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Cartilha Cultivo do Maracujá


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Recomendações Técnicas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Açailândia 
2024 
 
Cultivo do Maracujá 
(Passiflora edulis) 
 
 
Técnica de Campo: Sheila Carvalho 
Senar-MA 
 
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Cultivo do Maracujá 
 
 
Escolha do local de cultivo: O maracujá é uma planta de clima tropical. Os solos 
mais indicados para essa cultura são os arenosos ou levemente argilosos e bem 
drenados, para que não haja problemas com doenças de raízes. Chuvas intensas e 
prolongadas no período de floração podem causar diminuição na produtividade, 
devido ao baixo pegamento do fruto e maior incidência de doenças. 
 
Condições Climáticas: Entre os fatores do ambiente de maior influência para o 
crescimento e desenvolvimento das plantas de maracujá estão a umidade do solo, a 
temperatura, a altitude, a umidade relativa e a luminosidade. Destes fatores, apenas 
a umidade do solo pode ser controlada por meio de práticas de manejo. Portanto, a 
duração do estádio de crescimento da planta, a produção e a qualidade de frutos 
passam a ser limitadas principalmente pela temperatura e luminosidade, quando a 
umidade do solo é controlada pela irrigação, já que os efeitos da altitude estão 
relativamente associados aos da temperatura e luminosidade. 
 
Altitude e Temperatura: Regiões de baixa altitude apresentam temperaturas mais 
elevadas, com melhor desenvolvimento de culturas mais adaptadas a regiões de 
clima tropical. O melhor crescimento vegetativo, florescimento, frutificação, 
produtividade e qualidade de frutos do maracujazeiro ocorre em faixas de 
temperatura variando entre 21º e 23º C; considerando-se o ótimo de temperatura 
entre 23º e 25º C. Entretanto, o maracujazeiro tem sido cultivado comercialmente em 
temperaturas entre 18º e 35º C. As temperaturas muito altas, superior a 35º C, ou 
muito baixas inferior a 18º C, prejudicam o vingamento dos frutos. 
 
Luminosidade e Condições Climáticas: O maracujazeiro, por ser uma planta 
tropical típica, exige grande intensidade luminosa, que associado a outros fatores 
garante um vigoroso crescimento vegetativo, pleno florescimento, maior vingamento 
de frutos, frutificação abundante e frutos de alta qualidade. O uso de espaçamentos 
adequados, com distâncias mínimas entre as plantas que possibilite uma maior 
incidência de luz dentro do pomar, pode promover um aumento da produtividade. A 
formação de flores e frutos está diretamente relacionada com a luminosidade. Um 
 
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comprimento do dia acima de 11 horas diárias de luz proporciona melhores 
condições de florescimento do maracujazeiro. 
 
Solo Adequado: O solo ideal para o maracujá deve ser bem drenado e rico em 
matéria orgânica. Evite solos argilosos pesados e aqueles que acumulam água, pois 
podem prejudicar o desenvolvimento das raízes. 
 
pH do Solo: O pH do solo deve estar entre 5,5 e 7,0 para o maracujá. Solos muito 
ácidos ou alcalinos podem afetar negativamente a absorção de nutrientes pela 
planta. 
 
Exposição Solar: Certifique-se de que o local escolhido receba luz solar direta por 
várias horas por dia. O maracujá requer boa luminosidade para florescer e produzir 
frutos. 
 
Proteção contra Ventos Fortes: Evite locais muito expostos a ventos fortes, pois 
podem danificar as plantas e dificultar o desenvolvimento dos frutos. 
 
Acesso à Água: Garanta que haja acesso adequado à água para irrigação. O 
maracujá requer um suprimento regular de água, especialmente durante períodos 
secos. 
 
Distância entre Plantas: Planeje o espaçamento adequado entre as plantas de 
maracujá para permitir um bom desenvolvimento das raízes e a circulação de ar, o 
que ajuda a prevenir doenças. 
 
Considerações Locais: Esteja ciente das condições locais, como a presença de 
pragas e doenças específicas da região. Consulte especialistas agrícolas locais para 
obter informações adicionais. 
 
