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REVISÃO P2 - TEORIA GERAL DO PROCESSO II
Matéria da Prova:
➔ Litisconsórcio;
➔ Intervenção de Terceiros (Chamamento ao Processo, Denunciação, Amicus Curiae,
Desconsideração da PJ, Assistência Simples e Litisconsorcial);
➔ Atos Processual x Negócios Jurídicos Processuais x Fatos Processuais;
➔ Forma, lugar e tempo dos atos processuais;
➔ Atos das Partes e Atos dos Juízes;
➔ Atos de Comunicação Processual;
➔ Nulidade dos Atos Processuais;
➔ Prazo Processual;
➔ Objeto do Processo: Questões Prévias e Preliminares.
1. COMPETÊNCIA
Conceito: Consiste no critério de Delimitação da Jurisdição.
● Critério de delimitação do exercício da jurisdição entre os órgãos decisórios. Qual
órgão, no caso concreto, tem autorização para decidir sobre aquela lide.
- Cada juiz incumbido de jurisdição a exerce nos limites da sua competência,
contudo, ela é una.
● Pressuposto processual de validade do processo, sendo certo que sua
não-observância acarreta na nulidade.
Determinação (critérios):
i) Competência de Jurisdição Nacional: Se litiga, normalmente, no Brasil, os bens e
pessoas aqui existentes. Contudo, existem as exceções relativas à internacionais (Art. 21,
22 e 23 do CPC )
“Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as
ações em que: (Competência concorrente)
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no
Brasil;
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada
no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou
sucursal.”
“ Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar
as ações: (Competência concorrente)
I - de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de
bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos;
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver
domicílio ou residência no Brasil;
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição
nacional.”
“Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de
qualquer outra: c/c Artigo 964 do CPC (Competência exclusiva)
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de
testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil,
ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha
domicílio fora do território nacional;
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder
à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de
nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.”
a) Competência Internacional:
● Competência exclusiva - Não é reconhecida a eficácia de decisão estrangeira.
● Competência concorrente - É possível reconhecer a validade ou eficácia da
decisão estrangeira por meio da homologação (Art. 964 do CPC).
ii) Competência Originária: Devo ajuizar ação direto em Tribunal Superior? (STF – Art.
102 da CF – ou STJ – Art. 105 da CF)
iii) Competência Justiça: Qual o ramo da justiça competente para julgar a causa? A
militar, federal, eleitoral, comum, do trabalho? (Constituição Federal).
iv) Competência de Foro: Em qual local devo demandar? (Reguladas pelo CPC). A regra
comum é que o foro deve ser o do domicílio do réu.
● Foro significa a comarca, seção judiciária.
● Competência territorial.
v) Competência de Juízo: Se inicia na 1ª instância ou diretamente no Tribunal de Justiça?
vi) Competência recursal: Quem revisa a decisão proferida?
Espécies:
ABSOLUTA – Definida pelo legislador em razão do interesse da melhor prestação
jurisdicional. As partes não podem alterar por sua vontade própria.
● Em razão da Pessoa: A presença de determinada pessoa, física ou jurídica,
determina a competência. ex: Competência da Justiça Federal quando
houver Ente Federal.
● Em razão da Matéria;
● Em razão da função:
O juiz pode à qualquer tempo declarar vício de competência absoluta ex officio. Há
possibilidade de ocorrer ação rescisória (Art. 966) caso não se declare o vício existente.
“Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida
quando: (...)
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente
incompetente;”
RELATIVA: Definida pelo legislador em razão do interesse de benefício das
partes, ou seja, no melhor para as partes. Elas podem alterar por sua vontade
própria.
● Em razão do território:
● Em razão do valor da causa.
Caso ocorra vício de competência relativa e a outra parte não o acuse na contestação, o
juiz não pode reconhecer ex officio. Assim, caso nada seja falado pela parte, aquele direito
de reclamar preclui e o juízo passa a se tornar competente.
1. 1. COMPETÊNCIA DE FORO.
A competência de foro é uma das espécies que em caso de inobservância acarreta em
incompetência relativa.
● Em alguns momentos, por força da lei, pode ser considerada absoluta.
● É ela quem determina para qual comarca a petição inicial deverá ser endereçada.
Onde a ação deve ser ajuizada?
b) Competência Interna - Brasileira:
“Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua
competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei.”
● Princípio da Perpetuatio Jurisdiciones:
Uma vez fixada a competência em órgão jurisdicional, as alterações de fato que
possam vir a acontecer não acarretam o deslocamento da competência. A
competência é fixada no momento inicial da ação, independente de fatos futuros (há
exceções).
“Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da
distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do
estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando
suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta.”
Ex.: Regra da Previsibilidade e Segurança - A competência inicial era do domicílio
da ré (São Gonçalo) e no meio do processo ela se mudou para Rio de Janeiro. A
competência permanecerá em São Gonçalo.
Casos em que há o deslocamento da competência:
Questão da Prova: Discorra sobre o princípio da competência – competência e sua
relação com a jurisdição arbitral.
● O Princípio da Competência-Competência está previsto no Art. 8º da Lei de
Arbitragem: “Parágrafo único. Caberá ao árbitro decidir de ofício, ou por
provocação das partes, as questões acerca da existência, validade e eficácia
da convenção de arbitragem e do contrato que contenha a cláusula
compromissória.”
O árbitro, em caso de dúvida quanto à sua competência, deverá ser o
primeiro a se manifestar, mesmo que se haja dúvidas quanto à cláusula
compromissória do contrato, ele deve ser consultado antes mesmo do
judiciário, em primeira mão.
i) Suprimirem órgão judiciário: Fechamento da vara em que a ação tramitava;
ii) Alteração da Competência Absoluta: Ação de direito do consumidor foi
ajuizada em vara cível por apenas haver esse juízo na comarca, no entanto,
com ato do Tribunal de Justiça foi criada Vara especializada em Relação de
Consumidor. A competência em razão da matéria e portanto, absoluta, será
deslocada para a Vara de Relações de Consumo.
