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Universidade São Francisco Disciplina de Processos Psicológicos Básicos Consciência Prof. Dr. Felipe Valentini 1 Para você, o que é consciência? Relativamente fácil de perceber... (Estou consciente de algumas coisas agora...) É Fundamental para a Psicologia... ... Mas difícil de definir!!! 2 O bagulho é tão embaçado... Que os primeiros Behavioristas acharam que deveríamos descartar todo estudo e referência à consciência... Conceito: Percepção de nós mesmos e do ambiente a nossa volta. Reúne informações Manter a atenção concentrada em algo 3 Vídeo minutos psíquicos https://www.youtube.com/watch?v=ujqgVWHcBjc Nicolelis https://www.youtube.com/watch?v=obg4CNYhITQ Para casa... Vejam mais vídeos do Nicolelis!!! 4 Consciência Conhecimento das sensações, dos pensamentos e dos sentimentos em dado momento. Alguns acreditam que emana de um aumento quantitativo da atividade neuronal no cérebro. Outros acreditam que emana da ativação de rotas neuronais específicas. 5 Consciência Consciência traz vantagem evolutiva: Ajuda a lidar com novas situações e planejar interesses de longo prazo. Ajuda na sobrevivência ao antever a impressão que causamos nos outros e a ler suas mentes.. 6 Duplo Processamento (dual processing) Grande parte do processamento cognitivo (trabalho do nosso cérebro) ocorre nos bastidores Via principal – Consciente e deliberada Via “subterrânea” – inconsciente e automática 7 Duplo Processamento (dual processing) A maior parte é inconsciente... Dirigindo, como você passa da faixa da esquerda para direita? Quais movimentos você executa? Nosso cérebro, muitas vezes, toma a decisão antes da nossa consciência... Cérebro de jogadores de futebol, tênis etc. respondem de maneira automática antes da consciência da trajetória da bola... Piloto automático da mente permite economia de recursos... Permite à consciência lidar com problemas novos e mais complexos, enquanto a via inconsciência cuida de questões rotineiras... 8 Atenção Permite a alternância entre processos conscientes e inconscientes O cérebro seleciona quais estímulos sensoriais descartar e quais transmitir para níveis superiores de processamento Mecanismo cerebral cognitivo que possibilita alguém processar informações, pensamentos ou ações relevantes, enquanto ignora outros irrelevantes ou dispersivos. 9 Duas categorias amplas Atenção voluntária (top-down) Habilidade ou intencionalidade em prestar atenção em alguma coisa Dividida Seletiva Atenção reflexa (bottom-up) Alguma coisa – p. ex., um evento sensorial – capta nossa atenção Atenção 10 Atenção Seletiva Resposta atencional relacionada à seleção de uma fonte de estímulo (ignorando as demais) Prestamos pouca atenção nos detalhes/tarefas sem importância Se prestássemos atenção em todos os estímulos teríamos um ‘caos mental’... Estudos Escuta dicótica Efeito Stroop 11 Escuta dicótica Usando fones de ouvido, cada lado recebe mensagens diferentes Solicita-se que prestem atenção em apenas um dos ouvidos (sombreado) e ignorem o outro (não atendido) Na cesta de piquenique ela levava manteiga de amendoim Livros, folha, telhado... Ouvido sombreado Gato, grande, dia, maçã, amigo, cada, selecionar Ouvido não atendido 12 Escuta dicótica Pessoas notam muito pouco da mensagem do ouvido não atendido. Algumas vezes trocava-se o idioma do ouvido não atendido, mas, nem sempre as pessoas percebiam... Pessoas notam o próprio nome ou informações muito importantes se elas foram inseridas no ouvido não atendido. Notamos estas informações, mesmo que estejamos muito atentos a outras tarefas... 13 Efeito Stroop Atenção seletiva visual Tempo necessário para dizer as cores da parte A Tempo necessário para dizer as cores da parte B 14 15 verde azul roxo amarelo vermelho azul vermelho cinza branco azul amarelo verde branco amarelo roxo 16 Efeito Stroop Pessoas levam mais tempo quando a palavra é incongruente com a cor Efeito da atenção seletiva diminui quando somos distraídos para outros aspectos do estímulo Processamento de texto é mais rápido e difícil de suprimir do que o processamento de cores Cérebro precisa aumentar a atenção seletiva no processamento de cores para inibir o processamento de texto Fóbicos são mais lentos para palavras relacionadas à sua fobia 17 Desatenção seletiva Cegueira por desatenção Não percebemos alterações longe do foco da nossa atenção https://www.youtube.com/watch?v=LvusDjrYTf4 A partir de 10segundos 18 Atenção Dividida Responder a duas ou mais mensagens simultâneas, respondendo a cada uma delas conforme o necessário Efeito de treinamento... Wilkaman – dirigir e executar tarefas secundárias: trocar CD, sintonizar rádio, digitar um número no celular Motoristas experientes: executavam as tarefas e desviavam a atenção da pista por menos de 3 segundos Novatos: deixavam de olhara para a pista por mais de 3 segundos e seus carros desviavam para os lados. 