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O pronunciamento contábil brasileiro CPC 47, alinhado com as diretrizes da IFRS 15, marcou 
uma mudança significativa na forma como as empresas registram suas receitas desde sua 
introdução em 2018. Substituindo os antigos CPC 17 e CPC 30, este pronunciamento redefiniu 
as normas para o reconhecimento de receitas, estabelecendo diretrizes claras sobre quando e 
como as receitas devem ser reconhecidas em contratos com clientes. 
O foco principal do CPC 47 é garantir que as empresas reconheçam as receitas de maneira 
precisa e oportuna, refletindo a transferência do controle dos bens ou serviços para o cliente 
em troca da contraprestação esperada. Isso implica que o reconhecimento da receita ocorra 
quando os critérios específicos, como a aprovação do contrato pelas partes envolvidas e a 
identificação dos direitos e termos de pagamento, são cumpridos. Além disso, a receita só é 
reconhecida quando há uma expectativa razoável de que a empresa receberá a contraprestação 
devida, considerando a capacidade e a intenção do cliente de efetuar o pagamento. 
O CPC 47 estabelece cinco requisitos fundamentais para o reconhecimento de receitas, 
garantindo que as empresas adotem uma abordagem consistente e transparente. Esses requisitos 
abrangem desde a formalização do contrato até a avaliação da probabilidade de recebimento 
da contraprestação. 
Portanto, a receita deve ser reconhecida respeitando sempre 05 (cinco) requisitos essenciais: 
(a) quando as partes do contrato aprovarem o contrato (por escrito, verbalmente ou de acordo 
com outras práticas usuais de negócios) e estiverem comprometidas em cumprir suas 
respectivas obrigações; (b) quando a entidade puder identificar os direitos de cada parte em 
relação aos bens ou serviços a serem transferidos; (c) quando a entidade puder identificar os 
termos de pagamento para os bens ou serviços a serem transferidos; (d) quando o contrato 
possuir substância comercial (ou seja, espera-se que o risco, a época ou o valor dos fluxos de 
caixa futuros da entidade se modifiquem como resultado do contrato); e (e) quando for provável 
que a entidade receberá a contraprestação à qual terá direito em troca dos bens ou serviços que 
serão transferidos ao cliente. Ao avaliar se a possibilidade de recebimento do valor da 
contraprestação é provável, a entidade deve considerar apenas a capacidade e a intenção do 
cliente de pagar esse valor da contraprestação quando devido. 
Em suma, o CPC 47 fornece às empresas um guia claro para o reconhecimento de receitas em 
contratos com clientes, promovendo transparência e confiabilidade nas demonstrações 
financeiras e atendendo às expectativas dos usuários das informações contábeis. Essa norma 
desempenha um papel crucial na garantia de que as empresas relatem suas atividades de forma 
precisa e refletindo adequadamente sua performance financeira.

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