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Direito Penal e Ciência Penal

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Prévia do material em texto

Direit� Pena� I Luiz Augusto Sanzo Brodt
- Direito Penal busca proteger as pessoas dos danos que um terceiro pode
fazer a ela
Conjunto de normas jurídicas que estabelecem os crimes e fixam as
consequências
- Ciência Penal debate sobre as estratégias que se tem de utilizar para que
haja na sociedade um estado de tranquilidade
- Relação com a criminologia e a politica crimial que faz o debate se o que esta
vigorando hoje atende o que está acontecendo na sociedade, é util seguir
criminalizando o aborto e o uso de substancias entorpecentes?)
- Quando se elabora a constituição de um país, se adota um determinado
modelo de estado.
- Relações do direito penal com outros ramos do direito; direito
constitucional, direito processual penal. Mas na realidade o direito penal se
relaciona com vários outros direitos, mas os principais são os citados
anterior
- penal e constitucional, a constituição é uma lei de hierarquia superior a
penal. Além disso, a constituição é um documento jurídico mas
essencialmente político, mas na constituição é onde metaforicamente o
povo de um país se reúne para fundar um país, para dizer as bases do país.
- compromissos do estado democratico do direito: garantir e promover os
direitos fundamentais do homem (direitos humanos).
- Mas o direito penal também é importante para o direito constitucional, o que
adiantaria uma não criminalização do que é contra o que assegura a
constituição?
- aquilo que é definido como crime na lei penal e que venha acompanhado da
pena, para que isso se concretize, é preciso que haja um processo penal (uma
investigação sobre o que aconteceu, uma oportunidade de defesa)
“sem o processo penal,
o direito penal não pode
se tornar real’’
- Brodt, Luís <3
Classificaçõe� d� Direit� Pena�
- Direito penal material ou substantivo (objetivo)
- Direito penal formal ou adjetivo (direito processual penal) se procura
regulamentar a forma de realização de atos necessários para que haja
investigação etc são denominações antigas que tem um valor histórico
- Direito penal objetivo é onde estão estabelecidas normas que dizem o que é
crime e fixam as penas, quando alguém viola a regra ex art 121 código penal:
matar alguém, pena 6 a 20 anos direito penal subjetivo; direito que surge ao
estado de punir a pessoa que violou aquilo que está proibido. O exercício
desse direito subjetivo só vai ocorrer quando ficar comprovado que aquilo de
fato aconteceu.
é um conjunto de normas que vou encontrar no...
- Código penal: 1940 (comum)
- Decreto _ Lei. 2848/1940 tem duas partes; art 1° a 120 parte geral
reforma de 1984, deu nova redação a parte geral do cp. (lei 7209/1984)
2° parte 121 ao 361, parte especial, nessa parte os artigos tem objetivo
de descrever condutas que se quer proibir
diferença entre parte geral e especial
- Artigo 1° ao 361 CP
- Direito Penal Comum
- Leis extravagantes. Ex: Lei 13260/2016 _ Lei contra o terrorismo
- A partir do art 359, I a P - foram acrescentados ao código penal para,
dentro do cp, estabelecer crimes que não estavam previstos no
mesmo (2021)
- em 2016 o legislador teve outra técnica; criminalizar uma conduta
criando uma lei específica
- Lei 9605/998 - Lei dos crimes ambientais
- Lei 99702/86 - Lei dos crimes do colarinho branco
Pa�t� Gera� d� C .P
- Aplicação da lei penal - teoria da norma penal art 1 ao 12
- Conceito de crime (delito) - teoria do crime art 13 ao 28
- Penas (conceito e espécies) - teoria da pena art 29 ao 120
Fonte� d� direit� pena�:
- Direito penal Objetivo: Art. 22, I CF Fonte natural ou produção
Parágrafo único: Lei complementar pode delegar ao Estado competência para
legislar emmatéria penal em uma situação específica
- Dogmática penal
- Legislação penal fonte imediata ou de conhecimento
- Jurisprudência
- Doutrina
- Costumes
Teori� d� norm� pena�
Síntese da evolução histórica do direito penal no Brasil:
- Em 1830 surgiu o código criminal do império do Brasil
- Em 1890 tivemos o código penal republicano
- Em 1940 surgiu o decreto lei 2848/40
Conceito: Toda norma jurídica parte de um comando, uma diretriz, um imperativo
que se dirige aos cidadãos. Toda norma tem uma parte onde está esse imperativo,
mas essas normas se diferenciam das normas éticas em função da ordem coativa
(caso a pessoa não obedeça essa norma, ela estará sujeita a sofrer uma sanção). as
normas penais se diferenciam da jurídica porque tem uma especial técnica
Espécie:
1. norma penal incriminadora (mandamental ou preceptiva)
Nela, o preceito está implícito na descrição da conduta (tipo penal) expressa na lei
penal. Porque ao contrário senso do que disser o tipo, eu vou conhecer o comando
do legislador.
