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Estudo Metodologia Cientifica

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METODOLOGIA 
CIENTÍFICA 
Página 1 de 94 
 
 
METODOLOGIA CIENTÍFICA1 
 
GISELE BISCHOFF GELLACIC2 
 
Apresentação 
 
 
 Caros alunos, bem-vindos à disciplina de Metodologia científica da Faculdade 
Souza. Esta disciplina é importantíssima, pois seus fundamentos servirão de base 
para toda sua vida acadêmica. Além disso, os conceitos aqui apresentados também 
auxiliam em sua atuação profissional como pedagogo. 
 A base da Metodologia científica é desenvolver a análise crítica e reflexiva 
acerca do mundo, bem como fornece as ferramentas para o desenvolvimento da 
pesquisa e do trabalho acadêmico. Trata-se, então, de um conteúdo organizado para 
facilitar a pesquisa e a produção de trabalhos conforme as normas científicas. Assim, 
pense nessa disciplina como algo complementar às demais, afinal, os instrumentos 
aqui aprendidos auxiliarão na produção de todas as atividades de sua formação. O 
conteúdo de Metodologia científica pode, então, servir de apoio para consultas e 
esclarecimentos quanto às normas científicas, desenvolvimento de trabalhos e 
pesquisas. 
 Esta apostila foi dividida em cinco unidades, visando uma aprendizagem 
autônoma, com conteúdo cuidadosamente selecionados para facilitar o estudo à 
distância. Mas lembre-se de que você não está sozinho, podendo sempre contar com 
o auxílio do professor-tutor. 
 Bons estudos! Muito sucesso nesta disciplina e em todo curso! 
 
 
 
 
1 Este material trata-se da compilação de alguns textos que versam sobre a METODOLOGIA 
CIENTÍFICA. A organizadora deste material selecionou os trabalhos e salientou alguns recortes para 
enriquecer a temática desta apostila. Assim, os créditos autorais dos estudos selecionados estão 
devidamente referenciados nas figuras ilustrativas e nas referências bibliográficas. 
2 Pós-doutora em Educação pela UNICAMP. Doutora em História Social pela PUC-SP. Professora do 
ensino básico e superior. 
Página 2 de 94 
 
 
Sumário 
 
Unidade 1 - Ciência e conhecimento científico 
 1.1 - O que é ciência 
 1.2 - Tipos de conhecimento 
 1.3 - A origem dos tipos de conhecimento 
Unidade 2 - Leitura, documentação e estudo no Ensino Superior 
 2.1 - Participação nas aulas 
 2.2 - Aproveitamento da leitura 
 2.3 - Registros e documentação 
 2.4 - Mapa conceitual 
Unidade 3 - Normatização dos trabalhos acadêmicos - parte I 
 3.1 - ABNT 
 3.2 - Métodos de pesquisa 
 3.3 - Modalidades de pesquisa 
Unidade 4 - Normatização dos trabalhos acadêmicos - parte II 
 4.1 - Técnicas de pesquisa 
 4.2 - Estudo de caso (ou métodos monográficos) 
Unidade 5 - Modalidades dos trabalhos científicos-acadêmicos 
 5.1 - Tipos de documentos científicos 
 5.2 - Projeto de pesquisa 
 5.3 - Trabalho de conclusão de curso (TCC) 
Unidade 6 - Formatação dos trabalhos acadêmicos 
 6.1 - Normas gerais para a formatação dos trabalhos científicos 
 6.2 - Citações 
 6.3 - Referências bibliográficas 
Conclusão 
Referências bibliográficas 
 
 
 
 
Página 3 de 94 
 
 
Unidade 1 - Ciência e conhecimento científico 
 
 Metodologia Científica é a disciplina que "estuda os caminhos do saber", 
entendendo que "método" representa caminho, "logia" significa estudo e "ciência", 
saber e conhecimento. O objetivo desta primeira unidade é analisar o conhecimento 
científico, como um instrumento que ajuda a compreender a explicar os fenômenos 
que ocorrem à nossa volta. Todo o conhecimento acumulado até hoje é resultado das 
experiências científicas. À medida que se descobrem as respostas para as 
indagações que inquietavam o passado, novos questionamentos vão surgindo e 
novas experiências vão ocorrendo. Exemplo disso, são os mais variados tipos de 
remédios que existem no mercado e a cura doenças, que no início do século XX eram 
fatais. Se pensarmos no desenvolvimento da tecnologia, confirmaremos ainda mais 
na evolução do conhecimento e na necessidade da cientificidade. Mas, nem todos os 
tipos de conhecimento pertencem à ciência, como o conhecimento do senso comum 
entre outros. É importante saber identificá-los e reconhecê-los. 
 
1.1 - O que é a ciência 
 
Desde a sua origem, o ser humano interage com a natureza e os objetos ao 
seu alcance, observando as relações sociais e culturais no meio em que vive. Através 
dessa observação e da sua interação com as pessoas e os objetos, que o homem 
adquire conhecimento. O conhecimento pode ser adquirido de diversas formas: 
sensação, percepção, imaginação, memória, linguagem, raciocínio e intuição. Assim, 
o ato de conhecer significa adquirir um conceito novo sobre um fenômeno, fato ou 
situação, o qual pode nascer da experiência acumulada em nosso dia-a-dia. A ciência 
é uma forma de conhecimento desenvolvida pelo ser humano. A palavra ciência vem 
do latim scientia, que significa ‘conhecimento’, e da palavra scire, que significa 
‘conhecer’ ou ‘saber’. 
Segundo Marconi e Lakatos (2008, p. 22), a ciência “é um conjunto de atitudes 
e atividades racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com objeto limitado, 
capaz de ser submetido à verificação”. Isso significa que se um dado fenômeno, 
objeto ou fato é analisado de forma sistemática, com instrumentos e técnicas 
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conhecidas e aprovadas, então, tal objeto passa a ter os requisitos necessários para 
ser avaliado cientificamente. A ciência pode ser considerada como um modo de 
compreender a análise do mundo empírico, envolvendo um conjunto de 
procedimentos, através do uso da consciência crítica. Dessa forma, a ciência é uma 
forma de entender e compreender os fenômenos que ocorrem, por meio de métodos 
pré-estabelecidos. 
Quando faz referência à ciência, Oliveira (2002, p. 47) afirma que: 
 
Trata-se do estudo, com critérios metodológicos, das relações 
existentes entre causa e efeito de um fenômeno qualquer no qual o 
estudioso se propõe a demonstrar a verdade dos fatos e suas 
aplicações práticas. É uma forma de conhecimento sistemático, dos 
fenômenos da natureza, dos fenômenos sociais, dos fenômenos 
biológicos, matemáticos, físicos e químicos, para se chegar a um 
conjunto de conclusões verdadeiras, lógicas, exatas, demonstráveis 
por meio da pesquisa e dos testes. 
 
 Isso significa que o conhecimento científico deriva de estudos a partir de 
critérios metodológicos, de forma objetiva, racional, sistemática, verificável e falível. 
A falibilidade da ciência é considerada, uma vez que as pesquisas sempre são 
atualizadas de forma progressiva, ou seja, o que foi considerado ciência em outrora, 
pode ser reavaliado pelos cientistas do futuro. 
Para compreender melhor a ciência, utilizamos as características 
determinadas por Vianetto (2011): 
 
I. Objetividade: descrição da realidade investigada independentemente dos desejos 
do pesquisador,de forma clara e precisa; 
 
II. Racionalidade: a razão é utilizada durante todo o processo de pesquisa, desde o 
esboço do estudo, a coleta dos dados, até sua análise; 
 
III. Sistematicidade: é o saber ordenado de forma lógica, construído através de 
sistema de ideias e teorias, portanto, não há espaço para conhecimentos desconexos; 
 
Página 5 de 94 
 
 
IV. Generalidade: o conhecimento gerado deve ser analisado sob a possibilidade de 
ser ou não aplicado a outros contextos, explicados fenômenos em diferentes 
situações; 
 
V. Verificabilidade: quando as hipóteses são examinadas através da observação e da 
experimentação para serem comprovadas ou refutadas; 
 
VI. Falibilidade: o conhecimento não é algo definitivo, absoluto ou final, podendo ser 
negado ou confirmado; 
 
VII. Conhecimento aproximadamente exato: porque novas proposições podem 
reformular uma teoria já existente. 
 
Assim, é importante notar que um conhecimento tão pragmático e racional 
como a ciência, difere-se do conhecimento do dia-a-dia, este chamado de senso 
comum. O senso comum é uma forma de conhecimento que se desenvolve a partir 
do cotidiano, da necessidade e da experiência.É uma forma de conhecimento que 
permanece no nível das crenças vividas, segundo uma interpretação previamente 
estabelecida e adotada por um grupo de indivíduos. Ao contrário do conhecimento 
científico, o senso comum leva a pensar de forma assistemática, sensitiva e subjetiva, 
sem atribuir o rigor e a utilização do método científico. 
É importante saber que ambos conhecimentos são válidos, porém, suas 
abordagens são muito diferentes. E ainda, que em algumas situações, o 
conhecimento do senso comum pode desenvolver o conhecimento científico, pois 
ditos populares podem gerar questões que, às vezes, levam à pesquisa e à 
investigação científica. Um exemplo interessante desse caso, são os tratamentos 
médicos. Afinal, muitos remédios que foram utilizados pelas avós e por populações 
indígenas, e que por isso, vinham de uma sabedoria popular considerada vulgar e do 
senso comum, foram submetidos a critérios científicos, e então, passaram a ter uma 
comprovação científica. Antes disso, não era válida a comprovação do senso comum, 
mesmo que já tivesse curado diversas doenças, porque não havia passado pelo crivo 
do método científico. 
Página 6 de 94 
 
 
Através desse exemplo, pode-se associar à vida acadêmica. Pois na 
realização de um trabalho de estudos, com a investigação de um problema, é 
necessário aplicar os métodos científicos para chegar a um resultado comprovado, 
saindo dos “achismos” ou da superficialidade. Esta é a importância da utilização dos 
métodos científicos na vida acadêmica. E para compreender com mais profundidade 
o conhecimento científico, é necessário diferenciá-lo dos demais tipos. 
 
