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Direit� Pena� I Luiz Augusto Sanzo Brodt - Direito Penal busca proteger as pessoas dos danos que um terceiro pode fazer a ela Conjunto de normas jurídicas que estabelecem os crimes e fixam as consequências - Ciência Penal debate sobre as estratégias que se tem de utilizar para que haja na sociedade um estado de tranquilidade - Relação com a criminologia e a politica crimial que faz o debate se o que esta vigorando hoje atende o que está acontecendo na sociedade, é util seguir criminalizando o aborto e o uso de substancias entorpecentes?) - Quando se elabora a constituição de um país, se adota um determinado modelo de estado. - Relações do direito penal com outros ramos do direito; direito constitucional, direito processual penal. Mas na realidade o direito penal se relaciona com vários outros direitos, mas os principais são os citados anterior - penal e constitucional, a constituição é uma lei de hierarquia superior a penal. Além disso, a constituição é um documento jurídico mas essencialmente político, mas na constituição é onde metaforicamente o povo de um país se reúne para fundar um país, para dizer as bases do país. - compromissos do estado democratico do direito: garantir e promover os direitos fundamentais do homem (direitos humanos). - Mas o direito penal também é importante para o direito constitucional, o que adiantaria uma não criminalização do que é contra o que assegura a constituição? - aquilo que é definido como crime na lei penal e que venha acompanhado da pena, para que isso se concretize, é preciso que haja um processo penal (uma investigação sobre o que aconteceu, uma oportunidade de defesa) “sem o processo penal, o direito penal não pode se tornar real’’ - Brodt, Luís <3 Classificaçõe� d� Direit� Pena� - Direito penal material ou substantivo (objetivo) - Direito penal formal ou adjetivo (direito processual penal) se procura regulamentar a forma de realização de atos necessários para que haja investigação etc são denominações antigas que tem um valor histórico - Direito penal objetivo é onde estão estabelecidas normas que dizem o que é crime e fixam as penas, quando alguém viola a regra ex art 121 código penal: matar alguém, pena 6 a 20 anos direito penal subjetivo; direito que surge ao estado de punir a pessoa que violou aquilo que está proibido. O exercício desse direito subjetivo só vai ocorrer quando ficar comprovado que aquilo de fato aconteceu. é um conjunto de normas que vou encontrar no... - Código penal: 1940 (comum) - Decreto _ Lei. 2848/1940 tem duas partes; art 1° a 120 parte geral reforma de 1984, deu nova redação a parte geral do cp. (lei 7209/1984) 2° parte 121 ao 361, parte especial, nessa parte os artigos tem objetivo de descrever condutas que se quer proibir diferença entre parte geral e especial - Artigo 1° ao 361 CP - Direito Penal Comum - Leis extravagantes. Ex: Lei 13260/2016 _ Lei contra o terrorismo - A partir do art 359, I a P - foram acrescentados ao código penal para, dentro do cp, estabelecer crimes que não estavam previstos no mesmo (2021) - em 2016 o legislador teve outra técnica; criminalizar uma conduta criando uma lei específica - Lei 9605/998 - Lei dos crimes ambientais - Lei 99702/86 - Lei dos crimes do colarinho branco Pa�t� Gera� d� C .P - Aplicação da lei penal - teoria da norma penal art 1 ao 12 - Conceito de crime (delito) - teoria do crime art 13 ao 28 - Penas (conceito e espécies) - teoria da pena art 29 ao 120 Fonte� d� direit� pena�: - Direito penal Objetivo: Art. 22, I CF Fonte natural ou produção Parágrafo único: Lei complementar pode delegar ao Estado competência para legislar emmatéria penal em uma situação específica - Dogmática penal - Legislação penal fonte imediata ou de conhecimento - Jurisprudência - Doutrina - Costumes Teori� d� norm� pena� Síntese da evolução histórica do direito penal no Brasil: - Em 1830 surgiu o código criminal do império do Brasil - Em 1890 tivemos o código penal republicano - Em 1940 surgiu o decreto lei 2848/40 Conceito: Toda norma jurídica parte de um comando, uma diretriz, um imperativo que se dirige aos cidadãos. Toda norma tem uma parte onde está esse imperativo, mas essas normas se diferenciam das normas éticas em função da ordem coativa (caso a pessoa não obedeça essa norma, ela estará sujeita a sofrer uma