Como toda norma penal, tem preceito e sanção ou preceito primário e preceito
secundário, mas, para saber qual é, devo interpretar o contrário do que estiver
expresso.
Toda vez que o tipo penal proíbe fazer alguma coisa, chamamos de tipo penal
comissivo
2. norma penal não incriminadora
Permissivas
Explicativas
Complementar
Descritivas
3. norma penal em branco
ex: na lei 11343/2006 (lei de drogas). Por ser incompleta, então é preciso que eu
encontre o complemento - que está na portaria do ministério da saúde 334/1938
outro exemplo é o artigo 269 do código penal que é complementado pela portaria
do MS 264/2020
entre as homogenias, podem ter duas subdivisões:
heterovitelina: porque embora a fonte seja a mesma o complemento do cp se
encontra fora do cp.
homovitelina: o complemento foi elaborado pela mesma fonte e se encontra no
mesmo lugar onde a norma penal aparece.
Princípi�� fundamentai� d� direit� pena�
- princípio da legalidade: artigo primeiro do cp, artigo 5 inciso 39 da cf
é uma garantia do cidadão diante do Estado. Neste princípio, temos que não há
crime sem lei anterior que o defina.
Mas, existem subfunções nesse princípio, como:
Reserva legal só o legislador tem poder de determinar
Taxatividade não deve dar margem a interpretações diferentes
Anterioridade: “A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu” (art. 5º,
XXXL, CF). Ex: Lei A, já revogada, estabelece pena de 8 anos e lei B, vigente, de 12
anos. Esta última não retroagirá.
Abolitio criminis: fenômeno que ocorre quando uma lei posterior deixa de
considerar crime determinado fato (exemplo: a Lei n. 1.106/2005 deixou de
considerar condutas criminosas o adultério, a sedução e o rapto consensual). Apaga
todos os efeitos de natureza penal
Novatio Legis incriminadora uma nova lei entra em vigor e passa a criminalizar uma
conduta que antes não era considerada como crime
Novatio Legis in Pejus São as hipóteses, dentre outras, em que a nova lei aumenta a
pena para determinado crime, cria causa de aumento de pena ou qualificadora,
impede benefícios penais ou estabelece uma formamais gravosa de cumprimento.
Novatio Legis in Mellius É a nova lei que de qualquer modo favorece o agente
OBS: Pode haver combinação de leis? não há consenso, mas na súmula 501 do stj
ficou vedada a combinação de leis
Analogia: quando for em relação à norma penal incriminadora ela é vedada in
mallam partem porque haveria uma usurpação do poder legislativo.
Mas também, existem as normas não incriminadoras, nesse caso pode-se aplicar
analogia, pois nesse caso estará garantindo a liberdade. in bonam partem
- princípio da intervençãomínima:
último caso
subprincípios: princípio da fragmentariedade
subsidiariedade
- princípio da lesividade (ofensividade)
- vincula o direito penal ao objetivo de proteger materialmente o bem jurídico.
Sem lesão ou ameaça concreta de lesão ao bem jurídico não pode haver
intervenção punitiva.
- princípio da humanidade das penas
É deduzido da dignidade da pessoa humana e proibe penas que ferem os direitos
humanos, proibe por exemplo: a pena de morte, a prissao perpetua, o trabalho
escravo etc
- princípios da culpabilidade
limita a punição da pessoa condenada pela realização do fato-crime. Somente se
pode aplicar pena à pessoa quando e na medida em que se Monitoria de Direito
Penal I Wilson Ferreira Página 8 possa aprová-la e, assim, toda pena pressupõe a
culpabilidadede seu destinatário
estes principios vem do estado democratico de direito e um dos fundamentos da
república federativa do brasil é a dignidade da pessoa humana
O�servaçõe� sobr� � livr� - introduçã� crític� a� direit� pena�
A função do direito de estruturar e garantir determinada ordem
econômica e social, à qual estamos nos referindo é a chamada função
conservadora ou de controle social. Sob certas condições, pode o direito
desempenhar outras funções, como a educativa e mesmo a transformadora, esta,
oposta a conservadora. Embora o direito penal seja modelado pela sociedade e,
em última instância, hão de prevalecer sempre as variáveis econômicas que
determinam suas linhas fundamentais.
direito penal e sistema penal
diremos que o DP é o conjunto de normas jurídicas que prevêem os
crimes e lhe comiam as sanções, bem como disciplinam a incidência e a
validade de tais normas, a estrutura geral do crime e a aplicação e execução das
sanções cominadas.