1.2 - Tipos de conhecimento 
 
 O conhecimento ou o ato de conhecer, existe como forma de solucionar 
problemas específicos e/ou comuns à vida. Segundo Tartuce (2006, p. 5): 
 
O conhecimento é um processo dinâmico e inacabado, serve como 
referencial para a pesquisa tanto qualitativa como quantitativa das 
relações sociais, como forma de busca de conhecimentos próprios 
das ciências exatas e experimentais. Portanto, o conhecimento e o 
saber são essenciais e existenciais no homem, ocorre entre todos os 
povos, independentemente de raça, crença, porquanto no homem o 
desejo de saber é inato. As diversificações na busca do saber e do 
conhecimento, segundo caracteres e potenciais humanos, originaram 
contingentes teóricos e práticos diferentes a serem destacados em 
níveis e espécies. O homem, em seu ato de conhecer, conhece a 
realidade vivencial, porque se os fenômenos agem sobre os seus 
sentidos, ele também pode agir sobre os fatos, adquirindo uma 
experiência pluridimensional do universo. De acordo com o 
movimento que orienta e organiza a atividade humana, conhecer, agir, 
aprender e outros conhecimentos, se dão em níveis diferenciados de 
apreensão da realidade, embora estejam inter-relacionados. 
 
 O conhecimento orienta o desenvolvimento humano, implicando em ações e 
formas de organização. Como foi dito, a ciência é uma forma de conhecimento, bem 
como o senso comum. Porém, existem outros tipos de conhecimento, que implicam 
de outras maneiras o ser humano e sua forma de apreender a realidade. É importante 
saber distingui-los, e ainda, compreender que não existe um mais importante do que 
o outro, ocupando lugares diferentes na vida de cada um. São eles: 
 
● Senso comum: também chamado de conhecimento empírico, vulgar ou 
popular. É aquele que se origina através da convivência familiar e social, se 
desenvolve por meio de ações não planejadas. As informações obtidas são 
impregnadas pela percepção do indivíduo, ou seja, não é sistemática e pode 
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ter bases fora da racionalidade e da crítica, baseando-se em antigas tradições 
e crenças populares. Muitas vezes, é um conhecimento aprendido pela 
observação, a partir da experiência do outro e passado de geração em 
geração. 
 
● Filosófico: é aquele resultante da capacidade humana de raciocinar e refletir 
sobre fatos e fenômenos, gerando conceitos subjetivos, os quais buscam dar 
sentido à vida e ao universo, ultrapassando os limites formais da ciência. 
Baseia-se em hipóteses não verificáveis e nem observáveis. Ou seja, é um 
conhecimento que utiliza da razão, porém não utiliza a experiência para sua 
comprovação. Utiliza-se, também, a dedução e a coerência lógica para suas 
conclusões. A principal tarefa da filosofia é a reflexão acerca do mundo. 
 
● Teológico: é aquele resultante das crenças religiosas. Portanto, não se tem 
como confirmar ou negar esse tipo de conhecimento, afinal ele é um ato de fé. 
Esse tipo de conhecimento não é verificável, pois não utiliza nenhuma 
coerência lógica ou racional. Esse conhecimento está intimamente relacionado 
a crença em um Deus, seja este Jesus Cristo, Oxalá, Buda, Maomé, ou 
qualquer outra entidade compreendida como ser supremo. 
 
● Científico: é aquele proveniente da racionalidade, da objetividade e da 
sistematização. Portanto, é verificável e explicativo, utilizando métodos 
previamente estabelecidos e testados, que apontam a verdade dos fatos 
experimentados e sua aplicação prática. Este é o conhecimento que 
trabalhamos no Ensino Superior, por isso a necessidade de uma disciplina 
como essa, para se aprender os métodos que a ciência exige. 
 
Oliveira (2003) contribui sobre o assunto, sintetizando os tipos de 
conhecimento, conforme o quadro abaixo: 
 
 
 
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Vulgar Científico Filosófico Religioso/Teológi
co 
valorativo 
reflexivo 
falível 
assistemático 
verificável 
inexato 
real 
contingente 
falível 
sistemático 
verificável 
exato 
valorativo 
racional 
infalível 
sistemático 
não-verificável 
exato 
valorativo 
inspiracional 
infalível 
sistemático 
não-verificável 
exato 
 
Após conhecer os tipos de conhecimento, iremos abordar um pouco da 
história de cada um deles, suas relações e, principalmente, o surgimento da ciência. 
 
1.3 - A origem dos tipos de conhecimento 
 
 O senso comum, associado ao conhecimento filosófico e à questão teológica, 
orientou as preocupações do homem com o universo. Desde a Pré-história3, os seres 
humanos utilizaram a experiência e a observação para o desenvolvimento de 
conhecimentos. Assim, a primeira forma de troca de aprendizagens foi através do 
senso comum, do conhecimento popular. Quando a humanidade em sua fase pré-
histórica, antes da escrita ou de formas mais complexas de transmissão de saberes, 
desenvolveu a primeira forma de transmissão de saberes com o conhecimento 
empírico, através da observação do outro. 
A partir da Antiguidade4 e suas grandes civilizações, vemos o aprimoramento 
dos conhecimentos filosóficos e teológicos. O primeiro deles foi o teológico, com o 
surgimento das primeiras religiões, fortemente atreladas aos sistemas políticos, como 
é o caso dos faraós no Egito antigo, que eram vistos como um rei e como um deus. 
 
3 Período da história da humanidade datado entre, aproximadamente, 2,5 milhões de anos até 4 mil 
a.C. É o período caracterizado pelo desenvolvimento da caça e da coleta, para a agricultura e 
domesticação de animais, do nomadismo para a sedentarização, da invenção do fogo e da arte 
rupestre. 
4 A Idade Antiga ou Antiguidade foi o período histórico datado classicamente entre 4 mil a.C. com a 
invenção da escrita, até o ano de 476 com a queda do Império Romano. Este período foi marcado 
pelas primeiras grandes civilizações da humanidade como a Mesopotâmia, o Egito antigo e a Grécia 
antiga. 
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Nessa época, ainda se desenvolveu as primeiras histórias mitológicas, que consistem 
em narrativas que contavam a história do universo, da natureza e da humanidade, 
segundo a vontade dos deuses. Tais mitos serviam como fonte de conhecimento para 
esses povos, que acreditavam através da fé e das crenças nas histórias e nas 
explicações a partir dos mitos e da palavra dos sacerdotes. 
 
A preocupação em descobrire explicar a natureza vem desde os mais 
remotos tempos da humanidade, que colocava o homem à mercê das 
forças da natureza e da morte, enquanto que o conhecimento mítico 
atribuía um caráter sobrenatural. Já o conhecimento religioso 
explicava os fenômenos da natureza e o caráter transcendental da 
morte como se fossem revelações da divindade. O conhecimento 
filosófico para captar a essência imutável do real, partiu para a 
investigação racional da forma e das leis da natureza. (SILVA, 2017, 
p. 110) 
 
O conhecimento filosófico veio posteriormente ao teológico quando, por volta 
de 500 a.C., alguns pensadores gregos começaram a buscar através de suas próprias 
capacidades de raciocínio e de lógica, explicações sobre as grandes questões da 
humanidade como “de onde viemos?” e “para que serve o mundo?”. Esses 
pensadores foram chamados de filósofos, que significa “o amigo da sabedoria”. Vale 
notar que o surgimento da filosofia não excluiu o conhecimento teológico, na verdade, 
tais saberes se associam de formas complementares pois apesar de buscarem a 
mesma coisa (no caso, o conhecimento) utilizam caminhos diferentes para tal. Com 
o conhecimento científico foi a mesma coisa, pois quando este surgiu, não excluiu a 
existência dos demais. Vamos agora ver quando este tipo de conhecimento surgiu. 
Foi somente por volta do século XIV que se iniciou uma linha de pensamento 
que propunha encontrar o conhecimento embasado na lógica, com melhores 
garantias, e na procura do real aliada ao raciocínio. Nicolau Copérnico viveu na 
Polônia entre 1473 e 1543, e foi um destaque na sua geração nos estudos da 
matemática e da astronomia. Ele desenvolveu a teoria Heliocêntrica no início do 
século XVI, defendendo que o Sol era o centro do Sistema Solar, e não a Terra, como 
se pensava anteriormente. A este evento damos o nome de "Revolução Copérnica”, 
um dos principais marcos no desenvolvimento da ciência. A partir de então, outros 
pesquisadores surgiram, contribuindo ainda mais para o desenvolvimento da ciência 
como se conhece hoje, este evento ficou conhecido como Renascimento científico. 
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Podemos citar Galileu Galilei (1564-1642), Giordano Bruno (1548-1600) e Johannes 
Kepler (1571-1630), como grandes contribuidores para os estudos da astronomia e 
da física, inclusive no desenvolvimento de aparelhos de observação como o 
telescópio. 
 