sanção). as normas penais se diferenciam da jurídica porque tem uma especial técnica Espécie: 1. norma penal incriminadora (mandamental ou preceptiva) Nela, o preceito está implícito na descrição da conduta (tipo penal) expressa na lei penal. Porque ao contrário senso do que disser o tipo, eu vou conhecer o comando do legislador. Como toda norma penal, tem preceito e sanção ou preceito primário e preceito secundário, mas, para saber qual é, devo interpretar o contrário do que estiver expresso. Toda vez que o tipo penal proíbe fazer alguma coisa, chamamos de tipo penal comissivo 2. norma penal não incriminadora Permissivas Explicativas Complementar Descritivas 3. norma penal em branco ex: na lei 11343/2006 (lei de drogas). Por ser incompleta, então é preciso que eu encontre o complemento - que está na portaria do ministério da saúde 334/1938 outro exemplo é o artigo 269 do código penal que é complementado pela portaria do MS 264/2020 entre as homogenias, podem ter duas subdivisões: heterovitelina: porque embora a fonte seja a mesma o complemento do cp se encontra fora do cp. homovitelina: o complemento foi elaborado pela mesma fonte e se encontra no mesmo lugar onde a norma penal aparece. Princípi�� fundamentai� d� direit� pena� - princípio da legalidade: artigo primeiro do cp, artigo 5 inciso 39 da cf é uma garantia do cidadão diante do Estado. Neste princípio, temos que não há crime sem lei anterior que o defina. Mas, existem subfunções nesse princípio, como: Reserva legal só o legislador tem poder de determinar Taxatividade não deve dar margem a interpretações diferentes Anterioridade: “A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu” (art. 5º, XXXL, CF). Ex: Lei A, já revogada, estabelece pena de 8 anos e lei B, vigente, de 12 anos. Esta última não retroagirá. Abolitio criminis: fenômeno que ocorre quando uma lei posterior deixa de considerar crime determinado fato (exemplo: a Lei n. 1.106/2005 deixou de considerar condutas criminosas o adultério, a sedução e o rapto consensual). Apaga todos os efeitos de natureza penal Novatio Legis incriminadora uma nova lei entra em vigor e passa a criminalizar uma conduta que antes não era considerada como crime Novatio Legis in Pejus São as hipóteses, dentre outras, em que a nova lei aumenta a pena para determinado crime, cria causa de aumento de pena ou qualificadora, impede benefícios penais ou estabelece uma formamais gravosa de cumprimento. Novatio Legis in Mellius É a nova lei que de qualquer modo favorece o agente OBS: Pode haver combinação de leis? não há consenso, mas na súmula 501 do stj ficou vedada a combinação de leis Analogia: quando for em relação à norma penal incriminadora ela é vedada in mallam partem porque haveria uma usurpação do poder legislativo. Mas também, existem as normas não incriminadoras, nesse caso pode-se aplicar analogia, pois nesse caso estará garantindo a liberdade. in bonam partem - princípio da intervençãomínima: último caso subprincípios: princípio da fragmentariedade subsidiariedade - princípio da lesividade (ofensividade) - vincula o direito penal ao objetivo de proteger materialmente o bem jurídico. Sem lesão ou ameaça concreta de lesão ao bem jurídico não pode haver intervenção punitiva. - princípio da humanidade das penas É deduzido da dignidade da pessoa humana e proibe penas que ferem os direitos humanos, proibe por exemplo: a pena de morte, a prissao perpetua, o trabalho escravo etc - princípios da culpabilidade limita a punição da pessoa condenada pela realização do fato-crime. Somente se pode aplicar pena à pessoa quando e na medida em que se Monitoria de Direito Penal I Wilson Ferreira Página 8 possa aprová-la e, assim, toda pena pressupõe a culpabilidadede seu destinatário estes principios vem do estado democratico de direito e um dos fundamentos da república federativa do brasil é a dignidade da pessoa humana O�servaçõe� sobr� � livr� - introduçã� crític� a� direit� pena� A função do direito de estruturar e garantir determinada ordem econômica e social, à qual estamos nos referindo é a chamada função conservadora ou de controle social. Sob certas condições, pode o direito desempenhar outras funções, como a educativa e mesmo a transformadora, esta, oposta a conservadora. Embora o direito penal seja modelado pela sociedade e, em última instância, hão de prevalecer