Regra Geral da Competência Territorial
“Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens
móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
§ 1º Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer
deles.
§ 2º Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser
demandado onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor.
§ 3º Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será
proposta no foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do
Brasil, a ação será proposta em qualquer foro.
§ 4º Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão
demandados no forode qualquer deles, à escolha do autor.
§ 5º A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua
residência ou no do lugar onde for encontrado. “
● É aplicada apenas aos BENS MÓVEIS!
- Há diversas exceções - Foros Especiais: Visam proteger a parte menos
favorecida na ação. (Ex. O autor da ação de alimentos, a criança, tem foro
especial para ajuizar a ação no local de seu domicílio).
● São regras dispositivas e de competência relativa.
- Se o réu na contestação não arguir a incompetência do juízo, haverá
modificação voluntária por sua omissão, tornando o juízo plenamente
competente.
Caso do Direito Real sobre Imóvel:
“Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente
o foro de situação da coisa.
§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição
se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão,
divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
§ 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da
coisa, cujo juízo tem competência absoluta.”
Foro Especial:
Caso o foro especial privilegie o autor, o réu não poderá argumentar a incompetência
relativa.
- No entanto, caso o autor abandone o foro especial e este privilegie o réu, este
poderá arguir a incompetência relativa.
“Art. 53. É competente o foro:
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e
reconhecimento ou dissolução de união estável:
a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo
domicílio do casal;
d) de domicílio da vítima de violência doméstica e familiar, nos termos
da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha);
(Incluída pela Lei nº 13.894, de 2019)
II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem
alimentos;
III - do lugar:
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica;
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a
pessoa jurídica contraiu;
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade
ou associação sem personalidade jurídica;
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe
exigir o cumprimento;
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito
previsto no respectivo estatuto;
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de
reparação de dano por ato praticado em razão do ofício;
IV - do lugar do ato ou fato para a ação:
a) de reparação de dano;
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios;
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art2
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de
dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive
aeronaves.”
1.2. MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA
I. Modificação Legal:
“Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela
continência, observado o disposto nesta Seção.”
- A modificação da competência se dá para que não ocorram decisões contraditórias.
a) Conexão:
“Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for
comum o pedido ou a causa de pedir.
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta,
salvo se um deles já houver sido sentenciado.
§ 2º Aplica-se o disposto no caput :
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa
ao mesmo ato jurídico;
II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.
§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam
gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso
decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.”
● As ações serão julgadas em conjunto por apenas um juízo competente. Contudo, as
ações serão individuais e com partes diferentes.
Possível Questão da Prova: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA.
MUDANÇA DE DOMICÍLIO NO CURSO DA AÇÃO DE ALIMENTOS.
RELAÇÃO JURÍDICA CONTINUATIVA. PERMEABILIDADE A FATOS
SUPERVENIENTES. MENOR HIPOSSUFICIENTE. INTERESSE
PREPONDERANTE DESTES. MITIGAÇÃO DO PRINCÍPIO DA
PERPETUATIO JURISDICTIONIS (ART. 87 DO CPC) - (STJ - CC: 114461
SP 2010/0186742-0, Relator: Ministro RAUL ARAÚJO, Data de Julgamento:
27/06/2012, S2 - SEGUNDA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 10/08/2012)
- As ações conexas serão reunidas no juízo prevento estabelecido pela Lei. O
juízo prevento será o da primeira ação distribuída.
● Ex: Um acidente de trem da SUPERVIA gera diversas ações individuais
indenizatórias.
a) Causa de Pedir - O acidente.
b) Pedido - Condenação.
Em todas as ações será necessário decidir se há responsabilidade da Supervia para
poder sentenciar, portanto, o legislador permite a reunião desses processos em um
único juízo para que não ocorram decisões contraditórias. NÃO É
LITISCONSÓRCIO, OS PROCESSOS CONTINUARÃO A SER DIFERENTES.
● Quem solicita a conexão é o réu, no entanto, o juiz pode reconhecer de ofício.
- Somente pode ocorrer em casos não sentenciados.
b) Continência:
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando
houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido
de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais.
II. Modificação Voluntária:
Ocorre por vontade das partes.
a) Inércia da Parte - Prorrogação:
● Quando a outra parte deixa de alegar a incompetência relativa.
b) Foro de Eleição – Derrogação:
“Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do
valor e do território,elegendo foro onde será proposta ação oriunda
de direitos e obrigações.”
● Cláusula de Eleição de Foro.
1.3. CONFLITO DE COMPETÊNCIA
Positivo - Vários juízos se declaram competentes para julgar um mesmo processo.
Negativo – Vários juízos se declaram incompetentes para julgar uma mesma questão.
O conflito de competência será julgado pelo STF nos casos em que envolver algum
Tribunal Superior como um dos Conflitantes.
- Ex. Tribunal x Tribunal Superior.
O Tribunal julgará o conflito de competência entre juízes vinculados à si.
- O TRF julgará o conflito entre juiz federal e estadual.
1.4. COOPERAÇÃO NACIONAL.
“Art. 67. Aos órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal, especializado
ou comum, em todas as instâncias e graus de jurisdição, inclusive aos
tribunais superiores, incumbe o dever de recíproca cooperação, por meio de
seus magistrados e servidores.”
● Os órgãos judiciários devem colaborar uns com os outros para produção de atos
processuais específicos a fim de promover a eficiência da prestação jurisdicional e
concretizar os postulados processuais, como a cooperação, adequação e duração
razoável do processo.
2. LITISCONSÓRCIO.
É a pluralidade de partes em uma relação processual, em qualquer um dos polos, que se dá
de forma facultativa ou necessária.
· Dois ou mais autores (ativo);
· Dois ou mais réus (passivo);
· Dois ou mais autores e dois ou mais réus ao mesmo tempo (misto).
OBS: Havendo muitas pessoas afetadas e sendo o objeto de relevante valor social, o
instrumento adequado a provocar a jurisdição será a ação coletiva (e não o litisconsórcio).
“Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em
conjunto, ativa ou passivamente, quando:
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações
relativamente à lide;
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.”
Momento de Formação:
1) Inicial - O processo já se inicia com um litisconsórcio.
2) Ulterior - O litisconsórcio é formado durante o processo. (Sucessão, intervenção de
terceiro ou continência/conexão)
Litisconsórcio Necessário:
Art. 114 do CPC – “O litisconsórcio será necessário por disposição de lei
ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da
sentença depender da citação de todos que devam ser
litisconsortes.”
● A relação de DireitoMaterial é una e indivisível.
● Ou ocorre por força da lei.
Litisconsórcio Facultativo:
● As partes legítimas que integram os pólos ativo ou passivo da lide podem ou
não ingressarem com o processo juntos.
● Há uma mera relação de afinidade.
Regime de Tratamento:
O juiz é obrigado a decidir de modo uniforme ou não?
· Unitário – Deve decidir de modo uniforme para as múltiplas partes.
- Natureza indivisível do Direito Material.
● Quase todo litisconsórcio unitário, em razão da natureza da relação jurídica,
será também necessário.
★ Exceção: Litisconsórcio Facultativo Unitário – Abrandamento
para permitir o acesso à justiça. / Caso do condomínio -
herança.
· Simples – Não é obrigado a decidir de modo uniforme para as múltiplas partes.
● Litisconsórcio necessário poderá ser simples por força da Lei.
Litisconsórcio Facultativo Multitudinário:
● Existe uma multidão de autores. Uma vez que se trata de facultativo, o juiz
pode determinar o desmembramento da ação em vários para que facilite a
tramitação.
Consequências à violação do litisconsórcio:
“Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do
contraditório, será:
I - nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam
ter integrado o processo; (litisconsórcio necessário unitário)
II - ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados.”
(litisconsórcio necessário simples)”
a) Autonomia Litisconsorcial (Litisconsórcio Simples) – “Art. 117. Os litisconsortes serão
considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos,
exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não
prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar.”
● A sentença é válida e eficaz ao litisconsorte devidamente citado.
● A atitude de um não prejudica nem beneficia o outro.
b) Dependência Litisconsorcial (Litisconsórcio Unitário) - “Art. 117. Os litisconsortes
serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes
distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um
não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar.”
● Não prejudica, mas beneficia.
● A nulidade é absoluta e pode ser alegada a qualquer tempo, inclusive
após o trânsito em julgado.
OBS: Prazo em dobro quando os autos forem físicos e os litisconsortes tiverem advogados
distintos. (Art. 229 CPC).
Possível Questão da Prova:
● Querela Nullitatis - Ação Judicial Declaratória de que um ato ou decisão é inválida
por vício referente à sua existência ou validade, se baseando na demonstração do
vício insanável que danifica a coisa julgada e afeta o processo como um todo.
(busca demonstrar que a sentença é inexistente em razão de um defeito
pré-concebido que contaminou todos os atos processuais)
EXEMPLOS DE LITISCONSÓRCIOS
FACULTATIVO UNITÁRIO - Caso do Bem em Condomínio.
FACULTATIVO SIMPLES - Ação Indenizatória.
NECESSÁRIO UNITÁRIO - Dissolução e Liquidação Comercial, Ação de Dissolução de
Casamento imposta pelo MP (Art. 1549 do C.C)
NECESSÁRIO SIMPLES - Caso da ação de divisão e demarcação de terras.
3. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS.
A intervenção de terceiro pode correr de forma voluntária, ou seja, por própria
iniciativa do terceiro (como no caso da assistência) ou de forma provocada, em que o
terceiro é chamado para fazer parte da relação processual por uma das partes (como no
caso de devedores solidários).
● Ad Coadjuvandum – O terceiro permanece na relação processual como um terceiro
coadjuvante.
● Ad Excludendum – O terceiro ingressa na relação processual excluindo ou
prejudicando a relação dos demais.
a) Assistência.
“Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro
juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a uma
delas poderá intervir no processo para assisti-la.
Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e
em todos os graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no
estado em que se encontre.”
“Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o
pedido do assistente será deferido, salvo se for caso de rejeição liminar.
Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse
jurídico para intervir, o juiz decidirá o incidente, sem suspensão do
processo.”
Exemplo de assistência simples - Caso do sublocatário que é assistente na ação de despejo
entre locador e locatário.
b) Denunciação da Lide.
É o ajuizamento antecipado de uma ação regressiva eventual facultativa no mesmo
processo em que se discute o prejuízo.
● Ação de cobrança de um prejuízo que posso sofrer.
● Tramita a ação de indenização e a denunciação da lide concomitantemente no
mesmo processo para fins de economia processual.
- Ex: Schenk possui um carro com seguro, sofre um acidente e causa um
engavetamento de outros automóveis. Os donos dos outros automóveis
ajuízam uma ação de indenização em face de Schenk. Ao ser citado na
ação, ele pode denunciar a lide à seguradora para que já seja citada no
processo e possa regressar o valor a ser eventualmente pago por ele.
Características:
a) Ação Facultativa;
b) Eventual;
c) Regressiva.
➢ A Denunciação da lide apenas será julgada a partir do momento que saia a
condenação na ação indenizatória.
Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz
passará ao julgamento da denunciação da lide.
Quando devo denunciar a lide?
● Inicial (Art. 127 do CPC): Ex. – Ação reivindicatória em caso de evicção;
● Contestação (Art. 128 do CPC).
Cabimento:
● Art. 125 do CPC.
“Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por
qualquer das partes:
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio
foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos
que da evicção lhe resultam;
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar,
em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.”
● Art. 10 da Lei 9099/95
Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de
intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o
litisconsórcio.
● Art. 88 do CDC – Não cabe em relações de consumo.
- Nos casos em que for contrato de seguro mas a relação é de
consumo, não se chamará denunciação, e sim chamamento ao
processo.
➢ É vedada a “Denunciação Per Saltum” – Art. 125, I
- Posso denunciar ao alienante imediato;
- O alienante imediato pode fazer uma denunciação sucessivo – Art.