O pioneiro a tratar do assunto, no âmbito do conhecimento científico, 
foi Galileu Galilei, primeiro teórico do método experimental. As 
ciências, para Galileu, não têm, como principal foco de preocupações, 
a qualidade, mas as relações quantitativas. Seu método pode ser 
descrito como indução experimental, chegando-se a uma lei geral 
através da observação de certo número de casos particulares. Os 
principais passos de seu método podem ser assim expostos: 
observação dos fenômenos; análise dos elementos constitutivos 
desses fenômenos, com a finalidade de estabelecer relações 
quantitativas entre eles; indução de certo número de hipóteses; 
verificação das hipóteses aventadas por intermédio de experiências; 
generalização do resultado das experiências para casos similares; 
confirmação das hipóteses, obtendo-se, a partir delas, leis gerais. 
(LAKATOS e MARCONI, 1991, p. 42) 
 
Um dos contemporâneos de Galileu foi Francis Bacon (1561-1626), que partiu 
da suposição de que o conhecimento científico é a única forma de chegar à verdade 
dos fatos, e para isso devemos seguir as etapas: experimentação; formulação de 
hipóteses; repetição; testagem das hipóteses, formulação de generalizações e leis 
(SILVA, 2017). A partir de Bacon, inicia-se o aprimoramento do método científico, 
porém, foi com o filósofo e matemático francês René Descartes (1596-1650), que a 
ciência teria sua consagração com a elaboração do que conhecemos como método 
científico. 
Em 1637, Descartes publica o livro “Discurso sobre o Método”, obra em que 
fornece os meios para se alcançar um método dedutivo, ou seja, o autor elabora um 
modelo ou um sistema racional para se chegar ao conhecimento. Descartes propõe 
quatro regras: (1) a evidência: para não acolher jamais como verdadeira uma coisa 
que não se reconheça evidentemente como tal; (2) a análise: que consiste em dividir 
cada uma das dificuldades em tantas partes quantas necessárias para melhor 
resolvê-las; (3) a síntese: entendida como o processo que leva à reconstituição do 
todo, previamente decomposto pela análise, consistindo em conduzir ordenadamente 
os pensamentos; (4) a enumeração: que consiste em realizar sempre enumerações 
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tão cuidadosas e revisões tão gerais que se possa ter certeza de nada haver omitido. 
(LAKATOS e MARCONI, 1991) 
A importância de Descartes na estruturação do método científico é indiscutível 
e, mesmo após todos esses anos e o surgimento de outras ideias que foram sendo 
adaptadas ao seu método, nota-se que a base ainda remonta à ele. Nos dias atuais, 
a definição de método científico ou a teoria da investigação que alcança seus 
objetivos de forma científica, são aquelas que cumprem as seguintes etapas: (SILVA, 
2017) 
 
– Descobrimento do problema: ou uma lacuna num conjunto de acontecimentos. Se 
o problema não estiver enunciado com clareza, passa-se à etapa seguinte; se estiver, 
passa-se à subsequente; 
 
– Colocação precisa do problema: ou ainda, a recolocação de um velho problema à 
luz de novos conhecimentos (empíricos ou teóricos, substantivos e metodológicos); 
 
– Procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes ao problema: o exame do 
que já é conhecido para tentar resolver o problema; 
 
– Tentativa de solução do problema com auxílio dos meios identificados: se a tentativa 
resultar como sendo inútil, passa-se para a etapa seguinte, em caso contrário, à 
subsequente; 
 
– Invenção de novas ideias: hipóteses, teorias ou técnicas ou produção de novos 
dados empíricos que prometam resolver o problema; 
 
– Obtenção de uma solução: exata ou aproximada do problema, com o auxílio do 
instrumental conceitual ou empírico disponível; 
 
– Investigação das consequências da solução obtida: em se tratando de uma teoria, 
é a busca de prognósticos que possam ser feitos com seu auxílio. Em se tratando de 
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novos dados, é o exame das consequências que possam ter para as teorias 
relevantes; 
 
– Prova ou comprovação da solução: confronto da solução com a totalidade das 
teorias e da informação empírica pertinente. Se o resultado é satisfatório, a pesquisa 
é dada como concluída, até novo aviso. Do contrário, passa-se para a etapa seguinte; 
 
– Correção das hipóteses, teorias, procedimentos ou dados empregados na obtenção 
da solução incorreta: esse é, naturalmente, o começo de um novo ciclo de 
investigação. 
 
Dessa forma, para ser considerado ciência, o objeto deve ser colocado à prova 
das regras supracitadas. O método científico parte da observação organizada de 
fatos, da realização de experiências, das deduções lógicas e da comprovação 
científica dos resultados obtidos. Para muitos autores, o método científico é a lógica 
aplicada à ciência. Existem diversos métodos, e cabe ao pesquisador, dependendo 
da natureza de seu objeto, bem como da natureza de sua pesquisa, selecionar o 
método de abordagem que entender mais adequado para a sua investigação 
científica. Conheceremos mais desses métodos nas próximas unidades. 
 
Unidade 2 - Leitura, documentação e o estudo no Ensino Superior 
 
O objetivo desta unidade é estruturar os estudos e todas suas modalidades no 
Ensino Superior. O estudo é importante, pois é com ele que adquirimos 
conhecimentos, cultura, e traçamos objetivos na vida. Através dos estudos 
convivemos com pessoas diferentes, e educação diferente das quais estamos 
habituados. Sair da zona de conforto nos auxilia a vermos por outras lentes o mundo 
e a nós mesmos. No Ensino Superior, essa experiência se amplia exponencialmente,e é preciso adquirir técnicas de estudo, de leitura e documentação das informações 
de maneira eficaz para o bom aproveitamento. Esta unidade é dedicada ao 
aprimoramento dessas técnicas. 
 
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2.1 - Participação nas aulas 
 
Assistir aulas, apesar de usarmos a mesma palavra “assistir” tanto para aulas, 
quanto para TV e cinema, o comportamento em cada uma dessas situações é 
bastante diferenciado. Enquanto assistir TV e cinema pode ser um comportamento 
passivo, que independe de uma interação efetiva das partes envolvidas, por isso, 
“assistir” aulas seria melhor expresso pelo termo “participar” das aulas. Pois esta é 
uma situação de interação entre professor, aluno e um conjunto de dados, 
informações e conhecimentos, ou seja, a aula é um processo coletivo. Dessa forma, 
ninguém assiste ou dá aula, todos participam da aula. Participar da aula implica em: 
 
I. Disposição para essa situação específica de interação; 
II. Preparo anterior e posterior dos assuntos tratados; 
III. Contextualização do conteúdo da disciplina para a realidade do aluno. 
 
Em síntese, o envolvimento integral de estudantes e professores em torno da 
situação de ensino-aprendizagem é necessário para o bom rendimento das 
disciplinas. Importante lembrar de que o curso à distância exige ainda mais dos 
alunos, de sua capacidade de organização e comprometimento frente aos desafios 
acadêmicos. 
 
2.2 - Aproveitamento da leitura 
 
Tanto a leitura, quanto a escrita são práticas imprescindíveis para o 
desenvolvimento da cognição humana. Ambas proporcionam o desenvolvimento do 
intelecto e da imaginação, além de promoverem a aquisição de conhecimentos. 
Quando lemos ocorrem diversas ligações no cérebro que nos permitem desenvolver 
o raciocínio. Além disso, com essa atividade aguçamos nosso senso crítico por meio 
da capacidade de interpretação, que é uma das chaves essenciais da leitura. Afinal, 
não basta ler ou decodificar os códigos linguísticos, faz-se necessário compreender 
essa leitura. Com a leitura exercitamos nosso cérebro, ampliamos nosso vocabulário 
e desenvolvemos uma maior habilidade na escrita. Segundo o escritor brasileiro 
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Monteiro Lobato: "Um país se faz com homens e livros". Ou seja, a leitura é tão 
importante não apenas para o indivíduo, mas para a evolução de toda uma sociedade 
através de seu conhecimento e senso crítico e educação. 
Durante o curso de Graduação somos convidados o tempo todo a nos 
aventurar em uma série de leituras, e por isso, precisamos reservar um tempo para 
tal, pois o ato de ler constitui-se numa atitude fundamental para a formação superior. 
O sucesso nos estudos e, consequentemente, na vida profissional, depende da 
capacidade do aluno de ir em frente. Afinal, como foi falado na unidade anterior, o 
conhecimento científico se dá em ambientes muito específicos, como na Faculdade. 
Portanto, as leituras propostas ao longo do curso darão as ferramentas fundamentais 
para o desenvolvimento formal na área de Pedagogia. 
Para despertar o gosto pela leitura e oportunizá-lo a fazer melhor proveito dela, 
deve-se estar atento a alguns fatores, como fazer uma leitura de reconhecimento: 
olhar a capa e contracapa, o autor, as orelhas, o sumário (neste, observe os títulos e 
subtítulos), as referências indicadas pelo autor (para ter uma noção mais precisa 
sobre as bases em que o autor se apoiou), a introdução e o prefácio dos livros, para 
depois ler. Esses elementos já podem dar uma ideia geral sobre o tema, e você 
poderá identificar a temática, e ainda, se será útil para o objetivo que pretende 
alcançar no seu estudo. 
Quando fizer uma leitura acadêmica, anote os pontos principais em fichas de 
leitura e/ou grife o texto, marque as referências e suas páginas. Essas marcações 
são muito importantes pois se não tiver à mão a referência do material utilizado, não 
poderá utilizar daquele conteúdo num eventual texto que for produzir. 
Nos livros, os dados como ano de publicação e a editora estão contemplados, 
em uma ficha catalográfica, na segunda ou terceira folha. Já nas revistas, tais dados 
estão na capa ou na última página após a bibliografia. É importante anotar esses 
dados pois, na produção de um texto próprio, terá que referenciar todos os livros e 
artigos analisados e que serviram de auxílio para o desenvolvimento de suas ideias. 
É preciso levar em consideração três regras básicas para facilitar a 
aprendizagem: 
 
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• Atenção: capacidade de concentração em um só objeto, sabendo que, a atenção 
não pode se manter fixa por longos períodos, sem perder sua eficácia, por isso um 
período de atenção requer outro de descanso. Para prender a atenção, é ideal criar 
o máximo de interesse pelo assunto estudado; 
 
• Memória: memorizar é reter ou compreender o que é mais significativo de um 
conteúdo, ao invés de ter decorado, o que só permite repetição. A memorização é 
possível a partir da observação dos seguintes pontos: repetição, atenção, emoção, 
interesse e relacionamento dos fatos com outros conteúdos, já retidos na memória; 
 
• Associação de ideias: capacidade que possibilita ao indivíduo relacionar e evocar 
fatos e idéias. É fácil observar quantos assuntos vêm à tona, por fatos e idéias 
relacionadas com experiências anteriores dos interlocutores, na troca de palavras em 
uma conversa. Para melhor aprendizagem, podemos usar dessa técnica, para 
associar o conteúdo. 
 
