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CONTRATOS
Contrato é o acordo de duas ou mais pessoas que expressam suas vontades, na conformidade da ordem jurídica, destinado a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as partes com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir uma relação jurídica de natureza patrimonial (DINIZ, 2008).
Os contratos tiveram como suas maiores fontes de inspiração o direito romano, ao que tange as formalidades, direito germânico, ao que se refere à forma escrita, código napoleônico, ao que traz como fonte de inspiração a paridade entre as partes, e código alemão, ao que traz como fonte o negócio jurídico.
PRINCÍPIOS QUE REGEM OS CONTRATOS
1. Princípio da Autonomia da Vontade
Este princípio reconhece a liberdade das partes de estabelecerem as condições do contrato de acordo com suas vontades, desde que respeitadas as normas legais e a ordem pública.
Exemplo: Um indivíduo é forçado a assinar um contrato de trabalho sob ameaça de perder o emprego ou sofrer retaliações. Nesse caso, a vontade do trabalhador não é verdadeiramente autônoma, pois foi influenciada pela coação, violando assim o princípio da autonomia da vontade.
2. Função social
Está previsto no art. 421 do CC, que versa: “A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato”. Trata-se do conceito de mais difícil definição.”
Como sabemos, os contratos servem para regulamentar atividades, fomentar e dar segurança às relações contratuais. Contudo, tal proteção só será dada caso o pacto esteja de acordo com valores de eticidade, moralidade e sociabilidade. Os contratos não devem apenas servir aos interesses das partes envolvidas, mas também devem atender aos interesses da sociedade como um todo. Isso significa que os contratos não podem ser abusivos, discriminatórios ou contrários ao interesse público.
Exemplo: Uma empresa contrata trabalhadores para uma fábrica e os submete a condições de trabalho insalubres, com jornadas excessivas, falta de segurança no ambiente de trabalho e salários muito abaixo do mínimo legal. Esse tipo de prática explora a vulnerabilidade dos trabalhadores e desrespeita o princípio da função social do contrato, que busca proteger os direitos e a dignidade dos trabalhadores.
3. Equilíbrio contratual
É importante ressaltar que o desequilíbrio contratual é aceito em nosso ordenamento jurídico. Os contratos podem ser onerosos. Por outro lado, os contratos são inaceitáveis quando representam lesão, estado de perigo ou quando são excessivamente onerosos. 
Não basta, para isso, que haja qualquer desproporcionalidade no contrato para que ele seja invalidado, mas que seja um pacto manifestamente desproporcional, a ponto de chocar e ofender, evidenciando o prejuízo de uma das partes.
4. Boa-fé objetiva
As partes devem agir com honestidade e lealdade durante todas as fases do contrato, desde a negociação até a execução. Isso implica em não causar dano injusto à outra parte, além de cumprir com as obrigações assumidas de forma integral e diligente. A boa-fé objetiva encontra aplicação no art. 113 (regra de interpretação dos contratos), no art. 187 (regra de abuso dos contratos) e art. 422 (regra de aplicação dos contratos) do CC. Há certa proximidade com a função social, já que representa o exercício do direito conforme os ditames da sociedade.
Exemplo: Uma empresa de cosméticos lança um anúncio promocional de um produto para cabelos, afirmando que ele pode fazer milagres na restauração capilar. No entanto, testes e avaliações científicas mostram que essas afirmações são exageradas e enganosas. Ao utilizar informações falsas ou exageradas para promover seus produtos, a empresa está agindo em desacordo com o princípio da boa-fé objetiva, pois está induzindo os consumidores ao erro.
5. Princípio da Supremacia da Ordem Pública
As disposições contratuais não podem contrariar a ordem pública, ou seja, não podem ferir princípios fundamentais da sociedade, como os direitos humanos, a moral, a segurança e a saúde pública.
Exemplo: Indivíduos celebram contratos de compra e venda de drogas ilícitas, ignorando completamente as leis que proíbem esse tipo de comércio. Mesmo que ambas as partes concordem com os termos, esses contratos são contrários à ordem pública por violarem normas legais estabelecidas para proteger a segurança e o bem-estar da sociedade.
EXEMPLOS DE DESCUMPRIMENTO DOS PRINCÍPIOS
	Descumprimento do Princípio da Autonomia da Vontade:
	· Um contrato de compra e venda de ações em que o vendedor faz declarações falsas sobre a situação financeira da empresa para inflar o preço das ações, prejudicando o comprador que confia nessas informações enganosas.
· Um contrato de sociedade em que os sócios simulam uma divisão de participação no capital social que não corresponde à realidade, visando fraudar terceiros ou burlar regulamentações legais.
· Um contrato de compra e venda de imóvel em que o vendedor ameaça o comprador de retaliação caso este não concorde com as condições estabelecidas, forçando-o a assinar o contrato contra a sua vontade.
	Descumprimento do Princípio da Função Social:
	· Um condomínio que proíbe seus moradores de alugarem suas unidades a pessoas de determinada etnia, religião ou orientação sexual, violando princípios de igualdade e não discriminação.
· Uma empresa que despeja resíduos tóxicos em um rio próximo à comunidade local, causando danos ambientais e à saúde pública, em detrimento do bem-estar da sociedade.