125, §2º
125, §2º: “Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo
denunciado, contra seu antecessor imediato na cadeia dominial ou quem
seja responsável por indenizá-lo, não podendo o denunciado sucessivo
promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de
regresso será exercido por ação autônoma.”
Atenção: Se o réu for revel, não pode mais denunciar a lide. Somente poderá
fazê-la em ação autônoma.
● A ação autônoma não se chamará denunciação da lide.
c) Chamamento ao Processo.
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo
réu:
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu;
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns
deles;
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um
ou de alguns o pagamento da dívida comum.
● Art. 10 da Lei 9099/95
Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção
de terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o litisconsórcio.
➢ Por se tratar de faculdade do réu, não pode ocorrer de ofício.
- Apresentada na contestação.
- O chamamento ao processo visa inclusão de devedor principal ou coobrigado
à integrar o polo passivo da mesma relação jurídica, a fim de que seja
alcançado pela sentença judicial.
● É a mesma relação de direito material.
● Cabível apenas nos processos de conhecimento.
➢ A sentença funcionará como título executivo ao réu que satisfizer a dívida:
Art. 132. A sentença de procedência valerá como título executivo em
favor do réu que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por
inteiro, do devedor principal,ou, de cada um dos codevedores, a sua
quota, na proporção que lhes tocar.
d) Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica.
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do
processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução
fundada em título executivo extrajudicial.
➢ Não pode ser instaurado de ofício, apenas à requerimento da parte ou do MP.
➢ O incidente pode tramitar no mesmo processo (inicial) ou tramitar em apenso ao
processo principal (incidental).
● No caso de inicial, o incidente será resolvido por decisão interlocutória,
passível de recurso.
● É cabível no JEC.
➢ Os objetivos processuais da desconsideração da PJ são a garantia do
contraditório e da ampla defesa.
TEORIA MENOR
Art. 1.698 do C.C. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em
condições de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau
imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer
na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as
demais ser chamadas a integrar a lide.
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade
quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de
poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato
social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência,
estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica
provocados por má administração.
(...)
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua
personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos
causados aos consumidores.
A desconsideração se dá pela simples comprovação do estado de insolvência.
● Nas lides consumeristas e de Direito Ambiental admite-se a adoção da teoria menor
da desconsideração.
- Basta a comprovação de insolvência.
TEORIA MAIOR
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo
desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a
requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no
processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas
relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de
administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou
indiretamente pelo abuso.
➢ É necessária a existência dos requisitos subjetivos estabelecidos pelo código
(desvio de finalidade ou confusão patrimonial), sendo insuficiente a mera
comprovação de insolvência da pessoa jurídica (requisito objetivo).
Desconsideração Inversa da PJ
A desconsideração inversa da personalidade jurídica caracteriza-se pelo afastamento da
autonomia patrimonial da sociedade, para, contrariamente do que ocorre na
desconsideração da personalidade propriamente dita, atingir o ente coletivo e seu
patrimônio social, de modo a responsabilizar a pessoa jurídica por obrigações do sócio
controlador. (RESP 948.117/MS - STJ)
e) Amicus Curiae. - O “amigo da corte”.
“Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a
especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da
controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento
das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a
participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada,
com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua
intimação.
§ 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de
competência nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a
oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3º.
§ 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a
intervenção, definir os poderes do amicus curiae .
§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de
resolução de demandas repetitivas.”
Requisitos:
- Deve tratar-se de demanda complexa, repercussão da matéria ou tema específico.
- O amicus curiae deve ser pessoa natural ou jurídica com legítimo interesse para debater a
causa.
Formas de Ingresso na ação:
● De ofício – Por requerimento do relator do caso.
● À pedido – Por requerimento espontâneo do amicus curiae.
OBS: O amicus curiae pode ingressar na relação a qualquer momento, até o momento de
indicação do relator para inclusão dos autos em pauta. (entendimento do STJ e STF)
- O amicus curiae não pode opor recursos, salvo Embargos Declaratórios ou recursos
em face de decisões de Incidentes de Resolução de Demandas Repetitivas.
f) Intervenção Anômala da União Federal.
Art. 5º A União poderá intervir nas causas em que figurarem, como autoras
ou rés, autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e
empresas públicas federais.
Parágrafo único. As pessoas jurídicas de direito público poderão, nas causas
cuja decisão possa ter reflexos, ainda que indiretos, de natureza econômica,
intervir, independentemente da demonstração de interesse jurídico, para
esclarecer questões de fato e de direito, podendo juntar documentos e
memoriais reputados úteis ao exame da matéria e, se for o caso, recorrer,
hipótese em que, para fins de deslocamento de competência, serão
consideradas partes.
4. ATOS PROCESSUAIS
FATOS PROCESSUAIS
Constituem fatos processuais os eventos
externos à vontade das partes que é capaz
de interferir na relação processual. Ex. Uma
das partes atinge 65 anos, idade
preferencial.
ATOS PROCESSUAIS
Atos volitivos das partes que geram efeitos
na relação processual. Ex. Ato processual
da contestação ou do recurso.
● Princípio da Unidade Teleológica
- Todos os atos processuais tem por
objetivo viabilizar o exercício da
tutela jurisdicional.
● Interdependência - Um ato
processual decorre de outro ato
processual e assim
sucessivamente.
NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS
Os negócios jurídicos processuais são convencionados pelas partes e amplamente
estimulados pelo CPC de 2015. São exemplos de NJP o Foro de Eleição ou a Cláusula
de Arbitragem.
● Os negócios jurídicos processuais devem respeitar o limite da ordem pública.
Ex: As partes podem alterar competência relativa mas não o podem fazer com a
competência absoluta ou as partes podem estipular previamente as provas que
produzirão no processo, mas não podem incluir provas ilícitas.
● Requisitos de Validade: Capacidade civil, ausência de vulnerabilidade, forma
livre e objeto lícito.
● Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é
lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para
ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus,
poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das
convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos
de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma
parte se encontrem manifesta situação de vulnerabilidade.