Para ter o melhor aproveitamento da leitura, deve-se reservar um tempo diário 
para ler, selecionar o material e ter um local apropriado. Segundo Cervo e Bervian 
(2002), as etapas para se realizar uma boa leitura são: 
 
• Pré-leitura: é a leitura de reconhecimento que examina a folha de rosto, os índices, 
a bibliografia, as citações ao pé da página, o prefácio, a introdução e a conclusão. 
Tratando-se de livro, a dica é percorrer o capítulo introdutório e o final; no caso de 
leitura de um capítulo, ler o primeiro parágrafo. Quando for um artigo de revista ou 
jornal, geralmente, a ideia está contida no título do artigo e subtítulos, que se 
apresentarem. Lembre-se que os primeiros parágrafos, em geral, tratam dos dados 
mais importantes; 
 
• Leitura seletiva: selecionar é eliminar o dispensável para nos fixarmos no que 
realmente nos interessa; para tanto, é necessário definir critérios, ou seja, os objetivos 
do trabalho, pois somente os dados que forneçam algum conteúdo sobre o problema 
da pesquisa que possam trazer uma resposta é que devem ser selecionados; 
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• Leitura crítica ou reflexiva: supõe a capacidade de escolher as ideias principais e de 
diferenciá-las entre si das secundárias. Dessa forma, diante da problemática de uma 
pesquisa, o estudante precisa fazer uma reflexão por meio da análise, comparação, 
diferenciação, síntese e do julgamento, levantando similaridades ou não, para formar 
sua ideia sobre o assunto. Nessa fase, também, deve-se ter uma visão global do 
assunto, passando para a análise das partes e chegando à síntese; 
 
• Leitura interpretativa: nessa fase, o pesquisador procura saber o que realmente o 
autor afirmar e que informações transmite para a solução dos problemas formulados 
na pesquisa. Chegando a essa etapa, é o momento de procedermos à integração dos 
dados descobertos durante a leitura na redação do trabalho de pesquisa. 
 
 Algumas dicas finais para uma boa leitura: lembre-se de sempre procurar em 
um dicionário as palavras desconhecidas que, eventualmente, aparecerem no texto. 
Essa prática irá auxiliar no aproveitamento máximo do texto trabalhado. E ainda, 
esteja atento ao ano em que foi escrito o texto, dependendo da época, algumas ideias 
podem ser ultrapassadas e até inadequadas. 
 
2.3 - Registros e documentação 
 
Para obter resultados eficazes nos estudos, além de muita leitura, é necessário 
compreensão e assimilação dos conteúdos. Umrecurso que poderá lhe auxiliar nesse 
processo é a prática dos registros e da documentação. Isto é, na organização das 
informações adquiridas através das leituras. Como já foi dito, a ciência tem um método 
bem definido e, portanto, o registro e a documentação de textos acadêmicos também 
têm formatos pré-estabelecidos. Vamos estudar, a seguir, seus principais formatos 
de organização e registro de informação, a fim de facilitar os estudos. São duas as 
formas de documentação: 
 
• Documentação geral: é a conservação de materiais por temas. Os materiais 
geralmente conservados são textos, apostilas, artigos de jornais e outros. Lembrando 
que, nos dias atuais, essa documentação pode ser organizada em seu computador 
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através de uma pasta em locais como Documentos, Google Drive ou em alguma 
nuvem (ferramenta virtual para o armazenamento de informações). 
 
• Documentação bibliográfica: é a organização dos materiais lidos. As formas de 
organização e armazenamento podem variar, como, por exemplo, a organização por 
intermédio de citações, resumos, comentários, entre outros. Além deste tipo de 
documentação armazenar o texto em si, registra também as informações da obra, 
tornando-a uma referência para os estudos. 
 
O fichamento é um dos principais procedimentos utilizados na organização de 
dados da pesquisa de documentos. E pode ser utilizado na hora de fazer a 
documentação bibliográfica. Sua finalidade é arquivar as principais informações das 
leituras feitas e auxiliar na identificação da obra. Essas fichas de resumo consistem 
em um valioso recurso de estudo e pesquisa, por isso, é importante utilizar critérios 
formais e científicos. Inclusive, pode-se seguir as chamadas normas ABNT que serão 
trabalhadas na próxima unidade desta apostila. Resumindo, fazendo um bom 
fichamento, o aluno terá as anotações necessárias, no momento em que precisar 
escrever sobre determinado assunto. 
Antigamente, eram utilizadas fichas de papel para esse tipo de registro. Hoje 
em dia, usamos também os recursos de programas de computador como o Word ou 
o Excel. A escolha entre o papel ou o computador deverá ser inteiramente do aluno, 
através do que se sente mais confortável. Temos quatro tipos fundamentais de 
fichamento, são eles: 
 
● Fichamento de citação: consiste na reunião das frases mais importantes 
citadas em um texto. Por isso devem ser transcritas entre aspas. É preciso ter 
especial atenção para que as citações façam sentido, pois existem dois tipos 
de citações: 
- citações diretas, com texto na íntegra; 
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- citações com omissões de palavras, isto é, supressões de texto que não 
interessam no contexto, indicadas com três pontos entre colchetes [...] 
ou parênteses (...).; 
 
● Fichamento textual ou de resumo: neste tipo são inseridas as ideias principais, 
mas com as suas próprias palavras, embora também possam ser usadas 
citações. As ideias devem estar organizadas de acordo com a ordem em que 
aparecem no texto. Você deve expressar sua opinião e, inclusive, fazer os seus 
próprios esquemas. Esse tipo de fichamento também é chamado de 
fichamento de leitura ou de conteúdo. 
 
● Fichamento bibliográfico: nesta modalidade as ideias selecionadas, e que 
expressam opinião pessoal, são inseridas por temas com a devida indicação 
da sua localização no texto. Ou seja, é uma espécie de comentário ou resenha 
que dê ideia do que se trata a obra. Pode ser feita por capítulos ou em geral 
sobre a obra inteira. 
 
● Fichamento temático: é uma mistura do fichamento textual e de citação. Ou 
seja, nesta modalidade reúnem-se os elementos mais importantes da obra 
(como conceitos, fatos, ideias e informações), juntamente com trechos 
transcritos da própria obra. Lembrando que as citações sempre devem vir entre 
aspas e com a referência à página retirada. 
 
A estrutura mínima sugerida para um fichamento é composta de: 
 
1- Cabeçalho: iniciar com a elaboração do cabeçalho, que pode ser dividido em 
apenas dois campos: o primeiro deve ser o título geral e o segundo, o título específico. 
 
2- Referência: deve contemplar a autoria (com sobrenomes em caixa alta e, se forem 
mais de um autor, em ordem alfabética), o título da obra (em negrito ou sublinhado), 
local de publicação, editora e ano de publicação. Se necessário, acrescentar também 
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a paginação. A formatação correta e os tipos de referências serão abordados na 
unidade 5 desta apostila. 
 
3- Corpo ou texto da ficha: onde o conteúdo é desenvolvido, por meio de resumo ou 
citação. O corpo ou texto da ficha pode mudar, dependendo do tipo de fichamento. 
 
 Acompanhe, abaixo, alguns exemplos de fichamentos. 
 
 
 
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2.4 - Mapa conceitual 
 
 Mapa conceitual consiste em uma estrutura gráfica que auxilia na organização 
de ideias, conceitos e informações de modo esquematizado. É uma ferramenta de 
estudo e aprendizagem, onde o conteúdo é classificado e hierarquizado de modo a 
auxiliar na compreensão do indivíduo que o analisa. A idealização do mapa 
conceitual, como um método de organização de conteúdos, surgiu na década de 
1970, nos Estados Unidos, através do professor David Ausubel5. 
 A construção de um mapa conceitual começa a partir de um conceito principal 
que é escrito no interior de um retângulo. Os conceitos podem ser objetos, ideias, 
sentimentos ou fatos existentes no mundo, e que são compostos por duas partes: um 
rótulo e um conteúdo. A elaboração é livre, e duas pessoas diferentes certamente 
construíram mapas diferentes expondo os conceitos presentes em sua mente. A 
 
5 David Ausubel (1918 – 2008), filho de família judia e pobre, imigrantes da Europa Central, cresceu 
insatisfeito com a educação que recebera. Formado em Psiquiatria, dedicou-se à Psicologia 
Educacional, foi Professor Emérito da Universidade de Columbia e teve muitas dificuldades em 
desenvolver sua teoria da Aprendizagem Significativa, devido ao grande prestígio do Behaviorismo na 
Educação naquela época. 
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quantidade de conceitos define o campo conceitual e quanto maior a quantidade de 
conceitos, mais rico é o mapa conceitual e pode-se dizer que tem um maior domínio 
conceitual. 
Um mapa conceitual é constituído por conceitos e relações. As relações são 
importantes para unir conceitos e subconceitos. Elas são representadas por meio de 
setas. Uma seta sai de um conceito principal, é interrompida por uma palavra de 
ligação que estabelece a relação e a seguir a seta prossegue até que a cabeça da 
seta toque seu subconceito. 
 
 
Há mapas conceituais que não consideram as relações, e colocam direto 
conceitos unidos por meio de setas a outros conceitos. E atenção: a falta das relações 
entre os conceitos pode dificultar o entendimento. As setas, contendo relações, são 
partes importantes de um mapa conceitual, uma vez que elas fornecem um significado 
ou sentido que unem conceitos ou seus subconceitos. 
Torna-se interessante mencionar que a medida que um mapa conceitual 
cresce, na quantidade de conceitos, pode-se tornar inviável desenhá-lo numa única 
folha e pode ser preciso o uso de ligantes e a continuação do desenvolvimento em 
outras folhas. Observa-se também que os mapas podem ser desenvolvidos com a 
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ajuda de recursos computacionais e um deles é por meio do software CMapTools, ou 
mesmo por aplicativos como o Canva. 
 