	Descumprimento do Princípio do Equilíbrio Contratual:
	· Um contrato de crédito em que a instituição financeira impõe taxas de juros abusivas e cláusulas contratuais que favorecem exclusivamente a ela, sem considerar a capacidade de pagamento do cliente.
· Um contrato de franquia em que a franqueadora impõe royalties excessivos e custos operacionais desproporcionais aos franqueados, prejudicando sua lucratividade e viabilidade econômica.
	Descumprimento do Princípio da Boa-fé Objetiva:
	· Um contrato de compra e venda de imóvel em que o vendedor omite informações relevantes sobre defeitos estruturais da propriedade, induzindo o comprador a erro.
· Um contrato de prestação de serviços em que o prestador não cumpre com os prazos acordados e entrega um trabalho de qualidade inferior ao esperado, agindo de forma negligente em relação às suas obrigações contratuais.
	Descumprimento do Princípio da Supremacia da Ordem Pública:
	· Um contrato de trabalho que submete os funcionários a condições de trabalho análogas à escravidão, desrespeitando os direitos humanos e as leis trabalhistas vigentes.
· Um contrato que estabelece a venda de produtos alimentícios adulterados, colocando em risco a saúde pública ao violar normas de segurança alimentar e sanitária.
REQUISITOS CONTRATUAIS
Art. 104. A validade do negócio jurídico exige: I – agente capaz; II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III – forma prescrita ou não defesa em lei.
Capacidade das Partes: As partes envolvidas no contrato devem possuir capacidade jurídica para realizar negócios jurídicos. Isso significa que devem ser capazes de compreender os termos e as consequências do contrato. Menores de idade, pessoas incapazes por motivo de doença mental ou incapacidade mental, e pessoas jurídicas em situação de falência ou liquidação podem ser consideradas incapazes de contratar.
Capacidade das Partes: O objeto do contrato deve ser lícito, ou seja, não pode ser contrário à lei, à ordem pública ou aos bons costumes. Qualquer objeto ou finalidade do contrato que viole a lei será considerado inválido.
Forma Prescrita ou Não Proibida em Lei: Alguns contratos devem obedecer a uma forma específica exigida pela lei para serem válidos, como contratos de compra e venda de imóveis, que devem ser celebrados por escrito e registrados em cartório. No entanto, muitos contratos são válidos mesmo sem uma forma específica, desde que não haja proibição legal expressa.
Determinação ou Determinabilidade do Objeto: O objeto do contrato deve ser determinado ou determinável, ou seja, deve ser possível identificarclaramente o que está sendo contratado. Se o objeto do contrato for vago, indeterminado ou incerto, o contrato pode ser considerado inválido.
Consentimento Livre e Espontâneo: As partes devem consentir livremente com os termos do contrato, sem coação, fraude ou erro. O consentimento é considerado viciado quando uma das partes é induzida a contratar por meio de violência, ameaça, fraude, dolo ou erro substancial.
CONTRATO DE COMPRA E VENDA
Nos termos do Código Civil, “pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro” (art. 481 do CC/02). 
Segundo Orlando Gomes, “compra e venda é o contrato pelo qual uma das partes se obriga a transferir a propriedade de uma coisa à outra, recebendo, em contraprestação, determinada soma de dinheiro ou valor fiduciário equivalente” (GOMES, Orlando. Contratos. 2007. 26 ed. Rio de Janeiro: Forense. p. 265). Trata-se de contrato translativo, pois uma das partes se compromete a transferir a propriedade.
O contrato de compra e venda tem as seguintes características:
· Bilateral: Há direitos e deveres recíprocos.
· Oneroso: Há uma prestação (coisa) e uma contraprestação (preço).
· Consensual: Aperfeiçoa-se com a manifestação de vontade e não com a entrega da coisa.
· Em regra, comutativo: já se conhecem as prestações.
CONTRATO DE COMODATO
O comodato é uma modalidade contratual com objetivo de emprestar um bem não fungível de forma gratuita. Ou seja, não se exige o pagamento de uma contraprestação pelo bem que está sendo emprestado. Por bem não fungível entende-se que não pode ser substituído por outro, de modo que o objeto a ser devolvido deve ser a própria coisa emprestada. Como o comodato se trata de um empréstimo, não ocorre a transferência da propriedade do bem.
Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto.
Exemplos de coisas não fungíveis que podem ser objeto de comodato incluem:
· Obras de arte, como pinturas, esculturas e fotografias;
· Joias e joias preciosas;
· Antiguidades e artefatos históricos;
· Livros raros ou coleções especiais;
· Instrumentos musicais únicos, como violinos antigos;
· Objetos de decoração ou mobiliário antigo e de valor histórico.
CONTRATO DE LOCAÇÃO
Art. 565, CC: Na locação de coisas, uma das partes se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa retribuição.
O objeto do contrato de locação é uma coisa infungível, ou seja, é única e não poderá ser substituída por outra de igual validade, mesmo que da mesma espécie, qualidade e quantidade. Assim, ao fim do contrato, deverá ser restituído ao locador o mesmo objeto. A remuneração também é importante para qualificar um contrato de locação, pois, na hipótese de uma relação não onerosa (gratuita) com os moldes similares aos da locação, o contrato seria classificado como de comodato (no caso de bens imóveis). 
