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@jumorbeck 
 
↠ O sistema digestório consiste no trato digestório, um 
tubo que se estende da boca até o ânus, e está associado 
a órgãos acessórios – principalmente glândulas localizadas 
fora do trato digestório que secretam fluidos em seu 
interior (SEELY, 10ª ed.). 
O trato digestório também é chamado de trato alimentar, ou canal 
alimentar. Tecnicamente, o termo trato gastrintestinal refere-se 
somente ao estômago e aos intestinos, mas muitas vezes é utilizado 
como sinônimo de trato digestório (SEELY, 10ª ed.). 
↠ As regiões do trato digestório incluem: (SEELY, 10ª 
ed.). 
 Cavidade oral, ou boca, com as glândulas 
salivares e tonsilas como glândulas acessórias. 
 Faringe, ou garganta. 
 Esôfago. 
 Estômago. 
 Intestino delgado, que consiste em duodeno, 
jejuno e íleo, com o fígado, a vesícula biliar e o 
pâncreas como os principais órgãos acessórios. 
 Intestino grosso, incluindo ceco, cólon, reto e 
canal anal. 
 Ânus. 
Funções do Sistema Digestório 
 
↠ As principais funções do sistema digestório são: 
1- A ingestão é a entrada de alimento sólido ou 
líquido no estômago. A rota normal da ingestão é 
pela cavidade oral (SEELY, 10ª ed.). 
2- A mastigação é o processo pelo qual os dentes 
mastigam os alimentos na boca. As enzimas 
digestivas não conseguem penetrar facilmente 
nas partículas sólidas de comida e conseguem 
atuar somente na superfície das partículas. A 
quebra mecânica dos alimentos sólidos em 
partículas menores, de modo a aumentar a área 
total da superfície dos alimentos para a digestão, 
é um processo vital (SEELY, 10ª ed.). 
3- A propulsão é o movimento do alimento de uma 
extremidade do trato digestório para outra. O 
tempo total que o alimento leva para atravessar 
todo o comprimento do trato digestório é 
normalmente 24 a 36 horas. Cada segmento do 
trato digestório é especializado em auxiliar no 
movimento do seu conteúdo a partir da 
extremidade oral para a extremidade anal 
(SEELY, 10ª ed.). 
A deglutição move líquido ou massas moles de alimento, chamadas bolo 
alimentar, a partir da cavidade oral para o esôfago (SEELY, 10ª ed.). 
A peristalse propele o material ao longo de grande parte do trato digestório. 
Ondas peristálticas são contrações musculares que consistem em ondas de 
relaxamento dos músculos circulares situados em frente ao bolo alimentar, 
seguidas por uma onda de contração intensa dos músculos circulares situados 
atrás do bolo alimentar, o que força o bolo alimentar ao longo do tubo digestório. 
Cada onda peristáltica percorre o comprimento do esôfago em cerca de 10 
segundos. As ondas peristálticas do intestino delgado geralmente percorrem 
somente distâncias curtas (SEELY, 10ª ed.). 
 
O movimento de massa consiste em contrações que movem os materiais em 
algumas partes do intestino grosso. O movimento de massa estende-se por 
partes muito mais longas do trato digestório do que os movimentos peristálticos 
(SEELY, 10ª ed.). 
4- Mistura. Algumas contrações não propelem o 
alimento de uma extremidade do trato digestório 
para outra, porém, movem-no para trás e para a 
frente do trato digestório, misturando-o com as 
secreções digestivas e auxiliando na sua 
fragmentação em pedaços menores. As 
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contrações segmentares são contrações de 
mistura que ocorrem no intestino delgado 
(SEELY, 10ª ed.). 
 
5- Secreção. Conforme o alimento se move ao 
longo do trato digestório, secreções são 
adicionadas para lubrificar, liquefazer, tamponar e 
digerir o alimento. O muco, secretado ao longo 
de todo o trato digestório, lubrifica o alimento e 
o revestimento do trato. O muco reveste e 
protege as células epiteliais do trato digestório 
contra a abrasão mecânica, o ácido estomacal e 
as enzimas digestivas. As secreções também 
contêm grandes quantidades de água, que 
liquefaz o alimento, tornando sua digestão e 
absorção mais fácil (SEELY, 10ª ed.). 
6- A digestão é a quebra de grandes moléculas 
orgânicas nas partes que as compõem: 
carboidratos em monossacarídeos, proteínas em 
aminoácidos, e triglicerídeos em ácidos graxos e 
glicerol. A digestão consiste na digestão 
mecânica, que envolve a mastigação e a mistura 
do alimento, e na digestão química, que é 
realizada pelas enzimas digestivas secretadas ao 
longo do trato digestório (SEELY, 10ª ed.). 
7- A absorção é o movimento de moléculas do trato 
intestinal para a circulação ou para o sistema 
linfático. O mecanismo pelo qual a absorção 
ocorre depende do tipo de molécula envolvida. 
As moléculas atravessam o trato digestório por 
difusão, difusão facilitada, transporte ativo, 
simporte ou endocitose (SEELY, 10ª ed.). 
8- A eliminação é o processo pelo qual os produtos 
de excreção da digestão são removidos do 
corpo. Durante esse processo, que ocorre 
principalmente no intestino grosso, água e sais 
são absorvidos, alterando o material do trato 
digestório de líquido para semissólido. Esses 
produtos de excreção semissólidos, chamados 
fezes, são então eliminados do trato digestório 
pelo processo de defecação (SEELY, 10ª ed.). 
Histologia do Sistema Digestório 
↠ As paredes do tubo digestório, do esôfago até o canal 
anal, têm as mesmas quatro camadas de tecido. A partir 
da luz da víscera, essas camadas são a mucosa, 
submucosa, muscular e serosa (MARIEB, 7ª ed.). 
 
MUCOSA 
↠ A mucosa, ou membrana mucosa, é a camada mais 
interna do tubo digestório. É a mais complexa das 
membranas mucosas no corpo e contém três 
subcamadas: um epitélio de revestimento, uma lâmina 
própria e uma muscular da mucosa (MARIEB, 7ª ed.). 
EPITÉLIO 
↠ O epitélio reveste a luz do tubo digestório e 
desempenha muitas funções relacionadas à digestão, 
como a absorção dos nutrientes e a secreção de muco. 
Esse epitélio é contínuo com os ductos e células 
secretórias das várias glândulas digestórias, a maioria das 
quais situada inteiramente dentro da parede e chamadas 
glândulas intrínsecas (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ O epitélio na boca, faringe, esôfago e canal anal é feito 
principalmente de epitélio escamoso estratificado não 
queratinizado, que tem uma função protetora. O epitélio 
colunar simples, que atua na secreção e absorção, 
reveste o estômago e os intestinos. As zônulas de oclusão 
que vedam firmemente as células epiteliais colunares 
simples vizinhas uma à outra restringem os 
extravasamentos intercelulares. A taxa de renovação das 
células epiteliais do canal alimentar é rápida: a cada 5 a 7 
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dias, descamam e são substituídas por células novas 
(TORTORA, 14ª ed.). 
LÂMINA PRÓPRIA 
↠ A lâmina própria é um tecido conjuntivo reticular cujos 
capilares nutrem o epitélio de revestimento e absorvem 
os nutrientes digeridos (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ A lâmina própria contém a maior parte do tecido 
linfático associado à mucosa (MALT), que defende contra 
a invasão de bactérias e outros microrganismos pelo tubo 
digestório (MARIEB, 7ª ed.). O MALT é encontrado em 
todo o canal alimentar, especialmente nas tonsilas, no 
intestino delgado, no apêndice vermiforme e no intestino 
grosso (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Esta camada apoia o epitélio e liga-o à lâmina muscular 
da mucosa (TORTORA, 14ª ed.). 
MUSCULAR DA MUCOSA 
↠ Externa à lâmina própria encontra-se a muscular da 
mucosa, uma fina camada de músculo liso que produz 
movimentos locais da mucosa (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ Produz múltiplas pequenas pregas na túnica mucosa 
do estômago e intestino delgado, que aumentam a área 
de superfície para a digestão e absorção (TORTORA, 14ª 
ed.). 
↠ Os movimentos da lâmina muscular da mucosa 
asseguram que todas as células absortivas sejam 
totalmente expostas ao conteúdo do canal alimentar 
(TORTORA, 14ª ed.). 
SUBMUCOSA 
↠ A tela submucosa consiste em tecido conjuntivo 
areolar que liga a túnica mucosa à túnica muscular 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Contém muitos vasos sanguíneos e linfáticos que 
recebem moléculas dos alimentos absorvidos. Uma 
extensa rede de neurônios conhecida como plexo 
submucoso (que será descrito adiante) também está 
localizadana tela submucosa. A tela submucosa também 
pode conter glândulas e tecidos linfáticos (TORTORA, 14ª 
ed.). 
↠ As muitas fibras elásticas na submucosa permitem que 
o tubo digestório retome a sua forma original após a 
passagem do alimento através dele (MARIEB, 7ª ed.). 
 