Para fazer a elaboração de um mapa conceitual é necessário seguir três 
etapas: 
1- Dominar o tema: que o seu idealizador já tenha adquirido o conhecimento 
sobre o respectivo assunto a ser organizado. 
2. Definir a estrutura: a segunda etapa na confecção de um mapa conceitual é 
a escolha da estruturação que este terá. Os três tipos de estrutura são: 
- Hierárquico: Este tipo de mapa conceitual é útil quando a pessoa deseja 
ter uma melhor visualizaçãosobre a ordem cronológica de um processo 
ou ideia, assim como classificar os diferentes graus de importância. 
Entre as linhas que ligam os diferentes termos, o idealizador deste tipo 
de mapa conceitual pode explicar, resumidamente, qual a relação que 
conecta ambos. 
 
 
- “Teia de aranha”: Este tipo de mapa conceitual é útil para visualizar a 
ramificação de ideias ou assuntos que são muito amplos. Deste modo é 
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possível identificar os sub-temas presentes em cada tópico e “dissecá-
los” em diversas camadas. 
 
 
- Fluxograma: Neste tipo de mapa conceitual, é possível identificar as 
diversas opções lógicas para a resolução de um determinado processo. 
Assim, o indivíduo consegue ter uma visão geral sobre todas as 
alternativas e as suas prováveis consequências, traçando o melhor 
modo de chegar à solução / conclusão. 
 
3. Montar o mapa conceitual 
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Para a montagem do mapa conceitual, é necessário partir do conceito central 
que irá organizar o mapa. Relacionar as ideias a partir do conceito que se quer 
explicar, seguindo a forma escolhida para a estrutura. 
 
Os mapas conceituais podem ser utilizados em várias situações, uma vez que 
ela ajuda a organizar os conceitos e suas relações na mente da pessoa que a 
desenvolve ou que a utiliza. Suas principais aplicações na vida acadêmica são: 
 
● Apresentação de trabalho: uma pessoa que vai fazer uma apresentação de 
um trabalho em um congresso, ou de um trabalho de conclusão de curso, ou 
um seminário, pode construir um mapa conceitual sobre sua apresentação e, 
desta forma, pode estudar a apresentação nesta ferramenta. 
 
● Estudo de matéria escolar: quando uma matéria nova é apresentada ao aluno, 
após a aula, ele pode construir individualmente ou coletivamente um mapa 
conceitual que pode ajudar a entender a disciplina. 
 
● Avaliação: um professor pode utilizar a elaboração de mapas conceituais 
durante uma prova, como forma de saber os conceitos presentes na mente do 
aluno e desta forma, pode estabelecer, por exemplo, uma quantidade mínima 
de conceitos a serem explicitados pelo aluno na avaliação. 
 
● Leitura de um livro: ao ler um livro, muitas vezes as pessoas sentem-se 
perdidas e em especial se terão que utilizar o livro em alguma avaliação 
escolar. Torna-se interessante que o leitor construa um mapa conceitual e esse 
não precisa ser feito isoladamente, mas preferencialmente, com a ajuda de 
alguém que já leu o livro e já passou pela avaliação e que se disponha a ajudar, 
de modo a se concentrar em conceitos e relações que podem ser pedidos 
numa avaliação. 
 
● Leitura de artigos científicos: quando um leitor se defronta com um assunto 
novo, muitas vezes a leitura pode ser dificultada e a assimilação dos conceitos 
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presentes nem sempre é fácil. Se o leitor começa colocando como conceito 
principal o título do artigo, a seguir, as relações do tipo, quem escreveu e 
coloca com subconceito o nome do autor ou dos autores. A seguir vêm os 
outros conceitos como é o caso de quais são as palavras-chave, quais são as 
partes do artigo, o que se fala em cada parte, quais são os autores 
referenciados no artigo e sobre o que fala cada autor. 
 
● Elaboração de projetos: quando um projeto precisa ser construído, um mapa 
conceitual pode ser feito em conjunto com sua equipe, tornando-se mais fácil 
a compreensão do que precisa ser feito, como deve ser feito, quais as partes, 
pessoas e atividades que são necessárias. Desta forma, o projeto fica mais 
claro e com mais condições de ser realizado e implementado com sucesso. 
 
Unidade 3 - Normatização dos trabalhos acadêmicos - parte I 
 
 Normas são regras para serem respeitadas dentro de um âmbito ou limite que 
pode ser uma família, empresa, organização, universidade, ou algum segmento da 
sociedade. Desta forma há normas locais, regionais, nacionais e até internacionais. 
Uma norma representa a forma mais simples, econômica, racional e acordada por 
todos ou pelos segmentos interessados de modo a ser útil a todos. A palavra 
“normatização”, criada por meio do senso comum, está relacionada a estabelecer 
normas. A ciência, possuidora de um método rigoroso, possui agências reguladoras 
nacionais e internacionais que elaboram as normas, tanto dos métodos aceitos para 
a pesquisa, quanto para os métodos permitidos para a apresentação do resultado da 
pesquisa. Nesta unidade iremos compreender quais são as agências reguladoras e 
os tipos de métodos e de pesquisa reconhecidos por tais. 
 
3.1 - ABNT 
 
 ABNT é a sigla da Associação Brasileira de Normas Técnicas, um órgão 
fundado em 1940 cuja função é administrar a normalização técnica no Brasil, em 
diversos setores. A entidade é membro fundador da Organização Internacional de 
http://www.abnt.org.br/
https://www.iso.org/home.html
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Normalização (ISO), entidade que agrega todos os órgãos de normas técnicas do 
mundo. Uma norma técnica é um documento publicado por um órgão credenciado e 
reconhecido pela ISO (no caso do Brasil, a ABNT) que determina regras, padrões, 
medidas, diretrizes ou procedimentos para um produto, serviço, documento ou 
material. 
No Brasil, a obediência a uma norma técnica é opcional (em alguns países é 
obrigatória), mas o não cumprimento implica em dificuldades de implementação de 
um serviço ou a recusa do documento por parte do destinatário, por estar “fora dos 
padrões técnicos”. 
As normas para os trabalhos acadêmicos, toda sua formatação e regras são 
estipuladas pela ABNT. E no Ensino Superior, utilizamos tais regras sempre que 
queremos pesquisar, redigir ou apresentar algum trabalho. Afinal a utilização de tais 
regras é o que transforma um pesquisa qualquer em um documento científico. 
Como curiosidade, é importante saber que o órgão rege milhares de normas 
técnicas que atingem diversos outros setores além do acadêmico. Por exemplo, o 
grupo de normas ABNT NBR ISO 9000 determina regras para a gestão da qualidade 
em diversos setores, do industrial ao alimentício. Um produto ou serviço que tenha 
essa certificação passou por diversos testes, tendo sua eficácia e qualidade 
comprovados por ISO e ABNT e obtendo determinadas vantagens no seu mercado. 
 
3.2 - Métodos de pesquisa 
 
Método é o caminho para se realizar alguma coisa e quando se tem o caminho, 
torna-se mais fácil realizar viagens sabendo onde se está, aonde se quer chegar e 
como fazê-lo. O método de pesquisa refere-se à forma como aborda-se o objeto de 
estudo, e em como escolher procedimentos sistemáticos para obter a explicação dos 
fenômenos. Segundo Gil (1999, p. 30) “a escolha de um método vai depender da 
característica do objeto de pesquisa; dos recursos materiais disponíveis; do nível de 
abrangência do estudo; e do interesse do pesquisador”. Pesquisar algo de nosso 
interesse é sempre um trunfo para o desenvolvimento da pesquisa. 
Os principais métodos de pesquisa utilizados são: 
 
https://www.iso.org/home.html
https://tecnoblog.net/236041/guia-normas-abnt-trabalho-academico-tcc/
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● Método Dedutivo: é um método racionalista, pois considera que a razão é a 
única forma de alcançar o conhecimento verdadeiro, sendo o mais utilizado 
dos cinco métodos existentes. Utiliza o silogismo, ou seja, de duas premissas 
se conclui uma terceira. Como mostra o exemplo: 
 
Todo homem é mortal (premissa maior). 
Pedro é homem (premissa menor). 
Logo, Pedro é mortal (conclusão). 
 
● Método Indutivo: é o método em que o pesquisador, a partir de uma amostra 
da população, chega a conclusões aplicáveis a toda população. Ou seja, o 
conhecimento é baseado na experiência, sendo que as generalizações são 
resultantes da observação de casos reais e concretos elaborados a partir de 
casos individuais. Por exemplo, esse é o método utilizado quando o IBOPE 
ouve cinco mil consumidores e projeta qual será o comportamentode cem 
milhões de pessoas. 
 
● Método Hipotético-dedutivo: esse método consiste na construção baseada em 
hipóteses, ou seja, caso uma parte ou a totalidade das hipóteses sejam 
comprovadas como falsas, o restante também o será. Para isso é necessário 
que as hipóteses sejam submetidas ao máximo possível de testes, críticas, 
comparações e ao confronto com os fatos. Assim, verifica-se quais as 
hipóteses serão refutadas e, consequentemente, quais permaneceram como 
válidas. Segundo Gil (1994,p.28) "[...] enquanto o método dedutivo procura 
confirmar a hipótese, o hipotético-dedutivo procura evidências empíricas para 
derrubá-las”. Assim, a abordagem do método hipotético-dedutivo é a verdade, 
eliminando tudo que é falso. 
 
● Método dialético: esse método é utilizado quando se faz uma investigação 
através da contraposição de elementos conflitantes, buscando compreender o 
papel desses elementos no fenômeno observado. Dessa forma, o pesquisador 
deve confrontar qualquer conceito tomado como verdadeiro, buscando novas 
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conclusões. Portanto, o método dialético não analisa um fenômeno estático, 
pelo contrário, busca contextualizar o objeto ou fenômeno de acordo com uma 
dinâmica histórica, cultural e social (contexto social). 
 
● Método fenomenológico: esse método consiste na descrição direta do 
fenômeno ou da experiência tal como ela ocorre. Busca-se fazer a descrição 
mais fidedigna possível do fato, não pressupondo nada. Assim, o pesquisador, 
ao explorar o dado, não se deixa influenciar por crenças, costumes e nem faz 
juízo de valor sobre o mesmo, buscando realizar uma descrição pura da 
realidade´. 
 