Espécies:
Diferenciam-se, principalmente, em razão da finalidade do contrato de locação:
· Locação de coisas (arts. 565 a 578, CC) – O objeto será coisa infungível, mas não há finalidade específica para a locação.
· Locação de prédio urbano (Lei nº 8.245/91 – Lei do Inquilinato) – Esta lei traz 3 espécies de locação, de acordo com a finalidade:
· Locação residencial (arts. 46 e 47, LI) – Moradia para a pessoa;
· Locação para temporada (arts. 48 a 50, LI) – Uso do imóvel durante período e com fim específico, com duração máxima de 90 dias (ex.: estadia para férias);
· Locação empresarial (arts. 51 a 57, LI) – Desenvolvimento de atividade empresarial.
· Locação de prédio rural – Imóvel rústico (Estatuto da Terra – Lei nº 4.504/64, arts. 92 e ss.).
Classificação:
Todo o contrato de locação é:
· Sinalagmático – Bilateral, ou seja, envolve uma prestação e uma contraprestação.
· Neste caso, a prestação realizada pelo locador é disponibilizar a posse do objeto locado e, em contraprestação, o locatário paga a remuneração.
· Consensual – Decorre de manifestação de vontade das partes.
· Oneroso – Há remuneração do locador pelo locatário.
ATIVIDADE EMPRESARIAL
Do ponto de vista legal, uma atividade econômica é considerada empresária no Brasil se atender aos requisitos expressos no art. 966 do Código Civil. Ou seja, deve ser uma atividade econômica, organizada, exercida profissionalmente para a produção ou a circulação de bens e serviços.
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
Requisitos para ser empresário:
Os requisitos necessários para exercer-se a atividade empresarial estão no artigo 972 do Código Civil: 
Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.
A capacidade civil está prevista nos artigos 3º e 4º do Código Civil. A vista disso, a capacidade civil é o primeiro requisito necessário para exercer a atividade de empresário. Porém, o artigo não elencou as pessoas legalmente impedidas, não sendo isto, portanto, taxativo, mas somente exemplificativo, quais sejam:
· Funcionários Públicos;
· Os falidos, enquanto não reabilitados;
· Militares que estejam na ativa;
· Os membros auxiliares do comércio (corretores, leiloeiros, despachantes aduaneiros e tradutores juramentados);
· Os magistrados e membros do Ministério Público;
· Os cônsules, quando remunerados;
· Os estrangeiros não residentes no Brasil;
Os Deputados e Senadores (esse impedimento decorre em relação a empresas que celebraram contrato com pessoa jurídica de direito público, previstas no artigo 54, inciso II, da Constituição Federal).
As pessoas mencionadas são impedidas de serem empresárias, mas não de serem sócias de empresa. Deste modo, caso não o respeitem, serão responsabilizadas consoante o artigo 973 do Código Civil, que diz que a pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas. Em relação ao incapaz, o artigo 974 do Código Civil aduz que poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
O incapaz não pode iniciar uma sociedade, porém, nada impede que a adquira por meios de legado ou herança, por exemplo, sendo necessária para tanto autorização judicial. Contudo, não poderá, também, exercer a administração da sociedade,
Os requisitos da atividade empresarial:
Os requisitos para caracterizar a empresa (atividade como empresarial) são: (a) a atividade econômica de produção de bens e serviços; (b) organização; (c) o profissionalismo no desempenho da atividade produtiva.
Atividade econômica: Envolve a produção ou circulação de bens e serviços com a intenção de lucro. Por exemplo, uma fábrica que produz móveis para venda.
Organização: Refere-se à estrutura organizacional que envolve os fatores de produção, como capital, insumos, mão de obra e tecnologia. Por exemplo, uma empresa de consultoria que organiza sua equipe para prestar serviços aos clientes.
Profissionalismo: Envolve a pessoalidade, habitualidade e monopólio das informações. Por exemplo, um advogado que presta serviços jurídicos regularmente, mantendo o controle das informações de seus clientes.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
 O empresário pode ser pessoa física ou jurídica. No primeiro caso, denomina-se empresário individual; no segundo, sociedade empresária.
 Deve-se desde logo acentuar que os sócios da sociedade empresária não são empresários. Quando pessoas (naturais) unem seus esforços para, em sociedade, ganharem dinheiro com a exploração empresarial de uma atividade econômica, elas não se tornam empresárias. Asociedade por elas constituída (uma pessoa jurídica com personalidade autônoma, sujeito de direito independente) é que será empresária, para todos os efeitos legais. Os sócios da sociedade empresá­ria são empreendedores ou investidores, de acordo com a colaboração dada à sociedade: os empreendedores, além de capital, costumam devotar também trabalho à pessoa jurídica, na condição de seus administradores, ou as contro­lam; os investidores limitam-se a aportar capital. As regras que são aplicáveis ao empresário individual não se aplicam aos sócios da sociedade empresária - é muito importante apreender isto.
REGISTRO EMPRESARIAL
O registro empresarial é o processo pelo qual uma empresa formaliza sua existência perante os órgãos competentes. No Brasil, esse registro é realizado nas Juntas Comerciais, e sua finalidade é garantir a segurança jurídica das atividades comerciais.
