tratamento mais adequado para cada caso. Para isso, o adequado é realizar um exame clínico completo, que deve incluir: • Anamnese; • Acuidade visual; • Avaliação da saúde ocular (descartar possibilidade de patologia); • Cover Test; • Refração; • Testes de Fixação; • Testes de Binocularidade; • Testes de Motilidade Ocular; • Testes de Acomodação. Tratamento O tratamento convencional da Ametropia inclui compensação adequada para Ametropia existente, oclusão (uso de tampão) e Terapia Visual. O regime de oclusão específico é determinado com base na idade do paciente, bino- cularidade, nível de acuidade visual e necessidades visuais. O sucesso do tratamento depende de vários fatores, mas, entre eles, o mais importante é que o paciente o cumpra. A tendência no Tratamento Optométrico da Ambliopia é combinar a prescrição de óculos e oclusão, que é considerada Terapia Passiva, à Terapia Ativa. O objetivo final do tratamento da Ambliopia é atingir a acuidade visual máxima com fixação central e envolver o olho amblíope na binocularidade, sempre que possível, pois dessa forma irá melhorar o controle e a fixação oculomotora, a percepção de espaço, a eficiência acomodativa e, consequentemente, a função binocular. Antigamente, existia a ideia de que só era possível tratar a Ambliopia até os 8 anos de idade. Entretanto, atualmente, sabemos que o tratamento, ao contrário do que muitos pensam, pode ser realizado tanto em crianças como em adultos. Claro que no adulto o tratamento será mais difícil e demorado, mas não é impossível. 16 17 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos O que é Ambliopia? Vídeo explicativo sobre a Ambliopia e as possíveis causas. https://youtu.be/cvKE6Rb_2i8 Leitura Como avaliar Anisometropia e Aniseiconia? Artigo sobre a avaliação da Anisometropia e da Aniseiconia. https://bit.ly/2YXLqBA Dica número 49 – A Aniseiconia Artigo sobre a Aniseiconia, que explica sintomas, tipo e tratamentos. https://bit.ly/32eeuWW Tratamento da Aniseiconia induzida na correção óptica de Anisometropia em escolares do Ensino Fundamental Artigo sobre tratamento para correção de Aniseiconia e Anisometropia, traz resultados interessantes sobre alunos do Ensino Fundamental. https://bit.ly/3oFb0Eu Supressão e Dominância Ocular Sensorial O Artigo traz uma boa explicação sobre o papel da Supressão na Ambliopia. https://bit.ly/3nRVExe 17 UNIDADE Aniseiconia e Supressão Referências ALVES, A. de A. Refração. 6. ed. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2014. DOME, E. F. Estudo do olho humano aplicado à Optometria. 4. ed. São Paulo: Senac, 2008. FRIEDMAN, N. J.; PETER, K. K.; TRATTER, W. B. Review of Ophthalmology. 3. ed. USA: Elsevier, 2018. GUYTON, A. C. Tratado da Fisiologia Médica. 9. ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 1997. GROSVENOR, T. Optometría de Atención Primaria. Barcelona: Masson, 2004. HERRANZ, R. M.; ANTOLÍNEZ, G. V. Manual de Optometria. Madrid: Editorial Médica Panamericana, 2010. KANSKI, J. J. Oftalmologia clínica. 5. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2004. MAIA, N. C. de F. Fundamentos básicos da Oftalmologia e suas aplicações. Palmas: EDUFT, 2018. MICÓ, R. M. Optometría: principios básicos y aplicación clínica. Espanha: Elsevier, 2011. ONDATEGUI, J. C. et al. Visión binocular: diagnóstico y tratamento. Espanha: Universitat Politecnica de Catalunya, 2004. VAUGHAN, D. et al. Oftalmologia Geral. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 1997. VON NOORDEN, G. Binocular vision and ocular motility. 4. ed. Saint Louis: Mosby, 1990. SCHEIMAN, M.; WICK, B. Clinical Management of Binocular Vision – Heterophoric, Accommodative, and Eye Movement Disorders. 4. ed. USA: Wolters Kluwer Health, 2014. 18