“Ato de auto regulação dos próprios interesses em que as partes ajustam entre si modos
como o processo e os procedimentos se realizarão, afastando-se das regras abstratas da
lei e configurando um novo regramento concreto.” - Cândido Dinamarco.
Classificações:
i) Unilateral: Apenas uma das partes precisa se manifestar para concretizar. Ex:
Desistência de recurso.
ii) Plurilateral: Ambas as partes precisam se manifestar para que se concretize. Ex:
Substituição de uma das partes por alienação do objeto em questão.
iii) Prévio: Convencionado anteriormente pelas partes. Ex: Cláusula de Convenção de
Arbitragem.
iv) Incidental: Convencionado pelas partes durante o curso do processo. Ex: Acordo a
ser firmado em meio ao processo.
➢ O juiz e as partes podem fixar calendário processual a ser seguido, que vinculará a
todos:
Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a
prática dos atos processuais, quando for o caso.
§ 1º O calendário vincula as partes e o juiz,e os prazos nele previstos
somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente
justificados.
§ 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou
a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário.
4.1.1. FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS.
Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma
determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se
válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade
essencial.
Como se praticam os atos processuais? - Os atos processuais são instrumentais.
- Os atos são livres, exceto os que possuem natureza solene, de modo com que
devem seguir os elementos indicados pela lei.
● Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato
se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.
➢ Princípios:
i) Liberdade:
● Art. 139, VI – O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código,
incumbindo-lhe: (...) VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção
dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir
maior efetividade à tutela do direito;
● Art. 277 - Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato
se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.
ii) Documentação: Os atos devem ser documentados.
● Art. 152, V - Incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria: (...) V - fornecer
certidão de qualquer ato ou termo do processo, independentemente de despacho,
observadas as disposições referentes ao segredo de justiça;
● Art. 192 - Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso da língua
portuguesa.
Parágrafo único. O documento redigido em língua estrangeira somente poderá ser
juntado aos autos quando acompanhado de versão para a língua portuguesa
tramitada por via diplomática ou pela autoridade central, ou firmada por tradutor
juramentado.
● Art. 288 - O juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, corrigirá o erro ou
compensará a falta de distribuição.
iii) Publicidade:
● Art. 11 - Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
● Art. 189 - Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça
os processos: (...)
● Art. 5º LX e 93 IX da Constituição Federal.
● Art. 143 do ECA
● Art. 11, §6º da Lei 11419/06
4.1.2. LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS.
Art. 217. Os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na sede do
juízo, ou, excepcionalmente, em outro lugar em razão de deferência, de
interesse da justiça, da natureza do ato ou de obstáculo arguido pelo
interessado e acolhido pelo juiz.
Exemplo de Deferência: Ministro de Estado pode prestar depoimento no local em que
exerce sua profissão.
4.1.3. TEMPO DOS ATOS PROCESSUAIS.
“Art. 212. Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis) às
20 (vinte) horas.
§ 1º Serão concluídos após as 20 (vinte) horas os atos iniciados antes,
quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano.
§ 2º Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e
penhoras poderão realizar-se no período de férias forenses, onde as houver,
e nos feriados ou dias úteis fora do horário estabelecido neste artigo,
observado o disposto no art. 5º, inciso XI, da Constituição Federal .
§ 3º Quando o ato tiver de ser praticado por meio de petição em autos não
eletrônicos, essa deverá ser protocolada no horário de funcionamento do
fórum ou tribunal, conforme o disposto na lei de organização judiciária local.”
“Art. 213. A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em qualquer
horário até as 24 (vinte e quatro) horas do último dia do prazo.
Parágrafo único. O horário vigente no juízo perante o qual o ato deve ser
praticado será considerado para fins de atendimento do prazo.”
“Art. 214. Durante as férias forenses e nos feriados, não se praticarão atos
processuais, excetuando-se:
I - os atos previstos no art. 212, § 2º ;
II - a tutela de urgência.”
➢ Quando o ato for físico, deverá ser cometido na sede do juízo no horário entre 6h e
20h.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art5xi
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art212%C2%A72
SUSPENSÃO DE PRAZO:
● Suspendido o prazo, a contagem
fica travada e ao final volta a contar
de onde parou.
INTERRUPÇÃO DE PRAZO:
● Interrompido o prazo, a contagem
recomeça do zero.
O que é o prazo processual?
É a janela de tempo entre o termo inicial e o termo final para que se pratique o ato
processual.
● Prazo é diferente de termo - Termo é apenas a unidade específica do tempo.
● Classificação dos prazos processuais:
- Quanto à origem:
a) Legal - Estabelecido por lei.
Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei.
§ 1º Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em consideração
à complexidade do ato.
§ 2º Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente
obrigarão a comparecimento após decorridas 48 (quarenta e oito) horas.
§ 3º Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5
(cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte.
§ 4º Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do
prazo.
b) Judiciais - Estabelecidos pelo juiz nos casos em que lei for omissa, ou
quando necessária prorrogação.
c) Convencionais - Estabelecidos pelas partes em comum acordo. (Art.
190 do CPC).
- Quanto à obrigatoriedade:
a) Dilatório ou Impróprio - A não observância não acarreta em prejuízos
processuais. Ex: Prazo para o juiz proferir decisão.
b) Peremptório ou Próprio - A não observância acarreta em prejuízos
processuais (preclusão). Ex: Prazo para requerer produção de
provas, prazo para citação.
● Art. 222, § 1º Ao juiz é vedado reduzir prazos peremptórios sem
anuência das partes
- Quanto às partes:
a) Prazo Comum: Prazo para que ambas as partes pratiquem um ato
processual.
b) Prazo Individual: Prazo para que apenas uma das partes pratique um
ato processual.
c) Prazo Especial: Prazo especial devido à qualidade da pessoa que o
deva praticar.
● Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para
manifestar-se nos autos, que terá início a partir de sua intimação
pessoal, nos termos do art. 183, § 1º .
Contagem do Prazo Processual:
Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados
excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento.