Ao efetuar o registro empresarial, a empresa adquire personalidade jurídica e passa a ser reconhecida como uma entidade autônoma, capaz de praticar atos jurídicos e comerciais. Esse registro também é fundamental para que a empresa possa realizar diversas operações comerciais, como abertura de contas bancárias, participação em licitações, obtenção de financiamentos e outros atos que demandem comprovação de sua existência legal.
DREI – Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração: Órgão de pesquisa, sistematização e uniformização dos procedimentos das juntas comerciais de todo o país.
JUNTAS: Órgão de competência administrativa dos Estados com vinculação ao Registro Público de Empresas Mercantis.
Principais atos registrais
Arquivamento: Registro de atos empresariais.
Matrícula: Registro dos auxiliares do Comércio.
Autenticação: Registro dos Livros Empresariais
Principais consequências da irregularidade registral
· Não poderá se inscrever no CNPJ ou matricular-se junto ao INSS;
· Não poderá autenticar os livros empresariais;
· Não poderá participar de licitações;
· Não poderá pedir falência de terceiros ou usufruir o benefício da
recuperação de empresas.
	ASPECTO
	JUNTA COMERCIAL
	DREI
	Abrangência
	Estadual ou do Distrito Federal
	Nacional
	Vínculo
	Governos estaduais ou do DF
	Ministério da Economia
	Competências
	Registro de empresas - Fiscalização das atividades comerciais
	- Estabelecer normas e diretrizes - Promover integração e uniformização dos procedimentos - Apoio técnico e jurídico aos empresários
	Atividades Principais
	Registro e arquivamento de atos empresariais; Fiscalização das atividades empresariais
	Coordenação e supervisão das atividades relacionadas ao registro empresarial - Estabelecimento de normas e diretrizes - Apoio técnico e jurídico
	Hierarquia
	Subnacional
	Nacional
	Exemplos
	Junta Comercial do Estado de São Paulo, Junta Comercial do Distrito Federal
	Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração (DREI)
ESCRITURAÇÃO
A escrituração é o conjunto de procedimentos contábeis utilizados para registrar e documentar todas as operações financeiras e comerciais de uma empresa. Esses registros são feitos de acordo com as normas contábeis e fiscais vigentes e têm como objetivo principal fornecer informações precisas e confiáveis sobre a situação econômica e financeira da empresa.
A escrituração envolve o registro detalhado de todas as transações comerciais, como compras, vendas, pagamentos, recebimentos, entre outros. Isso é feito por meio de documentos contábeis, como livros diários, balancetes, demonstrações contábeis e outros registros exigidos por lei.
Principais consequências da irregularidade
registral
1. Não poderá propor ação de exigir contas para requerer falência de outro empresário com base em atos de falência;
2. Não poderá valer-se da eficácia probatória que possuem os livros empresariais, nos termos do art. 418 do Código de Processo Civil, trazendo para os livros uma presunção de veracidade em relação a outros
documentos do processo;
3. Não poderá propor recuperação de empresas;
4. Se requerida a exibição dos livros empresariais, e o empresário não os possuir, ou possuí-los sem serem observados os requisitos de modo e segurança de escrituração, presumir-se-ão verdadeiros os fatos relatados
pelo requerente da exibição judicial.
SOCIEDADE E TIPOS DE SOCIEDADE
1. Conceito de sociedade
O conceito de sociedade está no art. 981 do Código Civil: 
“Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.”
2. Classificação das sociedades
2.1 Personificadas: 
As Sociedades personificadas se constituem de personalidade jurídica própria, subdividem-se em Sociedades Simples e Empresárias. A Personalidade jurídica é adquirida mediante a inscrição dos seus atos constitutivos no registro próprio (NÃO é a partir do início das atividades!), de acordo com os termos do art. 985 do Código Civil. 
6.1.1 Simples: 
As sociedades simples são caracterizadas por não terem o exercício de atividade empresarial como sua principal finalidade. Em vez disso, elas são constituídas para o exercício de atividades de cunho intelectual, científico, literário ou artístico, bem como para a prestação de serviços. O principal objetivo das sociedades simples não é a obtenção de lucro, mas sim o exercício conjunto de uma atividade profissional específica. Elas são frequentemente utilizadas por profissionais liberais, como advogados, médicos, contadores, entre outros, para organizarem suas atividades em conjunto. Regime Jurídico: As sociedades simples são regidas principalmente pelas disposições do Código Civil Brasileiro, não estando sujeitas a uma regulamentação específica voltada para atividades empresariais. O registro das sociedades simples é realizado no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme estabelecido pelo Código Civil.:
ATENÇÃO! No Brasil, as sociedades simples não são sujeitas à falência nos termos da Lei de Falências (Lei nº 11.101/2005).
· Simples Pura – (artigos 997-1038, CC); É uma forma de sociedade em que os sócios exercem atividades de natureza não empresarial, ou seja, atividades intelectuais, científicas, literárias ou artísticas, sem necessariamente visar lucro. Características: Os sócios podem ser pessoas físicas ou jurídicas. Não há necessidade de registro na Junta Comercial. A responsabilidade dos sócios é ilimitada, respondendo com seus bens pessoais pelas dívidas da empresa. O contrato social estabelece as regras de funcionamento da sociedade. Não é passível de falência. Ex: Clinica médica.