A instituição policial, a instituição judiciária e a instituição penitenciária,
juntas, formam o grupo, que segundo as regras jurídicas pertinentes, se incumbe
de realizar o DP, chamamos de sistema penal
criminologia
é a atividade intelectual que estuda os
processos de criação das normas penais e das normas sociais que estão
relacionadas com o comportamento desviante, os processos de infração e de
desvio destas normas, e a reação social, formalizada ou não, que aquelas
infrações tenham provocado: seu processo de criação, a sua forma e conteúdo e
seus efeitos”
Ela engloba os seguintes aspectos:
● sociologia do direito penal e do comportamento desviante
● a etiologia do comportamento delitivo e do comportamento desviante
● a reação social
política criminal
A política criminal pode ser entendida como um conjunto de princípios e
recomendações para a reforma ou transformação da legislação criminal e dos
órgãos encarregados de sua aplicação com base em mudança social, propostas do
direito penal, avanços e descobertas da criminologia, etc.
direito penal e direito criminal
a expressão “direito criminal” é mais antiga, e historicamente se observa uma
gradual prevalência da expressão “direito penal” que teria sido empregada pela
primeira vez por Regnerus Engelhard e popularizou-se após a promulgação do
código penal francês de 1810
1. Influência do legislador, considerando o contexto histórico.
2. Paradigmas doutrinários que impliquem nomear o direito penal de umamaneira
ou outra. No processo histórico prevalece a expressão direito penal com sentido de
acentuar o caráter sancionador deste direito.
3. Alcance descritivo da designação proposta, ou seja, a capacidade de compreender
determinados conteúdos. Alguns autores empregam direito criminal de maneira
abrangente, incluindo direito processual penal e organização judiciária.
direito penal como direito público
O direito penal é um direito público, uma vez que visa assegurar bens essenciais à
sociedade toda
princípios básicos do direito penal
“toda legislação positiva pressupõe sempre certos princípios gerais do direitos”
são eles:
1. Princípio da legalidade (reserva legal ou intervenção legalizada)
2. Princípios da intervençãomínima;
3. Princípio da lesividade;
4. Princípio da humanidade
5. Princípio da culpabilidade.
Princípio da legalidade ou reserva legal
O autor decompõe o princípio sob o ponto de vista de garantia individual em quatro
funções:
1. Proibir a retroatividade da lei penal (nullumcrimennullapoenasine lege
praevia)– função histórica contra leis ex post facto, tudo que se refere a crime
não pode retroagir em detrimento do acusado, mas retroagirá se beneficiar o
acusado;
2. Proibir a criação de crimes e penas pelo costume
(nullumcrimennullapoenasine lege scripta) – somente lei escrita pode criar
crimes e penas, não o costume;
3. Proibir o emprego de analogia para criar crimes, fundamentar ou agravar
penas (nullumcrimennullapoenasine lege stricta) -só é praticada a analogia in
bonam partem: aquela que favorece o acusado;
4. Proibir incriminações vagas e indeterminadas (nullumcrimennullapoenasine
lege certa)–textos genéricos que deem margem para incriminações políticas
de forma que venham a ofender direitos humanos fundamentais.
Princípio da intervençãomínima
Nilo Batista relacionado duas características a este princípio: fragmentariedade
(descontinuidade da ilicitude, uma vez que o fim da pena seria evitar o crime) e
subsidiariedade (autonomia do direito penal, natureza constitutiva ou
sancionadora que deveria ser empregada somente quando qualquer outra
ferramenta se mostrar ineficiente). Sob o aspecto constitutivo ou sancionador do
direito penal, predomina-se no Brasil o entendimento de ser ele constitutivo,
através dos seguintes argumentos:
1. Caráter original do tratamento penal;
2. Convivência de conceitos jurídicos com distintos conteúdos jurídicos;
3. Existência de matéria só versada pelo direito penal.
Princípio da lesividade
Transporta para o terreno penal a questão geral da exterioridade e alteridade do
direito: ao contrário da moral, o direito coloca face a face, pelo menos, dois sujeitos
e suas funções são:
1. Proibir a incriminação de uma atitude interna;
2. Proibir a incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio
autor;
3. Proibir a incriminação de simples estados ou condições existenciais;
4. Proibir a incriminação de condutas desviadas que não afetem qualquer bem
jurídico.