Produção ou aquisição de mudas: As mudas podem ser produzidas na 
propriedade que tenha instalações adequadas (estufas) e não possua lavouras 
velhas nas proximidades, para evitar a contaminação por pragas e doenças. Para 
isso, pode-se usar sacos de polietileno feitos com dimensões de no mínimo 10 cm 
 
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de diâmetro de boca e de 15 a 20 cm de comprimento ou podem ainda ser 
adquiridas de viveiristas idôneos. O transplante deverá ser feito quando as mudas 
atingirem de 15 a 30 cm de altura, o que deve ocorrer de 40 a 70 dias após o 
semeio. Em regiões onde há muita ocorrência de viroses, normalmente utilizam-se 
mudas com 1,5 a 1,8 m de altura — os chamados “mudões”. 
 
 
 
Foto 01. Produção de Mudas em bandejas 
 
 
A produção de mudas deve ocorrer em viveiro protegido, com cobertura de 
polietileno (lona plástica) transparente e fechamento das áreas frontais e laterais 
com tela anti-afídica, sendo necessária a instalação de uma antecâmara de acesso à 
área interna do telado, com as mesmas especificações do telado, isto é, com 
cobertura de filme de polietileno transparente e fechamento das laterais 
com tela anti-afídica, para evitar a entrada dos afídeos (pulgões); 
 
- Os viveiros devem ser registrados no Ministério da Agricultura, Abastecimento e 
Pecuária; 
- A instalação do viveiro deve ser em área ensolarada e bem drenada, com relevo 
plano, de fácil acesso, e apresentar faixa lateral de no mínimo cinco metros de 
bordadura livre de qualquer entulho e/ou vegetação e ser distante das áreas de 
produção em pelo menos 500 metros; 
- A área telada do viveiro deve preferencialmente ser protegida com cerca viva; 
- Deve ser realizado o monitoramento constante do viveiro para eliminação imediata 
as plantas com sintomas da doença; 
- Deve-se eliminar ao redor do viveiro as plantas que possam ser hospedeiras dos 
pulgões e dos vírus; 
 
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- Deve-se realizar a análise fitopatológica das mudas para comprovar a sanidade 
das plantas. 
 
Principais híbridos e variedades: As principais variedades de maracujá azedo 
cultivadas são: Híbridos BRS Gigante Amarelo, BRS Sol do Cerrado, BRS Rubi do 
Cerrado, FB 200 e Marília. Em 2013, a Embrapa Cerrados lançou uma variedade de 
maracujá silvestre, o BRS Pérola do Cerrado, que vem conquistando os produtores e 
consumidores. Esta variedade apresenta diversas vantagens em relação ao 
maracujá azedo, como a rusticidade e a polinização natural realizada por morcegos, 
dispensando a necessidade de fazer a polinização manual, porém o mercado ainda 
está limitado a determinados nichos. Esta variedade é ideal para cultivos orgânicos 
ou agroecológicos, por apresentar grande resistência a pragas e doenças. 
 
 
Foto 02. Híbridos e variedades lançados pela Embrapa 
 
 
Correção e preparo do solo: A correção do solo deve ser feita de acordo com a 
análise. O calcário dever ser distribuído e incorporado em toda a área, através de 
uma aração e de uma gradagem. 
 
Espaçamento: O espaçamento tradicional pode variar de 2,5 a 3 m entre linhas e de 
4 a 5 m entre plantas. Contudo, se plantado em espaçamentos mais adensados, 
com 1,8 a 3 m entre linhas e de 1,5 a 2 m entre plantas, técnica que está trazendo 
várias vantagens para o agricultor, tais como: 
 
 
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- Maior produção por área; 
- Concentração da safra (menor risco); 
- Permitir a rotação de culturas com hortaliças; 
- Melhor aproveitamento da mão de obra; 
- Facilidade na polinização; 
- Menor prejuízo com morte de plantas; 
- Antecipação da colheita. 
 
 
Foto 03. Maracujá com espaçamento adensado de 2 m por 2 m. 
 
 
 
 
Foto 04. Maracujá com espaçamento adensado de 1,8 por 1,5 m 
 
 
 
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Quebra-vento: O maracujazeiro é uma planta extremamente sensível à ação do 
vento. Assim, é muito importante o uso de quebra-vento natural ou implantado com 
plantas de porte ereto, como capim elefante, bananeira ou cana de açúcar. O 
quebra-vento irá servir também como barreira para insetos. 
 