§ 1º Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o
primeiro dia útil seguinte, se coincidirem com dia em que o expediente
forense for encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou
houver indisponibilidade da comunicação eletrônica.
§ 2º Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte
ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico.
§ 3º A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que seguir ao
da publicação.
Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo
do prazo:
I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a
citação ou a intimação for pelo correio;
II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação
ou a intimação for por oficial de justiça;
III - a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der
por ato do escrivão ou do chefe de secretaria;
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art183%C2%A71
IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação
ou a intimação for por edital;
V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou
ao término do prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a
intimação for eletrônica;
VI - a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não
havendo esse, a data de juntada da carta aos autos de origem devidamente
cumprida, quando a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de
carta;VII - a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da
Justiça impresso ou eletrônico;
VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos
autos, em carga, do cartório ou da secretaria.
➢ Necessário diferenciar o dia do começo do dia da contagem.
● O dia do começo se dá em conformidade ao Art. 232 do CPC;
● O dia inicial da contagem do prazo se dará no primeiro dia útil seguinte ao
dia do começo estipulado pelo Art. 232.
Ex: Foi disponibilizada a intimação em DJE no dia 23 (quinta-feira) e
publicada no dia 24 (sexta-feira). O dia do começo será o dia 24,
enquanto o da contagem do prazo apenas será o dia 27
(segunda-feira), primeiro dia útil seguinte. (Art. 224, §3º)
➢ O dia do vencimento, ou seja, o dia final da contagem é sempre incluído para
calcular o prazo.
O QUE É A PRECLUSÃO?
A preclusão é a perda do direito de praticar o ato processual. (irretroativa)
● Preclusão Temporal: Quando perde-se o prazo
Art. 223. Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de
emendar o ato processual, independentemente de declaração judicial,
ficando assegurado, porém, à parte provar que não o realizou por justa
causa.
● Preclusão Consumativa: Uma vez praticado o ato, encerra-se o prazo processual.
Ainda que exista tempo, não se pode mais complementar o ato.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art232
● Preclusão Lógica: A preclusão lógica ocorre quando se adota uma conduta
contraditória com o próximo ato processual. (Venire Contra Factum Proprium)
- Ex: Na sentença fica decidido o pagamento de multa de 10000 reais, que a
parte prontamente paga. Preclui o seu direito de apelar para alegar que
não deve pagar a multa.
4.1.4. ATOS DAS PARTES.
Os atos das partes são aqueles praticados pelos autores, réus, interessados e
intervenientes.
● As partes praticam seus atos por meio de seus advogados constituídos.
- Exceção: Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra
parte, a fim de que esta seja interrogada na audiência de instrução e
julgamento, sem prejuízo do poder do juiz de ordená-lo de ofício.
● No caso de depoimento pessoal, a parte praticou o ato em nome
próprio.
OBS: Quando se tratar de processo físico, as partes não podem se manifestar através de
cotas (escrita em uma das folhas dos autos), apenas o MP e o juiz podem o fazer.
- As partes devem se manifestar por petição.
Art. 202. É vedado lançar nos autos cotas marginais ou interlineares,
as quais o juiz mandará riscar, impondo a quem as escrever multa
correspondente à metade do salário-mínimo.
Classificação dos Atos Processuais praticados pelas partes:
i) Atos Postulatórios - Todos os atos praticados pelas partes e direcionados ao juízo com o
objetivo de fazer requerimentos e pedidos (Petições).
● Pedidos: São relacionados ao mérito.
● Requerimentos: Tudo aquilo que não está relacionado ao mérito. Ex. Gratuidade de
Justiça.
ii) Atos Dispositivos - São atos referentes à submissão, desistência ou transação. Ex:
Acordos bilaterais, renúncia ao direito ou reconhecimento do mérito, cuja sentença é com
resolução de mérito, e desistência da ação, cuja sentença é sem resolução do mérito.
● Sem resolução do mérito - Não impede nova discussão.
● Com resolução do mérito - Impede nova discussão.
iii) Atos Instrucionais - São os atos probatórios, que tem por objetivo levar atos ao
conhecimento do juiz a fim de que o ajudem a formar sua convicção.
iv) Atos Reais - Rol residual, todos os atos que não se encaixam nas classificações
anteriores e que são necessários para o desenvolver da relação processual. Ex:
Recolhimento de custas.
4.1.5. ATOS DO JUIZ.
Classificações dos Atos do Juiz:
i) Atos Decisórios: São os atos por meio do qual o juiz exerce o seu poder de decidir,
portanto, responde à provocação jurisdicional.
● Todos os atos decisórios devem ser fundamentados:
Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com
a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências
havidas no andamento do processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as
partes lhe submeterem. (...)
a) Sentença:
Art. 203, § 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos
especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com
fundamento nos arts. 485 e 487 , põe fim à fase cognitiva do procedimento
comum, bem como extingue a execução.
● A sentença encerra a fase de conhecimento do processo no primeiro
grau.
● Ela é única, portanto, só ocorre uma vez no processo.
● O recurso cabível para a sentença é a Apelação.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art485
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art487
Podem ser Terminativas – em que o juiz não resolve o mérito (Art. 485), ou Definitivas -
em que haverá resolução do mérito (Art. 487.
OBS: O ato pode ter aparência de sentença e não ser. Precisamos avaliar os efeitos
que serão gerados pelo conteúdo decisório.
Ex: Uma decisão que extingue o processo com relação à um réu e não o faz com o corréu
é decisão interlocutória e não sentença, pois não encerra a fase de conhecimento para
ambas as partes.
b) Decisão Interlocutória:
Art. 203, § 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de
natureza decisória que não se enquadre no § 1º.
● A decisão interlocutória é o tipo de pronunciamento do juiz que tem conteúdo
decisório mas não encerra a etapa de conhecimento.
- Ex. Deferimento de Prova Pericial.
● O recurso cabível é o Agravo de Instrumento (AI).
c) Despacho:
Art. 203, § 3º São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz
praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte.
● Não é cabível recurso contra esse tipo de pronunciamento.
d) Acórdão: Julgamento colegiado proferido pelos tribunais (Art. 204).
