Roteiro Atividade 2 - Direitos Humanos e Diversidade

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UNITPAC – Centro Universitário Tocantinense Presidente Antônio Carlos 
Matheus Batista Miranda
Curso de Direito
Raízes da Intolerância: Um Olhar sobre o Racismo Religioso 
Os conflitos religiosos são temas de debates constantes nos meios midiáticos. O que mais se ouve dizer é que ainda prevalece a intolerância em larga escala de uns contra outros. Muitos embates viram caso de polícia. Os envolvidos nos enfrentamentos abertos ou fechados parecem se esquecer da necessidade de respeito à diversidade cultural e religiosa.
Por isso, a intolerância, sobretudo a religiosa, trata-se de um tema que se apresenta como necessário e urgente e por estar vinculada às áreas humanas, precisa ser analisada e refletida sob a percepção da ciência, pois só através dessa é possível refletir socialmente sobre o contexto estudado. É um assunto de interesse público e está inserida em diversas áreas humanas; portanto, trazer o debate sobre a intolerância religiosa, sob a percepção da ciência, nos leva a revelar a diferença entre tolerância e intolerância e assim, nos traz reflexões sociais dos contextos estudados.
Observar a amplitude da intolerância no Brasil é uma forma de promover a reflexões em torno da tolerância e ressaltar a sua importância em qualquer acontecimento da vida e também no ambiente escolar.
Apesar dos vários acontecimentos de intolerância religiosa ocorridos no Brasil serem corriqueiros, é importante ressaltar que ainda prevalece a ideia de que há a tolerância entre as crenças. Na atualidade, o que se percebe é que grupos dominantes ainda são os que mais praticam a intolerância, como é o caso dos ataques constantes por parte dos neopentecostais – grupo religioso que exerce forte influência sobre grande parte da sociedade.
A intolerância e o racismo religioso podem ser motivados por uma série de fatores, muitos dos quais estão enraizados em questões históricas, culturais e sociais. Algumas das possíveis causas que levam a esses comportamentos incluem:
1 Ignorância e falta de educação, a falta de compreensão e conhecimento sobre diferentes crenças e práticas religiosas pode levar à intolerância. Quando as pessoas não têm familiaridade com uma determinada religião, é mais provável que recorram a estereótipos e preconceitos; 2 Mensagens de ódio e preconceito, discursos de ódio disseminados por indivíduos, grupos ou até mesmo por figuras de autoridade podem contribuir para a perpetuação da intolerância e do racismo religioso; 3 Conflitos históricos, em muitos casos, conflitos históricos entre diferentes grupos étnicos ou religiosos podem resultar em ressentimentos duradouros e perpetuar atitudes intolerantes; 4 Falta de diálogo inter-religioso, a ausência de diálogo construtivo entre diferentes comunidades religiosas pode levar a mal-entendidos, desconfiança mútua e, consequentemente, à intolerância; 5 Extremismo e fundamentalismo, grupos extremistas que interpretam erroneamente as doutrinas religiosas podem promover a discriminação e o ódio em relação a outros grupos religiosos; 6 Influência política e social, em alguns contextos, políticas discriminatórias ou estruturas sociais que privilegiam determinadas religiões ou grupos étnicos podem alimentar atitudes racistas ou intolerantes em relação a outros; 7. Medo do desconhecido, o medo do desconhecido pode levar as pessoas a rejeitarem ou discriminarem aqueles que praticam uma religião diferente da sua própria.
É importante reconhecer que essas causas são complexas e inter-relacionadas, e que combatê-las requer esforços coletivos em níveis educacionais, institucionais e sociais. Promover a educação intercultural, o diálogo respeitoso entre as diferentes comunidades religiosas e o combate ativo ao discurso de ódio são passos fundamentais para enfrentar a intolerância e o racismo religioso em nossas sociedades.
A distinção entre intolerância religiosa e racismo religioso reside nas motivações e manifestações desses comportamentos discriminatórios.
Intolerância religiosa: Refere-se à falta de aceitação ou respeito por crenças, práticas ou indivíduos associados a uma religião diferente da própria. Isso pode se manifestar por meio de preconceitos, estereótipos, discriminação ou hostilidade em relação a pessoas de outras crenças religiosas.
Racismo religioso: Envolve a discriminação ou preconceito direcionado a indivíduos com base em sua afiliação religiosa específica, muitas vezes em conjunto com sua origem étnica ou racial. Nesse caso, as atitudes discriminatórias são motivadas pela associação da identidade religiosa com características étnicas ou raciais percebidas como inferiores.
Em resumo, enquanto a intolerância religiosa se concentra na rejeição das crenças e práticas religiosas diferentes das próprias, o racismo religioso incorpora preconceitos étnicos ou raciais específicos dentro do contexto das diferenças religiosas. Ambos os fenômenos são prejudiciais e devem ser combatidos para promover sociedades mais inclusivas e respeitosas.
Promover a paz entre pessoas de religiões diferentes requer esforços coletivos e ações concretas que visem construir pontes, fomentar o diálogo e cultivar o respeito mútuo. Aqui estão algumas ações que podem ajudar nesse sentido: Educação intercultural e religiosa: Incentivar programas educacionais que promovam a compreensão das diferentes tradições religiosas e culturais, desde a escola primária até o ensino superior. Isso pode incluir estudos comparativos de religiões, história das religiões e atividades interculturais; Diálogo inter-religioso: Facilitar espaços para o diálogo aberto e respeitoso entre líderes religiosos e membros das comunidades, promovendo a compreensão mútua, a resolução de conflitos e a colaboração em projetos sociais; Campanhas de conscientização: Realizar campanhas públicas que abordem os preconceitos e estereótipos relacionados a diferentes religiões, destacando os valores comuns de paz, compaixão e solidariedade presentes em muitas tradições religiosas; Iniciativas comunitárias: Apoiar projetos comunitários que reúnam pessoas de diferentes origens religiosas para colaborar em causas sociais, como ajuda humanitária, preservação ambiental e promoção da saúde; Treinamento em mediação e resolução de conflitos: Oferecer programas de treinamento em habilidades de comunicação não violenta, mediação e resolução pacífica de conflitos, capacitando líderes comunitários e religiosos a atuarem como mediadores em situações de tensão; Promoção da igualdade e justiça social: Trabalhar para combater as desigualdades sociais e promover políticas que garantam direitos iguais para todos, independentemente da afiliação religiosa.
Essas ações podem contribuir para criar um ambiente propício à convivência pacífica entre pessoas de diferentes religiões, fortalecendo laços de compreensão mútua e solidariedade em nossas comunidades.
Referencias:
https://www.fundobrasil.org.br/blog/intolerancia-religiosa-quando-o-odio-agride-a-fe/ 
https://pe.unit.br/blog/noticias/intolerancia-religiosa-o-que-e-e-como-combater/ 
https://www.unaerp.br/revista-cientifica-integrada/edicoes-anteriores/volume-3-edicao-4/2982-rci-intolerancia-religiosa-no-brasil-de-acordo-com-a-constituicao-federal-de-1988-06-2018/file 
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/intolerancia-religiosa.htm 
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