sempre as variáveis econômicas que determinam suas linhas fundamentais. direito penal e sistema penal diremos que o DP é o conjunto de normas jurídicas que prevêem os crimes e lhe comiam as sanções, bem como disciplinam a incidência e a validade de tais normas, a estrutura geral do crime e a aplicação e execução das sanções cominadas. A instituição policial, a instituição judiciária e a instituição penitenciária, juntas, formam o grupo, que segundo as regras jurídicas pertinentes, se incumbe de realizar o DP, chamamos de sistema penal criminologia é a atividade intelectual que estuda os processos de criação das normas penais e das normas sociais que estão relacionadas com o comportamento desviante, os processos de infração e de desvio destas normas, e a reação social, formalizada ou não, que aquelas infrações tenham provocado: seu processo de criação, a sua forma e conteúdo e seus efeitos” Ela engloba os seguintes aspectos: ● sociologia do direito penal e do comportamento desviante ● a etiologia do comportamento delitivo e do comportamento desviante ● a reação social política criminal A política criminal pode ser entendida como um conjunto de princípios e recomendações para a reforma ou transformação da legislação criminal e dos órgãos encarregados de sua aplicação com base em mudança social, propostas do direito penal, avanços e descobertas da criminologia, etc. direito penal e direito criminal a expressão “direito criminal” é mais antiga, e historicamente se observa uma gradual prevalência da expressão “direito penal” que teria sido empregada pela primeira vez por Regnerus Engelhard e popularizou-se após a promulgação do código penal francês de 1810 1. Influência do legislador, considerando o contexto histórico. 2. Paradigmas doutrinários que impliquem nomear o direito penal de umamaneira ou outra. No processo histórico prevalece a expressão direito penal com sentido de acentuar o caráter sancionador deste direito. 3. Alcance descritivo da designação proposta, ou seja, a capacidade de compreender determinados conteúdos. Alguns autores empregam direito criminal de maneira abrangente, incluindo direito processual penal e organização judiciária. direito penal como direito público O direito penal é um direito público, uma vez que visa assegurar bens essenciais à sociedade toda princípios básicos do direito penal “toda legislação positiva pressupõe sempre certos princípios gerais do direitos” são eles: 1. Princípio da legalidade (reserva legal ou intervenção legalizada) 2. Princípios da intervençãomínima; 3. Princípio da lesividade; 4. Princípio da humanidade 5. Princípio da culpabilidade. Princípio da legalidade ou reserva legal O autor decompõe o princípio sob o ponto de vista de garantia individual em quatro funções: 1. Proibir a retroatividade da lei penal (nullumcrimennullapoenasine lege praevia)– função histórica contra leis ex post facto, tudo que se refere a crime não pode retroagir em detrimento do acusado, mas retroagirá se beneficiar o acusado; 2. Proibir a criação de crimes e penas pelo costume (nullumcrimennullapoenasine lege scripta) – somente lei escrita pode criar crimes e penas, não o costume; 3. Proibir o emprego de analogia para criar crimes, fundamentar ou agravar penas (nullumcrimennullapoenasine lege stricta) -só é praticada a analogia in bonam partem: aquela que favorece o acusado; 4. Proibir incriminações vagas e indeterminadas (nullumcrimennullapoenasine lege certa)–textos genéricos que deem margem para incriminações políticas de forma que venham a ofender direitos humanos fundamentais. Princípio da intervençãomínima Nilo Batista relacionado duas características a este princípio: fragmentariedade (descontinuidade da ilicitude, uma vez que o fim da pena seria evitar o crime) e subsidiariedade (autonomia do direito penal, natureza constitutiva ou sancionadora que deveria ser empregada somente quando qualquer outra ferramenta se mostrar ineficiente). Sob o aspecto constitutivo ou sancionador do direito penal, predomina-se no Brasil o entendimento de ser ele constitutivo, através dos seguintes argumentos: 1. Caráter original do tratamento penal; 2. Convivência de conceitos jurídicos com distintos conteúdos jurídicos; 3. Existência de matéria só versada pelo direito penal. Princípio da lesividade Transporta para o terreno penal a questão geral