Princípio da humanidade
O fundamento do princípio da humanidade está centrado no fato da pena não poder
desconhecer o réu enquanto pessoa humana. Esse princípio intervém na
combinação, na aplicação e na execução da pena. A racionalidade da pena exige que
seja compatível com o humano e suas cambiantes aspirações, nesse âmbito penas
de morte violentam essa racionalidade.
Princípio da culpabilidade
deve ser entendido como repúdio a qualquer espécie de responsabilidade pelo
resultado, ou responsabilidade objetiva. Mas deve igualmente ser entendido como
exigência de que a pena não seja infligida senão quando a conduta do sujeito,
mesmo associada causalmente a um resultado, lhe seja reprovável. O princípio da
culpabilidade impõe a subjetividade da responsabilidade penal. Não cabe, em
direito penal, uma responsabilidade objetiva, derivada somente de uma associação
causal entre a conduta e um resultado de lesão ou perigo para um bem jurídico. É
indispensável a culpabilidade.
Teori� d� delit�
Sobre as definições de crime
conceito formal: Art. 1º da LICP , considerando a diferença estabelecida, todo
crime, obrigatoriamente, será uma infração penal, mas nem toda infração penal
será um crime, podendo ser uma contravenção, que...Acontece que seu preceito
secundário, isto é, sua consequência jurídica, não consiste em qualquer uma das
penas previstas no art. 1º da LICP .
conceito material: procura dizer qual é a essência da conduta criminosa, define o
crime como uma ofensa grave ao bem jurídico
conceito analitico: (conceito tripartido) para que alguém seja condenado a prática
de crime, não basta a tipicidade, é preciso que a conduta seja ilícita e culpabilidade
Tipicidad�
● comissivos dolosos
descrevem um comportamento humano, que tem dois aspectos: objetivo e
subjetivo.
Os elementos que os compõem são:
tipo objetivo: verbo ou núcleo do tipo, sujeito ativo, sujeito passivo, bem jurídico
(objeto jurídico), resultado, nexo causal, circunstâncias
Obs: são classificados em descritivos ou normativos
tipo subjetivo: dolo (consciência e vontade de realizar aquilo que está proibido) e os
elementos subjetivos especiais.
Art. 155 do CP: Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel.
O elemento “coisa” do tipo de furto é um elemento objetivo descritivo, pois é
perceptível sensorialmente. Já o elemento “alheia” é um elemento objetivo
normativo, uma vez que é necessário um juízo valorativo para afirmar se
determinada coisa é alheia ou não (é necessário recorrer ao Direito Civil, que regula
o regime de propriedade e posse de bens)
comportamento humano (verbo)fazer algo
temos que separar um fato natural de um comportamento humano relevante
obs: sujeito ativo “agente”- investigado → indiciado → denunciado (acusado) → réu
→ condenado → apenado
lei 9605/98
É importante assinalar que o sujeito ativo deve ser uma pessoa humana. Todavia, a
vigente Lei 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais), autorizada pelo art. 225, §3º, da
Constituição Federal, definiu a responsabilidade penal da pessoa jurídica. Destarte,
a pessoa jurídica pode sofrer sanção penal ao cometer crimes ambientais.
Entretanto, isso não implica em negar que o sujeito ativo é sempre uma pessoa
humana, porque a responsabilidade penal da pessoa jurídica é por “ricochete”
(indireta), pois depende da prática de fato punível por pessoa física, que atuou em
seu nome ou benefício. Assim, nestes crimes ambientais sempre tem uma pessoa
humana administradora da pessoa jurídica que realiza a conduta do tipo. Por isso,
uma parte da doutrina, incluindo o Professor Brodt, considera inconstitucional a
referida lei por ferir o princípio da pessoalidade, estabelecido expressamente no
art. 5º, XLV, da CF. Para essa doutrina, o princípio da pessoalidade veda a
responsabilidade penal da pessoa jurídica por se tratar de punição de uma pessoa
(jurídica) por ação cometida por outra (humana).