● Pode se dar por meio de decisão monocrática, em que apenas o Relator do
caso profere o ato decisório.
PRINCÍPIO DA SINGULARIDADE RECURSAL:
Só é cabível um tipo de recurso para cada ato processual.
ii) Atos de Coação: Atos praticados que possuem como objetivo fazer cumprir as decisões,
portanto, são meramente instrumentais.
4.2. COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS.
A comunicação dos atos processuais é destinada a dar conhecimento e ciência às partes, a
fim de que possam tomar a conduta adequada.
● Sua função é possibilitar o contraditório e dar a oportunidade para que as partes
possam influenciar na decisão a ser proferida pelo juiz.
Espécies: Citação ou Intimação.
4.2.1. CARTAS.
As cartas são formas de comunicação dos atos processuais que se utilizam quando o
cumprimento desses atos extrapolam os limites territoriais da competência do juízo. (Art.
236 e 237 do CPC)
a) Carta de Ordem: Quando a competência originária da demanda for de Tribunal, este
poderá emitir carta de ordem ao juízo subordinado.
b) Carta Rogatória: Quando for necessária cooperação internacional, o órgão
jurisdicional brasileiro emitirá carta rogatória ao órgão estrangeiro.
c) Carta Precatória: Quando for necessário que seja praticado ato em local diverso à
competência territorial do juízo, será emitida carta precatória ao juízo que possua
competência territorial para tal. Ex. juízo da comarca da capital determina a
intimação por oficial de justiça de testemunha cuja territorialidade se dá em São
Gonçalo.
d) Carta Arbitral: Utilizada para que haja comunicação dos atos processuais entre o
poder judiciário e o Tribunal Arbitral.
4.2.2. CITAÇÃO.
É o ato processual que convoca o réu, executado ou terceiro interessado para que faça
parte do processo.
● A citação deve ser pessoal, na figura do citando e só ocorre uma única vez para ele
no processo.
- A citação pode ser declarada nula (Querela Nullitatis) e cabe ação rescisória.
Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o
interessadopara integrar a relação processual.
Parágrafo único. A citação será efetivada em até 45 (quarenta e cinco) dias a
partir da propositura da ação.
➢ O comparecimento espontâneo nos autos supre a nulidade ou a falta de citação:
Art. 239, § 1º O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre
a falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta data o prazo para
apresentação de contestação ou de embargos à execução.
§ 2º Rejeitada a alegação de nulidade, tratando-se de processo de:
I - conhecimento, o réu será considerado revel;
II - execução, o feito terá seguimento.
O STJ desconsidera a citação por whatsapp, pois entende que ela não garante que seja o
citando propriamente recebendo a citação, portanto, a considera inválida.
● Princípio da Instrumentalidade das Formas - Ainda que inválida, caso a parte
compareça aos autos para contestar, a consideramos devidamente citada.
Quais os efeitos da citação? - Artigo 240 do CPC.
i) Efeitos Processuais: Induz a litispendência e impede que o autor altere a Petição Inicial.
ii) Efeitos Materiais: Torna litigiosa a coisa, constitui o devedor em mora e interrompe a
prescrição ou obsta a decadência.
Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente,
induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor,
ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro
de 2002 (Código Civil) .
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm#art397
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm#art397
Modalidades de Citação:
i) Real - Via preferencial.
a) Eletrônica - A citação se dará de forma preferencial eletrônica nos casos em que o
réu for pessoa jurídica.
Art. 246. A citação será feita preferencialmente por meio eletrônico, no prazo
de até 2 (dois) dias úteis, contado da decisão que a determinar, por meio dos
endereços eletrônicos indicados pelo citando no banco de dados do Poder
Judiciário, conforme regulamento do Conselho Nacional de Justiça.
§ 1º As empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos
sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de
citações e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse
meio
■ Não é possível presumir esse tipo de citação, em caso de 3 dias sem
confirmação do recebimento, deverá a citação ser renovada por outro meio.
(Art. 246 §1º-A)
- Nesse caso, quando devidamente citada, deverá informar o motivo
pelo qual não respondeu pelo meio eletrônico, sob pena de multa.
■ A citação não poderá ser eletrônica ou por correio quando se tratar de
ações de estado (estado como personalidade - ações de divórcio, tutela,
curatela), quando o citando for incapaz ou pessoa de direito público ou
quando o autor requerer de outra forma ou o citando residir em local que não
chegue correios (Art. 247).
b) Correio - Na citação por correio, será enviada carta, acompanhada pelo mandado de
citação e cópia da petição inicial.
● A Carta acompanhará um AR. (aviso de recebimento)
● Art. 248 do CPC.
c) Oficial - Será citado por oficial de justiça quando expressamente previsto em lei ou
quando for frustrada a tentativa de citação pelo correio e por meio eletrônico.
● Art. 249, 250 e 251 do CPC.
● Caso o citado se recuse a receber o mandado de citação, o OJA poderá
deixar a citação e fazer uma certidão declarando o ocorrido. Ele possui fé
pública, e portanto, sua afirmação tem presunção relativa de veracidade.
ii) Ficta - Via excepcional.
Muito provavelmente, ainda que o réu seja citado pelas vias excepcionais, ele ainda não
tomará ciência quanto ao processo.
a) Por Hora Certa - A citação por hora certa se dá de maneira excepcional nos casos
em que o citando se omite do oficial de justiça, que ao vê-lo, agenda horário certo
para ir no local citá-lo.
● Se no horário certo, o OJA conseguir citar pessoalmente o réu, este terá uma
citação real. Caso o OJA não consiga encontrar, fará certidão relatando o
ocorrido e a citação se dará de maneira ficta.
● Art. 252, 253, 254 e 255 do CPC.
b) Por Edital - A citação por edital é o último dos recursos.
● Art. 256, 257, 258, 259 do CPC.
CURADORIA ESPECIAL - A Defensoria Pública atuará como curadora, a fim de
defender o réu, ainda que ele não faça parte realmente do processo, de modo com
que fará a defesa por negativa geral ou impugnação total dos fatos.
