Buscar

relatorio pulmao (1)

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE BIOFÍSICA E FISIOLOGIA 
DISCIPLINA: FISIOLOGIA APLICADA A FARMÁCIA 
DOCENTE: ADRIANA MARIA VIANA NUNES 
 
 
 
 
PNEUMOGRAFIA NO HOMEM 
 
 
 
 
ANA SOFIA DE OLIVEIRA MEDEIROS 
 ANDERSON LAGE FORTUNATO 
 
 
 
 
 
 
 
 
TERESINA 
AGOSTO/2023 
2 
 
ANA SOFIA DE OLIVEIRA MEDEIROS 
ANDERSON LAGE FORTUNATO 
 
 
 
 
 
 
 
 
PNEUMOGRAFIA NO HOMEM 
 
 
 
 
 
 
Relatório apresentado ao curso de Farmácia da 
Universidade Federal do Piauí, Campus Ministro 
Petrônio Portella, como parte de obtenção de nota 
da disciplina Fisiologia Aplicada a Farmácia 
Orientadora: Profa. Dra. Adriana Maria Viana Nunes 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teresina – Pi 
AGOSTO/2023 
3 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A pneumografia de impedância é um método não invasivo de medir 
alterações na frequência respiratória e nos padrões respiratórios. Baseia-se no 
princípio de que a impedância (resistência) a uma corrente elétrica que passa 
pelo tórax muda entre a inspiração e a expiração devido à diferença na 
quantidade de gás nos pulmões. A técnica é relativamente fácil de executar. A 
desvantagem do sistema é que ele é bastante sensível ao movimento do corpo, 
o que pode levar a implicações na obtenção do resultado. Além disso, como o 
aparelho mede apenas a impedância, não é confiável para avaliar a qualidade 
do esforço respiratório ou mudanças significativas no volume corrente (WILSON; 
DIFIORE, 2006). 
 
2. OBJETIVOS 
 
A prática abordada tem como objetivo fazer a verificação do ritmo 
respiratório fisiológico do ser humano e os efeitos de fatores que interferem 
nesse ritmo. 
 
3. MATÉRIAS E MÉTODOS 
 
Vide roteiro de prática 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
4. RESULTADOS 
 
Foi realizado a análise do ritmo respiratório humano e como alguns fatores 
interferem no mesmo, através do método de pneumografia foram obtidas as 
seguintes mensurações: 
 
Figura 1: Pneumografia durante uma respiração tranquila. 
 
Fonte: Laboratório de Fisiologia, UFPI, 2023. 
 
Figura 2: Pneumografia durante o ato de beber água. 
 
Fonte: Laboratório de Fisiologia, UFPI, 2023. 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Figura 3: Pneumografia durante o ato de respirar em um recipiente cheio de CO2 
 
Fonte: Laboratório de Fisiologia, UFPI, 2023. 
 
 
Figura 4: Pneumografia durante o ato de se concentrar. 
 
Fonte: Laboratório de Fisiologia, UFPI, 2023. 
 
Figura 5: Pneumografia durante o ato de tossir. 
 
Fonte: Laboratório de Fisiologia, UFPI, 2023. 
 
6 
 
Figura 6: Pneumografia durante o ato de sorrir. 
 
Fonte: Laboratório de Fisiologia, UFPI, 2023. 
 
 
Figura 7: Pneumografia durante uma leitura em voz alta. 
 
Fonte: Laboratório de Fisiologia, UFPI, 2023. 
 
Figura 8: Pneumografia após uma atividade física. 
 
Fonte: Laboratório de Fisiologia, UFPI, 2023. 
 