da exterioridade e alteridade do direito: ao contrário da moral, o direito coloca face a face, pelo menos, dois sujeitos e suas funções são: 1. Proibir a incriminação de uma atitude interna; 2. Proibir a incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio autor; 3. Proibir a incriminação de simples estados ou condições existenciais; 4. Proibir a incriminação de condutas desviadas que não afetem qualquer bem jurídico. Princípio da humanidade O fundamento do princípio da humanidade está centrado no fato da pena não poder desconhecer o réu enquanto pessoa humana. Esse princípio intervém na combinação, na aplicação e na execução da pena. A racionalidade da pena exige que seja compatível com o humano e suas cambiantes aspirações, nesse âmbito penas de morte violentam essa racionalidade. Princípio da culpabilidade deve ser entendido como repúdio a qualquer espécie de responsabilidade pelo resultado, ou responsabilidade objetiva. Mas deve igualmente ser entendido como exigência de que a pena não seja infligida senão quando a conduta do sujeito, mesmo associada causalmente a um resultado, lhe seja reprovável. O princípio da culpabilidade impõe a subjetividade da responsabilidade penal. Não cabe, em direito penal, uma responsabilidade objetiva, derivada somente de uma associação causal entre a conduta e um resultado de lesão ou perigo para um bem jurídico. É indispensável a culpabilidade. Teori� d� delit� Sobre as definições de crime conceito formal: Art. 1º da LICP , considerando a diferença estabelecida, todo crime, obrigatoriamente, será uma infração penal, mas nem toda infração penal será um crime, podendo ser uma contravenção, que...Acontece que seu preceito secundário, isto é, sua consequência jurídica, não consiste em qualquer uma das penas previstas no art. 1º da LICP . conceito material: procura dizer qual é a essência da conduta criminosa, define o crime como uma ofensa grave ao bem jurídico conceito analitico: (conceito tripartido) para que alguém seja condenado a prática de crime, não basta a tipicidade, é preciso que a conduta seja ilícita e culpabilidade Tipicidad� ● comissivos dolosos descrevem um comportamento humano, que tem dois aspectos: objetivo e subjetivo. Os elementos que os compõem são: tipo objetivo: verbo ou núcleo do tipo, sujeito ativo, sujeito passivo, bem jurídico (objeto jurídico), resultado, nexo causal, circunstâncias Obs: são classificados em descritivos ou normativos tipo subjetivo: dolo (consciência e vontade de realizar aquilo que está proibido) e os elementos subjetivos especiais. Art. 155 do CP: Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel. O elemento “coisa” do tipo de furto é um elemento objetivo descritivo, pois é perceptível sensorialmente. Já o elemento “alheia” é um elemento objetivo normativo, uma vez que é necessário um juízo valorativo para afirmar se determinada coisa é alheia ou não (é necessário recorrer ao Direito Civil, que regula o regime de propriedade e posse de bens) comportamento humano (verbo)fazer algo temos que separar um fato natural de um comportamento humano relevante obs: sujeito ativo “agente”- investigado → indiciado → denunciado (acusado) → réu → condenado → apenado lei 9605/98 É importante assinalar que o sujeito ativo deve ser uma pessoa humana. Todavia, a vigente Lei 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais), autorizada pelo art. 225, §3º, da Constituição Federal, definiu a responsabilidade penal da pessoa jurídica. Destarte, a pessoa jurídica pode sofrer sanção penal ao cometer crimes ambientais. Entretanto, isso não implica em negar que o sujeito ativo é sempre uma pessoa humana, porque a responsabilidade penal da pessoa jurídica é por “ricochete” (indireta), pois depende da prática de fato punível por pessoa física, que atuou em seu nome ou benefício. Assim, nestes crimes ambientais sempre tem uma pessoa humana administradora da pessoa jurídica que realiza a conduta do tipo. Por isso, uma parte da doutrina, incluindo o Professor Brodt, considera inconstitucional a referida lei por ferir o princípio da pessoalidade, estabelecido expressamente no art. 5º, XLV, da CF. Para essa doutrina, o princípio da pessoalidade veda a responsabilidade penal da pessoa jurídica por se tratar de punição de uma pessoa (jurídica) por ação cometida por outra (humana). Teori� Causalist� Esta