4.2.3. INTIMAÇÃO.
A intimação é o ato por meio do qual se comunica atos que estejam sendo cometidos no
processo.
- Ela ocorre várias vezes para a mesma pessoa durante o curso do processo.
- A regra é que a intimação ocorra na pessoa do advogado da parte, devidamente
habilitado nos autos, e de forma eletrônica (Exceto quando for ato que deva ser
praticado exclusivamente pela própria parte.
Para que o advogado possa ser intimado eletronicamente, ele deve se cadastrar no sistema
do Tribunal de Justiça.
➢ Caso o advogado não seja cadastrado no TJ, a intimação eletrônica se dará por
publicação do DJE (Diário de Justiça Oficial Eletrônico)
OBS: A intimação é tida para dar ciência à parte. Caso o advogado se adiante para ciência
antes mesmo da expedição da intimação eletrônica, o prazo será disparado.
Espécies de Intimação:
i) Intimação Eletrônica;
ii) Intimação por Diário Oficial (DJE);
iii) Intimação Postal;
iv) Intimação por Oficial de Justiça (OJA).
4.3. NULIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS.
O conceito de Nulidade dos Atos Processuais no Processo Civil é semelhante ao conceito
de Anulabilidade no Direito Civil.
● Nulidade é a sanção aplicável ao ato processual defeituoso, portanto, é uma
consequência.
● Campo da Ineficácia - O ato processual produz efeitos até que se verifique o
defeito existente.
- Depende de manifestação judicial declarando o ato processual nulo.
● Não haverá nulidade se o ato processual cumprir sua função. Ex. A citação do réu
se dá de forma defeituosa, contudo, ele comparece nos autos para contestar a ação.
Existem atos processuais que são válidos, mas ineficazes. Ex: Sentença se torna ineficaz
pelo efeito suspensivo do recurso de apelação.
Espécies de Nulidades:
a) Ato Inexistente: Existem atos processuais que não serão cabíveis de nulidade, mas
sim são inexistentes. Ex: Sentença proferida por alguém que não é juiz e assinada
em nome próprio.
b) Ato Nulo:
Nulidade Relativa x Nulidade Absoluta
NULIDADE RELATIVA
A nulidade relativa é aquela que não pode
ser declarada pelo juízo ex officio e deve
ser arguida pela parte na primeira
oportunidade em que falar nos autos, sob
pena de preclusão.
NULIDADE ABSOLUTA
A nulidade absoluta pode ser arguida em
qualquer fase do processo pela parte e
também pode ser declarada ex officio pelo
juíz, portanto, não preclui.
Art. 278. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em
que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão.
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no caput às nulidades que o juiz
deva decretar de ofício, nem prevalece a preclusão provando a parte
legítimo impedimento.
➢ Nos casos de nulidade absoluta, o juiz deverá ouvir as partes antes de
reconhecê-la - Art. 10 do CPC - Princípio da Não-Surpresa.
c) Ato Anulável: Parte da doutrina considera que é anulável o ato processual passível
de nulidade relativa.
d) Mera Irregularidade: Pequenos defeitos que não prejudicam o curso do processo.
Ex. Erro de Contagem das páginas do processo.
Princípios:
● Princípio da Conservação ou Aproveitamento dos Atos Processuais: Sempre que
possível, tentará se aproveitar o ato processual defeituoso.
- Relação com o Princípio da Fungibilidade Recursal, em que se aceita como
válido um recurso interposto no lugar de outro que seria o oficialmente
cabível.
Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará
válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.
● Princípio da Causalidade: Somente serão nulos os atos processuais decorrentes ou
impactados pelo ato defeituoso.
Art. 281. Anulado o ato, consideram-se de nenhum efeito todos os
subsequentes que deledependam, todavia, a nulidade de uma parte do ato
não prejudicará as outras que dela sejam independentes.
Art. 282. Ao pronunciar a nulidade, o juiz declarará que atos são atingidos e
ordenará as providências necessárias a fim de que sejam repetidos ou
retificados.
§ 1º O ato não será repetido nem sua falta será suprida quando não
prejudicar a parte.
● Princípio da Instrumentalidade das Formas: Consideram-se válidos os atos que
cumpriram seus efeitos, portanto, para nulidade, é necessário que se comprove
prejuízo.
Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma
determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se
válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade
essencial.
● Princípio da Primazia do Mérito: As formalidades não podem ser a razão do
processo, de modo com que a primazia é da tutela jurisdicional. Assim, evita-se o
retrocesso dos atos processuais.
Art. 282, § 2º Quando puder decidir o mérito a favor da parte a quem
aproveite a decretação da nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará
repetir o ato ou suprir-lhe a falta.
5. OBJETO DO PROCESSO - QUESTÕES PRÉVIAS E PRELIMINARES.
As questões são frutos de alguma controvérsia que necessitam de resolução.
a) Questões Prévias: As questões prévias são anteriores ao mérito, que devem ser
analisadas antes de que se analise o litígio alvo do processo.
i) Preliminares – Antecedentes a análise do mérito. Elas podem impedir,
retardar ou condicionar a análise do mérito.
➢ Processuais: (Art. 337 do CPC)
As preliminares de mérito, normalmente, se não alegadas na
contestação, precluem.
● Dilatória – Retardam a análise do mérito.
Ex. Inexistência de citação.
● Peremptória – Causam a extinção do processo sem
resolução do mérito.
Ex. Incompetência Absoluta.
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
I - inexistência ou nulidade da citação;
II - incompetência absoluta e relativa;
III - incorreção do valor da causa;
IV - inépcia da petição inicial;
V - perempção;
VI - litispendência;
VII - coisa julgada;
VIII - conexão;
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de
autorização;
X - convenção de arbitragem;
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como
preliminar;
XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
➢ De Mérito – Direito Material:
● Prescrição - Fulmina a pretensão, não posso exercitar direito
de ação.
● Decadência - O Direito deixa de existir, ele é fulminado pelo
tempo.

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