● Método histórico: através desse método ocorre o estudo dos fatos ocorridos no 
passado, os quais permitem realizar vários tipos de análises como, por 
exemplo, a identificação ou explicação de como algum fato influencia no 
presente, ou buscando identificar e explicar sua origem. 
 
● Método comparativo: esse método tem por objetivo estudar os indivíduos, 
classes e grupos sociais, em relação aos fatos e fenômenos sociais que 
ocorrem, ou ocorreram no ambiente onde estão inseridos. O objetivo é 
estabelecer leis e correlações entre eles, estabelecendo suas semelhanças e 
diferenças. Para tanto, o pesquisador deve definir o número de grupos com os 
quais irá trabalhar as variáveis que serão adotadas. 
 
● Método estatístico: esse método apoia-se na teoria estatística da 
probabilidade, sendo bastante utilizado, pois, permite ao pesquisador 
transformar uma quantidade grande de fatos e dados em um número menor, 
estabelecendo relações e correlações entre eles. Assim, esse método é 
utilizado quando o fato ou fenômeno analisado apresenta um grande número 
de ocorrências e complexidade, necessitando quantificá-lo para que possa 
analisá-lo. 
 
3.3 - Modalidades de pesquisa 
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As modalidades da pesquisa referem-se à forma como deve-se proceder na 
execução da pesquisa, ou seja, como realizá-la. São vários os tipos de pesquisa, e 
abaixo, serão listados os principais: 
 
● Quanto à natureza pura (Básica): tem por objetivo a produção de novos 
conhecimentos, os quais envolvem verdades e interesses universal sem, no 
entanto, ter inicialmente uma aplicação prática para os resultados previstos. 
 
● Quanto à natureza aplicada: tem por objetivo a busca de novos conhecimentos, 
os quais envolvem interesses locais. Ao contrário da pesquisa pura, a aplicada 
busca a produção de conhecimento que tenha aplicação prática para resolver 
problemas ou situações reais e específicas. 
 
● Quanto à forma de abordagem: existem dois tipos de pesquisa em relação à 
abordagem: o quantitativo e o qualitativo, os quais estão relacionados ao modo 
como o pesquisador irá determinar o método para levantar dados e obter 
informações, ou seja, para chegar às causas do problema. 
 
- Pesquisa quantitativa: nesta modalidade, são utilizadas técnicas 
estatísticas para transformar dados em números e, posteriormente, em 
informações, analisando-as para tirar as devidas conclusões. Para 
desenvolver uma pesquisa baseada nesse método é necessário ter 
variáveis bem definidas e utilizar cálculos estatísticos. Além disso, nela 
não há o envolvimento direto do pesquisador, pois ele apenas observa 
a situação e anota dados, não havendo interação com o objeto da 
pesquisa. Esse método utiliza a estatística como base, portanto, requer 
o uso de recursos como porcentagem, média, moda, mediana, 
variância, desvio, padrão, coeficiente de correlação, entre outros. Um 
dos instrumentos de levantamento de dados mais utilizados nesse tipo 
de pesquisa é o questionário. 
 
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- Pesquisa qualitativa: esta modalidade é baseada em uma pesquisa 
descritiva, onde entrevistados dão sua opinião sobre um fato ou uma 
realidade, ou seja, são exploradas as particularidades e os traços 
subjetivos (significados, motivos, aspirações, crenças, valores e 
atitudes) do objeto pesquisado. Nessa pesquisa ocorrem classificações 
e análises dissertativas sobre certas situações ou fatos. 
 
- Pesquisa quali-quanti: esta modalidade é uma mescla entre a qualitativa 
e a quantitativa. É recomendado iniciar pela fase qualitativa, a fim de 
coletar informações em fontes confiáveis e compreender o fenômeno 
estudado. Na sequência vem a parte quantitativa do estudo, que 
geralmente requer a aplicação de questionário e análise dos dados 
coletados. 
 
● Pesquisa em relação a um objetivo geral: antes de realizar uma pesquisa como 
essa, deve-se definir o(s) objetivo(s). Após essa primeira etapa, é estabelecido 
os procedimentos metodológicos seguintes, ou seja, partindo do problema a 
ser pesquisado, essa classificação permite determinar quais os procedimentos 
que serão empregados na investigação científica. São eles (Gil, 2006): 
 
- Pesquisa exploratória: utilizada quando um problema é pouco 
conhecido e suas hipóteses não estão ainda claras, o que necessita de 
um maior envolvimento do pesquisador como objeto da pesquisa 
(tema), tendo por finalidade buscar informações sobre ele e, assim, 
poder delineá-lo melhor e torná-lo mais claro. Normalmente, é utilizado 
um estudo de casos embasado por pesquisa bibliográfica, entrevistas e 
análise de exemplos. 
 
- Pesquisa descritiva: tem por finalidade descrever as características de 
um objeto ou fenômeno ou de uma experiência. Para isso, o 
pesquisador descreve, classifica e a observa. A coleta de dados sobre 
o objeto é feita através de técnicas padronizadas, como o questionário 
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ou a observação sistemática. Esta modalidade de pesquisa tem por 
finalidade observar, analisar e registrar um dado fenômeno sem que o 
pesquisador se envolva, de alguma forma, na mesma. Portanto, é 
proibido a ele emitir opinião, interferir na pesquisa, omitir ou alterar 
dados, entre outras atitudes que possam virar alterar a situação. 
 
- Pesquisa explicativa ou analítica: utilizada para descobrir o modo as 
causas do fenômeno, ou seja, o que leva o fenômeno a ocorrer e quais 
são as suas causas. O método utilizado nesta pesquisa vai depender 
do campo onde está se realizando a pesquisa. Devido às suas 
características,a pesquisa explicativa é bastante presente durante a 
realização de pesquisas experimentais, pois durante o experimento com 
variáveis, busca-se saber o porquê do resultado. 
 
● Pesquisa de procedimentos técnicos para coleta de dados: a partir da escolha 
do objeto de pesquisa, segue-se para a fase seguinte que é a de planejar como 
vamos desenvolver a pesquisa, ou seja, a fase escolher os procedimentos 
técnicos e/ou metodológicos adotados para dar prosseguimento à pesquisa. 
Segundo Gil (2006), existem dois grupos de delineamentos, são eles: 
 
- Pesquisa bibliográfica: tem por objetivo conhecer as diferentes 
contribuições científicas disponíveis sobre o tema pesquisado. Envolve 
leitura,análise e interpretação de livros, jornais e revistas acadêmicas, 
periódicos, manuscritos e sites científicos. Isso significa que qualquer 
informação publicada (impressa ou eletrônica) é passível de se tornar 
uma fonte de consulta. O primeiro passo a ser dado nesse tipo de 
pesquisa é selecionar, do material recolhido, o que tem importância real 
para o tema a ser desenvolvido, o que chamamos de triagem. Após, 
deve-se fazer a leitura sistemática do material selecionado, realizando 
anotações e fichamentos, os quais irão formar o banco de dados 
utilizado na fundamentação teórica do estudo. A pesquisa bibliográfica 
é utilizada para todos os outros tipos de pesquisa, dando suporte a elas 
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e auxiliando na determinação do problema, objetivos, na construção de 
hipóteses, na fundamentação da justificativa da escolha do tema e na 
elaboração do relatório final. Dessa forma, podemos perceber que não 
existe pesquisa sem que bibliográfica esteja envolvida, portanto, ela 
deve se tornar rotina entre os pesquisadores e estudantes. 
 
- Pesquisa documental: esta modalidade é bastante parecida com a 
bibliográfica, sendo que a diferença entre elas reside na natureza da 
fonte. A fonte da pesquisa documental são documentos conservados 
em arquivos de órgãos públicos e privados, sindicatos, igrejas, 
instituições e em acervos particulares, tais como fotografias, filmes, 
diários, memorandos, atas de reunião, boletins, cartas pessoais, 
relatórios, entre outros documentos. Na pesquisa documental, a fonte 
pode já ter sido ou não utilizada em pesquisas anteriores. Caso já tenha 
sido analisada, normalmente, a pesquisa tem objetivo diferenciado entre 
outras interpretações. 
 
- Pesquisa empírica ou experimental: o objetivo desta modalidade é testar 
hipóteses que dizem respeito a relações de causa e efeito, podendo ser 
realizada em qualquer ambiente. Esse tipo de pesquisa envolve 
hipóteses que podem ser confirmadas ou não, em um processo de 
tentativa e erro. Para que se possa realizar esse tipo de pesquisa é 
necessário selecionar variáveis dependentes, estabelecer grupos de 
controle e a manipulação de variáveis independentes, tudo sobre o rigor 
de técnicas estatísticas e por amostragem, buscando verificar se o 
resultado obtido em um dado número manipulação de variáveis pode 
ser generalizado. 
 
- Pesquisa de levantamento: utiliza-se um questionário para, de forma 
direta, levantar informações das pessoas acerca do problema estudado. 
Quando o levantamento envolve toda a população (universo) é 
chamado de censitário, podendo ser feito com apenas uma parte da 
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população (amostragem). Após o levantamento dos dados, estes são 
transformados em números e analisados através de métodos 
estatísticos, os quais gerarão informações que permitirão chegar a 
conclusões que serão generalizadas para toda a população. 
 
- Pesquisa de campo: esta modalidade está relacionada à observação de 
um fato ou fenômeno, coletando dados sobre o mesmo da forma mais 
fiel possível e sem alterar nada do observado. Após a observação inicial, 
passa-se à análise e à interpretação desses dados com base em uma 
fundamentação teórica (pesquisa bibliográfica) consistente, com o 
intuito de compreender e explicar o problema pesquisado. Nesse tipo 
de pesquisa, dependendo do tema, é necessário determinar técnicas de 
coleta de dados mais apropriadas à natureza do tema, definindo 
também técnicas para registro e análise, podendo ser utilizada a 
abordagem predominantemente qualitativa ou quantitativa. 
 