· Nome Coletivo – (Artigos 1.039-1.044, CC); É uma forma de sociedade em que todos os sócios são pessoa físicas e têm sua responsabilidade ilimitada e solidária pelas obrigações sociais da empresa. Logo, nessa modalidade não há preservação de nenhum dos sócios. Características: Os sócios são identificados pelo nome empresarial, que deve conter os nomes de todos os sócios. A responsabilidade dos sócios é ilimitada, respondendo com seus bens pessoais pelas dívidas da empresa. O contrato social estabelece as regras de funcionamento da sociedade. É proibida, também, a nomeação de terceiros para a administração, sendo adotada firma social..
· Comandita Simples – (Artigos 1.045-1.051, CC); É uma sociedade Constituída por sócios que podem ser comanditos, que são pessoas físicas que se responsabilizam solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais e são responsáveis pela administração da empresa, e o comanditário, pessoa física ou jurídica que têm responsabilidade limitada em relação às obrigações contraídas pela sociedade empresária, respondendo apenas pela integralização das quotas subscritas. Os comanditários sofrem algumas restrições, como a terem seus nomes ausentes na firma da sociedade e não poderem ocupar cargos de gestão..
· Limitada – (Artigos 1.052-1087, CC); É uma forma de sociedade em que os sócios têm responsabilidade limitada ao valor das quotas que possuem. Características: Os sócios são denominados quotistas e têm responsabilidaderestrita ao capital social da empresa. O capital social é dividido em quotas, representando a participação de cada sócio na empresa. A responsabilidade dos sócios é limitada ao valor das quotas que possuem. A constituição da Ltda exige um contrato social, que estabelece as regras de funcionamento da empresa e os direitos e deveres dos sócios. Ex: Um casal decide abrir uma padaria. Eles escolhem uma sociedade limitada, onde têm responsabilidade limitada ao valor de suas cotas sociais. Isso protege seus bens pessoais em caso de dívidas ou litígios relacionados ao negócio.
2.1.2 Sociedades Empresárias
As sociedades empresárias, por outro lado, têm como objetivo principal o exercício de atividade empresarial organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços, visando à obtenção de lucro. A busca pelo lucro é uma característica essencial das sociedades empresárias, que são constituídas com o propósito de gerar lucro para seus sócios. As sociedades empresárias são regidas pelo Código Civil Brasileiro, mas também estão sujeitas à Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/1976), quando se tratar de sociedades anônimas, e à legislação específica do Direito Comercial. O registro das sociedades empresárias é realizado na Junta Comercial do estado onde a empresa está localizada, seguindo os procedimentos estabelecidos pela legislação comercial.
· Comandita Simples – (Artigos 1.045-1.051, CC); (já explicado acima).
· Nome Coletivo – (Artigos 1.039-1.044, CC); (já explicado acima).
· Limitada – (Artigos 1.052-1087, CC); (já explicado acima). Comandita por ações – (Artigos 1.090-1.092, CC); É uma forma de sociedade em que o capital social é dividido em ações, sendo composta por sócios comanditados (pessoas físicas que respondem ilimitadamente) e sócios comanditários (pessoas físicas ou jurídicas que respondem apenas pelo valor de suas ações). Características: Similar à comandita simples, mas o capital social é dividido em ações negociáveis. Os sócios comanditados têm responsabilidade ilimitada pelas obrigações sociais da empresa. Os sócios comanditários têm responsabilidade limitada ao valor das ações que possuem. O contrato social especifica os sócios comanditados e comanditários, bem como suas responsabilidades e participações.
· Sociedade Anônima – Lei 6.404/76. É uma forma de sociedade cujo capital social é dividido em ações, e cujos acionistas têm responsabilidade limitada ao preço de emissão das ações que possuem. Características: O capital social é representado por ações, que podem ser livremente negociadas no mercado de capitais. Os acionistas têm responsabilidade limitada ao valor das ações que possuem. Existem dois tipos de S/A: aberta (com ações negociadas em bolsa de valores) e fechada (com ações não negociadas publicamente). A administração da empresa é feita por um conselho de administração e uma diretoria, eleitos pela assembleia de acionistas. Ex: Ambev, Petrobras
RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPRESÁRIO E A PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR
A Responsabilidade civil da empresa é a obrigação que uma empresa tem de reparar danos causados por atribuições, situações e episódios decorrentes da sua atividade cotidiana. Em outras palavras, é uma tentativa de proteção ao consumidor. 
A importância da responsabilidade civil da empresa no âmbito do direito do consumidor:
Se a responsabilidade civil consiste na aplicação de medidas que obrigam a empresa a reparar danos decorrentes de seus produtos, serviços ou instalações, mesmo que não haja uma compro ação de sua culpa, percebemos um fator diferenciado na legislação ao criá-la. Em geral, quando existe uma proteção legal exacerbada sobre algum tema, provavelmente estamos falando de uma reparação. Mais precisamente neste caso, estamos falando de uma equiparação de forças. Apesar de existir o dito popular de que “o cliente tem sempre razão”, a verdade é que ele geralmente é o elo mais fraco da relação de consumo.