MUSCULAR 
↠ Externa à submucosa encontra -se a camada 
muscular, também chamada camada muscular externa. Na 
maior parte do tubo digestório, essa túnica consiste em 
duas camadas de músculo liso: a camada circular interna, 
cujas fibras são orientadas em torno da circunferência do 
tubo, e a camada longitudinal, cujas fibras são orientadas 
ao longo do comprimento do canal (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ Em termos funcionais, a camada circular comprime o 
tubo intestinal e a camada longitudinal o encurta. Juntas, 
essas camadas são responsáveis pelo peristaltismo e pela 
segmentação (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ Em alguns lugares, a camada circular torna-se espessa 
e forma esfíncteres que agem como válvulas para evitar 
o refluxo do alimento de um órgão para o outro (MARIEB, 
7ª ed.). 
↠ Outro plexo nervoso, o plexo mioentérico, ou plexo 
de Auerbach, também é composto por axônios, muitos 
corpos celulares espalhados e células neurogliais e estão 
entre essas duas camadas musculares. O plexo 
mioentérico, que é muito mais extenso do que o plexo 
submucoso, controla a motilidade do trato intestinal 
(SEELY, 10ª ed.). 
ATIVIDADE ELÉTRICA DO MÚSCULO LISO 
No interior de cada feixe, as fibras musculares se conectam 
eletricamente por meio de grande quantidade de junções 
comunicantes, com baixa resistência à movimentação dos íons da 
célula muscular para a seguinte (GUYTON, 13ª ed.). 
Assim, cada camada muscular funciona como um sincício; isto é, 
quando um potencial de ação é disparado em qualquer ponto na massa 
muscular, ele, em geral, se propaga em todas as direções no músculo 
(GUYTON, 13ª ed.). 
O músculo liso do trato gastrointestinal é excitado por atividade elétrica 
intrínseca, contínua e lenta, nas membranas das fibras musculares. Essa 
atividade consiste em dois tipos básicos de ondas elétricas: (GUYTON, 
13ª ed.). 
 Ondas lentas: o ritmo das contrações é determinado, em 
grande parte, pela frequência das chamadas “ondas lentas” 
do potencial da membrana do músculo liso. Essas ondas 
não são potenciais de ação. Em vez disso, são variações 
lentas e ondulantes do potencial de repouso da membrana. 
Não se conhece, exatamente, a causa das ondas lentas, mas elas 
parecem ser ocasionadas por interações complexas entre as células 
do músculo liso e células especializadas, denominadas células intersticiais 
de Cajal, que supostamente atuam como marca-passos elétricos das 
células do músculo liso (GUYTON, 13ª ed.). 
 Potenciais em espícula: são verdadeiros potenciais de ação. 
Ocorrem, automaticamente, quando o potencial de 
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repouso da membrana do músculo liso gastrointestinal fica 
mais positivo do que cerca de -40 milivolts. 
 
Quando o potencial fica menos negativo, o que é denominado 
despolarização da membrana, as fibras musculares ficam mais 
excitáveis. Quando o potencial fica mais negativo, o que se chama de 
hiperpolarização, as fibras ficam menos excitáveis (GUYTON, 13ª ed.). 
ENTRADA DE ÍONS CÁLCIO 
A contração do músculo liso ocorre em resposta à entrada de íons 
cálcio na fibra muscular (GUYTON, 13ª ed.). 
As ondas lentas não estão associadas à entrada de íons cálcio na fibra 
do músculo liso (somente provocam entrada de íons sódio). Portanto, 
as ondas lentas, por si sós, em geral não causam contração muscular. 
É durante os potenciais em espícula, gerados nos picos das ondas 
lentas, que quantidades significativas de íons cálcio entram nas fibras e 
provocam grande parte da contração (GUYTON, 13ª ed.). 
SEROSA OU ADVENTÍCIA 
↠ A serosa, que é o peritônio visceral, é a camada mais 
externa dos órgãos peritoneais do tubo digestório. Como 
todas as membranas serosas, ela é formada por epitélio 
simples pavimentoso (mesotélio) sustentado por uma fina 
camada de tecido conjuntivo frouxo (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ As partes do tubo digestório que não estão associadas 
com a cavidade peritoneal não possuem serosa, mas têm 
como sua camada externa uma adventícia, que é um 
tecido conjuntivo fibroso comum. Por exemplo, o esôfago 
no tórax tem uma adventícia que o liga às estruturas 
circundantes (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ Os órgãos retroperitoneais possuem serosa e 
adventícia – uma serosa na face anterior voltada para a 
cavidade peritoneal e uma adventícia na face posterior 
aderida na parede posterior do abdome (MARIEB, 7ª ed.). 
PERITÔNEO 
As paredes e os órgãos das cavidades abdominais são revestidos com 
membranas serosas. Essas membranas são bastante finas e secretam 
um fluido seroso, que proporciona um filme lubrificante entre as 
camadas de membranas. As membranas e o fluido reduzem a fricção 
conforme os órgãos se movem no interior do abdome (SEELY, 10ª 
ed.). 
A membrana serosa que reveste os órgãos é o peritônio visceral (para 
esticar mais), e a que reveste a superfície interior da parede da 
cavidade abdominal é o peritônio parietal (SEELY, 10ª ed.). 
Cavidade Oral 
↠ O alimento entra no tubo digestório pela boca, onde é 
mastigado, preparado pela língua e umedecido pela saliva 
(MARIEB, 7ª ed.). 
↠ A boca, ou cavidade oral, é revestida por mucosa cujos 
limites são os lábios anteriormente, as bochechas 
lateralmente, o palato superiormente e a língua 
inferiormente. Sua abertura anterior é a rima da boca. 
Posteriormente, a boca margeia as fauces da parte oral 
da faringe (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ A cavidade oral ou boca, é dividida em duas regiões: 
(SEELY, 10ª ed.). 
 o vestíbulo (entrada) é o espaço entre as 
bochechas ou os lábios e os dentes; 
 a cavidade oral própria encontra-se atrás dos 
dentes. 
↠ A cavidade oral é revestida principalmente por epitélio 
estratificado pavimentoso, que a protege contra abrasões 
(SEELY, 10ª ed.). 
 
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LÁBIOS, BOCHECHAS E PALATO 
↠ Os lábios são estruturas musculares formadas pelo 
músculo orbicular e por tecido conectivo. As superfícies 
externas dos lábios são cobertas por pele. O epitélio 
estratificado queratinizado é fino na margem dos lábios e 
não é tão queratinizado como o epitélio da pele 
circundante (SEELY, 10ª ed.). 
↠ Os lábios se estendem do limite inferior do nariz até o 
limite superior do mento (queixo). A zona vermelha do 
lábio (zona de transição) é a região onde a pele, 
altamente queratinizada, encontra a mucosa oral. Essa 
região é pouco queratinizada e transparente, portanto ela 
tem a cor avermelhada devido ao sangue nos capilares 
subjacentes (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ Como essa zona de transição carece de glândulas 
sudoríferas e sebáceas, ela precisa ser umidificada com 
saliva periodicamente para evitar ressecamento e 
rachaduras (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ Na margem interna dos lábios, o epitélio é contínuo 
com o epitélio pavimentoso estratificado úmido da 
mucosa da cavidade oral (SEELY, 10ª ed.). 
↠ O frênulo do lábio (“pequeno freio do lábio”) é uma 
prega mediana que conecta a face interna de cada lábio 
com a gengiva (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ As bochechas formam as paredes da cavidade oral. 
Elas são compostas por um revestimento interior de 
epitélio pavimentoso estratificado úmido e por um 
revestimento externo de pele. As bochechas também 
são compostas pelo músculo bucinador, que aproxima as 
bochechas dos dentes, e pelo tecido adiposo bucal, que 
completa o perfil dessa parte do rosto (SEELY, 10ª ed.). 
Os lábios e as bochechas são muito importantes para a mastigação e 
para a fala (SEELY, 10ª ed.). Durante a mastigação, a contração dos 
músculos bucinadores nas bochechas e do músculo orbicular da boca 
nos lábios ajuda a manter os alimentos entre os dentes superiores e 
inferiores. Estes músculos também ajudam na fala (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O palato, que forma o teto da boca, possui duas partes 
distintas: o palato duro anteriormente e o palato mole 
posteriormente (MARIEB, 7ª ed.).↠ O palato duro, ósseo, forma uma superfície rígida 
contra a qual a língua força o alimento durante a 
mastigação (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ O palato mole muscular é um retalho móvel que se 
ergue para fechar a parte oral da faringe durante a 
deglutição (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ A úvula é uma projeção posterior do palato mole. 
(SEELY, 10ª ed.). Lateralmente, o palato mole fixa-se à 
língua pelos arcos palatoglossos e à parede da parte oral 
da faringe pelos arcos palatofaríngeos. Essas duas pregas 
formam os limites das fauces, a área arqueada da parte 
oral da faringe que contém as tonsilas palatinas (MARIEB, 
7ª ed.). 
LÍNGUA 
 