- Pesquisa-ação: esta modalidade implica em uma pesquisa feita por 
mais de um participante. Isso porque os pesquisadores devem agir em 
conjunto para resolver um problema comum ou uma situação real 
(coletiva), portanto devem trabalhar de forma cooperativa ou 
participativa. A pesquisa-ação é uma metodologia apropriada para o 
trabalho em equipe, em que o objeto de estudo é analisado por todos 
os participantes da equipe, favorecendo as discussões na geração de 
conhecimentos sobre a realidade vivenciada. 
 
- Pesquisa ex-post-facto (a partir do fato passado): nesta modalidade de 
pesquisa o fato já ocorreu, ou seja, está no passado, o que impossibilita 
pesquisador de ter qualquer tipo de controle ou de manipulação dos 
mesmos. Portanto, seu objetivo é levantar e testar hipóteses, mas que 
devem ser comprovadas pelos fatos do passado. 
 
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- Pesquisa laboratorial: este tipo de pesquisa ocorre em situações 
controladas, utilizando-se de instrumentos específicos e precisos. São 
realizadas em um ambiente adequado, previamente estabelecido e 
conforme o estudo a ser feito. Esse tipo de pesquisa é comumente 
confundido com a pesquisa experimental. Mesmo que a maioria das 
pesquisas laboratoriais seja experimental, o que a diferencia deste fato 
dela ocorrer em situações controladas, com a escolha dos instrumentos 
a serem utilizados (específicos e precisos). Assim, eles possuem um 
ambiente totalmente apropriado a essa pesquisa máximo de controle 
possível para evitar que haja qualquer tipo de contaminação do 
ambiente das pessoas. 
 
 
Unidade 4 - Normatização dos trabalhos acadêmicos - parte II 
 
 O objetivo central desta unidade é continuar o aprofundamento acerca da 
normatização do trabalho acadêmico. Agora, serão avaliadas as formas de pesquisa 
científicas, que podem e devem ser usadas para embasar as análises. 
 
4.1 - Técnicas de pesquisa 
 
Após verificar os principais tipos e modalidades da pesquisa científica, é 
importante analisar as técnicas por trás de cada uma delas. Ou seja, os 
procedimentos gerais que auxiliam no desenvolvimento da pesquisa. Como afirma Gil 
(2006), para a realização da pesquisa, é necessário o emprego de técnicas de 
pesquisa. As técnicas são procedimentos que operacionalizam os métodos. Para todo 
método de pesquisa, correspondem uma ou mais técnicas. Estas estão relacionadas, 
principalmente, com a coleta de dados, isto é, a parte prática da pesquisa. A coleta 
de dados envolve a determinação da população a ser pesquisada, a elaboração dos 
instrumentos de coleta e a programação da coleta. Os instrumentos de coleta de 
dados mais utilizados são: 
 
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● Observação: geralmente utilizada como uma parte importante no 
desenvolvimento da pesquisa, é organizada para registrar as informações 
obtidas durante a sua execução. A vantagem de usar a técnica é que os fatos 
são percebidos diretamente, sem qualquer intermediação. A desvantagem é 
que a presença do pesquisador pode alterar as atividades normais executadas 
pelas pessoas que estão sendo observadas. A observação pode ser simples, 
participante e pode ser aplicada em um período de tempo. 
 
● Entrevista: A entrevista é uma técnica que utiliza perguntas ao entrevistado 
como forma de aquisição de informações específicas. Na entrevista se faz a 
coleta de dados, diagnóstico e orientação. As vantagens da entrevista são: 
possibilita a obtenção de dados referentes aos mais diversos aspectos 
envolvidos na pesquisa; obtenção de dados acerca do comportamento; os 
dados coletados podem ser classificados; o entrevistado não necessita saber 
ler e escrever; oferece a possibilidade de esclarecimentos; permite observar 
algumas expressões durante a sua execução, através de gestos e voz do 
entrevistado. Entre as limitações, podemos citar: a falta de motivação do 
entrevistado; a falta de compreensão do significado das perguntas; 
fornecimento de respostas falsas; incapacidade do entrevistado para 
responder a entrevista; influências das opiniões pessoais do entrevistador. 
Segundo Gil (2006, p. 118), os tipos de entrevistas são: 
 
1) Entrevista informal: expressão livre do entrevistado sobre o assunto 
pesquisado. 
 
2) Entrevista focalizada: enfoca tema específico e procura manter o 
entrevistado no assunto. 
 
3) Entrevista porpautas: tem certo grau de estruturação, guiando-se por uma 
relação de pontos. 
 
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4) Entrevista estruturada: relação fixa de perguntas, possibilitando tratamento 
quantitativo dos dados. 
 
● Questionário: Um questionário deve ser composto por questões bem 
apresentadas, as quais serão enviadas aos entrevistados na forma impressa 
ou virtual. Importante é construir esse questionário com o auxílio de um 
orientador, ou basear-se em algum modelo já validado. Como vantagens, na 
utilização do questionário, podemos citar a possibilidade de alcançarmos um 
grande número de participantes e desta forma podemos garantir o anonimato 
das respostas e sem a influência de opiniões de quem está fazendo a 
entrevista. Algumas limitações no uso do questionário são a exclusão daqueles 
que não sabem ler e escrever; os entrevistados não possuem auxílio quando 
não entendem alguma pergunta; não garantem um retorno; geralmente o 
número de perguntas não é expressivo. Na elaboração do questionário as 
perguntas podem ser abertas ou fechadas. 
 
● Teste: Testar é fazer uma prova, envolve sentido de medida (precisão). É 
necessário realizar uma comparação com base em critérios definidos. Tem 
como requisitos: 
 
 
1) Medir a validação de um conteúdo; 
2) Qualidade de medir com exatidão; 
3) Padronizar a aplicação, a análise e a interpretação dos resultados; 
4) Estabelecer normas para avaliar e interpretar os resultados do teste. 
 
● Documento: é a busca por documentos como: arquivos, registros estatísticos, 
diários, biografias, jornais, revistas, entre outros, que possam ajudar na 
pesquisa. Documentos podem ser registros estatísticos: IBGE, Departamento 
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, Organizações 
Voluntárias, Institutos de Pesquisa e Órgãos Públicos. Podemos utilizar 
também os documentos pessoais, como: cartas, diários, memórias, 
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autobiografias. Também são exemplos de documentos, os registros em 
comunicação, como: jornais, revistas, programas de rádio e televisão, 
panfletos, boletins e outros. 
 
4.2 - Estudo de caso (ou método monográfico) 
 
Esse método estuda casos específicos ou que envolvem pequenos grupos, 
buscando entender como determinados fatos ocorrem. Tem por princípio que o 
estudo de um caso em profundidade pode ser representativo de vários outros de 
todos os casos semelhantes. O objeto de estudo podem ser os indivíduos, as 
comunidades, as instituições, entre outros. O estudo de caso inicia-se com uma 
metodologia qualitativa, que se expande para investigações quantitativas e, como já 
se mencionou anteriormente, os estudos quantitativos e os qualitativos podem ser 
complementares de modo a fornecer um melhor entendimento sobre um fenômeno 
em estudo. 
Um caso, para ser chamado de "caso", tem que ter alguma particularidade que 
o diferencie, tem que ser especial. Em geral, faz-se o estudo de um caso, e não de 
vários casos. O caso tem que ser descrito e analisado do modo mais detalhado e 
completo possível. Nos estudos de caso clássicos, o pesquisador não está envolvido 
diretamente no caso, porém este fato depende do fenômeno que está sendo 
analisado uma vez que o pesquisador possa analisar o indivíduo ou grupo envolvido. 
Para realizar um estudo de caso, torna-se importante inicialmente verificar se 
existe o caso, isto é, se há algum fenômeno relevante, que apresente interesse para 
algum grupo ou para a sociedade. É preciso então identificar, que características e/ou 
importância tornam o estudo um caso. Essa identificação inclui a definição de um 
problema a ser estudado. Este problema ou questão fundamental dará origem ao 
objetivo do trabalho. Um objetivo é um alvo a ser perseguido ao longo da realização 
do trabalho. Qual é o objetivo do estudo de caso em foco? 
Com o objetivo definido, pode-se buscar subsídios bibliográficos: encontrar 
estudos semelhantes ou mesmo diferentes, mas centrados na temática em estudo e 
que possam complementar o saber necessário para a realização do estudo de caso. 
Em seguida, é preciso realizar um planejamento prévio do que será feito, como, 
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quando e o responsável para cada ação. Isso pode ser feito por meio de um 
cronograma de atividades. Torna-se interessante planejar que técnica será utilizada, 
qual questionário, quais perguntas serão feitas etc. A partir dessa definição pode-se 
seguir para as etapas nas quais se realizará o levantamento de dados. Nos 
levantamentos de dados, o início ocorre por meio de observação dos fenômenos. O 
passo seguinte ocorre através da aplicação dos questionários e/ou por meio da 
realização de entrevistas que podem ser gravadas e com posterior transcrição 
(escrevendo o que foi levantando oralmente), por meio de questões abertas (de 
resposta livre). Estas podem ser analisadas por meio de outras técnicas, como é o 
caso da análise do conteúdo e/ou análise do discurso. 
Enquanto a análise do conteúdo pode ser realizada de modo qualitativo e 
quantitativo; a análise do discurso pega os sentidos das enunciações de modo 
qualitativo, e, por meio de questões fechadas múltipla escolha e uma alternativa como 
é o caso das questões previamente formuladas. 
Verifica-se que a metodologia do estudo de caso para ser implementada pode 
fazer uso de técnicas de levantamento de dados, dos questionários e entrevistas e 
também técnicas de análise que podem envolver técnicas estatísticas para o caso de 
dados numéricos e, técnicas de análise do discurso e/ou análise do conteúdo para os 
estudos qualitativos. Além disso, é importante fazer a descrição e a análise do caso 
de modo mais detalhado possível. A análise pode ser realizada em relação a outros 
estudos de caso e nos autores citados na bibliografia. Quanto mais detalhado for o 
estudo do caso, mais aprofundado seus resultados. Afinal, o conjunto de técnicas 
forma um estudo complexo, o que mais pode ser útil à sociedade e à ciência em si. 
 
