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AULA 07 Tema: Parentesco D I R E I T O C I V I L I V - F A M Í L I A RELAÇÕES DE PARENTESCO FAMÍLIA X PARENTESCO NOÇÕES GERAIS... • As pessoas unem-se em uma família em razão de vínculo conjugal ou união estável, de parentesco por consanguinidade ou outra origem, e da afinidade. • Clóvis Beviláqua (apud GONÇALVES, 2023) define o parentesco como a relação que vincula entre si as pessoas que descendem do mesmo tronco ancestral. • Para Pontes de Miranda (apud GONÇALVES, 2023), parentesco é a relação que vincula entre si pessoas que descendem umas das outras, ou de autor comum (consanguinidade), que aproxima cada um dos cônjuges dos parentes do outro (afinidade), ou que se estabelece, por fictio iuris, entre o adotado e o adotante. BIOLOGIA AMPLO • As relações de parentesco são os vínculos decorrentes da CONSANGUINIDADE (próprio) e da AFINIDADE (por afinidade) que ligam as pessoas a determinado grupo familiar. • SENTIDO ESTRITO: consanguíneo. • SENTIDO AMPLO: afinidade, adoção, técnicas de reprodução. • Decorre das relações conjugais (casamento), de companheirismo (união estável) e de filiação (paternal ou maternal); PARENTESCO • Decorre das relações conjugais, de companheirismo e de filiação (paternal ou maternal); • Pode ser: - natural, biológico, civil, adotivo, por afinidade; - em linha reta ou colateral. - Todos eles com grande relevância, como veremos a seguir. DE ONDE VEM O PARENTESCO? • Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consangüinidade ou outra origem. ➢NATURAL: laços de sangue ➢CIVIL: criado pela lei. (Ex: adoção). ➢OUTRA ORIGEM: afetividade, afinidade, reprodução heteróloga, fecundação artificial homóloga (art. 1.597, V CC), etc. • Falar sobre parentesco sociafetivo e multiparentalidade PARENTESCO NO CC/02 IMPORTÂNCIA DO PARENTESCO • O estudo das relações de parentesco reveste-se de grande importância prática, porque a lei lhe atribui efeitos relevantes, estatuindo direitos e obrigações recíprocos entre os parentes, de ordem pessoal e patrimonial, e fixando proibições com fundamento em sua existência. • Têm os parentes direito à sucessão e alimentos e não podem casar uns com os outros, na linha reta e em certo grau da colateral. O parentesco é importante ainda em situações individuais regidas por outros ramos do Direito, como o processual e o eleitoral. • PARENTESCO SOCIOAFETIVO: - Envolve a realidade vivida por pessoas que estabelecem vínculos de parentesco sem que estejam, necessariamente, ligadas pelos laços biológicos. - Sobrepõe a biologia. • MULTIPARENTALIDADE: - A multiparentalidade, pois, consiste no fato de o filho possuir dois pais ou mães reconhecidos pelo direito, o biológico e o socioafetivo, em função da valorização da filiação socioafetiva. • VÍNCULO NATURAL - Não se constituem e nem de desconstituem por ato de vontade; • VÍNCULO JURÍDICO - Estabelecido por lei, assegurando direitos e impondo deveres recíprocos; - Dispõe de reflexos jurídicos diversos a depender do grau e intensidade da solidariedade familiar (de modo geral: critério da proximidade). Ex: obrigação alimentar (art. 1.696, CC) e Vocação Hereditária (art. 1.833, CC); PARENTESCO “O conhecimento da relação de parentesco reveste-se de grande importância prática, porque a lei lhe atribui efeitos relevantes, estatuindo direitos e obrigações recíprocos entre os parentes, de ordem pessoal e patrimonial, e fixando proibições com fundamentos em sua existência”. Orlando Gomes PARENTESCO EFEITOS DO PARENTESCO • Direito a alimentos; • Direitos Sucessórios; • Impedimentos matrimoniais na linha reta ou colateral em até 3º grau. EFEITOS DO PARENTESCO NA ORDEM CIVIL EM SITUAÇÕES INDIVIDUAIS REGIDAS POR OUTROS RAMOS DO DIREITO, COMO O PROCESSUAL E O ELEITORAL. • Suspeição (art. 144, III e IV CPC) – vínculos próximos entre juiz e parte. • Inelegibilidade (art. 14 §7º da CF) – Cônjuges e parentes do presidente da república, consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção. • Agravação da pena (art. 61, II, “e”, CP) – Crimes contra descendentes, ascendentes, irmãos ou cônjuges. EFEITOS DO PARENTESCO EM OUTROS RAMOS DO DIREITO O VÍNCULO DE PARENTESCO: LINHAS E GRAUS ASCENDENTES DESCENDENTES ANCESTRALIDADE PARENTESCO LINHA RETA Art. 1.591, CC COLATERAL Art. 1.592, CC GRAUS CONTAGEM São pessoas que