Teori� Causalist�
Esta teoria tem forte influência da filosofia positivista e naturalista. Assim,
conduta penalmente relevante seria o movimento corporal voluntário que produz
umamodificação nomundo exterior
processo causal voluntário: modificação voluntária domundo exterior
por voluntário entende-se aquele cujo não recai nenhuma circunstância externa
que tenha compelido o agente
sugestões de livros: do tipo penal (josé cirilo de vargas)
teoria do crime (ângelo roberto ilha da silva)
Teori� Finalist� d� açã�
Diz que o comportamento humano é penalmente relevante quando ele significa o
exercício de uma atividade final.
Foi criada por Hans Welzel em 1930 e foi adotada no Brasil em 1984
(a usada no Brasil)
Funcionalism�
A partir de 1970 até hoje, vigora essa teoria criada por Claus Roxin e gunther jakobs
Diferença de causalismo e finalismo:
para o finalismo não interessa se a pessoa deu causa ao resultado, é preciso
observar o que ela buscava realizar (o que ela deliberou produzir)
para o causalismo basta para que seja uma conduta penalmente relevante que haja
concepção finalista da teoria do delito: maneira de entender todos os conceitos da
teoria do delito partindo-se da teoria causalista
aula hoje: resultado normativo
nem todos os crimes tem resultado naturalístico (efeito da ação que às vezes
demora pra acontecer e quando acontece eu tenho que atribuir a alguém)
Tipo penal
se divide entre tipo objetivo e tipo subjetivo
Culpa é diferente de culpabilidade, culpa significa falta de cuidado, culpabilidade é
a reprovação do fato
aula de hoje
risco proibido
Quando há o risco proibido? ele é fruto da teoria da imputação objetiva
para que alguém responda ao resultado é preciso ter dado causa ao resultado e para
isso é necessário a criação de um risco proibido e que além disso esse risco se
realize no resultado e que esse resultado esteja no alcance do tipo
hipóteses de risco permitido:
crimes de bagatela (se aplica o princípio da insignificância)
aqueles que são muito baratos, não tem expressão, nessas hipóteses roxin fala que
não haverá tipicidade .
Teori� d� imputaçã� objetiv�
ESQUEMA SOBRE A TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA
A teoria da imputação objetiva elaborada por Claus Roxin, a partir dos anos 70 do
século passado, tem por objetivo limitar os excessos decorrentes da aplicação da
teoria da conditio sine qua non. Não nega a necessidade da verificação do nexo
causal, nos crimes materiais. Entretanto, acrescenta ao tipo objetivo um novo
elemento, o risco proibido.
Segue três etapas: criação do risco proibido, realização do risco no resultado e o
resultado deve se encontrar dentro do alcance do tipo.
CRIAÇÃO DO RISCO PROIBIDO
Não haverá imputação nos seguintes casos:
a-Diminuição de risco preexistente
b-Exclusão da imputação pela falta de criação de um risco juridicamente relevante
c-Exclusão da imputação no caso de risco permitido
REALIZAÇÃO DO RISCO NO RESULTADO
Não haverá imputação nos seguintes casos:
a- Quando o risco não se materializar no resultado
b- Exclusão da imputação por falta de realização de um risco não permitido
c- Exclusão da imputação em resultados que não estão cobertos pelo fim de
proteção da norma
O RESULTADO DEVE SE ENCONTRAR DENTRO DO ALCANCE DO TIPO
Não haverá imputação nos seguintes casos:
a- Autocolocação em perigo
b- Heterocolocação em perigo
c- Danos causados por um choque
d- Danos remotos
Claus Roxin define bem jurídico como circunstâncias reais dadas ou finalidades
necessárias para uma vida segura e livre, que garanta a todos os direitos humanos e
civis de cada um na sociedade ou para o funcionamento de um sistema estatal que
se baseia nestes objetivos.
Um pouquinhomais do dolo…
Consciência (elemento cognitivo) e vontade (elemento volitivo) essa definição
chamamos de dolo natural e ela foi formulada a partir da teoria finalista da ação
O artigo 18 diz que o crime é doloso quando o agente quis o resultado ou assumiu o
risco de produzi-lo
Dolo direto: quando a gente quis o resultado
Dolo eventual: o agente assumiu o risco de produzir o resultado
Erro de tipo: O erro de tipo consiste em uma falsa percepção da realidade que incide
sobre um elemento constitutivo do tipo, fazendo com que o agente não saiba o que
está fazendo (falta-lhe o elemento cognitivo do dolo). O erro de tipo está previsto
no caput do art. 20 do CP: o erro sobre elemento constitutivo do tipo legal exclui o
dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
Se uma pessoa subtrair coisa alheia achando que fosse sua, incorre em erro de tipo
—------------------------------------------------------
Tip�� comissiv�� culp�s��
12/06/2023
A definição de crime culposo está no art. 18, II, do CP:
Diz-se o crime culposo quando o agente deu causa ao resultado com imprudência,
negligência ou imperícia.
