Trabalho Sociologia

Prévia do material em texto

Em seu livro “Realismo Capitalista”, Mark Fisher escreve a célebre frase: “É mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo.”, diante disso, pode-se afirmar: A crise ambiental que se testemunha hoje tem profundas raízes nas escolhas econômicas do sistema capitalista. Tal sistema que frequentemente prioriza o lucro em detrimento da sustentabilidade a longo prazo, resultando em práticas de exploração excessiva dos recursos naturais e de pessoas. A Amazônia, um dos ecossistemas mais ricos do planeta, tem sido uma vítima emblemática desse paradigma, sofrendo com políticas públicas que muitas vezes negligenciam a conservação ambiental em favor do desenvolvimento econômico de uma minoria. Se, enquanto humanidade, pretende-se ter uma chance, é vital que primeiramente seja questionado o modo de produção vigente na maior parte do mundo hoje.
O capitalismo, impulsionado pela lógica do consumo incessante e do crescimento econômico contínuo, cria um ambiente propício para a exploração insustentável dos recursos naturais. Os imperativos de maximização dos lucros incentivam a extração desenfreada de recursos, o que coloca uma pressão insustentável sobre os ecossistemas. Essa mentalidade de "use e descarte" não apenas esgota os recursos naturais, mas também gera um ciclo de desperdício e poluição tão enormes, que seriam necessários 1,7 planetas Terra, para suprir a atual demanda pelos recursos naturais.
Portanto, a alternativa envolve repensar as relações com o meio ambiente, buscando a sustentabilidade em vez de ganhos imediatos. Isso implica em direcionar políticas públicas para a preservação da biodiversidade, a implementação de regulamentações ambientais mais rigorosas, o fortalecimento da agricultura familiar e o estímulo à economia circular, na qual a reutilização e a reciclagem de recursos se tornam práticas comuns. Além disso, é necessário promover a conscientização sobre os impactos do sistema econômico, tanto no meio-ambiente quanto nas vidas da classe que realiza a produção para esse sistema.
A crise ambiental é um alerta claro de que o modo de produção capitalista, projetado para gerar lucro exacerbado para poucos e baseado em crescimento exponencial desenfreado, não é uma abordagem sustentável quando falamos de recursos finitos. Para superar os desafios ambientais, é crucial repensar as prioridades enquanto sociedade, promovendo uma economia baseada na preservação dos recursos naturais e no bem-estar societal em vez de na exploração sem limites. Somente por meio de uma transformação profunda em nosso relacionamento com o sistema econômico, podemos criar um mundo mais equitativo e sustentável para as gerações futuras.
Referências Bibliográficas:
MARX, Karl. O Capital: Crítica da Economia Política - Livro I: O Processo de Produção do Capital. São Paulo: Boitempo Editorial, 2013.
FISHER, Mark. Realismo Capitalista: É mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo. São Paulo: Editora Ubu, 2017.
PAINEL INTERGOVERNAMENTAL SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS (IPCC). Quinto Relatório de Avaliação - Mudanças Climáticas 2014: Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade. Genebra: IPCC, 2014.