 
Foto 05. Cultivo Maracujá amarelo protegido com quebra-ventode capim elefante 
 
 
Correção do Solo: O uso de corretivos deve ser definido com base no resultado da 
análise química do solo. De acordo com o resultado da análise química, deve-se 
optar por calcário dolomítico ou calcítico ou a composição de ambos, visando manter 
o equilíbrio entre cálcio e magnésio no solo. Os corretivos devem ser aplicados em 
área total antes do preparo do solo, no mínimo três meses antes do plantio. 
 
Preparo do Solo: O maracujazeiro adapta-se melhor aos solos areno-argilosos, 
profundos. Dependendo das condições químicas e físicas do solo, seu preparo 
poderá ser em área total ou mínimo, utilizando-se aração (20 cm de profundidade) e 
gradagem. Não havendo restrições químicas (teor elevado de alumínio ou baixa 
saturação por bases) e físicas (presença de compactação), o preparo poderá ocorrer 
em faixas, nas quais se revolve o solo apenas nas linhas de plantio, mantendo-se as 
entrelinhas vegetadas. 
 
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Em áreas que já apresentam condições adequadas de fertilidade e sem problema de 
compactação, não é necessário revolver nem mesmo as linhas de plantio, fazendo-
se, nesse caso, apenas um bom preparo da cova. 
Correção da acidez e fertilidade do solo: É uma prática cultural que deve ser 
realizada com base na análise química e física do solo, realizada antes da 
demarcação da área, identificando-se a textura do solo e o nível de fertilidade, para 
que se possa avaliar a necessidade de calagem e adubação. 
 
Abertura e enchimento de covas: Devem ser feitas covas com 40 cm de largura, 
40 cm de comprimento e 40 cm de profundidade. Ao fazer a cova, deve-se separar a 
terra, colocando a parte de cima para um lado e a de baixo de outro. A adubação 
deve ser feita na terra que foi retirada da parte de cima, que também é chamada de 
terra “gorda” e é mais rica em nutrientes. Essa terra, depois de adubada, deve ser 
colocada no fundo da cova, enquanto que a terra de cima deve ser usada apenas 
para completar a cova. Deve-se tomar o cuidado de não deixar formar uma bacia, 
pois o acúmulo de água no pé da planta pode aumentar o problema com fungos de 
solo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adubação de plantio (cobertura): A adubação deve ser feita de 30 a 60 dias antes 
do plantio e de acordo com o resultado da análise de solo. Na falta da análise de 
solo, pode ser usado: 
- 10 litros de esterco de curral ou 5 litros de cama de frango (curtidos) 
- 200g de calcário dolomítico; 
- 0,5kg de superfosfato simples; 
 
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- 0,5kg de termofosfato Yoorin master; 
- 100g de cloreto de potássio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Foto 06: Abertura da Cova Foto 07: Fechamento da Cova 
 
Sistema de condução: O sistema de condução mais utilizado para o maracujá 
azedo é o de espaldeira vertical, devendo ser construída com madeira de eucalipto 
tratado. Por ser uma trepadeira, a cultura necessita de um sistema de sustentação 
para que possa distribuir seus ramos e garantir uma maior produção. Recomenda-se 
por ser mais econômica e funcional a espaldeira vertical com um, dois ou três, fios 
de arame. Esse tipo de sustentação para fins práticos é assim descrito: 
 
• O comprimento da linha não deve ultrapassar 100 metros. 
• Nas cabeiras das linhas devem ser colocados mourões de madeira ou de concreto 
com, aproximadamente, 20 cm de diâmetro; 
• Entre os mourões, na linha, colocar estacas tipo de madeira, distanciadas 5 metros 
com, pelo menos, 10 cm de diâmetro; recomenda-se sempre colocá-las entre as 
plantas de maneira que o sistema radicular não venha a ser prejudicado. 
• Tantos os mourões quanto as estacas devem ter, no mínimo, 2,5 m de altura de 
modo que 0,5 metros fique enterrado e a distância entre a superfície do solo e o 
arame seja de 2,0 metros. 
 • O arame indicado é liso, ovalado, de aço galvanizado nº 10 ou 12. Em termos 
práticos, numa área de 100 m x 100 m (1 hectare) e considerando um espaçamento 
de 3,0 m x 5,0 m, gastam-se 646 estacas de 2,5 m tipo “pernamanca” e 68 mourões 
de 2,5 m. 
 