Por isso, a responsabilidade civil da empresa busca equiparar essa relação de poder, responsabilizando-a de forma direta por danos que ocorram em função de sua atividade. Isso demonstra sua importância como uma ferramenta do consumido
A função reparadora da responsabilidade civil da empresa:
Tendo estabelecido o conceito e a importância da responsabilidade civil da empresa, é comum que surja um entendimento equivocado. Isto, pois algumas pessoas consideram que essa responsabilização é muito “punitiva” para a empresa. Contudo, este não é o caso. Destarte, a responsabilização não é uma punição, mas uma reparação. A lógica envolvida é que, ao existir, a empresa assume certos riscos com o objetivo de lucrar, visto que suas ações podem acarretar em danos morais ou materiais para pessoas envolvidas em seu processo. 
Assim sendo, é justamente essa a função de responsabilidade civil da empresa: uma indenização reparatória de dano causado pelo fornecimento de seu produto ou pela prestação de seu serviço. Como veremos, essa é a base da noção objetiva de responsabilidade.
Responsabilidade civil objetiva e responsabilidade civil subjetiva
Quando falamos em responsabilidade civil, há basicamente duas modalidades que a teoria discute: a subjetiva e a objetiva. 
A teoria subjetiva determina que, para haver responsabilidade de uma empresa sobre um dano causado, é necessário que exista sua culpa. Culpa consiste em um ato de negligência, imprudência ou imperícia. Em outras palavras, além do dano, é necessário que a empresa tenha o ocasionado por sua ação.
Já a teoria objetiva determina que os riscos de danos são parte inerente da atividade empresarial. Destarte, quem lucra com uma atividade deve arcar com os danos que ela proporciona. Assim, é uma maneira protetiva em relação ao consumidor, visto que ele geralmente está em situação mais precária do que a empresa na escala de poder.
Atualmente, é pacífico e determinado em lei que a responsabilidade civil objetiva é a adotada em nosso ordenamento jurídico. Além da questão de proteção ao consumidor, base de toda a legislação de Defesa do Consumidor, este posicionamento também elimina tecnicismos que poderiam ser “abusados” pela empresa em relação aos seus clientes no momento de eventual determinação de culpa. Confira o que diz a lei:
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre utilização ou riscos.
Ainda sobre o mesmo tema, o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor preceitua:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação de serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
Assim, fabricantes e fornecedores são responsáveis diretos pelos danos causados. Perceba que os dois artigos mencionam que isso não depende da existência de culpa. Logo, a reparação é efeito devido após a existência dos danos. 
Características dos Títulos de Crédito:
· Literalidade: O título de crédito vale pelo que está escrito nele. Isso significa que o seu conteúdo é determinante para estabelecer os direitos e obrigações das partes envolvidas. Qualquer alteração no documento pode afetar sua validade e eficácia.
· Autonomia: Os direitos dos titulares do título são independentes dos direitos dos demais envolvidos na relação jurídica que deu origem ao título. Isso implica que a validade do título não depende da validade da relação subjacente que deu origem a ele. Por exemplo, se um título de crédito é emitido como pagamento por uma mercadoria defeituosa, o titular do título ainda tem o direito de cobrar o valor estipulado no título, independentemente da qualidade da mercadoria.
Exemplo: Ana emite um cheque para Lucas no valor de R$ 800,00como pagamento por serviços prestados. No entanto, antes do cheque ser apresentado para pagamento, Ana descobre que Lucas não concluiu completamente o trabalho conforme acordado. Mesmo assim, quando Lucas deposita o cheque em seu banco, Ana não pode se recusar a honrar o pagamento do cheque com base na qualidade do trabalho de Lucas. A obrigação expressa no cheque é autônoma e não está sujeita às exceções pessoais entre Ana e Lucas.
· Cartularidade: O título se materializa numa cártula. A posse do documento é essencial para o exercício dos direitos nele contidos. Quem possui o título é considerado seu legítimo titular. Assim, a transferência do título ocorre mediante a entrega física do documento (exceto em casos de títulos escriturais, que podem ser transferidos por registro em sistema eletrônico).
Classificação dos Títulos de Crédito quanto à forma de circulação:
1. Ao Portador: Os títulos ao portador são aqueles que podem ser transferidos simplesmente pela entrega física do documento, sem a necessidade de qualquer formalidade adicional, como endosso. Isso significa que quem detém fisicamente o título é considerado seu legítimo titular e tem o direito de exigir o cumprimento da obrigação expressa nele. Os títulos ao portador oferecem uma maior facilidade de circulação e negociação, uma vez que não requerem procedimentos formais para a transferência de propriedade. 
IMPORTANTE! O cheque só pode ser emitido ao portador (sem indicação do beneficiário) até o valor máximo de R$100,00. Quando ultrapassado este valor o cheque obrigatoriamente deve conter a indicação do beneficiário.
2. Nominativo: Os títulos nominativos são aqueles em que o nome do beneficiário é especificamente indicado no próprio título. O direito creditório representado pelo título está vinculado diretamente ao nome do beneficiário indicado.
