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SUMÁRIO 1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL 3 2. PRINCÍPIOS PENAIS 5 3. EXERCÍCIOS 6 4. GABARITO 7 2 PRINCÍPIOS PENAIS 1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL 1. LEGALIDADE - Art. 5°, XXXIX, CF e art. 1°, CP. Para que eu considere uma conduta como criminosa, anteriormente a sua prática, é necessário que exista uma lei nesse sentido. Esse princípio se divide em duas espécies: LEGALIDADE - SENTIDO AMPLO (QUAISQUER NORMAS) RESERVA LEGAL - SENTIDO ESTRITO (LEI ORDINÁRIA OU COMPLEMENTAR 1.1. Reserva Legal – Somente lei em sentido estrito, ou seja, aquela editada pelo poder legislativo, pode definir condutas criminosas e estabelecer sanções penais. Quando trato de Medidas Provisórias que versem sobre condutas criminosas, prevalece no STF a possibilidade, desde que tal matéria seja favorável ao réu. 1.2. Anterioridade da Lei Penal - Não é necessário apenas que a criminalização da conduta se dê por lei em sentido estrito, é preciso ainda que essa lei seja anterior a prática do ato. Isto é, uma conduta para ser considerada criminosa e punível, necessariamente, precisa ter sido praticada posteriormente à vigência da legislação que a criminaliza. 3 RESERVA LEGAL + ANTERIORIDADE = LEGALIDADE 2. INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA - art. 5°, XLVI. A pena é estabelecida pela análise de várias circunstâncias, não posso impor de maneira genérica a todas as pessoas sem avaliar o caso concreto. Um exemplo clássico é a declaração de inconstitucionalidade pelo STF ao artigo que tratava da impossibilidade de progressão de regime aos condenados por crimes hediondos. Dessa forma, observa-se que o princípio da individualização da pena compreende os planos legislativo (cominação), judicial (aplicação) e administrativo (execução). 3. INTRANSCENDÊNCIA DA PENA - art. 5°, XLV. Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, assim, pagará pelo crime quem de fato o cometeu, não posso responsabilizar outras pessoas estranhas à conduta do agente. Lembre-se, estou falando de regras de direito penal, nada impede que “penas” estabelecidas, por exemplo, na área civil, sejam executadas em face de outras pessoas, como o herdeiro. Ex: João furta um supermercado, pouco tempo depois acaba morrendo e não cumpre a pena do crime. Poderia seu filho ser responsabilizado pelo ato do pai? A resposta é NÃO , e o princípio que veda isso é o da Intranscendência da pena. ATENÇÃO!!! Cuidado com a pena de MULTA , ela tem natureza penal, e não civil, sendo assim, não posso transmitir essa obrigação aos herdeiros. 4 4. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA/ NÃO CULPABILIDADE - art. 5°, LVII. Enquanto não houver sentença penal condenatória, a pessoa não poderá ser considerada culpada, por conseguinte, não poderá sofrer consequências de uma condenação. Isso significa dizer que somente após um processo concluído (aquele de cuja decisão condenatória não mais caiba recurso) em que se demonstre a culpabilidade do réu é que o Estado poderá aplicar uma pena ou sanção ao indivíduo condenado. CUIDADO! A existência de prisões provisórias não viola o princípio da presunção de inocência. 2. PRINCÍPIOS PENAIS ➽ ALTERIDADE/ LESIVIDADE – Para que a conduta seja considerada criminosa, ela tem que atingir bem jurídico de terceira pessoa. O direito penal não pune a autolesão. ⮚ Exceção: fraude para o recebimento de indenização ou valor do seguro – Art. 171, §2°, V, CP ➽ ADEQUAÇÃO SOCIAL – O direito penal também deve se adequar às condutas que, atualmente, são aceitas pela sociedade, ou seja, deve se adequar ao tempo em que está vigorando. Não se aplica esse princípio à venda de CDs e DVDs falsificados, isso porque viola o direito autoral, causando impacto econômico para os detentores da obra, não pode, assim, considerar essa prática como socialmente tolerável haja vista o expressivo prejuízo causado. ➽ FRAGMENTARIEDADE – O direito penal só se preocupa com situações de extrema relevância social. ➽ SUBSIDIARIEDADE – Só se usa o direito penal em último caso, quando as demais normas se mostrarem ineficientes. Terá caráter subsidiário em relação às demais normas. ➽ INTERVENÇÃO MÍNIMA/ ULTIMA RATIO – Decorre dos princípios da fragmentariedade e subsidiariedade . Condutas que podem ser resolvidas pelos demais ramos do direito, não devem ser tidas como crime, o direito penal é a última hipótese, “ ultima ratio” a ser invocada. 5 https://pt.wikipedia.org/wiki/Processo https://pt.wikipedia.org/wiki/Tr%C3%A2nsito_em_julgado https://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%A9u https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado https://pt.wikipedia.org/wiki/Pena ➽ VEDAÇÃO DO BIS IN IDEM – O que se busca é que uma pessoa não seja punida (processada ou condenada) duas vezes por um mesmo fato. O que não impede que haja novo processo de decisões que não fazem coisa julgada material. ➽ INSIGNIFICÂNCIA/BAGATELA – Aquilo que, minimamente, ofender o bem jurídico, não deve ser considerado crime. A insignificância atua na TIPICIDADE MATERIAL , torna a conduta atípica, o cabimento deve ser analisado caso a caso. O STF fixa ainda quatro requisitos que devem estar presentes para a aplicação do Princípio da Insignificância BIZU!!! MARI ● M ÍNIMA OFENSIVIDADE DA CONDUTA; ● A USÊNCIA DE PERICULOSIDADE SOCIAL; ● R EDUZIDO GRAU DE REPROVABILIDADE DO COMPORTAMENTO; ● I NEXPRESSIVIDADE DA LESÃO JURÍDICA. ➽ OFENSIVIDADE (nullum crimen sine iniuria) – só são passíveis de punição, as condutas que lesionam ou coloquam em perigo um bem jurídico penalmente tutelado. ➽ ESPECIALIDADE – Se a conduta do indivíduo se amolda a mais de uma lei, a lei especial prevalecerá sobre a lei geral. 3. EXERCÍCIOS 01 - Érica conduz investigação no concernente a crime que é capitulado em mais de uma lei formal. Com dificuldades de definir a lei aplicável, estabelece que, no caso investigado, deveria ser aplicado o princípio da: A) constitucionalidade B) individualidade C) especialidade D) temporalidade 02 - O presidente da República, em caso de extrema relevância e urgência, pode editar medida provisória para agravar a pena de determinado crime, desde que a aplicação da pena agravada ocorra 6 somente após a aprovação da medida pelo Congresso Nacional. CERTO ( ) ERRADO ( ) 03 - O princípio da individualização da pena determina que nenhuma pena passará da pessoa do condenado, razão pela qual as sanções relativas à restrição de liberdade não alcançarão parentes do autor do delito. CERTO ( ) ERRADO ( ) 4. GABARITO 01 – C 02 – E 03 – E 7