↠ A língua, que ocupa o assoalho da boca, é 
predominantemente um músculo construído por 
fascículos entrelaçados de fibras musculares esqueléticas 
(MARIEB, 7ª ed.). 
↠ A língua é um grande músculo que ocupa boa parte 
da cavidade oral quando a boca está fechada. Sua principal 
ligação à cavidade oral é por meio de sua parte posterior. 
A parte anterior da língua é relativamente livre, exceto 
pela ligação ao chão da boca por pequenas dobras de 
tecido chamadas frênulas linguais (SEELY, 10ª ed.). 
Os indivíduos em que o frênulo da língua é anormalmente curto ou 
se estende excepcionalmente na direção anterior são considerados 
de “língua presa,” e sua fala é distorcida devido à restrição de 
movimentos da língua. Essa condição congênita, chamada 
anquiloglossia (“língua fundida”), é corrigida cirurgicamente cortando o 
frênulo (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ Os músculos associados com a língua são divididos em 
duas categorias: (SEELY, 10ª ed.). 
 músculos intrínsecos, que estão no interior da 
língua propriamente dita; 
 músculos extrínsecos, que estão no exterior da 
língua, mas ligados a ela. 
↠ Os músculos intrínsecos, que estão confinados na 
língua e não se conectam aos ossos, possuem fibras que 
seguem em vários planos diferentes. Esses músculos 
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mudam a forma da língua, por exemplo, enrolando a 
língua, mas não mudam a sua posição (MARIEB, 7ª ed.). 
Incluem os músculos longitudinal superior, longitudinal 
inferior, transverso da língua e vertical da língua 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Os músculos extrínsecos se estendem até a língua a 
partir dos ossos do crânio e do osso hioide. Esses 
músculos extrínsecos alteram a posição da língua: eles a 
projetam, retraem e movem lateralmente (MARIEB, 7ª 
ed.). Incluem os músculos: hioglosso, genioglosso e 
estiloglosso (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ A língua é dividida por um septo mediano de tecido 
conjuntivo e as duas metades contêm grupos de 
músculos idênticos (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ O dorso da língua é coberto por três tipos principais 
de projeções cilíndricas: as papilas filiformes, fungiformes 
e valadas (MARIEB, 7ª ed.). 
Os termos papilas e calículos gustatórios não são sinônimos. As papilas 
fungiformes e valadas contêm os calículos (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ As papilas filiformes cônicas, pontiagudas e 
queratinizadas tornam a língua áspera, permitindo a 
preensão e o preparo do alimento durante a mastigação. 
Essas papilas menores e mais numerosas se alinham em 
fileiras paralelas. Elas conferem à superfície da língua a sua 
aparência esbranquiçada e aveludada (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ As papilas fungiformes, que se assemelham a 
minúsculos cogumelos, possuem um cerne vascular que 
lhes confere a cor vermelha. Embora menos abundantes 
do que as papilas filiformes, elas estão bem espalhadas 
sobre a superfície da língua. Os calículos gustatórios 
ocorrem no epitélio nos ápices dessas papilas (MARIEB, 
7ª ed.). 
↠ De 10 a 12 grandes papilas valadas alinham-se em uma 
fileira em forma de V, delimitando o terço posterior da 
língua, imediatamente anterior a um sulco chamado sulco 
terminal (MARIEB, 7ª ed.). Cada papila valada é circundada 
por uma crista circular, da qual é separada por um sulco 
profundo. Os calículos gustatórios ocupam o epitélio lateral 
dessas papilas (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ O terço posterior da língua, situado na parte oral da 
faringe e não na boca, não é coberto por papilas, mas 
pelas tonsilas linguais (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ As glândulas linguais na lâmina própria da língua 
secretam muco e um líquido seroso aquoso que contém 
a enzima lipase lingual, que atua em até 30% dos 
triglicerídios (óleos e gorduras) dietéticos e os converte 
em ácidos graxos mais simples e diglicerídios (TORTORA, 
14ª ed.). 
A língua move o alimento na boca e, em cooperação com os lábios 
e gengivas, mantém o alimento no lugar durante a mastigação. Ela 
também exerce um papel importante na deglutição. Além disso, a 
língua é o principal órgão sensorial para a gustação e um dos principais 
órgãos da fala (SEELY, 10ª ed.). 
Dentes 
↠ São órgãos digestórios acessórios (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Os adultos possuem normalmente 32 dentes, que são 
distribuídos em duas arcadas dentárias: o arco maxilar e 
o arco mandibular (SEELY, 10ª ed.). 
↠ Os dentes do adulto são chamados de dentes 
permanentes, ou dentes secundários (em torno dos 5 
anos de idade e é completado com aproximadamente 11 
anos). Muitos destes são substituições aos dentes 
decíduos, ou dentes primários, também chamados de 
dentes de leite (nascem dos 6 aos 24 meses), que são 
perdidos durante a infância (SEELY, 10ª ed.). 
↠ Os dentes nas metades direita e esquerda de cada 
arcada dentária são imagens espelhadas uns dos outros. 
Como resultado, eles são divididos em quatro partes: 
superior direita, superior esquerda, inferior direita e 
inferior esquerda (SEELY, 10ª ed.). 
↠ Os dentes em cada quadrante incluem um incisivo 
central e um lateral (cortar pedaços de alimentos), um 
canino (perfuram e dilaceram), o primeiro e o segundo 
pré-molares, e o primeiro, o segundo e o terceiro 
molares (trituradores) (SEELY, 10ª ed.). 
Os terceiros molares são muitas vezes chamados de dentes do juízo, 
pois eles geralmente aparecem no fim da adolescência ou no começo 
da idade adulta (SEELY, 10ª ed.). 
 
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↠ Cada dente é composto por: (SEELY, 10ª ed.). 
 uma coroa com uma ou mais cúspides (pontos); 
 um colo; 
 uma raiz. 
↠ A coroa clínica é a parte do dente exposta à cavidade 
oral. A coroa anatômica corresponde a toda a parte do 
dente coberta por esmalte (SEELY, 10ª ed.). 
↠ No centro do dente, está a cavidade da polpa, que é 
preenchida por vasos sanguíneos, nervos e tecido 
conectivo, que é chamado polpa (SEELY, 10ª ed.). 
↠ A cavidade da polpa que fica na raiz do dente é 
chamada de canal da raiz. Os nervos e vasos sanguíneos 
do dente entram e saem por um orifício na raiz chamado 
forame apical (SEELY, 10ª ed.). 
↠ A cavidade da polpa é cercada por um tecido celular 
vivo calcificado chamado dentina. A dentina da coroa do 
dente é coberta por uma substância extremamente dura 
e acelular chamada esmalte, que protege o dente contra 
a abrasão e ácidos produzidos por bactérias da boca 
(SEELY, 10ª ed.). 
↠ A superfície da dentina na raiz é coberta por uma 
substância semelhante ao osso chamada cemento, que 
ajuda a ancorar o dente na gengiva (SEELY, 10ª ed.). 
↠ Os dentes estão dispostos em alvéolos ao longo do 
processo alveolar da mandíbula e do maxilar. Tecido 
conectivo fibroso denso e epitélio pavimentoso 
estratificado, referidos como gengiva, revestem os 
processos alveolares (SEELY, 10ª ed.). 
↠ Os ligamentos periodontais (ao redor do dente) 
seguram os dentes nos alvéolos (SEELY, 10ª ed.). 
↠ Os dentes exercem um importante papel na 
mastigação e auxiliam na fala (SEELY, 10ª ed.). 
 
DIGESTÃO MECÂNICA E QUÍMICA NA BOCA 
↠ A digestão mecânica na boca resulta da mastigação, 
em que o alimento é manipulado pela língua, triturado 
pelos dentes e misturado com saliva. Como resultado, a 
comida é reduzida a uma massa macia flexível, facilmente 
engolida, chamada bolo alimentar (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ As moléculas de alimento começam a se dissolver na 
água da saliva, uma atividade importante porque as 
enzimas podem reagir com as moléculas do alimento 
apenas em um meio líquido (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Duas enzimas,a amilase salivar e a lipase lingual, 
contribuem para a digestão química na boca. A amilase 
salivar, que é secretada pelas glândulas salivares, inicia a 
degradação do amido (TORTORA, 14ª ed.). 
A maior parte dos carboidratos que ingerimos são amidos, mas apenas 
os monossacarídios podem ser absorvidos para a corrente sanguínea. 
Assim, os dissacarídios e amidos ingeridos precisam ser clivados em 
monossacarídios (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ A função da amilase salivar é começar a digestão do 
amido pela fragmentação do amido em moléculas 
menores (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Mesmo que o alimento normalmente seja deglutido 
muito rapidamente para que todos os amidos sejam 
fragmentados na cavidade oral, a amilase salivar no 
alimento ingerido continua agindo sobre os amidos por 
aproximadamente 1 h, tempo em que os ácidos do 
estômago inativam-na (TORTORA, 14ª ed.). 
A parte serosa da saliva, que é produzida principalmente pelas 
glândulas parótidas e submandibulares, contém uma enzima digestiva 
chamada amilase salivar (enzima da quebra do amido) (SEELY, 10ª ed.). 
↠ A saliva contém também lipase lingual, que é secretada 
pelas glândulas linguais na língua. Esta enzima torna-se 
ativa no ambiente ácido do estômago e, assim, começa a 
funcionar após o alimento ser deglutido. Ela cliva os 
triglicerídios (óleos e gorduras) em ácidos graxos e 
diglicerídios (TORTORA, 14ª ed.). 
RESUMO DAS ATIVIDADES DIGESTÓRIAS NA BOCA (TORTORA, 14ª ed.) 
ESTRUTURA ATIVIDADE RESuLTADO 
BOCHECHAS E LÁBIOS Mantêm os 
alimentos entre os 
dentes. 
Alimentos 
uniformemente 
mastigados durante 
a mastigação. 
GLÂNDULAS 
SALIVARES 
Secretam saliva Revestimento da 
boca e faringe 
umedecido e 
lubrificado. A 
saliva amacia, 
hidrata e dissolve a 
8 
 
 
@jumorbeck 
 
comida e limpa a 
boca e os 
dentes. A amilase 
salivar fragmenta o 
amido em maltose, 
maltotriose e alfa-
dextrinas 
LÍNGUA 
Músculos 
extrínsecos da 
língua 
Movem a língua de 
um lado para o 
outro e para 
dentro e para fora 
O alimento é 
manobrado para a 
mastigação, 
moldado em um 
bolo alimentar e 
manobrado para 
ser deglutido. 
Músculos 
intrínsecos da 
língua 
Alteram a forma da 
língua 
 
Deglutição e fala. 
Papilas gustativas Servem como 
receptores para a 
gustação (paladar) 
e presença de 
alimento na boca 
Secreção de saliva 
estimulada pelos 
impulsos nervosos 
provenientes das 
papilas gustativas 
para os núcleos 
salivatórios no 
tronco encefálico 
para as glândulas 
salivares. 
Glândulas linguais Secretam lipase 
lingual 
Triglicerídios 
clivados em ácidos 
graxos e 
diglicerídios. 
DENTES Cortam, laceram e 
trituram os 
alimentos 
Alimentos sólidos 
são reduzidos a 
partículas menores 
para serem 
deglutidos. 
 
FUNÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO (SEELY, 10ª ed.) 
ÓRGÃOS FUNÇÕES 
CAVIDADE ORAL Ingestão: Os alimentos sólidos e os líquidos 
entram no trato digestório pela cavidade oral. 
Paladar: Substâncias dissolvidas na saliva 
estimulam as papilas gustatórias da língua. 
Mastigação: O movimento da mandíbula 
pelos músculos da mastigação faz os dentes 
quebrarem o alimento em pedaços menores. 
A língua e as bochechas ajudam a colocar o 
alimento entre os dentes. 
Digestão: A amilase salivar inicia a digestão 
dos carboidratos (amido). 
Deglutição: A língua forma o alimento em 
um bolo alimentar e o empurra para a 
faringe. 
Comunicação: Os lábios, bochechas, dentes 
e língua estão envolvidos na fala. Os lábios 
mudam o seu formato como parte das 
expressões faciais. 
Proteção: A mucina e a água presentes na 
saliva promovem lubrificação, e a lisozima 
mata os microrganismos. O epitélio 
estratificado pavimentoso previne a abrasão. 
 