Pode ser 
2.1 À ORDEM Os títulos à ordem são aqueles em que a transferência de propriedade é realizada mediante endosso, ou seja, a assinatura do titular no verso do título, seguida da entrega ao novo beneficiário. Exemplos comuns são a letra de câmbio à ordem e a duplicata à ordem (beneficiário pode indicar um novo beneficiário e transmitir via endosso);
2.2 NÃO À ORDEM, Os títulos não à ordem são aqueles em que a transferência de propriedade não é realizada por meio de endosso, mas sim por outros procedimentos estabelecidos na legislação ou nos regulamentos aplicáveis. Há a transferência do crédito, como cessão de direito.
Ambos, à ordem e não à ordem, são endossáveis e podem circular, só que um como TC e o outro como cessão civil de direito.
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Endosso
O endosso é um ato pelo qual o titular de um título de crédito, chamado endossante, transfere seus direitos sobre o título para outra pessoa, chamada endossatário. Esse ato é formalizado pela assinatura do endossante no verso do título ou em folha anexa, seguida da indicação do nome do endossatário. O endosso desempenha um papel crucial na circulação dos títulos de crédito à ordem, permitindo sua transferência de maneira rápida e segura. Ele confere ao endossatário os mesmos direitos que o endossante tinha sobre o título, tornando-o o novo titular do mesmo.
IMPORTANTE! Endossante: Quem transfere o crédito; Endossatário: Quem Recebe o título 
Existem diversos tipos de endosso, cada um com suas características específicas e efeitos jurídicos. Os principais são: 
Tipos de Títulos de Crédito
1. Letra de Câmbio: A letra de câmbio é um título de crédito que representa uma promessa de pagamento, na qual uma pessoa (sacador) ordena a outra pessoa (sacado) a pagar uma quantia determinada a um terceiro (beneficiário).
Características:
Partes Envolvidas: O sacador emite a letra de câmbio, o sacado é o devedor e o beneficiário é quem receberá o pagamento.
Ordem de Pagamento: A letra de câmbio contém uma ordem escrita para o sacado pagar uma quantia específica ao beneficiário.
Data e Local de Emissão: Devem ser indicados na letra de câmbio.
Exemplo Prático - Letra de Câmbio:
Ana é a proprietária de uma empresa de móveis antigos e precisa adquirir uma coleção de peças raras de um colecionador, Pedro, para complementar seu estoque. Ana e Pedro concordam com os detalhes da transação, incluindo os itens a serem adquiridos e os termos de pagamento. Como forma de garantir o pagamento, Pedro solicita que Ana emita uma letra de câmbio em favor de outro colecionador, Sofia, que possui uma peça de grande interesse para ele. Pedro e Sofia já têm uma transação comercial pendente.
Ana emite a letra de câmbio, na qual se identifica como sacadora (emissor do título), Pedro como sacado (destinatário do pagamento) e Sofia como beneficiária. A letra de câmbio especifica o valor total da transação entre Ana e Pedro. Após a emissão da letra de câmbio, Ana entrega-a a Pedro como prova da sua obrigação de pagar o valor acordado na data de vencimento. Pedro, por sua vez, entrega a letra de câmbio a Sofia em troca da peça rara que ele deseja adquirir. Na data de vencimento, Ana efetua o pagamento diretamente a Sofia, honrando assim a letra de câmbio emitida em favor dela por meio de Pedro.
Neste exemplo, Ana é o sacador que emite a letra de câmbio, Pedro é o sacado que recebe o pagamento especificado na letra de câmbio, e Sofia é o beneficiário final que recebe o pagamento na data de vencimento.
2. Nota Promissória:
Uma nota promissória, às vezes chamada de nota a pagar, é um instrumento jurídico no qual uma parte promete por escrito pagar uma determinada quantia em dinheiro à outra, seja em um momento futuro fixo ou determinável ou sob demanda do beneficiário, sob termos e condições específicos.
Figuras Intervenientes:
Somente duas pessoas intervêm na relação jurídica envolvendo a nota promissória: 
Sacador, emitente, subscritor ou devedor: na NP, sacador e sacado se confundem na mesma pessoa e é o devedor principal da obrigação.
Tomador, beneficiário ou credor: em favor de quem o sacador fez a promessa
Prescrição: Como são aplicadas todas as disposições da letra de câmbio à nota promissória, a prescrição é de três anos do credor contra o emitente e o respectivo avalista e, de um ano, a ação do portador contra o endossante.
Portador contra avalista = 03 anos
Portador contra endossante = 01 ano
Endossante contra o outro = seis meses
3. Duplicata: A duplicata é o título de crédito emitido com base em obrigação proveniente de compra e venda comercial ou prestação de certos serviços. 
Seu regime juridico se encontra na Lei de duplicatas- Lei 5474/ 68, e em seu art.25: Art . 25. Aplicam-se à duplicata e à triplicata, no que couber, os dispositivos da legislação sôbre emissão, circulação e pagamento das Letras de Câmbio.
Figuras Intervenientes:
· Sacador: vendedor ou prestador de serviço.
· Sacado: comprador ou aquele que recebeu a mercadoria ou a prestação de serviço.
· Tomador beneficiário: vendedor ou prestador do serviço.
OBS: O Sacador Será Sempre o Beneficiário e o Devedor Principal é Sempre o Sacado na Duplicata
4. Cheque: Cheque é ordem de pagamento a vista em favor próprio ou de terceiros, contra fundos disponíveis em poder do sacado.