7 
 
Tabela 1: Valores da circunferência abdominal e torácica 
 
CIRCUNFERÊNCIA 
ABDOMINAL (cm) 
CIRCUNFERÊNCIA 
TORÁCICA (cm) 
INSPIRAÇÃO 84 93 
REPOUSO 78 88 
EXPIRAÇÃO 74 85 
Fonte: Laboratório de Fisiologia, UFPI, 2023. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
5. DISCUSSÃO 
 A tabela 1 demonstra as alterações na circunferência de abdominal e 
torácica de acordo com o movimento respiratório que está sendo realizado pelo 
indivíduo, sendo o maior valor observado durando a inspiração e o menor 
durante a expiração. Essa mudança é causa devido os pulmões e a caixa 
torácica moverem em conjunto nos indivíduos normais durante a respiração. 
Eles tendem a se expandir, quando há entrada de ar e a se retrair passivamente 
quando esse ar sai. Dito isso, é importante frisar que a respiração fisiológica 
consiste na realização de inspirações e expirações ritmadas e harmônicas, o que 
representa a Normopneia, mantendo um ritmo respiratório adequado e 
promovendo a ventilação pulmonar (RIBEIRO, 2020). 
 Os responsáveis pela mecânica respiratória são os músculos acessórios 
da respiração e também o sistema nervoso central que controla esses músculos 
que são divididos em dois: 
➢ Músculos da inspiração: Serráteis anteriores, esternocleidomastóideo, 
intercostais externos e escalenos. 
➢ Músculos da expiração: retos abdominais e intercostais internos. 
 É válido citar também que esse mecanismo respiratório é coordenado por 
grupamentos neuronais complexos localizados no tronco encefálico, mais 
precisamente na coluna respiratória ventral (CRV). Nessa coluna se encontra o 
principal grupamento de neurônios responsáveis pela geração do ritmo 
inspiratória, o Complexo de pré-Bötzinger. Também na CRV, porém caudal em 
relação ao complexo supracitado se encontra o grupamento ventral rostral 
(rVRG), que é um grupamento de neurônios pré-motores inspiratórios, que 
recebem aferências do pré-Bötzinger que se projetam aos neurônios motores 
que originam o nervo frênico e inervam o diafragma, principal músculo 
inspiratório. Dito isso, a integridade dos núcleos respiratórios é essencial para a 
manutenção do ritmo e padrão respiratório (SANTOS, 2019). 
 
 
9 
 
5.1 Ritmo normal da respiração na pneumografia 
 
 A respiração normal é feita de forma involuntária e quase imperceptível, 
sendo pouco observada na pneumografia realizada, já que essa ação é 
basicamente efetuada pelo músculo diafragma, sem muita variação de volume 
do tórax, como pode ser observado na figura 1. 
 Para que o ar possa se mover para dentro dos alvéolos, a pressão 
pulmonar deve ser menor do que a pressão atmosférica. Segundo a lei de Boyle, 
um aumento no volume gera uma redução na pressão. Então com o aumento de 
volume gerado durante a inspiração, há a contração de certos músculos 
esqueléticos bem como do diafragma (SILVERTHORN, 2017). 
 Para permitir a absorção de oxigênio e liberação de dióxido de carbono, 
cerca de 5 a 8 litros de ar por minuto entram e saem dos pulmões e cerca de três 
décimos de litro de oxigênio são transferidos dos alvéolos para o sangue a cada 
minuto, mesmo quando a pessoa está em repouso. Ao mesmo tempo, um 
volume similar de dióxido de carbono passa do sangue para os alvéolos e é 
expirado (DEZUBE, 2021). 
 
5.2 Efeito da inibição da respiração na pneumografia 
 
O ato de beber um copo de água tem o objetivo de inibir o fluxo de oxigênio para 
o pulmão. Contudo, mesmo com a inibição da respiração, observa-se que o 
volume torácico continua modulando, pois, mesmo sem a presença de oxigênio 
ainda existe tanto o movimento do diafragma, quanto o dos músculos acessórios, 
isso pode ser observado na figura 2. 
 Dessa forma, mesmo sem a entrada de oxigênio, a caixa torácica continua 
a aumentar seu volume e voltando ao normal de maneira rítmica, assim como 
suas pressões pulmonar e pleural também se modificam ao longo do 
experimento (GUYTON; HALL, 2017). 
 