FUNÇÕES DAS PRINCIPAIS ENZIMAS DIGESTIVAS (SEELY, 10ª ed.) 
FLUIDO OU ENZIMA FUNÇÃO 
SECREÇÕES DA CAVIDADE ORAL 
Saliva serosa 
(principalmente 
água, íons 
bicarconato) 
Umedece a comida e a membrana mucosa; 
neutraliza os ácidos bacterianos; “lava” as 
bactérias da cavidade oral; possui fraca 
atividade antibacteriana 
Amilase salivar Digere os carboidratos 
Muco Lubrifica o alimento; protege o trato 
digestório da digestão pelas enzimas. 
Lipase lingual Digere uma pequena quantidade de lipídeos. 
 
Faringe 
↠ A partir da boca, o alimento deglutido passa 
posteriormente para a parte oral da faringe e depois para 
a parte laríngea da faringe, com ambas sendo vias de 
passagem para alimento, líquidos e ar (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ Os músculos do pescoço e da faringe contraem na 
sequência para completar o processo de deglutição: 
(MARIEB, 7ª ed.). 
 Os músculos supra-hióideos erguem a laringe 
superiormente e anteriormente para posicioná-
la embaixo da epiglote, fechando assim a via 
aérea para que o alimento não seja inalado para 
os pulmões. 
 Os três músculos constritores da faringe - 
superior, médio e inferior - circundam a faringe 
e sobrepõem parcialmente um ao outro. Como 
três punhos cerrados e empilhados, eles 
contraem no sentido crânio-caudal para impelir 
o bolo para o interior do esôfago. Os músculos 
da faringe são músculos esqueléticos inervados 
por neurônios motores somáticos trans 
portados pelo nervo vago (nervo craniano X). 
 Os músculos infra-hióideos tracionam o osso 
hioide e a laringe inferiormente, devolvendo-os 
às suas posições originais. 
↠ A histologia da parede faríngea lembra a da boca: a 
mucosa da parte oral da faringe e da parte laríngea da 
faringe é revestida por um epitélio estratificado 
pavimentoso que protege contra a abrasão. A camada 
muscular externa consiste nos constritores da faringe 
(MARIEB, 7ª ed.). 
Esôfago 
↠ O esôfago é um tubo muscular que impele o alimento 
deglutido para o estômago. Sua luz é colapsada quando 
está vazio (MARIEB, 7ª ed.). 
9 
 
 
@jumorbeck 
 
↠ O esôfago começa como uma continuação da faringe 
na metade do pescoço, desce pelo tórax na superfície 
anterior da coluna vertebral e passa pelo hiato esofágico 
no diafragma, entrando no abdome (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ Sua parte abdominal, que tem apenas 2 cm de 
comprimento, une-se ao estômago no óstio cárdico que 
se fecha a fim de evitar a regurgitação dos sucos 
estomacais ácidos para o esôfago (MARIEB, 7ª ed.). 
A única evidência anatômica da presença de um esfíncter nessa região 
é um espessamento mínimo do músculo liso na parede. As margens 
do hiato esofágico no diafragma também ajudam a evitar a 
regurgitação (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ Diferentemente da boca e da faringe, a parede do 
esôfago contém todas as quatro camadas do tubo 
digestório: mucosa, submucosa, muscular externa e 
adventícia. As seguintes características histológicas são 
interessantes: (MARIEB, 7ª ed.). 
 O epitélio mucoso é um epitélio estratificado 
pavimentoso não queratinizado. Na junção do 
esôfago e do estômago (junção 
esofagogástrica), essa camada espessa e 
resistente à abrasão muda abruptamente para o 
epitélio simples prismático e delgado do 
estômago, especializado para secreção. 
 
 Quando o esôfago está vazio, sua mucosa e 
submucosa formam pregas longitudinais, mas 
durante a passagem do bolo alimentar, essas 
pregas se achatam. 
 A submucosa contém glândulas mucosas, 
principalmente glândulas alveolares, que se 
estendem até a luz. À medida que o alimento 
passa, ele comprime essas glândulas, fazendo-as 
secretarem um muco lubrificante, que auxilia na 
passagem do alimento pelo esôfago. 
 A muscular consiste em músculo esquelético no 
terço superior do esôfago, uma mistura de 
músculo liso esquelético e liso no terço médio e 
músculo liso no terço inferior. Essa organização 
é fácil de lembrar se o esôfago for interpretado 
como a zona onde o músculo esquelético da 
boca e da faringe dá lugar ao músculo liso do 
estômago e dos intestinos. 
 A camada mais externa é uma adventícia, não 
uma serosa, pois o segmento torácico do 
esôfago não está suspenso na cavidade 
peritoneal. 
 
↠ Em cada extremidade do esôfago, a túnica muscular 
se torna ligeiramente mais proeminente e forma dois 
esfíncteres – o esfíncter esofágico superior (EES),que 
consiste em músculo esquelético, e o esfíncter esofágico 
inferior (EEI), que consiste em músculo liso e está próximo 
do coração. O esfíncter esofágico superior controla a 
circulação de alimentos da faringe para o esôfago; o 
esfíncter esofágico inferior regula o movimento dos 
alimentos do esôfago para o estômago (TORTORA, 14ª 
ed.). 
DEGLUTIÇÃO 
↠ O movimento do alimento da boca para o estômago 
é alcançado pelo ato de engolir, ou deglutição. A 
deglutição é facilitada pela secreção de saliva e muco e 
envolve a boca, a faringe e o esôfago. A deglutição 
ocorre em três fases: (TORTORA, 14ª ed.) 
 a fase voluntária, em que o bolo alimentar é 
passado para a parte oral da faringe; 
10 
 
 
@jumorbeck 
 
 a fase faríngea, a passagem involuntária do bolo 
alimentar pela faringe até o esôfago; 
 a fase esofágica, a passagem involuntária do bolo 
alimentar através do esôfago até o estômago. 
↠ Fase voluntária: um bolo de alimento é formado na 
boca e empurrado pela língua contra o palato duro, até 
que seja forçado para a parte posterior da boca e para a 
orofaringe (SEELY, 10ª ed.). 
 
↠ A fase faríngea da deglutição é um reflexo iniciado 
pela estimulação dos receptores táteis na área da 
orofaringe. Potenciais de ação aferentes são conduzidos 
ao longo dos nervos trigêmeo (V) e glossofaríngeo (IX) 
até o centro da deglutição no bulbo. Então, são iniciados 
potenciais de ação nos neurônios motores, que são 
conduzidos pelos nervos glossofaríngeo (IX), vago (X) e 
acessório (XI) até o palato mole e a faringe (SEELY, 10ª 
ed.). 
 
↠ Essa fase da deglutição inicia com a elevação do palato 
mole, o que fecha a passagem entre a nasofaringe e a 
orofaringe. A faringe eleva-se para receber da boca o 
bolo de alimento e o conduz até o esôfago. Os músculos 
constritores faríngeos superior, médio e inferior se 
contraem em sequência, forçando o alimento ao longo da 
faringe. Ao mesmo tempo, o esfincter esofágico superior 
relaxa, a faringe elevada abre-se ao esôfago, e o alimento 
é empurrado ao esôfago. Essa fase da deglutição é 
inconsciente e controlada automaticamente, mesmo que 
os músculos envolvidos sejam esqueléticos (SEELY, 10ª 
ed.). 
 
↠ A fase faríngea da deglutição demora em torno de 1 
a 2 segundos. Durante a fase faríngea, as pregas 
vestibulares e as pregas vocais fecham e a epiglote é 
deslocada posteriormente, de forma que a cartilagem 
epiglótica cubra a entrada da laringe, e a laringe é elevada. 
Esses movimentos evitam que o alimento entre na laringe 
(SEELY, 10ª ed.). 
 
↠ A fase esofágica da deglutição, que leva em torno de 
5 a 8 segundos, é responsável pelo movimento do 
alimento da faringe ao estômago. As contrações 
musculares na parede do esôfago ocorrem em ondas 
peristálticas. A gravidade ajuda no movimento do alimento, 
11 
 
 
@jumorbeck 
 
especialmente líquidos, ao longo do esôfago (SEELY, 10ª 
ed.). 
↠ Entretanto, as contrações peristálticas no esôfago são 
fortes o suficiente para permitir a deglutição mesmo 
quando a pessoa está de cabeça para baixo ou flutuando 
em algum local no espaço com gravidade zero (SEELY, 
10ª ed.). 
↠ Conforme as ondas peristálticas e o bolo alimentar se 
aproximam do estômago, o esfíncter esofágico inferior 
relaxa. Esse esfíncter não é anatomicamente distinto do 
resto do esôfago, mas pode ser identificado 
fisiologicamente, pois permanece tonicamente contraído 
para evitar que ocorra refluxo do conteúdo estomacal 
para a parte inferior do esôfago (SEELY, 10ª ed.). 
↠ A presença do alimento no esôfago estimula o plexo 
mioentérico, que controla as ondas peristálticas. O 
alimento no esôfago também estimula receptores táteis, 
que enviam impulsos aferentes para o bulbo pelo nervo 
vago. Os impulsos motores, por sua vez, passam pelas 
fibras eferentes do nervo vago aos músculos estriados e 
lisos do esôfago, estimulando a sua contração e 
reforçando as ondas peristálticas (SEELY, 10ª ed.). 
 
