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Psicofarmacologia Medicamentos antidemência Prof. Marcos Cordeiro Doença de Alzheimer William Utermohlen – Autorretratos Estima-se que sejam 50 milhões de afeta- dos, sendo a quinta causa de morte. São 10 milhões de novos casos por ano, e a estimativa é que esse número triplique até 2050. O declínio cognitivo leve é o primeiro sintoma perceptível, facilmente confundí- vel com algo próprio da idade. O estágio seguinte é a demência, que inclui sintomas como amnésia, apraxia, afasia, agnosia, perda de funções executivas (planejamen- to, atenção, raciocínio) e prejuízo social. Os fatores de risco não-modificáveis incluem background genético, idade e gênero, enquanto os modificáveis incluem obesidade, sedentarismo, tabagismo, ali- mentação ruim, alcoolismo, diabetes, depressão e inatividade cognitiva. A etiologia da doença de Alzheimer ainda não é bem compreendida, mas é sabido que há um acúmulo de placas beta-amiloides, resultantes da clivagem beta da proteína precursora amiloide (APP) de forma a levar ao acúmulo de peptídeos beta-amiloides (Aβ). Via não-amiloidogênica clivagem por α e γ secretase Via amiloidogênica clivagem por β e γ secretase APP parece envolvida em crescimento e reparo neuronal, enquanto a função de Aβ ainda é desconhecida. Porém, sabe-se que, se em grandes quantidades, formam agregados que podem ser os responsáveis pelos efeitos tóxicos em neurônios colinérgicos, formando emaranhados neurofibrilares a partir da interação com proteínas tau. Como os atores conhecidos são as placas Aβ, a deficiência na sinalização colinérgica e a formação de emaranhados neurofibrilares, as estratégias terapêuticas têm focado neles. Entretanto, a inibição na formação e acúmulo de Aβ não teve resultados positivos, e os únicos tratamentos farmacológicos atualmente disponíveis são paliativos. Inibidores de colinesterases: Donepezila (Eranz) Inibe a acetil-colinesterase (AChE), e tem mais eficácia nos estágios intermediários. Os efeitos colaterais comuns são náusea, vômito e diarreia. Rivastigmina (Exelon) Inibe tanto a AChE quando a butirilcolinesterase, presente em células gliais. Tem efeitos colaterais mais intensos, mas é mais eficaz em estágios mais avançados. Galantamina (Reminyl) Além de inibir a AChE, é um PAM de receptores nicotínicos de acetil-colina. É o menos receitado dos três, com efeitos colaterais cardiovasculares mais frequentes. Bloqueador de NMDA (?) Memantina (Ebix) Segunda linha para o tratamento de Alzheimer, normalmente reservado para pacientes que não tenham tolerado ou tido resposta com inibidores de colinesterases. Dada as inúmeras lacunas no conhecimento das causas e do tratamento da doença de Alzheimer, o manejo da doença tem como foco o controle das variáveis modificáveis para evitar que o processo patológico tenha início ou tenha sua progressão atrasada. Existem evidências a favor de: - Boa dieta - Sono adequado - Atividade física - Vida socialmente ativa - Lazer - Estimulação cognitiva - Tratamento para depressão (causa ou consequência?) - Meditação - Controle de fatores de risco vasculares (hipertensão, diabetes, dislipidemia, obesidade) Doença de Parkinson Margaret Rae – Still Dancing While We Still Can (2016) Afeta em torno de 7 milhões de pessoas no mundo. A incidência geral é de 0,3%, au- mentando para 1% e 4% em pessoas a partir dos 60 e 80 anos, respectivamente. Os sintomas iniciais e mais característicos são motores (tremor e rigidez), comumente evoluindo para demência. A expectativa de vida após o diagnóstico é de 7-15 anos. A causa é desconhecida, mas há morte massiva de neurônios dopaminérgicos e acúmulo de agregados proteícos chamados de corpúsculos de Lewy. Já foram identificados genes associados com a doença, mas fatores ambientais também parecem aumentar o risco, como exposição a pesticidas. Atividade física e consumo regular de cafeína parecem fatores protetores. Os tratamentos farmacológicos disponíveis são sintomáticos, e sua eficácia é reduzida ao longo da progressão da doença. Precursor de dopamina: Levodopa (Prolopa) A levodopa (L-dopa) é uma substância endógena, precursora de monoaminas (dopami- na, adrenalina e noradrenalina). O objetivo é aumentar de forma direta a disponibilidade de dopamina. A razão para ser administrada o precursor é que a dopamina não cruza a barreira hemato-encefálica. É receitada em aproximadamente 88% dos casos. Como possui baixa especificidade, está associada a um grande número de efeitos colate- rais, incluindo hipertensão, arritmias, náuseas, dificuldade respiratória, perda de cabelo, confusão, alucinações, ansiedade, libido excessiva, sonhos vívidos, alterações do sono e alucinações. Entretanto, ainda é considerado um número aceitável de efeitos adversos em comparação com outros medicamentos aplicados para este fim. Em muitos casos, a L-dopa é administrada juntamente com inibidores de monoamina oxidase B (MAO-B), como a Selegilina (Jumexil). A razão é permitir uma dosagem menor de L-dopa, evitando a degradação rápida das catecolaminas, além de ter efeitos terapêuticos como antidepressivo. Além do uso de medicamentos, o manejo da doença de Parkinson pode se dar por intervenções cirúrgicas (estimulação cerebral profunda) e atividade física reabilitativa. Acompanhamento psicológico se mostra importante para o manejo dos sintomas depressivos e ansiosos que frequentemente acompanham a doença desde os seus estágios iniciais. guiadofisio.com.br/circuito-de-atividades-fisicas-para-pacientes-com-parkinson Obrigado! marcos.cordeiro@unoesc.edu.br Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9
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