19 Atenção!!! Por mais experiência que você tenha (e se ache um Ayrton Senna), as chances de acidente aumentam consideravelmente se você tiver que dividir a atenção Concorrência entre o foco na estrada e a mensagem do whatsApp Cerca de 28% dos acidentes nos EUA ocorrem quando os motoristas estão mexendo no celular... Mesmo no viva voz sua atenção ficará dividida... +- igual a dirigir bêbado (McEvoy, 2007) 20 Neurociência da Atenção Estruturas subjacentes à superfície do córtex cerebral Rede posterior (lobo parietal) Rede anterior (lobo frontal) 21 Rede posterior Responsável pela busca visual Maior ativação (PET scan) quando as pessoas realizam buscas visuais e prestam atenção a locações espaciais Pessoas com lesões no lado direito do lobo parietal têm dificuldades para reparar (prestar atenção) em objetos localizados no lado esquerdo do campo visual (omissão unilateral) Neurociência da Atenção 22 23 Rede anterior Córtex frontal Atenção no significado de palavras Maior ativação (PET scan) para a tarefa de Stroop Neurociência da Atenção 24 Psicopatologia da Atenção Hipoprosexia – diminuição da concentração, dificuldade para percepção de estímulos. Aprosexia – perda total da capacidade de atenção. Hiperprosexia – atenção exacerbada – tendência de deter-se indefinidamente sobre certos objetos com surpreendente infatigabilidade. Distração – Sinal e não um déficit – superconcentração sobre objetos específicos, com inibição dos demais estímulos. Distrabilidade – dificuldade patológica para fixar-se ou deter-se em qualquer atividade de implique em esforço produtivo 25 Psicopatologia da Atenção Demências – perda da massa encefálica prejudica a atenção e consciência. Alzheimer – Pacientes têm dificuldade em tarefas que requerem concentração e foco. Quadro maníaco – diminuição da atenção voluntária e aumento da atenção espontânea (paciente perde o foco facilmente) – Hipervigilância e Hipotenacidade. Quadro depressivo – Hipoprosexia – diminuição geral da atenção 26 Psicopatologia da Atenção TOC – atenção excessiva. Esquizofrenia – Déficit de atenção geral. Dificuldade para filtrar as informações irrelevantes e dificuldade para anular os estímulos sensoriais irrelevantes enquanto realizam determinadas tarefas. TDAH – dificuldade para prestar atenção em estímulos externos e internos. Capacidade prejudicada em organizar e completar as tarefas. Prejuízo na tenacidade da atenção. Prejuízo relacionado à filtragem de estímulos irrelevantes à tarefa. 27 Vídeo Atenção (Minutos Psíquicos) https://www.youtube.com/watch?v=WhL4ntndnrs&t=1s 28 Estados alterados da Consciência Alucinações (fisiológico) Devaneios (espontâneo) Meditação / Hipnose (psicológicos) Veja em casa (com fones de ouvido): https://www.youtube.com/watch?v=bK46u2HxUYo https://www.youtube.com/watch?v=cyw-xq2ouDU&t=324s Coma (fisiológico) 29 Escala de Coma de Glasgow 30 Sono Tende a ocorrer em ciclos. Cada ciclo dura 90 minutos. 31 32 Para que serve o sono? Reparação e repouso. Crescimento: liberação de hormônios do crescimento está associadaao sono profundo. Esquecer informações desnecessárias. Alimentar o pensamento criativo 33 Quantas horas você costuma dormir? 34 A medida que envelhecemos o sono se torna mais frágil... 35 Privação de sono Hiperativação da amígdala frente a estímulos com valência afetiva. 36 Com que frequência você tem pesadelos? 37 Pesadelos Pesadelo comum: provas e exames. 38 Teoria freudiana da realização dos desejos inconscientes. Para Sigmund Freud, todo sonho é a realização de um desejo. Conteúdo manifesto: o enredo aparente, que pode ser lembrado. Conteúdo latente: os significados “disfarçados”, por trás do conteúdo aparente. 