teoria tem forte influência da filosofia positivista e naturalista. Assim, conduta penalmente relevante seria o movimento corporal voluntário que produz umamodificação nomundo exterior processo causal voluntário: modificação voluntária domundo exterior por voluntário entende-se aquele cujo não recai nenhuma circunstância externa que tenha compelido o agente sugestões de livros: do tipo penal (josé cirilo de vargas) teoria do crime (ângelo roberto ilha da silva) Teori� Finalist� d� açã� Diz que o comportamento humano é penalmente relevante quando ele significa o exercício de uma atividade final. Foi criada por Hans Welzel em 1930 e foi adotada no Brasil em 1984 (a usada no Brasil) Funcionalism� A partir de 1970 até hoje, vigora essa teoria criada por Claus Roxin e gunther jakobs Diferença de causalismo e finalismo: para o finalismo não interessa se a pessoa deu causa ao resultado, é preciso observar o que ela buscava realizar (o que ela deliberou produzir) para o causalismo basta para que seja uma conduta penalmente relevante que haja concepção finalista da teoria do delito: maneira de entender todos os conceitos da teoria do delito partindo-se da teoria causalista aula hoje: resultado normativo nem todos os crimes tem resultado naturalístico (efeito da ação que às vezes demora pra acontecer e quando acontece eu tenho que atribuir a alguém) Tipo penal se divide entre tipo objetivo e tipo subjetivo Culpa é diferente de culpabilidade, culpa significa falta de cuidado, culpabilidade é a reprovação do fato aula de hoje risco proibido Quando há o risco proibido? ele é fruto da teoria da imputação objetiva para que alguém responda ao resultado é preciso ter dado causa ao resultado e para isso é necessário a criação de um risco proibido e que além disso esse risco se realize no resultado e que esse resultado esteja no alcance do tipo hipóteses de risco permitido: crimes de bagatela (se aplica o princípio da insignificância) aqueles que são muito baratos, não tem expressão, nessas hipóteses roxin fala que não haverá tipicidade . Teori� d� imputaçã� objetiv� ESQUEMA SOBRE A TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA A teoria da imputação objetiva elaborada por Claus Roxin, a partir dos anos 70 do século passado, tem por objetivo limitar os excessos decorrentes da aplicação da teoria da conditio sine qua non. Não nega a necessidade da verificação do nexo causal, nos crimes materiais. Entretanto, acrescenta ao tipo objetivo um novo elemento, o risco proibido. Segue três etapas: criação do risco proibido, realização do risco no resultado e o resultado deve se encontrar dentro do alcance do tipo. CRIAÇÃO DO RISCO PROIBIDO Não haverá imputação nos seguintes casos: a-Diminuição de risco preexistente b-Exclusão da imputação pela falta de criação de um risco juridicamente relevante c-Exclusão da imputação no caso de risco permitido REALIZAÇÃO DO RISCO NO RESULTADO Não haverá imputação nos seguintes casos: a- Quando o risco não se materializar no resultado b- Exclusão da imputação por falta de realização de um risco não permitido c- Exclusão da imputação em resultados que não estão cobertos pelo fim de proteção da norma O RESULTADO DEVE SE ENCONTRAR DENTRO DO ALCANCE DO TIPO Não haverá imputação nos seguintes casos: a- Autocolocação em perigo b- Heterocolocação em perigo c- Danos causados por um choque d- Danos remotos Claus Roxin define bem jurídico como circunstâncias reais dadas ou finalidades necessárias para uma vida segura e livre, que garanta a todos os direitos humanos e civis de cada um na sociedade ou para o funcionamento de um sistema estatal que se baseia nestes objetivos. Um pouquinhomais do dolo… Consciência (elemento cognitivo) e vontade (elemento volitivo) essa definição chamamos de dolo natural e ela foi formulada a partir da teoria finalista da ação O artigo 18 diz que o crime é doloso quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo Dolo direto: quando a gente quis o resultado Dolo eventual: o agente assumiu o risco de produzir o resultado Erro de tipo: O erro de tipo consiste em uma falsa percepção da realidade que incide sobre um elemento constitutivo do tipo, fazendo com que o agente não saiba o que está fazendo (falta-lhe o elemento cognitivo do dolo). O erro de tipo está previsto no caput do art. 20 do CP: o erro sobre elemento