descendem umas das outras; São pessoas que provém de um tronco comum, sem descender umas das outras; É infinito Até o 4º grau Cada geração é um grau! Falar sobre: Parentesco próprio e por afinidade • Art. 1.591, CC; • São pessoas que descendem umas das outras; • Relação de ascendência e descendência; • Toda pessoa, sob o prisma de ascendência, tem duas linhas de parentesco: paterna e materna; (prossegue em sucessivas bifurcações – árvore genealógica); • O parentesco em linha reta é infinito; Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes. “Por mais afastadas que estejam as gerações, serão sempre parentes entre si as pessoas que descendem umas das outras” PARENTESCO LINHA RETA Bisavô, avô, pai, filho, neto, bisneto. PARENTESCO LINHA RETA • A linha reta é ascendente quando se sobe de determinada pessoa para os seus antepassados (do pai para o avô etc.). Toda pessoa, sob o prisma de sua ascendência, tem duas linhas de parentesco: a linha paterna e a linha materna. A linha ascendente, depois de bifurcar-se entre os ascendentes do pai e os ascendentes da mãe, prossegue em sucessivas bifurcações, pois cada pessoa se origina de duas. Por isso, fala-se em “árvore genealógica”. • A linha reta é descendente quando se desce dessa pessoa para os seus descendentes. • Art. 1.592, CC; • São pessoas que provém de um tronco comum, sem descendem umas das outras; • Não existem parente colateral de primeiro grau; • O parentesco estende até o quarto grau; Art. 1.592. São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra. PARENTESCO LINHA COLATERAL Irmãos, tios, sobrinhos e primos. PARENTESCO LINHA COLATERAL • São parentes em linha colateral, transversal ou oblíqua as pessoas que provêm de um tronco comum, “sem descenderem uma da outra”. • É o caso de irmãos, tios, sobrinhos e primos. • Na linha reta não há limite, pois a contagem do parentesco é ad infinitum; na colateral, este estende-se somente até “o quarto grau”. Dentre outros efeitos do parentesco colateral, assinale-se o que acarreta, até o terceiro grau inclusive, impedimento para o casamento (CC, art. 1.521, IV); a obrigação de pagar alimentos aos parentes necessitados extensiva aos irmãos, que são colaterais de segundo grau (art. 1.697); o chamamento para suceder somente dos colaterais até o quarto grau, no âmbito do direito das sucessões (art. 1.839), bem como a adoção do princípio de que os mais próximos excluem os mais remotos (art. 1.840). • A distância entre dois parentes mede-se por graus; • É a distância entre gerações, que vai de um a outro parente; Exemplos: ➢pai e filho – parentes em linha reta de primeiro grau; ➢Avô e neto – parentes em linha reta de segundo grau; ➢Irmãos – parentes em linha colateral de segundo grau; NÃO HÁ PARENTESCO COLATERAL DE PRIMEIRO GRAU GRAUS GRAUS • Na linha reta, contam-se os graus “pelo número de gerações”. Geração é a relação existente entre o genitor e o gerado. Assim, pai e filho são parentes em linha reta em primeiro grau. Já avô e neto são parentes em segundo grau, porque entre eles há duas gerações. • Na linha colateral a contagem faz-se também pelo número de gerações. Parte-se de um parente situado em uma das linhas, subindo-se, contando as gerações, até o tronco comum, e descendo pela outra linha, continuando a contagem das gerações, “até encontrar o outro parente” (CC, art. 1.594).Trata-se do sistema romano de contagem de graus na linha colateral. • Assim, irmãos são colaterais em segundo grau. Partindo-se de um deles, até chegar ao tronco comum conta-se uma geração. Descendo pela outra linha, logo depois de uma geração já se encontra o outro irmão. Tios e sobrinhos são colaterais em terceiro grau; primos, em quarto. No caso dos primos, cada lado da escala de contagem terá dois graus. Também são colaterais de quarto grau os sobrinhos-netos e tios-avós, hipóteses em que um dos lados da escala terá três graus, e o outro um. GRAUS PARENTES EM LINHA RETA (art. 1.591). - PAI E FILHO são parentes em linha reta em primeiro grau. - AVÔ E NETO são parentes em segundo grau. -BISAVÔ E BISNETO são parentes em terceiro grau. PARENTES COLATERAIS OU TRANSVERSAIS (art. 1.592). -IRMÃOS são colaterais em segundo grau. -TIOS E SOBRINHOS são colaterais em terceiro grau. -PRIMOS em quarto grau. - Obs.: Não há parentesco colateral em primeiro grau. ESPÉCIE DE PARENTESCO • Dispunha o art. 332 do Código Civil de 1916 que o parentesco era legítimo ou ilegítimo, segundo procedia ou não de casamento, e natural ou civil, conforme resultasse de consanguinidade ou adoção. Se, por exemplo, os pais eram casados, os irmãos eram legítimos; se não, eram ilegítimos. • Tal dispositivo foi expressamente revogado pela Lei n. 8.560, de 29 de dezembro de 1992. A intenção do legislador foi adaptar o diploma civil ao art. 227, § 6º, da Constituição Federal, que proclama terem os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. Essa regra foi reproduzida ipsis litteris no art. 1.596 do atual Código Civil. Não mais podem, portanto, os filhos ser chamados, discriminatoriamente, de legítimos, ilegítimos ou adotivos, a não ser em doutrina PARENTESCO DECORRENTE DO CASAMENTO E UNIAO ESTÁVEL • O casamento e a união estável dão origem ao parentesco por afinidade. Cada cônjuge ou companheiro torna-se parente por afinidade dos parentes do outro (CC, art. 1.595). Mesmo não existindo, in casu, tronco ancestral comum, contam-se os graus por analogia com o parentesco consanguíneo. Se um dos cônjuges ou companheiros tem parentes em linha reta (pais, filhos), estes se tornam parentes por afinidade em linha reta do outro cônjuge ou companheiro. Essa afinidade em linha reta pode ser ascendente (sogro, sogra, padrasto e madrasta, que são afins em 1º grau) e descendente (genro, nora, enteado e enteada, no mesmo grau de filho ou filha, portanto, afins em 1º grau). • Como a afinidade é relação de natureza estritamente pessoal, cujos limites são traçados na lei, ela não se estabelece entre os parentes dos cônjuges ou companheiros, sendo que os afins de cada um não o são entre si (concunhados não são afins entre si). E, no caso de novo casamento ou união estável, os afins da primeira comunhão de vidas não se tornam afins do cônjuge ou companheiro da segunda. PARENTESCO DECORRENTE DO CASAMENTO E UNIAO ESTÁVEL • Desse modo, rompido o vínculo matrimonial permanecem o sogro ou sogra, genro ou nora ligados pelas relações de afinidade. • Significa dizer que, falecendo a esposa ou companheira, por exemplo, o marido ou companheiro continua ligado à sogra pelo vínculo da afinidade. Caso se case novamente, terá duas sogras. ATENÇÃO: Na linha colateral, contudo, a morte ou o divórcio de um dos cônjuges ou companheiros faz desaparecer a afinidade. Como o impedimento matrimonial refere-se apenas à linha reta (CC, art. 1.521, II), nada impede, assim, o casamento do viúvo ou divorciado com a cunhada. CAPÍTULO I Disposições Gerais Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes. Art. 1.592. São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra. Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consangüinidade ou outra origem. Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente. Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade. § 1 o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro. § 2 o Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil, volume 6: direito de família. 12. ed. ampliada e atualizada. São Paulo: Saraiva Educação, 2022. [BIBLIOTECA VIRTUAL] GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 6: direito de família. 20. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2023. [BIBLIOTECA VIRTUAL]. DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 11.ed., rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016. CONTATO • VIA E-MAIL INSTITUCIONAL ALYNNE.COSTA@UNINORTEAC.EDU.BR mailto:ALYNNE.COSTA@UNINORTEAC.EDU.BR Slide 1: AULA 07 Slide 2 Slide 3 Slide 4: NOÇÕES GERAIS... Slide 5: PARENTESCO Slide 6: DE ONDE VEM O PARENTESCO? Slide 7: PARENTESCO NO CC/02 Slide 8: IMPORTÂNCIA DO PARENTESCO Slide 9 Slide 10: PARENTESCO Slide 11: PARENTESCO Slide 12 Slide 13: EFEITOS DO PARENTESCO NA ORDEM CIVIL Slide 14: EFEITOS DO PARENTESCO EM OUTROS RAMOS DO DIREITO Slide 15 Slide 16: PARENTESCO Slide 17: PARENTESCO LINHA RETA Slide 18: PARENTESCO LINHA RETA Slide 19: PARENTESCO LINHA COLATERAL Slide 20: PARENTESCO LINHA COLATERAL Slide 21: GRAUS Slide 22: GRAUS Slide 23 Slide 24: GRAUS Slide 25: ESPÉCIE DE PARENTESCO Slide 26: PARENTESCO DECORRENTE DO CASAMENTO E UNIAO ESTÁVEL Slide 27: PARENTESCO DECORRENTE DO CASAMENTO E UNIAO ESTÁVEL Slide 28 Slide 29: REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS Slide 30: CONTATO