A culpa deve estar expressa no tipo!
Exemplos do tipo culposo: art. 121, § 3º, CP (homicídio culposo): o tipo faz menção
explícita à modalidade culposa do homicídio – “Se o homicídio é culposo”.
Outro exemplo: art. 129, §5º, do CP: “se a lesão é culposa”.
Element�� d� tip� comissiv� culp�s�: ação perigosa (risco proibido),
resultado e previsibilidade objetiva.
Os tipos culposos são chamados de tipos abertos porque precisam ser preenchidos
por avaliação do juiz (se a pessoa atuou com cuidado). Não confundir com a norma
penal em branco, nesta há um complemento por meio de outra norma ou
regulamento. O tipo culposo decorre do dever objetivo de cuidado, necessário ao
convívio social. Desse modo, o Direito exige que atuemos de maneira a evitar
prejuízos a outrem, ele não exige apenas que nos abstenhamos de condutas
criminosas dolosas, mas também que tenhamos cuidado. A previsão legal de culpa
(art. 18, II, CP) estabelece uma relação causal entre uma violação do bem jurídico e
as condutas objetivas imprudentes, negligentes ou imperitas. Como a lei não define
o que seja “imprudência”, “negligência” ou “imperícia”, isso ficou a cargo da
jurisprudência e doutrina:
Imprudência: é uma conduta positiva, um excesso na ação, o agente ultrapassa os
limites do prudente. É uma ação arriscada. Ex.: L, conduzindo seu veículo em
velocidade acima da permitida, ultrapassa o veículo de C, causando um acidente e
matando C. L responde por homicídio culposo no trânsito (art. 302 do CTB).
Negligência: É uma conduta negativa, uma falta de cuidado, atos de esquecimento.
Ex.: Médico esquece objeto cirúrgico dentro do estômago do paciente e por isso este
vem amorrer. O médico responde por homicídio culposo (art. 121, §3º, do CP).
Imperícia: modalidade própria de quem exerce atividade regulamentada, tendo
habilitação para tal, mas, não tendo conhecimento para um ato específico, mesmo
assim o pratica. Ex.: Tício, médico habilitado somente parafazer cirurgias plásticas
faciais, realiza cirurgia bariátrica em Caia, levando-a à morte. Nos crimes culposos,
é necessário o critério da previsibilidade, que é pressuposto para existência de
qualquer dever.
Assim, para um agente ser imputado por culpa é preciso que, nas circunstâncias
que ele se encontrava, era possível prever o resultado. Para saber se isto era
possível recorremos ao parâmetro do homemmédio, que é uma figura abstrata que
se passa por um sujeito preocupado em observar o Direito. O homem médio seria
aquela pessoa “ideal”, cuidadosa.
Assim, é culposo o crime quando o “homem médio” poderia ter previsto o
resultado. Se, no entanto, nem ele poderia ter previsto, então não há que se falar
em culpa. -Previsibilidade objetiva: possibilidade de previsão do resultado,
verificada pelo parâmetro supracitado. A previsibilidade objetiva está inserida na
culpa, que é elemento de tipicidade. Assim, se não era possível prever o resultado, o
fato é atípico.
Espécie� d� culp�
Culpa inconsciente (própria): é a maioria dos casos. Ocorre quando o agente não
previu o resultado, embora poderia ter previsto segundo a previsibilidade objetiva:
imprevisão do que era previsível. Ex.: Aroldo ultrapassa a velocidade máxima
permitida e atropela uma criança que não tinha visto que estava atravessando a rua
para pegar uma bola. Aroldo responde pelas lesões provocadas na criança porque o
resultado era previsível.
Culpa consciente (imprópria): O agente prevê, porém acredita, por ingenuidade ou
excesso de confiança, que o resultado não vai ocorrer. Esse conceito é próximo do
de dolo eventual, mas dele difere porque neste o agente não se importa com o
resultado.
Diferença entre culpa consciente e dolo eventual: é extremamente difícil no plano
do caso concreto, mas em teoria: na culpa consciente o agente prevê o resultado,
mas não concorda com ele; no dolo eventual, o agente prevê o resultado e concorda
com ele

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