 
 
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Foto 06. Espaldeira vertical com um fio de arame. Fonte: Lima e Cunha (2004). 
 
 
 
Foto 07. Diferentes Sistemas de Condução de maracujazeiro 
 
 
 
 
 
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Foto 08. Esquema do Sistema de Condução em espaldeira, opções para instalação do 
palanque de cabeceira. 
 
 
 
 
Foto 09. Espaçamento entre 2,5 a 3,5 entre fileiras e 5 entre plantas 
 
 
 
 
 
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Plantio: O plantio das mudas no local definitivo deve ser feito quando elas estiverem 
com 20 a 30 cm de altura, tendo o cuidado de retirá-la do saquinho. Alguns cuidados 
devem ser tomados, no momento do plantio: 
 
• Evitar danos às mudas na etapa do transporte do viveiro para a área de plantio. 
• Manter as mudas mais eretas possível. 
• Em mudas de sacolas plásticas tomar cuidado para não quebrar o torrão. 
• Mudas aclimatadas, quando retiradas do viveiro, devem ser plantadas 
imediatamente. 
• Observar a condição da raiz pivotante nas mudas de sacos plásticos, cortando a 
que estiver enrolada ou defeituosa. 
• Deixar o colo da muda cerca de 5 cm acima do nível normal do solo. 
• Antes do plantio, regar as mudas. 
• É preferível plantar nas primeiras horas do dia ou ao entardecer, em dias 
nublados, evitando-se os horários mais quentes. 
 
 
 
Tutoramento: Por ser uma planta bastante flexível e sensível, surge a necessidade 
de tutorá-la para que alcance o sistema de sustentação (espaldeira). Por serem 
fáceis de encontrar e mais baratos, os fitilhos são bastante utilizados na região. 
Esses são presos a uma estaca de madeira fincada no solo ao lado da muda, 
envolvendo-a levemente, e amarrados no arame superior da espaldeira. Após a 
fixação da planta à espaldeira os fitilhos devem ser cortados para que não 
estrangulem as plantas 
 
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Adubação de cobertura: A adubação de cobertura visa ao fornecimento de 
nutrientes, principalmente nitrogênio e potássio, ao longo do desenvolvimento da 
planta e do período de produção. Os adubos devem ser colocados afastados de 15 
a 20 cm do pé da planta para evitar sua queima ou morte e devem ser incorporados 
para que ocorram menos perdas para o ambiente e melhor aproveitamento pela 
planta. 
 
Algumas as sugestões de dosagens de adubo para cada fase da planta, que podem 
ser alteradas de acordo com cada caso. 
 
 
Após 120 dias do plantio, as adubações continuam e a cada 45 dias devem-se 
colocar 100 g de sulfato de amônio e 50 g de cloreto de potássio por planta. 
 
Após o primeiro ano do plantio, é recomendável colocar, a cada ano, 3 a 5 litros de 
cama de frango curtida por cova. 
 
 
 
 
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Adubação foliar: Para suprir eventuais deficiências de micronutrientes, recomenda-
se fazer de 3 a 4 aplicações anuais, em pulverização, com 300 gramas de sulfato de 
zinco, 100 g de ácido bórico e 500 g de ureia para cada 100 litros de água. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Irrigação: O uso da irrigação é importante para obter boa produtividade, que deve 
ser feita preferencialmente por gotejamento, pois essa técnica fornece água na 
quantidade certa e não molha as folhas do maracujazeiro. Molhar as folhas das 
plantas aumenta a incidência de doenças. O mais comum é o uso de dois 
gotejadores por planta, inseridos um de cada lado do caule, a aproximadamente 20 
cm do mesmo. É bom lembrar que toda irrigação deve ter um projeto hidráulico 
elaborado por um técnico capacitado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Foto 10. Sistema de gotejamento com dois gotejadores por planta 
 
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Normalmente se utilizam dois gotejadores com vazão de 4 litros/hora por planta, 
posicionados nos dois lados da plantae a 30 cm do pé da planta adulta. Para 
dimensionamento do sistema, considerar o consumo máximo de 64 litros de água 
por planta a cada dois dias. 
O uso de plástico (filme mulching) junto com o sistema de irrigação por gotejamento 
pode economizar muito a água necessária para a irrigação do maracujá. 
 