39 Teoria dos sonhos para sobrevivência. Sonhos nos permitem reconsiderar e reprocessar informações que são cruciais para a sobrevivência diária. Sonhos representam preocupações da vida diária, incertezas, indecisões, ideias e desejos. Há evidências de que sonhos ajudam na consolidação da memória. 40 Ritmos circadianos Processos biológicos que ocorrem, regularmente, em um ciclo de 24 horas. Sono e vigília. Temperatura corporal, hormônios e pressão arterial Aumentam com a aproximação da manhã Diminuem ao entardecer 41 Ritmos circadianos Luz da manhã ativa proteínas sensíveis à luz e enviam informação ao núcleo supraquiasmático (no hipotálamo) ... Por sua vez, diminui a produção da melatonina (hormônio indutor do sono)... E acordamos... 42 Ritmos circadianos Privação de luz: desorientação e psicoses. Transtorno afetivo sazonal: brevidade e obscuridade dos dias de inverno. 43 Ritmos circadianos Idade Jovens são mais noturnos (“coruja”) Adultos são mais matutinos Pessoas matutinas tendem a apresentar maior desempenho, mais iniciativa e são menos vulneráveis à depressão 44 Perturbações do sono Uso de celulares, televisão e computador na hora que antecede o dormir. 45 Perturbações do sono Apneia do sono: dificuldade para respirar enquanto dorme, com eventual interrupção do sono REM. Terror noturno: despertar repentino acompanhado de extremo medo e pânico. Narcolepsia: passagem súbita da vigília para o sono REM –ataques súbitos de sono Sonambulismo: durante o quarto estágio do sono. 46 Devaneios Fantasias que ocorrem durante a vigília. Estão mais sob o controle do indivíduo. Ansiedade e antecipação. Conteúdo sexual. Eventos relevantes. 47 Meditação Técnica para reajustar a atenção que ocasiona um estado alterado de consciência. 48 Drogas psicoativas Influenciam as emoções, percepções e comportamentos. Substâncias que atravessam a barreira hematoencefálica. Drogas aditivas: produzem dependência fisiológica ou psicológica. Dependência fisiológica: o corpo depende da substância para funcionar. Dependência psicológica: o indivíduo depende da substância para lidar com as situações cotidianas da vida diária. Craving ou fissura: desejo intenso de consumir a substância, ocasionado durante a abstinência. 49 O café é uma droga? 50 Motivos para usar bebidas alcoólicas Social. Coping. Conformidade. Biológicas/fisiológicas 51 Uso, Abuso e Transtorno por Uso Uso Experimentação, ocasional Abuso Ocasional exagerado (“bebeu todas aquela noite”) Transtorno Prejuízos na vida ocasionados pelo uso recorrente 52 Uso, Abuso e Transtorno por Uso Transtorno Controle diminuído (pessoa tem dificuldade para regular o usos) Prejuízo social (reduz o desempenho profissional, lazer e atividades sociais em função do usos; causa prejuízo aos demais) Abuso (continua o uso, mesmo com prejuízos físicos e psicológicos momentâneos e a longo prazo) Presença de: Tolerância (necessita de mais substância para obter o efeito desejado) Síndrome de abstinência (sintomas físicos e psicológicos na ausência da substância)... 53 Uso, Abuso e Transtorno por Uso Bebo só um cálice de vinho por dia, antes de dormir... Experimente: Retire o vinho por uma semana... Você tem dificuldade? Sente muita vontade/fissura? 54 Drogas psicoativas Estimulantes: possuem efeito de excitar o sistema nervoso central, ocasionando aumento da frequência cardíaca, pressão arterial e tensão muscular (anfetaminas, cocaína, ecstasy). Depressores: fármacos que retardam o sistema nervoso central (álcool, tranquilizantes e opióides) Alucinógenos: produzem alucinações ou alterações perceptuais (LSD, maconha). 55 Álcool Depressor do sistema nervoso Atividade cerebral que controla o julgamento e inibições é uma das primeiras a desacelerar... Por isso, em baixas doses, a pessoa fica desinibida (aparentemente “estimulada”).. Tendência a se comportar de maneira agressiva Inibição da formação de memória 56 Cocaína Euforia e choque Bloqueia a recaptação de dopamina, serotonina e norepinefrina Após o efeito, episódios de depressão agitada Agressividade 57 58 Maconha Alucinógeno Amplia sensibilidade Prejudica a coordenação motora, tempo de reação Prejudica a formação de memórias Subprodutos permanecem no corpo por mais de uma semana 59 image2.jpeg image3.jpeg image4.jpeg image5.jpeg image6.jpeg image7.jpeg image8.jpeg image9.jpeg image10.jpeg image11.jpeg image12.png image13.jpeg image14.jpg image15.png image16.jpeg image17.jpeg image18.jpeg image19.jpeg image20.jpeg image21.jpeg image22.png