 
Unidade 5 - Modalidades dos trabalhos científico-acadêmicos 
 
 
A principal razão que leva o pesquisador a escrever é a necessidade de 
expressar os resultados de pesquisas, reflexões e estudos que realizou, em 
determinado período, por solicitação dos professores ou espontaneamente, por isso 
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deve pensar em comunicar de forma clara, precisa e objetiva. Segundo Lakatos e 
Marconi (2003, P. 234), os trabalhos científicos: 
 
[...] devem ser elaborados de acordo com as normas preestabelecidas 
e com os fins a que se destinam. Serem inéditos ou originais e 
contribuírem não só para ampliação de conhecimentos ou 
compreensão de certos problemas, mas também servirem de modelo 
ou oferecer subsídio para outros trabalhos. 
 
A presente unidade tem como objetivo diferenciar as características quanto à 
estrutura, ao conteúdo ou à forma de apresentação inerentes de cada tipo de trabalho 
científico-acadêmico. Dessa forma, serão apresentadas as características dos 
principais tipos de trabalhos científicos acadêmicos e seus pré-requisitos. 
 
5.1 - Tipos de documentos científicos 
 
Considera-se como documentos científicos, uma gama enorme de 
documentos que incluem: monografias, trabalhos de conclusão de curso, relatórios, 
teses, dissertações, artigos científicos, resumos, resenhas, livros, capítulos de livros, 
projetos e muitos outros. A escrita dos documentos científicos deve ser, o mais 
possível: clara, precisa, evitando-se o uso de muitos adjetivos e procurando focar no 
tema e/ou objetivo do estudo. Abaixo, são descritos os principais tipos de trabalhos 
científicos. 
 
● Monografia 
Monografias são documentos escritos por meio mecânico ou eletrônico, e que 
se concentram em um único tema, por isso são monografias. Elas podem ser escritas 
por vários autores (ou autor e co-autores) e são utilizadas principalmente como uma 
das atividades finais de um curso do Ensino Superior. Na elaboraçãode uma 
monografia é importante a existência de um orientador para que o estudante possa 
discutir seu tema e recortes do tema, de modo a torná-lo mais específico e 
administrável. Uma monografia é uma sucessão de argumentos que vão se 
encadeando de forma lógica (e não um conjunto de frases desconexas). Os 
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argumentos devem ser abordados gradativamente, de modo a fazer sentido e se 
chegar ao último que é a conclusão do trabalho. 
Por meio das monografias que são realizadas de modo autônomo pelo 
estudante, pode-se atualizar, organizar e sintetizar o saber sobre o assunto em foco, 
de modo que o estudante adquira o domínio sobre o tema, os autores principais sobre 
o assunto e suas falas, bem como o trabalho prático, seus resultados e discussões 
em relação aos autores considerados no trabalho. 
 
● Tese 
A tese é um tipo de monografia escrita por um autor, com temas e conteúdos 
originais, e com um nível de aprofundamento elevado e abrindo novos caminhos para 
o saber. Normalmente, as Teses são cobradas para a finalização de cursos de 
doutoramento. Os doutorados, normalmente, têm duração de quatro anos. Eles 
constam de um momento inicial no qual os estudantes cursam disciplinas que vão 
fornecer subsídios para a elaboração de suas teses e outro momento posterior no 
qual vão trabalhar, prioritariamente, com seus orientadores realizando pesquisas e 
escrevendo suas monografias. 
A escrita das teses no Brasil, ocorre seguindo as normas ABNT mencionadas 
anteriormente. As teses devem ser apresentadas e defendidas diante de uma banca, 
composta por pelo menos 5 membros que são professores doutores, sendo que um 
deles é o presidente da banca e é o orientador do candidato a obter o título de doutor. 
Alguns dos membros devem ser externos, de outras instituições, mas todos devem 
ser especializados na área da defesa. 
Na defesa da tese, após a apresentação realizada pelo candidato, há o 
momento da arguição no qual os membros da banca fazem questionamentos para 
verificar se o candidato tem o saber e a explicação em relação às dúvidas 
apresentadas. Após a arguição por todos os membros da banca, há a nota final dos 
membros e a informação se o candidato está aprovado ou não. 
 
● Dissertação 
A dissertação, normalmente, é menos aprofundada em relação à tese, pode 
tratar de temas mais comuns, mas com conteúdo original, e é utilizada normalmente 
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em cursos de mestrado. Nas dissertações os estudantes mestrandos podem abordar 
temas já desenvolvidos anteriormente e prosseguir na pesquisa sobre o saber, 
buscando novos elementos e ópticas que enriqueçam o conhecimento sobre o tema. 
Os mestrados, normalmente, possuem duração menor que os doutorados em 
termos de duração, variando de um a três anos. No momento inicial do mestrado, o 
aluno cursa as disciplinas necessárias para que possa desenvolver o tema e seu 
recorte na linha de pesquisa que escolher. No segundo momento, o aluno 
desenvolverá o trabalho de sua pesquisa em conjunto com seu orientador. Como 
resultado, o aluno tem que escrever a monografia que é a dissertação. Esta deverá 
ser apresentada e defendida diante de uma banca examinadora, composta por no 
mínimo três professores doutores, da área de estudos em foco. Ao ser aprovado, o 
aluno recebe o título de mestre na área específica do saber que estudou e poderá 
prosseguir seus estudos em cursos de doutorado. 
 
● Artigos científicos 
Os artigos científicos são documentos que apresentam textos atuais sobre 
experiências realizadas, relatos de casos, revisões de literatura etc. Eles são menores 
que as monografias e, em geral, têm de 10 a 20 páginas. Artigos são semelhantes às 
monografias, uma vez que são também sucessões de argumentos, mas de modo 
mais simplificado e contendo somente as informações necessárias ao bom 
entendimento, mas de modo menos volumoso e adaptado às normas que são 
exigidas em cada revista ou periódico científico para que possam ser publicadas. 
A apresentação de artigos pode ocorrer em eventos como é o caso de 
Congressos, Seminários, Encontros científicos ou semelhantes. Nestes eventos, 
muitas vezes há a publicação na íntegra do artigo em volumes dos anais do evento. 
No entanto, a forma mais comum de publicação de artigos é por meio de periódicos 
ou revistas científicas. 
As revistas, normalmente, têm períodos de submissão que são as épocas nas 
quais a revista aceita artigos. Geralmente, para uma revista aceitar um artigo ele tem 
que atender uma série de quesitos, entre os quais: o conteúdo do texto deve ser 
coerente com a área e o tema da revista. 
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Os artigos científicos permitem que os leitores se atualizem e construam o 
conhecimento de modo autônomo e informal. As revistas científicas colaboram com a 
educação informal, e essa, contribui para que a educação formal alcance sucessos 
maiores uma vez que podem fornecer informações e subsídios para as pessoas que 
estão estudando no ensino formal, em alguma determinada área do saber. Para a 
pesquisa científica, este tema é de grande importância, pois os artigos apresentam 
todo o desenvolvimento de uma pesquisa e os resultados alcançados. 
 
● Resumo 
O resumo é a condensação do texto, tendo o cuidado de manter a intenção do 
autor. Não cabem, no resumo, comentários ou avaliações do material que está sendo 
condensado. Resumir não é reproduzir frases do texto original, fazendo uma colagem 
de pedaços do texto; devemos exprimir, com as próprias palavras, as idéias do texto. 
Para isso, é necessário compreender, antecipadamente, o conteúdo de todo o 
material, assim, não é possível resumir à medida que vamos lendo pela primeira vez. 
Deve-se proceder a primeira leitura de reconhecimento do texto. Na segunda 
leitura, por meio de anotações, apontando ideias importantes e buscando no 
dicionário o sentido de palavras mais complexas. 
Existem três tipos de resumo: 
 
1- Resumo informativo: neste tipo apresentam-se as ideias principais contidas 
no texto original, redigindo de forma clara e objetiva, e respeitando o ponto de vista 
do autor. Normalmente, a cada parágrafo sintetiza-se uma ideia principal do texto. 
 
2- Resumo crítico: como a própria denominação estabelece, esse tipo de 
resumo, além de cumprir os passos do informativo, acrescenta a manifestação da 
opinião, ou implica perante o assunto estudado, por parte do autor do resumo. Desse 
modo, sempre, após o resumo, acrescentam-se opiniões e apreciações pessoais. 
 
3- Resumo acadêmico científico: segundo a ABNT, a extensão desta 
modalidade de texto deve conter cerca de 250 palavras. O resumo é constituído de 
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uma sequência de frases concisas e objetivas, contendo palavras-chave do texto 
original, e deve ser feito em apenas um parágrafo. 
De maneira geral, a produção de um resumo deve destacar: 
 
I. A primeira frase deve ser significativa, expondo a ideia principal, isto é, 
identificando o objetivo do autor quando escreveu o texto; 
 
II. A articulação das ideias deve seguir a lógica dada às ideias pelo autor, 
incluir todas as divisões importantes, dando igual proporção a cada uma 
delas e sempre observando o tema principal do documento; 
 
III. As conclusões do autor do texto devem ser objeto do resumo; 
 
IV. Dar preferência ao uso da terceira pessoa do singular e o verbo na voz 
ativa (como: descreve, aborda, estuda etc.); 
 
V. Evitar a repetição de frases inteiras do original; 
 
VI. Respeitar a ordem em que as idéias ou fatos são apresentados; 
 
VII. Não deve apresentar juízo valorativo ou crítico; 
 
VIII. Deve ser compreensível por si mesmo, dispensando a consulta ao 
original; 
 
IX. Evitar o uso de parágrafos ou frases longas, citações e descrições ou 
explicações detalhadas, expressões como: o “autor trata”, no “texto do 
autor” o “artigo trata” e similares, figuras, tabelas, gráficos, fórmulas, 
equações

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