↠ Durante esta fase, o peristaltismo, uma progressão de 
contrações e relaxamentos coordenados das camadas 
circular e longitudinal da túnica muscular, empurra o bolo 
alimentar para a frente (TORTORA, 14ª ed.). 
1- Na seção do esôfago imediatamente superior ao 
bolo alimentar, as fibras musculares circulares se 
contraem comprimindo a parede esofágica e 
comprimindo o bolo alimentar em direção ao 
estômago (TORTORA, 14ª ed.). 
2- As fibras longitudinais inferiores ao bolo alimentar 
também se contraem, o que encurta esta seção 
inferior e empurra suas paredes para fora para 
que possam receber o bolo alimentar. As 
contrações são repetidas em ondas que 
empurram o alimento em direção ao estômago. 
Os passos 1 e 2 se repetem até que o bolo 
alimentar alcança os músculos do esfíncter 
esofágico inferior (TORTORA, 14ª ed.). 
3- O esfíncter esofágico inferior relaxa e o bolo 
alimentar se move para o estômago 
(TORTORA, 14ª ed.). 
 
RESUMO DAS ATIVIDADES DIGESTÓRIAS NA FARINGE E NO ESÔFAGO 
(TORTORA, 14ª ed.) 
ESTRUTURA ATIVIDADE RESULTADO 
faringe Fase faríngea da 
deglutição. 
Move o bolo 
alimentar da parte 
oral da faringe à 
parte laríngea da 
faringe e ao 
esôfago; fecha as 
passagens de ar. 
ESÔFAGO Relaxamento do 
esfíncter esofágico 
superior. 
 
 
 
Fase esofágica da 
deglutição 
(peristaltismo). 
 
Relaxamento do 
esfíncter esofágico 
inferior. 
 
Secreção de muco. 
Possibilita a entrada 
do bolo alimentar 
da parte laríngea 
da faringe no 
esôfago. 
 
Empurra o bolo 
alimentar esôfago 
abaixo. 
 
Possibilita a entrada 
do bolo alimentar 
no estômago. 
 
Lubrifica o esôfago 
para a passagem 
12 
 
 
@jumorbeck 
 
suave do bolo 
alimentar. 
 
FUNÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO (SEELY, 10ª ed.) 
ÓRGÃOS FUNÇÕES 
FARINGE Deglutição: A fase involuntária da deglutição 
move o bolo alimentar da cavidade oral para 
o esôfago. Os materiais são impedidos de 
entrar na cavidade nasal pelo palato mole e 
mantidos fora do trato respiratório inferior 
pela epiglote e pregas vestibulares. 
Respiração: O ar passa pelas cavidades oral 
ou nasal e pela faringe para o trato 
respiratório inferior. 
Proteção: O muco fornece lubrificação. O 
epitélio estratificado pavimentoso previne a 
abrasão.. 
ESÔFAGO Propulsão: Contrações peristálticas movem o 
bolo alimentar da faringe para o estômago. O 
esfincter esofágico inferior impede o refluxo 
do conteúdo estomacal para o esôfago. 
Proteção: As glândulas produzem muco, que 
lubrifica e protege o esôfago inferior do 
ácido estomacal. 
 
FUNÇÕES DAS PRINCIPAIS ENZIMAS DIGESTIVAS (SEELY, 10ª ed.) 
FLUIDO OU ENZIMA FUNÇÃO 
SECREÇÕES ESOFÂGICAS 
Muco Lubrifica o esôfago; protege o 
revestimento do esôfago contra a abrasão 
e permite que o alimento se mova sem 
problemas ao longo do esôfago 
 
Estômago 
↠ O estômago se estende do esôfago até o intestino 
delgado. O estômago situa-se na parte superior esquerda 
da cavidade peritoneal, nas regiões do hipocôndrio 
esquerdo, epigástrico e umbilical do abdome. Ele se situa 
imediatamente inferior ao diafragma e anterior ao baço e 
ao pâncreas. Sua parte superior é encoberta pelo lado 
esquerdo do fígado (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ O estômago, que tem o formato da letra J, a parte 
mais larga do trato digestório, é um local de 
armazenamento temporário no qual o alimento é agitado 
e transformado em uma pasta chamada quimo (“suco”) 
(MARIEB, 7ª ed.). 
↠ O estômago também inicia a decomposição das 
proteínas alimentares secretando pepsina - uma enzima 
digestora de proteínas que só consegue atuar em 
condições ácidas - e ácido clorídrico, um ácido forte que 
destrói muitas bactérias nocivas no alimento (MARIEB, 7ª 
ed.). 
Embora a maioria dos nutrientes seja absorvida no intestino delgado, 
algumas substâncias são absorvidas pelo estômago, incluindo a água, 
os eletrólitos e alguns fármacos (aspirina e álcool). O alimento 
permanece no estômago por aproximadamente 4 horas (MARIEB, 7ª 
ed.). 
ANATOMIA DO ESTÔMAGO 
 
↠ O estômago tem quatro regiões principais: a cárdia, o 
fundo gástrico, o corpo gástrico ea parte pilórica 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ A cárdia circunda a abertura do esôfago ao estômago. 
A porção arredondada superior e à esquerda da cárdia é 
o fundo gástrico (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Inferior ao fundo gástrico está a grande parte central 
do estômago, o corpo gástrico (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ A parte pilórica pode ser dividida em três regiões. A 
primeira região, o antro pilórico, liga o corpo ao estômago. 
A segunda região, o canal pilórico, leva à terceira região, 
o piloro, que por sua vez se conecta ao duodeno 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Quando o estômago está vazio, a túnica mucosa forma 
grandes rugas, as pregas gástricas, que podem ser vistas 
a olho nu (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O piloro se comunica com o duodeno do intestino 
delgado por meio de um esfíncter de músculo liso 
chamado músculo esfíncter do piloro (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ A margem medial côncava do estômago é chamada 
curvatura menor; a margem lateral convexa é chamada 
curvatura maior (TORTORA, 14ª ed.). 
A estrutura do estômago contribui para a sua grande capacidade de 
distensão — ele abriga facilmente 1,5 litro de alimento e possui uma 
capacidade máxima de 4 litros, aproximadamente (MARIEB, 7ª ed.). 
13 
 
 
@jumorbeck 
 
HISTOLOGIA DO ESTÔMAGO 
↠ A parede do estômago é composta pelas mesmas 
camadas básicas que o restante do canal alimentar, com 
certas modificações (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ A superfície da túnica mucosa é uma camada de 
células epiteliais colunares simples, chamada células 
mucosas da superfície (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ A túnica mucosa contém a lâmina própria (tecido 
conjuntivo areolar) e a lâmina muscular da mucosa 
(músculo liso). As células epiteliais se estendem até a 
lâmina própria, onde formam colunas de células 
secretoras chamadas glândulas gástricas (TORTORA, 14ª 
ed.). 
↠ Várias glândulas gástricas se abrem na base de canais 
estreitos chamadas criptas gástricas. Secreções de várias 
glândulas gástricas fluem para cada cripta gástrica e, em 
seguida, para dentro do lúmen do estômago (TORTORA, 
14ª ed.). 
 
↠ A superfície da mucosa estomacal é pontilhada por 
milhões de fossetas gástricas em forma de taça, que se 
abrem nas glândulas tubulares gástricas. As células 
mucosas superficiais revestem invariavelmente as 
fossetas, mas as células que revestem as glândulas 
gástricas variam entre as diferentes regiões do estômago 
(MARIEB, 7ª ed.). 
Nas partes pilórica e cárdica, as células das glândulas são principalmente 
células mucosas. No fundo e no corpo, por outro lado, as glândulas 
gástricas contêm três tipos de células secretórias: células mucosas do 
colo, células parietais (oxínticas) e células principais (zimogênicas) 
(MARIEB, 7ª ed.). 
↠ As glândulas gástricas contêm três tipos de células 
glandulares exócrinas que secretam seus produtos para 
o lúmen do estômago: as células mucosas do colo, as 
células principais gástricas e as células parietais. Tanto as 
células mucosas superficiais quanto as células mucosas do 
colo secretam muco (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Tanto as células mucosas superficiais quanto as células 
mucosas do colo secretam muco (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ As secreções das células mucosa, parietal e principal 
gástrica formam o suco gástrico, que totaliza 2.000 a 
3.000 m l /dia (TORTORA, 14ª ed.). 
 
CÉLULAS MUCOSAS DO COLO 
↠ Ocorrem nas extremidades superiores, ou colos, das 
glândulas gástricas e secretam um tipo diferente de muco 
em relação ao que é secretado pelas células de superfície. 
A função específica dessas células é desconhecida 
(MARIEB, 7ª ed.). 
CÉLULAS OXÍNTICAS (PARIETAIS) 
↠ Ocorrem principalmente nas regiões intermediárias 
das glândulas, produzem o ácido clorídrico (HCl) 
estomacal bombeando íons de hidrogênio e cloro na luz 
da glândula (MARIEB, 7ª ed.). 
Embora as células parietais pareçam esféricas quando visualizadas ao 
microscópio de luz, na realidade elas têm três pontas grossas como 
as que existem em um forcado (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ Muitas microvilosidades longas cobrem cada ponta, 
proporcionando uma grande área de superfície que 
permite o movimento rápido do H+ e do Cl- para fora das 
células. O citoplasma contém muitas mitocôndrias que 
fornecem a grande quantidade de energia gasta no 
bombeamento desses íons (MARIEB, 7ª ed.). 
14 
 