10 
 
5.3 Efeito do ato de respirar em um recipiente cheio de CO2 na 
pneumografia 
 
Através da utilização de um saco plástico, foi limitado a captação de 
oxigênio do aluno e intensificado a absorção de CO2 e, consequentemente, 
aumentando a quantidade de dióxido de carbono em seu sangue e diminuindo a 
de oxigênio. 
Dessa forma, percebeu-se um aumento do pH do sangue, fazendo os 
quimiorreceptores periféricos intensificarem os estímulos nervosos para o centro 
respiratório, que responde prontamente aumentando a ventilação e os níveis de 
oxigênio pelos sinais enviados pelo nervo vago até eles, para eliminação de 
maior quantidade de CO2, o que leva o pH do plasma ao seu valor normal, logo 
aumentando o volume pulmonar e o da caixa torácica (COSTANZO, 2018). Essa 
alteração é perceptível na figura 3, ela mostra esse aumento da frequência 
respiratória. 
Hipercapnia é o aumento do dióxido de carbono no sangue arterial. 
Nessas situações, a expiração antes passivase torna ativa, recrutando a ação 
de músculos expiratórios (principalmente os abdominais) para aumentar a 
capacidade respiratório. Ademais, situações de hipercapnia podem ser comuns 
em condições como as síndromes de obstrução das vias aéreas, sendo a apneia 
obstrutiva do sono a mais conhecida delas. Nessas condições a musculatura que 
é responsável por dilatar as vias aéreas superiores tem o tônus reduzido, 
fazendo com que as vias aéreas entrem em colapso (ZIEGLER, 2018). 
 
5.4 Efeito do ato de se concentrar na pneumografia 
 
Ao se concentrar em uma tarefa que exige foco, o controle da respiração 
passa a ser predominantemente regulado pelo sistema nervoso parassimpático, 
apresentando como consequência uma maior irrigação sanguínea no cérebro, a 
diminuição na frequência cardíaca e respiratória (SILVERTHORN, 2017). Essa 
alteração é perceptível na figura 4, ela mostra essa diminuição da frequência 
respiratório. 
11 
 
Isso ocorre porque o sistema nervoso parassimpático favorece uma 
resposta de relaxamento, caracterizada por uma frequência cardíaca mais lenta 
e uma respiração mais profunda e lenta. Essa coordenação entre os sistemas 
cardiovascular e respiratório é uma parte importante da resposta de relaxamento 
durante atividades que exigem foco e concentração (SILVERTHORN, 2017). 
 
5.5 Efeito do ato de tossir na pneumografia 
 
O reflexo da tosse é uma sequência coordenada de eventos que inclui a 
inspiração rápida, o fechamento da epiglote e das cordas vocais, a contração 
muscular intensa e a subsequente explosão de ar. Essas etapas trabalham 
juntas para expulsar de forma eficaz substâncias irritantes ou corpos estranhos 
dos pulmões, preservando as vias respiratórias e facilitando a ventilação 
pulmonar (AIRES, 2012). 
As oscilações observadas na figura 5 ilustram as variações na pressão e 
no fluxo de ar durante o reflexo da tosse. Essas oscilações são resultado das 
mudanças rápidas e abruptas nos níveis de pressão intratorácica e da liberação 
explosiva de ar dos pulmões (GUYTON; HALL, 2017). 
 
5.6 Efeito do ato de sorrir na pneumografia 
 
 Quando uma pessoa sorri, ocorrem alterações na ventilação pulmonar 
que levam a um padrão de hiperventilação. Isso significa que a taxa de entrada 
de ar nos pulmões é aumentada, o que, por sua vez, influencia a concentração 
de oxigênio na circulação sanguínea. A hiperventilação resultante durante o 
sorriso contribui para um aumento na concentração de oxigênio no sangue, o 
que pode ter implicações na oxigenação dos tecidos e órgãos do corpo 
(GUYTON; HALL, 2017). Essa alteração é perceptível na figura 6, ela mostra 
esse aumento da frequência respiratória. 
 Além disso, menciona-se que durante o sorriso, os músculos auxiliares da 
respiração entram em ação para auxiliar nos movimentos de inspiração e 
expiração, eles são recrutados para garantir que haja fluxo de ar adequado para 
12 
 
os pulmões, especialmente considerando a limitação imposta pelo esforço 
muscular associado ao sorrir (GUYTON; HALL, 2017). 
 
5.7 Efeito do ato de ler em voz alta na pneumografia 
 
 A leitura em voz alta envolve a coordenação precisa entre os músculos 
respiratórios, como o diafragma, os músculos intercostais e os músculos 
acessórios da respiração. Quando lemos alto, o diafragma se contrai de maneira 
mais controlada e coordenada para criar a pressão necessária para projetar a 
voz (MENDES et al., 2017). 
 Além disso, é necessária uma expiração controlada, permitindo que o ar 
seja expelido gradualmente para criar um fluxo contínuo de som e 
consequentemente ação desses músculos respiratórios e o ato de ler alto resulta 
em uma ventilação pulmonar mais vigorosa e profunda do que a respiração 
normal em repouso. A maior profundidade e controle da respiração ajudam a 
melhorar a oxigenação do sangue, garantindo um suprimento adequado de 
oxigênio aos tecidos e órgãos (GUYTON; HALL, 2017). Essa alteração é 
perceptível na figura 7, ela mostra esse controle da frequência respiratória e 
consequentemente dos músculos respiratórios. 
 