 
Foto 11. O uso de plástico (filme mulching), sistema de gotejamento 
 
 
Fertirrigação: Caso seja utilizado o sistema de irrigação por gotejamento, pode-se 
substituir a adubação de cobertura pela fertirrigação. Neste caso pode-se usar 12,5 
g de ureia e 12,5 g de cloreto de potássio branco moído por planta por semana 
durante todo o ano. Sempre após esta aplicação, é aconselhável aplicar 5 g de ácido 
fosfórico por planta para fornecer fósforo ao maracujá e fazer a limpeza do sistema. 
 
 
 
 
 
 
 
 Foto 12,13,14. Sistema de Fertirrigação 
 
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Podas: As podas na cultura do maracujazeiro apresentam grande importância para 
a formação da planta e também para todo o ciclo produtivo. Quando realizada no 
início do cultivo, a poda tem por função de conduzir a planta de acordo com o 
sistema de condução utilizado. 
O maracujazeiro passa por dois tipos de podas: 
 
a) Poda de formação e condução: A poda de formação inicia-se a partir de 15 dias 
do plantio das mudas, eliminando os brotos laterais (desbrota), deixando apenas o 
ramo mais vigoroso que é tutorado com um fio de barbante ou fitilho até atingir o fio 
de arame. 
• Quando a planta ultrapassar o arame (cerca de 10 cm a 20 cm), o broto 
terminal deve ser eliminado (FIGURA A) para que seja forçada a brotação de 
ramos laterais que deverão ser direcionados para os dois lados do arame 
(FIGURA B). 
 
 
 
• Quando cada um desses ramos atingir a metade do espaçamento entre as 
plantas de ambos os lados, deve-se efetuar o desponte (Figura 2C) para que 
seja forçada a formação de ramos produtivos, isto é, ramos que ficam 
direcionados para o solo, formando as cortinas (Figura 2D). Esses ramos 
devem ficar livres para facilitar o arejamento e a penetração de luz. Os ramos 
produtivos (cortinas) devem ficar cerca de 30 cm acima do nível do solo para 
 
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que os frutos não sejam danificados, nem as plantas fiquem sujeitas a pragas 
e doenças. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) Poda de limpeza: A poda de limpeza consiste na eliminação de ramos secos, 
velhos, doentes e que não possuem gemas floríferas (ladrões). Além de permitir o 
arejamento, esse tipo de poda diminui o peso da massa vegetativa das plantas 
sobre as espaldeiras, aumentando sua vida útil. 
 
 
Foto 15. Cortina bem formada 
 
 
 
 
 
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Polinização: A flor do maracujá amarelo abre somente uma vez, e se fecha no final 
do dia, se não for polinizada, irá murchar e cair. Além disso, essa planta é 
autoincompatível, ou seja, não há pegamento de fruto quando a flor é polinizada 
com pólen da mesma planta. A polinização também não ocorre pela ação do vento, 
em razão do grande peso e viscosidade do grão de pólen. 
 
Polinização Natural: A polinização natural do maracujazeiro geralmente é feita por 
mamangavas, abelhas do gênero Xylocopa. Porém, a carência desses polinizadores 
nativos tem sido apontada como um dos fatores responsáveis pela baixa 
produtividade de frutos. 
 
 
Foto 16. Mangangava com o dorso repleto de pólen após visita à flor 
 
 
 
Polinização artificial: É Feita pelo homem com ou sem o auxílio de dedeiras de 
flanela, a polinização artificial deve ser efetuada por ocasião da abertura das flores, 
a qual ocorre com uma maior proporção no horário das 12h30 às 15h, podendo 
permanecer abertas até às 18h, dependendo das condições climáticas locais. O 
polinizador deve tocar os dedos nas anteras até que os mesmos fiquem com um 
grande volume de pólen (parte masculina da flor) e em seguida tocar levemente nos 
 
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três estigmas (parte feminina da flor) de outra flor. A seguir deve retirar o pólen desta 
flor e continuar a polinização consecutivamente. Para maior eficiência da 
polinização, o polinizador deve se locomover em “zigue-zague” entre as linhas de 
plantio, evitando efetuar a polinização em flores da mesma planta. 
 
 
Foto 17. Coleta do pólen 
 
 
Foto 18. Polinização 
 
 
Foto 19. Flor polinizada

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