 
@jumorbeck 
 
↠ As células oxínticas também secretam fator intrínseco, 
uma proteína necessária para a absorção da vitamina B12 
pelo intestino delgado. O corpo utiliza essa vitamina na 
produção dos eritrócitos (MARIEB, 7ª ed.). 
CÉLULAS ZIMOGÊNICAS (PRINCIPAIS) 
↠ Ocorrem principalmente nas partes basais das 
glândulas. As células zimogênicas produzem e secretam 
a proteína enzimática pepsinogênio, que é ativada em 
pepsina quando encontra ácido na região apical da 
glândula (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ Essas células têm características típicas das células 
secretoras de proteína: um retículo endoplasmático 
rugoso bem desenvolvido (RER) e um aparelho de Golgi, 
além de grânulos secretórios no citoplasma apical. As 
células zigomogênicas também secretam lipase gástrica, 
que funciona na digestão de gordura (MARIEB, 7ª ed.). 
Pelo menos dois outros tipos de célula epitelial ocorrem nas glândulas 
gástricas, mas também se estendem para além dessas glândulas: 
 Células enteroendócrinas (“endócrinas do intestino”): são 
células secretoras de hormônio dispersas por todo o 
epitélio de revestimento e pelas glândulas do tubo 
digestório. Essas células liberam seus hormônios nos 
capilares da lâmina própria subjacente. Um desses 
hormônios, a gastrina, sinaliza as células oxínticas para 
secretarem HCl quando o alimento entra no estômago. A 
maioria das células enteroendócrinas que produzem 
gastrina estão na região pilórica do estômago (MARIEB, 7ª 
ed.). 
Existem diversos tipos de células enteroendócrinas. As células ECL 
(semelhantes à enterocromafina) produzem histamina, que estimula a 
secreção de ácido pelas células parietais. As células contendo gastrina 
(células G) secretam gastrina, e as células contendo somatostatina 
(células D) secretam somatostatina, que inibe a secreção de gastrina 
e insulina (SEELY, 10ª ed.). 
 Células -tronco não diferenciadas: elas se situam por todo 
o estômago, na junção das glândulas gástricas e das 
fossetas gástricas. Essas células se dividem 
permanentemente, substituindo o epitélio de revestimento 
inteiro de células secretoras de muco a cada 3 -7 dias. Essa 
substituição rápida é vital, pois essas células conseguem 
sobreviver por apenas alguns dias no ambiente hostil do 
estômago estômago (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ Três camadas adicionais encontram-se 
profundamente à túnica mucosa: (TORTORA, 14ª ed.). 
 A tela submucosa do estômago é composta por 
tecido conjuntivo areolar. 
 A túnica muscular tem três camadas de músculo 
liso (em vez das duas encontradas no esôfago e 
nos intestinos delgado e grosso): uma camada 
longitudinal externa, uma camada circular média 
e fibras oblíquas internas. As fibras oblíquas estão 
limitadas principalmente ao corpo gástrico. 
 A túnica serosa é composta por epitélio 
escamoso simples (mesotélio) e tecido 
conjuntivo areolar; a porção da túnica serosa 
que recobre o estômago é parte do peritônio 
visceral. Na curvatura menor do estômago, o 
peritônio visceral se estende para cima até o 
fígado como o omento menor. Na curvatura 
maior do estômago, o peritônio visceral continua 
para baixo como o omento maior e reveste os 
intestinos. 
RESUMO DAS ATIVIDADES DIGESTÓRIAS NO ESTÔMAGO (TORTORA, 14ª 
ed.) 
ESTRUTURA ATIVIDADE RESLTADO 
TÚNICA MUCOSA 
CÉLULAS MUCOSAS 
DA SUPERFÍCIE E 
CÉLULAS MUCOSAS 
DO COLO 
Secretam muco. 
 
 
 
 
 
Absorção 
Formam uma 
barreira protetora 
que impede a 
digestão da parede 
do estômago. 
 
Uma pequena 
quantidade de 
água, íons, ácidos 
graxos de cadeia 
curta e alguns 
fármacos entram 
na corrente 
sanguínea 
CÉLULAS PERIETAIS Secretam fator 
intrínseco. 
 
 
 
 
 
Secretam ácido 
clorídrico 
Necessárias para 
absorção de 
vitamina B12 (usada 
na formaçãode 
eritrócitos, ou 
eritropoese). 
 
Matam 
microrganismos 
nos alimentos; 
desnaturam 
proteínas; 
convertem o 
pepsinogênio em 
pepsina. 
CÉLULAS 
PRINICIPAIS 
GÁTRICAS 
Secretam 
pepsinogênio. 
 
 
 
Secretam lipase 
gástrica. 
A pepsina (forma 
ativada) cliva as 
proteínas em 
peptídios. 
 
Quebra os 
triglicerídios em 
ácidos graxos e 
monoglicerídios. 
CÉLULAS 
SECRETORAS DE 
GASTRINA 
Secretam gastrina. 
 
Estimulam as 
células parietais a 
secretar HCl e as 
células principais 
gástricas a secretar 
15 
 
 
@jumorbeck 
 
pepsinogênio; 
contrai o esfíncter 
esofágico inferior, 
aumenta a 
motilidade do 
estômago e relaxa 
o músculo 
esfíncter do piloro. 
TÚNICA MUSCULAR Ondas de mistura 
(movimentos 
peristálticos leves). 
Agitam e quebram 
fisicamente os 
alimentos e 
misturam-nos com 
o suco gástrico, 
formando o quimo. 
Força o quimo 
através do óstio 
pilórico. 
ÓSTIO PILÓRICO Abre-se para 
possibilitar a 
passagem do 
quimo para o 
duodeno. 
Regula a passagem 
do quimo do 
estômago para o 
duodeno; impede o 
refluxo do quimo 
do duodeno para o 
estômago. 
 
FUNÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO (SEELY, 10ª ed.) 
ÓRGÃOS FUNÇÕES 
ESTÔMAGO Estoque: Rugosidades permitem que o 
estômago se expanda e armazene os 
alimentos até que possam ser digeridos. 
Digestão.: A digestão de proteínas inicia 
como resultado da ação do ácido clorídrico 
e da pepsina. 
Absorção: A absorção de algumas 
substâncias (p. ex., água, álcool, ácido 
acetilsalicílico) ocorre no estômago. 
Mistura e propulsão: Ondas de mistura 
agitam vigorosamente os materiais ingeridos 
e as secreções estomacais e formam o 
quimo. As ondas peristálticas movem o 
quimo para o intestino delgado. 
Proteção: O muco lubrifica e evita a digestão 
da parede do estômago. Os ácidos 
estomacais matam a maioria dos 
microrganismos. 
 
FUNÇÕES DAS PRINCIPAIS ENZIMAS DIGESTIVAS (SEELY, 10ª ed.) 
FLUIDO OU ENZIMA FUNÇÃO 
SECREÇÕES GÁSTRICAS 
Ácido clorídrico Antibacteriano; diminui o pH estomacal a fim 
de ativar o pepsinogênio em pepsina 
Pepsina Digere proteínas em cadeias peptídicas 
menores; ativa o pepsinogênio 
Muco Protege o revestimento estomacal da 
digestão 
Fator intrínseco Liga-se à vitamina B12 e auxilia na sua 
absorção 
Lipase gástrica Digere uma pequena quantidade de lipídeos 
 
 
Função Motora e Secretora do Estômago 
FUNÇÕES MOTORAS 
↠ As funções motoras no estômago estão associadas a: 
(SEELY, 10ª ed.) 
ENCHIMENTO GÁSTRICO 
↠ Conforme o alimento entra no estômago, as rugas 
achatam-se e o volume do estômago aumenta até 20 
vezes. Essa expansão permite que estômago acomode 
grandes quantidades de alimento com pequeno aumento 
da sua pressão interna, até que o estômago atinja sua 
capacidade máxima (SEELY, 10ª ed.). 
↠ O relaxamento das rugas é mediado por um reflexo 
mediado no bulbo que inibe o tônus muscular, e, então, a 
pressão é minimizada pela capacidade de o músculo liso 
estirar-se sem aumentar a tensão (SEELY, 10ª ed.). 
MISTURA DO CONTEÚDO GÁSTRICO 
↠ O alimento ingerido é minuciosamente misturado com 
as secreções das glândulas gástricas para formar o quimo. 
Essa mistura é realizada pelas delicadas ondas de mistura, 
que são contrações semelhantes às peristálticas que 
ocorrem aproximadamente a cada 20 segundos, a partir 
do corpo do estômago em direção ao esfíncter pilórico 
(SEELY, 10ª ed.). 
 
↠ As ondas peristálticas ocorrem com menos 
frequência, são significativamente mais potentes que as 
ondas de mistura, e forçam o quimo da periferia do 
estômago em direção ao esfincter pilórico (SEELY, 10ª ed.). 
Cerca de 80% das contrações são ondas de mistura e 20% são ondas 
peristálticas (SEELY, 10ª ed.). 
16 
 
 
@jumorbeck 
 
↠ Alguns minutos depois de o alimento entrar no 
estômago, ondas de peristaltismo passam pelo estômago 
a cada 15 a 25 s. Poucas ondas peristálticas são 
observadas na região do fundo gástrico, que tem 
principalmente uma função de armazenamento 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Em vez disso, a maior parte das ondas começa no 
corpo gástrico e se intensifica à medida que alcança o 
antro pilórico (TORTORA, 14ª ed.). 
 