constitutivo do tipo legal exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. Se uma pessoa subtrair coisa alheia achando que fosse sua, incorre em erro de tipo —------------------------------------------------------ Tip�� comissiv�� culp�s�� 12/06/2023 A definição de crime culposo está no art. 18, II, do CP: Diz-se o crime culposo quando o agente deu causa ao resultado com imprudência, negligência ou imperícia. A culpa deve estar expressa no tipo! Exemplos do tipo culposo: art. 121, § 3º, CP (homicídio culposo): o tipo faz menção explícita à modalidade culposa do homicídio – “Se o homicídio é culposo”. Outro exemplo: art. 129, §5º, do CP: “se a lesão é culposa”. Element�� d� tip� comissiv� culp�s�: ação perigosa (risco proibido), resultado e previsibilidade objetiva. Os tipos culposos são chamados de tipos abertos porque precisam ser preenchidos por avaliação do juiz (se a pessoa atuou com cuidado). Não confundir com a norma penal em branco, nesta há um complemento por meio de outra norma ou regulamento. O tipo culposo decorre do dever objetivo de cuidado, necessário ao convívio social. Desse modo, o Direito exige que atuemos de maneira a evitar prejuízos a outrem, ele não exige apenas que nos abstenhamos de condutas criminosas dolosas, mas também que tenhamos cuidado. A previsão legal de culpa (art. 18, II, CP) estabelece uma relação causal entre uma violação do bem jurídico e as condutas objetivas imprudentes, negligentes ou imperitas. Como a lei não define o que seja “imprudência”, “negligência” ou “imperícia”, isso ficou a cargo da jurisprudência e doutrina: Imprudência: é uma conduta positiva, um excesso na ação, o agente ultrapassa os limites do prudente. É uma ação arriscada. Ex.: L, conduzindo seu veículo em velocidade acima da permitida, ultrapassa o veículo de C, causando um acidente e matando C. L responde por homicídio culposo no trânsito (art. 302 do CTB). Negligência: É uma conduta negativa, uma falta de cuidado, atos de esquecimento. Ex.: Médico esquece objeto cirúrgico dentro do estômago do paciente e por isso este vem amorrer. O médico responde por homicídio culposo (art. 121, §3º, do CP). Imperícia: modalidade própria de quem exerce atividade regulamentada, tendo habilitação para tal, mas, não tendo conhecimento para um ato específico, mesmo assim o pratica. Ex.: Tício, médico habilitado somente parafazer cirurgias plásticas faciais, realiza cirurgia bariátrica em Caia, levando-a à morte. Nos crimes culposos, é necessário o critério da previsibilidade, que é pressuposto para existência de qualquer dever. Assim, para um agente ser imputado por culpa é preciso que, nas circunstâncias que ele se encontrava, era possível prever o resultado. Para saber se isto era possível recorremos ao parâmetro do homemmédio, que é uma figura abstrata que se passa por um sujeito preocupado em observar o Direito. O homem médio seria aquela pessoa “ideal”, cuidadosa. Assim, é culposo o crime quando o “homem médio” poderia ter previsto o resultado. Se, no entanto, nem ele poderia ter previsto, então não há que se falar em culpa. -Previsibilidade objetiva: possibilidade de previsão do resultado, verificada pelo parâmetro supracitado. A previsibilidade objetiva está inserida na culpa, que é elemento de tipicidade. Assim, se não era possível prever o resultado, o fato é atípico. Espécie� d� culp� Culpa inconsciente (própria): é a maioria dos casos. Ocorre quando o agente não previu o resultado, embora poderia ter previsto segundo a previsibilidade objetiva: imprevisão do que era previsível. Ex.: Aroldo ultrapassa a velocidade máxima permitida e atropela uma criança que não tinha visto que estava atravessando a rua para pegar uma bola. Aroldo responde pelas lesões provocadas na criança porque o resultado era previsível. Culpa consciente (imprópria): O agente prevê, porém acredita, por ingenuidade ou excesso de confiança, que o resultado não vai ocorrer. Esse conceito é próximo do de dolo eventual, mas dele difere porque neste o agente não se importa com o resultado. Diferença entre culpa consciente e dolo eventual: é extremamente difícil no plano do caso concreto, mas em teoria: na culpa consciente o agente prevê o resultado, mas não concorda com ele; no dolo eventual, o agente prevê o resultado e concorda com ele
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