5.8 Efeito da atividade física na pneumografia 
 
 Atividade física exige um maior suprimento de oxigênio para sustentar o 
metabolismo energético. Os músculos ativos consomem oxigênio para produzir 
a energia necessária para o movimento. Portanto, o corpo responde aumentando 
a frequência e a profundidade das respirações para permitir uma entrada maior 
de oxigênio nos pulmões e, consequentemente, no sangue. Além disso, a 
produção de dióxido de carbono aumenta à medida que as células musculares 
trabalham intensamente. Esse gás é um subproduto do metabolismo celular e 
precisa ser eliminado para evitar a acidificação do sangue e, portanto, ocorre o 
aumento da ventilação pulmonar para expelir o excesso de CO2 do corpo 
(GUYTON; HALL, 2017). 
13 
 
 Os músculos respiratórios, como o diafragma e os músculos intercostais, 
também são ativados de maneira mais intensa durante o exercício. Isso permite 
que ocorra uma expansão mais profunda dos pulmões e uma maior troca de 
gases nos alvéolos pulmonares. Os brônquios e bronquíolos nos pulmões 
também se dilatam para permitir um fluxo de ar mais amplo e facilitar a entrada 
e saída de gases (GUYTON; HALL, 2017). Essa alteração é perceptível na figura 
8, ela mostra esse aumento da frequência respiratória e na intensidade da 
inspiração e expiração. 
 A resposta cardiovascular também desempenha um papel crucial na 
ventilação pulmonar durante o exercício, pois, durante uma atividade física 
ocorre o aumento do débito cardíaco, que resulta em um aumento do fluxo 
sanguíneo para os pulmões, facilitando a troca eficiente de oxigênio e dióxido de 
carbono (GUYTON; HALL, 2017). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
6. CONCLUSÃO 
 
Dessa forma, observou-se que o pneumografia realizado no laboratório 
não teve quaisquer fatores fora da normal esperado, mantendo assim um bom 
funcionamento de todos os componentes. Como também foi notado que durante 
a realização desta prática foram observados o efeito que algumas ações 
presentem no nosso cotidiano altera a ventilação pulmonar. Logo, de acordo com 
todos os resultados obtidos e submetidos a uma análise posterior, foi possível 
constatar que o aluno ao qual o exame foi realizado trata-se de uma pessoa 
saudável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
REFERÊNCIAS 
 
AIRES, M. M. Fisiologia. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. 
COSTANZO, L.S. – Fisiologia – 6ª Edição, Editora Elsevier, 2018 
DEZUBE, R. Mecanismos de defesa do sistema respiratório. Manual MSD, 
2023. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt-
br/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-
respirat%C3%B3rias/biologia-dos-pulm%C3%B5es-e-das-vias-
a%C3%A9reas/efeitos-do-envelhecimento-no-sistema-respirat%C3%B3rio>. 
Acesso em: 16 ago. 2023. 
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 13a ed. Rio de 
Janeiro, Elsevier, 2017. 
MENDES, A. et al. Respiratory physiology during reading aloud tasks. 
Distúrbios da Comunicação, v. 29, n. 3, p. 519, 29 set. 2017. 
RIBEIRO, M. C. Fisioterapia Respiratória - Alterações do Ritmo Respiratório: 
Cheyne-Stokes, Kussmaul, Biot, Catani e outros. Estratégia Concursos, 2020. 
Disponível em: <https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/fisioterapia-
respiratoria/>. Acesso em: 16 ago. 2023. 
SANTOS, L. M. O. Quimiossensibilidade central e ritmicidade respiratória 
na Doença de Parkinson. 2019. Tese de Doutorado (Doutorado em 
Farmacologia) - Universidade de São Paulo, São Paulo. 
doi:10.11606/T.42.2020.tde-23012020-130627. Acesso em: 16 ago. 2023. 
SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada. 7a ed. 
Artmed, 2017.

Continue navegando