↠ Cada onda peristáltica move o conteúdo gástrico do 
corpo gástrico para baixo para dentro do antro pilórico, 
em um processo conhecido como propulsão. O óstio 
pilórico normalmente permanece quase, mas não 
completamente, fechado. Como a maior parte das 
partículas de alimento no estômago inicialmente são 
demasiadamente grandes para passar através do estreito 
óstio pilórico, elas são forçadas para trás para o corpo 
gástrico, em um processo conhecido como retropulsão 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Ocorre então outra rodada de propulsão, movendo as 
partículas de alimentos de volta para o antro pilórico. Se 
as partículas de alimento continuam sendo 
demasiadamente grandes para passar através do óstio 
pilórico, a retropulsão ocorre novamente e as partículas 
são comprimidas de volta para o corpo gástrico. Em 
seguida, ocorre ainda outra rodada adicional de propulsão, 
e o ciclo continua se repetindo (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O resultado líquido destes movimentos é que o 
conteúdo gástrico é misturado ao suco gástrico, por fim 
sendo reduzido a um líquido com consistência de sopa 
chamado quimo. Uma vez que as partículas de alimento 
no quimo são suficientemente pequenas, elas podem 
passar através do óstio pilórico, em um fenômeno 
conhecido como esvaziamento gástrico (TORTORA, 14ª 
ed.). 
ESVAZIAMENTO GÁSTRICO 
↠ O tempo que o alimento permanece no estômago 
depende de diversos fatores, incluindo o tipo e o volume 
de alimento. Líquidos deixam o estômago em 1,5 a 2,5 
horas após a ingestão. Após uma refeição normal, o 
estômago esvazia em 3 a 4 horas (SEELY, 10ª ed.). 
↠ O esfíncter pilórico normalmente permanece 
parcialmente fechado devido à sua contração tônica. Cada 
contração peristáltica é forte o suficiente para forçar uma 
pequena quantidade de quimo através da abertura do 
esfíncter pilórico para o duodeno (SEELY, 10ª ed.). 
↠ As contrações responsáveis por mover o quimo em 
direção à parcialmente fechada abertura do piloro são 
chamadas de bomba pilórica. Em geral, a motilidade 
aumentada leva a esvaziamento aumentado. Em um 
estômago vazio, as contrações peristálticas que se 
aproximam de contrações tetânicas podem acontecer 
por cerca de 2 a 3 minutos (SEELY, 10ª ed.). 
↠ As contrações são estimuladas por níveis baixos de 
glicose sanguínea e são fortes o suficiente para gerar as 
sensações desconfortáveis conhecidas como dores de 
fome. Em geral, essas dores de fome começam em torno 
de 12 a 24 horas após a última refeição, ou em menos 
tempo para algumas pessoas. Se nada for ingerido, as 
dores de fome atingem a sua intensidade máxima em 3 
a 4 dias e, então, ficam progressivamente mais fracas 
(SEELY, 10ª ed.). 
↠ O esvaziamento gástrico é um processo lento: apenas 
aproximadamente 3 ml de quimo se movem através do 
óstio pilórico de cada vez (TORTORA, 14ª ed.). 
Se o estômago esvaziar muito rapidamente, a eficiência da digestão e 
da absorção fica reduzida, e o conteúdo ácido gástrico que entra no 
duodeno pode danificar o seu revestimento. Entretanto, se a taxa de 
esvaziamento é muito baixa, o conteúdo altamente ácido pode 
danificar a parede do estômago e reduzir a taxa em que os nutrientes 
são ingeridos e absorvidos (SEELY, 10ª ed.). 
Para prevenir esses dois extremos, o esvaziamento gástrico é 
regulado. Os mecanismos neurais que estimulam as secreções 
gástricas também estão envolvidos no aumento da motilidade gástrica. 
O principal estímulo, tanto para a motilidade quanto para a secreção, 
é a distensão da parede gástrica. A motilidade gástrica aumentada leva 
a aumento do esvaziamento gástrico (SEELY, 10ª ed.). 
Por outro lado, os mecanismos neurais e hormonais associados ao 
duodeno diminuem as secreções gástricas e também reduzem a 
17 
 
 
@jumorbeck 
 
motilidade gástrica e aumentam a constrição do esfincter pilórico 
(SEELY, 10ª ed.). 
O reflexo gastroesofágico e o hormôniocolecistocinina são os maiores 
inibidores da motilidade gástrica. O resultado é uma redução na taxa 
de esvaziamento gástrico (SEELY, 10ª ed.). 
Uma refeição rica em carboidratos polissacarídeos (amido e glicogênio) 
possui a maior taxa de depuração do estômago, geralmente 1 hora. 
Para comparação, uma refeição rica em gorduras e proteínas leva em 
torno de 6 horas para deixar o estômago. A principal razão para a alta 
depuração dos carboidratos é que eles não aumentam a liberação de 
colecistocinina, que é o principal inibidor do esvaziamento gástrico 
(SEELY, 10ª ed.). 
SECREÇÕES GÁSTRICAS 
↠ As células mucosas da superfície e as células mucosas 
do colo secretam um muco alcalino e viscoso que cobre 
a superfície das células epiteliais, formando uma camada 
de 1 a 1,5 mm de espessura. Essa espessa camada de 
muco lubrifica e protege as células epiteliais da parede do 
estômago contra o efeito danoso do quimo ácido e da 
pepsina. A irritação da mucosa do estômago estimula a 
secreção de um grande volume de muco (SEELY, 10ª ed.). 
↠ O bicarbonato é secretado pelas células superficiais do 
esômago e pelo duodeno, em resposta a vários 
estímulos, como as prostaglandinas, peptídeos 
gastrointestinais e contato com o ácido gástrico, 
permanecendo principalmente abaixo ou na camada 
mucosa (BIGHETTI et. al., 2002). 
↠ A secreção de bicarbonato pode ser inibida por ácidos 
biliares, antiiflamatórios e provavelmente pelo processo 
infeccioso desencadeado pela bactéria Helicobacter pylori 
(BIGHETTI et. al., 2002). 
 
↠ As células parietais nas glândulas gástricas da região 
pilórica secretam fator intrínseco e uma solução 
concentrada de ácido clorídrico (SEELY, 10ª ed.). 
↠ O fator intrínseco é uma glicoproteína que se liga à 
vitamina B12, fazendo essa vitamina ser mais facilmente 
absorvida no íleo (SEELY, 10ª ed.). 
A vitamina B12 é necessária para a síntese do ácido desoxirribonucleico 
(DNA), que é especialmente importante para a produção contínua 
normal de hemácias. Uma deficiência de absorção de vitamina B12 leva 
à anemia perniciosa (SEELY, 10ª ed.). 
A digestão enzimática das proteínas também começa no estômago. 
A única enzima proteolítica (que digere proteína) no estômago é a 
pepsina, que é secretada pelas células principais gástricas. A pepsina 
rompe certas ligações peptídicas entre os aminoácidos, fragmentando 
uma cadeia proteica de muitos aminoácidos em fragmentos peptídicos 
menores. A pepsina é mais efetiva no ambiente ácido do estômago 
(pH 2); torna-se inativa em um pH mais alto (TORTORA, 14ª ed.). 
Apenas uma pequena quantidade de nutrientes é absorvida no 
estômago, porque suas células epiteliais são impermeáveis à maior 
parte dos materiais. No entanto, as células mucosas do estômago 
absorvem um pouco de água, íons e ácidos graxos de cadeia curta, 
bem como determinados fármacos (especialmente o ácido 
acetilsalicílico) e álcool (TORTORA, 14ª ed.). 
Dentro de 2 a 4 h após a ingestão de uma refeição, o estômago já 
esvaziou seu conteúdo para o duodeno. Os alimentos ricos em 
carboidratos permanecem menos tempo no estômago; alimentos 
ricos em proteína permanecem um pouco mais, e o esvaziamento é 
mais lento após uma refeição rica em gordura contendo grandes 
quantidades de triglicerídios (TORTORA, 14ª ed.). 
SECREÇÃO DE HCL 
↠ O ácido clorídrico resulta no baixo pH no conteúdo 
estomacal, que normalmente está entre 1 e 3. Embora o 
ácido clorídrico secretado no interior do estômago tenha 
menor efeito digestório sobre o alimento ingerido, uma 
de suas principais funções é matar as bactérias que são 
ingeridas com quase tudo que colocamos em nossas 
bocas (SEELY, 10ª ed.). 
↠ Entretanto, algumas bactérias patogênicas podem 
evitar essa digestão pelo ácido estomacal, pois possuem 
um revestimento que permite que resistam aos ácidos 
estomacais (SEELY, 10ª ed.). 
↠ Os íons hidrogênio são derivados do dióxido de 
carbono e da água, que entram na célula parietal pela sua 
superfície serosa, o lado oposto ao lúmen da fovéola 
gástrica. Uma vez no interior da célula, a anidrase 
carbônica catalisa a reação entre o dióxido de carbono e 
a água para formar ácido carbônico (SEELY, 10ª ed.). 
↠ Algumas moléculas de ácido carbônico dissociam-se 
para formar H+ e HCO3- (íon bicarbonato). Os íons 
hidrogênio são, então, ativamente transportados pela 
superfície mucosa da célula parietal para o lúmen do 
18 
 
 
@jumorbeck 
 
estômago por uma bomba de troca H+-K+, muitas vezes 
chamada de bomba de prótons (SEELY, 10ª ed.). 
Fármacos que bloqueiam a bomba de prótons são utilizados para 
diminui ros níveis de ácido gástrico (SEELY, 10ª ed.). 
↠ A bomba move o H+ por transporte ativo contra um 
abrupto gradiente de concentração, e o Cl- difunde-se 
das células por meio de canais iônicos na membrana 
plasmática. A difusão do Cl- para a glândula gástrica 
equilibra o H+ positivamente carregado, reduzindo a 
quantidade de energia necessária para transportar o H+ 
tanto contra o gradiente de concentração quanto contra 
o gradiente elétrico (SEELY, 10ª ed.). O resultado líquido é 
a secreção de HCl pela célula (SILVERTHON, 7ª ed.). 
 
↠ Os íons bicarbonato movem-se no sentido absortivo, 
das células parietais para o líquido extracelular. Durante 
esse processo, o HCO3- é trocado por Cl- por um 
antiporte, que está localizado na membrana plasmática, e 
o Cl- subsequentemente se move para o interior da célula. 
Isso resulta em pH sanguíneo elevado nas veias que 
transportam o sangue do estômago, a chamada maré 
alcalina (SEELY, 10ª ed.). 
↠ A secreção de HCl pelas células parietais pode ser 
estimulada por várias fontes: a acetilcolina (ACh) liberada 
pelos neurônios parassimpáticos, a gastrina secretada 
pelas células secretoras de gastrina e a histamina, que é 
uma substância parácrina liberada pelos mastócitos na 
lâmina própria das proximidades (TORTORA, 14ª ed.). 
 
↠ A acetilcolina e a gastrina estimulam as células parietais 
a secretar mais HCl na presença de histamina. Em outras 
palavras, a histamina atua sinergicamente, melhorando os 
efeitos da acetilcolina e da gastrina. Os receptores das três 
substâncias estão presentes na membrana plasmática das 
células parietais (TORTORA, 14ª ed.). 
HELICOBACTER PYLORI 
↠ As úlceras pépticas são causadas quando os sucos 
gástricos (ácido e pepsina) digerem a mucosa que 
reveste o trato digestório. Aproximadamente 80% das 
úlceras pépticas ocorrem na parte duodenal do esfincter 
pilórico, mas as úlceras pépticas também podem ocorrer 
no estômago (úlceras gástricas) ou no esôfago (úlceras 
esofágicas) (SEELY, 10ª ed.). 
↠ Quase todas as úlceras pépticas são devidas à infecção 
por uma bactéria específica, Helicobacter pylori, que 
também está ligada à gastrite e ao câncer gástrico. Pelo 
fato de estresse, dieta, cigarro e álcool causarem um 
excesso de secreção ácida no estômago, esses padrões 
de estilo de vida foram considerados responsáveis pelas 
úlceras por vários anos. Embora esses fatores possam 
contribuir para as úlceras, está claro que a causa 
fundamental é a H. pylori (SEELY, 10ª ed.). 
↠ A maioria das bactérias não consegue sobreviver no 
estômago. Consequentemente, a H. pylori é um dos 
patógenos humanos mais penetrantes, pois habita um 
nicho sem com petição (SEELY, 10ª ed.). 
↠ O Helicobacter pylori é uma bactéria Gram negativa, 
microaerófila e espiralada, em forma de S ou em 
bastonete curvo, que mede cerca de 3 a 5 µ de 
19 
 
 
@jumorbeck 
 
comprimento por 0,5 µ de largura, tem parede celular 
externa lisa e possui de quatro a seis flagelos unipolares 
embainhados e com bulbo terminal (SIQUEIRA, 2007). 
 
↠ É provavelmente o agente de infecção crônica mais 
comum em seres humanos, coloniza especificamente a 
mucosa gástrica e as microvilosidades gástricas das células 
epiteliais e acredita-se que contribua diretamente na 
destruição da célula gástrica por produção de uma 
citotoxina vacuolizante, bem como enzimas tóxicas, 
especialmente lipase, urease e proteases, desregulando 
os fatoresdefensivos do epitélio (SIQUEIRA, 2007). 
TRANSMISSÃO: Várias pesquisas sobre o modo de 
transmissão de H. pylori estão sendo desenvolvidas, e 
pode-se dizer que esta é uma das áreas mais estudadas, 
discutidas e controvertidas. As vias de infecção mais 
aceitas atualmente incluem a fecal-oral e a oral-oral 
(SIQUEIRA, 2007). 
PATOGENIA: Os mecanismos pelos quais a bactéria produz 
diferentes quadros patológicos no estômago e no 
duodeno não são totalmente conhecidos (SIQUEIRA, 
2007). 
FATORES DE VIRULÊNCIA 
ADERÊNCIA 
↠ O H. pylori tem um tropismo pela mucosa gástrica, 
aderindo à célula epitelial e, às vezes, penetrando entre 
elas. A adesão parece atuar na patogênese através da 
lesão direta da célula, facilitando para que os produtos 
tóxicos produzidos pela bactéria sejam liberados nas 
proximidades da célula epitelial e atuando na estimulação 
da produção de citocinas pela célula epitelial (SIQUEIRA, 
2007). 
 
 
Urease 
↠ A bactéria tem uma potente atividade ureásica que 
participa da colonização gástrica, permitindo sua 
sobrevivência em um meio ácido. A urease hidrolisa a 
uréia, presente no estômago, em amônia e CO2. A 
amônia tem atividade citotóxica, aumentando a 
permeabilidade da célula epitelial para prótons (SIQUEIRA, 
2007). 
REGULAÇÃO DA SECREÇÃO DO ESTÔMAGO 
↠ Aproximadamente 2 a 3 L de secreções gástricas são 
produzidos diariamente. A quantidade e o tipo de alimento 
que entra no estômago e no intestino delgado afetam 
drasticamente a quantida de de secreções gástricas, mas 
pelo menos 700 mL são secretados em uma refeição 
tradicional (SEELY, 10ª ed.). 
↠ Tanto mecanismos nervosos quanto hormonais 
regulam as secreções gástricas. Os mecanismos neurais 
envolvem reflexos integrados no bulbo e reflexos locais 
integrados dentro do SNE. Os mensageiros químicos que 
regulam as secreções gástricas incluem os hormônios 
gastrina, secretina e colecistocinina, assim como o 
mensageiro químico parácrino histamina (SEELY, 10ª ed.). 
↠ A regulação da secreção gástrica está dividida em três 
fases: cefálica, gástrica e intestinal (SEELY, 10ª ed.). 
FASE CEFÁLICA 
↠ A fase cefálica pode ser vista como a fase “comece”, 
quando as secreções do estômago são elevadas em 
antecipação ao alimento que chegará (SEELY, 10ª ed.). 
 
↠ Na fase cefálica da regulação gástrica, diversos tipos 
de estímulos atuam sobre os centros no bulbo para 
influenciar as secreções gástricas. Esses estímulos incluem 
o cheiro e o gosto do alimento, a estimulação de 
20 
 
 
@jumorbeck 
 
 
receptores táteis durante o processo de mastigação e 
deglutição e pensamentos prazerosos sobre o alimento 
(SEELY, 10ª ed.). 
↠ Potenciais de ação são enviados a partir do bulbo pelos 
neurônios parassimpáticos no nervo vago (X) até o 
estômago. Na parede do estômago, os neurônios pré-
ganglionares estimulam neurônios pós-ganglionares no 
SNE. Os neurônios pós-ganglionares, que são 
principalmente colinérgicos, estimulam a atividade 
secretora das células da mucosa gástrica (SEELY, 10ª ed.). 
↠ A estimulação parassimpática da mucosa gástrica 
resulta na liberação do neurotransmissor acetilcolina, que 
aumenta a atividade secretora das células principais e 
parietais e estimula a secreção de gastrina e histamina 
pelas células enteroendócrinas (SEELY, 10ª ed.). 
↠ A gastrina liberada na circulação desloca-se até as 
células parietais, onde estimula a secreção adicional de 
ácido clorídrico e pepsinogênio. Em adição, a gastrina 
estimula as células ECL a liberarem histamina, que 
também estimula as células parietais a secretarem ácido 
clorídrico (SEELY, 10ª ed.). 
↠ A histamina atua tanto como mensageiro químico 
parácrino quanto como hormônio sanguíneo para 
estimular a atividade secretora das glândulas gástricas 
(SEELY, 10ª ed.). 
Atuando juntas, acetilcolina, histamina e gastrina causam maior 
estimulação da secreção de ácido clorídrico do que uma delas atuando 
isoladamente. Das três, a histamina possui o maior efeito estimulatório 
(SEELY, 10ª ed.). 
FASE GÁSTRICA 
↠ O maior volume das secreções gástricas é produzido 
durante a fase gástrica da regulação gástrica (SEELY, 10ª 
ed.). 
 
↠ A presença do alimento no estômago inicia a fase 
gástrica. Os principais estímulos são a distensão do 
estômago e a presença de aminoácidos e peptídeos no 
estômago (SEELY, 10ª ed.). 
↠ A distensão da parede do estômago, especialmente 
do corpo e do fundo, estimula mecanorreceptores. 
Potenciais de ação gerados por esses receptores iniciam 
reflexos que envolvem o SNC e o SNE (SEELY, 10ª ed.). 
↠ Esses reflexos resultam na liberação de acetilcolina e 
na cascata de eventos que aumentam a secreção, como 
na fase cefálica. A presença de proteínas parcialmente 
digeridas ou quantidades moderadas de álcool e cafeína 
no estômago também estimulam a secreção de gastrina 
(SEELY, 10ª ed.). 
↠ Quando o pH do conteúdo estomacal cai abaixo de 2, 
o aumento da secreção gástrica estimulado pela 
distensão do estômago é bloqueado. Esse mecanismo de 
retroalimentação negativa limita a secreção do suco 
gástrico (SEELY, 10ª ed.). 
FASE INTESTINAL 
↠ A fase intestinal da secreção gástrica principalmente 
inibe as secreções gástricas. Isso é controlado pela 
entrada do quimo ácido no duodeno do intestino delgado, 
que ativa tanto mecanismos neurais quanto hormonais 
(SEELY, 10ª ed.). 
21 
 
 
@jumorbeck 
 
 
↠ Quando o pH do quimo que entra no duodeno cai para 
2 ou menos, ou quando o quimo contém produtos da 
digestão de lipídeos, as secreções gástricas são inibidas 
(SEELY, 10ª ed.). 
↠ As soluções ácidas no duodeno causam a liberação do 
hormônio secretina na corrente sanguínea. A secretina 
inibe a secreção gástrica por inibir tanto as células 
parietais quanto as células principais (SEELY, 10ª ed.). 
↠ Ácidos graxos, outros lipídeos e, em menor grau, os 
produtos de digestão das proteínas no duodeno e no 
jejuno proximal iniciam a liberação de colecistocinina, que 
inibe a secreção gástrica (SEELY, 10ª ed.). 
↠ A inibição da secreção gástrica também está sob 
controle nervoso. O reflexo enterogástrico consiste em 
um reflexo local e um reflexo integrado no bulbo que 
reduzem a secreção gástrica. A distensão da parede 
duodenal, a presença de substâncias irritantes no 
duodeno, o pH reduzido e as soluções hipertônicas ou 
hipotônicas no duodeno ativam o reflexo enterogástrico 
(SEELY, 10ª ed.). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências: 
BIGHETTI et. al. Regulação e modulação da secreção 
gástrica. Revista Ciência Médicas, v.1 1, n. 1, p. 55-60, 2002. 
SIQUEIRA et. al. Aspectos gerais nas infecções por 
Helicobacter pylori: revisão, v.39, n. 1, p. 9-13, 2007. 
GUYTON & HALL. Tratado de Fisiologia Médica, 13ª ed. 
Editora Elsevier Ltda., 2017 
MARIEB, E.; WILHELM, P.; MALLATT, J. Anatomia 
humana. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. 
TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível 
em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016. 
 
SILVERTHORN, Dee U. Fisiologia Humana. Disponível em: 
Minha Biblioteca, (7th edição). Grupo A, 2017. 
REGAN, J.; RUSSO, A.; VVANPUTTE, C. Anatomia e 
Fisiologia de Seely, 10ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2016.