OBSERVAÇÕES! 
· O sacado não tem obrigação cambial: O sacado não possui obrigação cambial, ou seja, não é responsável pelo pagamento do cheque. Sua função é apenas honrar o pagamento do cheque se houver fundos disponíveis na conta do sacador para cobri-lo. Se não houver fundos suficientes, o cheque será devolvido por falta de provisão de fundos.
· O banco não é responsável pela provisão de fundos.
GARANTIAS
Quando duas pessoas entram em um contrato, forma-se a relação jurídica de obrigação, que envolve os sujeitos – credor e devedor – e o objeto, que é a prestação a ser cumprida. Em alguns casos, o contrato pode incluir uma garantia, isto é, um instrumento para garantir que a prestação será efetivamente cumprida. Existem dois tipos de garantia: a real e a fidejussória. 
Garantia Real x Garantia Fidejussória
A principal diferença entre a garantia real e a fidejussória é que a primeira apoia-se nos bens, enquanto a segundaapoia-se nas pessoas.
A garantia real acontece quando um bem móvel ou imóvel do próprio devedor é dado em garantia. Se a obrigação não for cumprida, esse bem pode ser penhorado ou hipotecado para levantar o valor devido. A garantia fidejussória acontece quando uma terceira pessoa, o garantidor, coloca seu próprio patrimônio em garantia do cumprimento da obrigação. Se o devedor não pagar, o garantidor deve providenciar a quitação. 
O QUE SÃO GARANTIAS REAIS?
Imagine que você deseja vender um imóvel, mas o comprador não possui todo o dinheiro para a quitação. Certamente você não irá finalizar a negociação por esse motivo. Assim, você pode garantir o pagamento do débito através das garantias reais. Em resumo, as garantias reais estão divididas em três: penhor, anticrese e hipoteca. Todas estão previstas no Código Civil e garantem o cumprimento de determinada obrigação por meio de bens móveis ou imóveis. Ou seja, é um acordo de segurança selado entre o credor e o devedor.
A validade e a eficácia das garantias reais são divididas em subjetivos, objetivos e formais. O primeiro se relaciona à capacidade do sujeito, ou seja, não basta ser maior de dezoito anos. A princípio, é preciso analisar se o indivíduo possui capacidade de garantir o bem. Só para ilustrar: em determinados casos, existe a outorga conjugal. Isto é, o cônjuge precisa da autorização do outro para realizar atos e negócios jurídicos. Se o companheiro não concorda, não dá para garantir, certo? Além disso, os requisitos objetivos indicam que somente os bens suscetíveis materialmente e juridicamente são passíveis de garantia. Por exemplo, não é possível garantir um bem furtado, uma vez que não lhe pertence e não trará segurança à negociação. Por fim, os direitos reais de garantia devem, obrigatoriamente, ser escritos em contratos formais.
PENHOR
Penhor é uma das garantias reais vinculado à coisa móvel. Ou seja, um bem móvel é transferido do devedor ao credor como garantia do pagamento. Até a quitação, o bem fica em mãos do credor. 
Exemplo: se acaso uma pessoa quiser tomar um empréstimo e não possuir nenhum imóvel de garantia, é possível entregar suas joias para certificar a segurança entre as partes. Esse é o penhor de joias. Porém, ainda existe o penhor rural, industrial e de veículos. Ainda que as espécies de penhor sigam a mesma lógica, eles possuem prazos diferentes. Por exemplo, os veículos em penhor têm prazo de dois anos. 
Além disso, existem dúvidas entre penhor e penhora. Apesar de semelhantes e causarem confusões, os termos possuem significados diferentes. Como visto, o penhor é uma forma voluntária de garantir o pagamento da dívida ou do empréstimo. Por outro lado, a penhora consiste na apreensão judicial dos bens do devedor em caso de não cumprimentos das obrigações.
ANTICRESE
A anticrese é uma das garantias reais em que o devedor transfere a posse de bem imóvel para seu credor. Logo após esse ato, os rendimentos do imóvel serão usados para o pagamento da dívida. 
Exemplo: quando há um imóvel locado, quem passa a receber o valor do aluguel é o credor até que cesse a dívida. A anticrese é estabelecida por um contrato registrado publicamente contendo o total da dívida, prazo fixado para o pagamento, taxa de juros e características do imóvel dado em garantia. 
HIPOTECA
É bem comum ouvir sobre “hipotecar a casa” em filmes e até mesmo na realidade. Essa operação é mais uma das garantias reais previstas no Código Civil e incide somente sobre bens imóveis. Na maioria dos casos, essa transação tem as instituições financeiras como credores. 
Exemplo: imagine que uma pessoa possua uma propriedade quitada e precisa de crédito financeiro para custear outras obrigações. Ela pode pegar o dinheiro no banco e oferecer sua residência como garantia de que a dívida será paga. Não se preocupe, você ainda continuará vivendo na sua casa e ela ainda continuará em seu nome. No entanto, se você não honrar com seus compromissos, o credor tem direito de tomar posse do imóvel.
Ainda que a hipoteca seja simples na teoria, a prática causa um pouco mais de dor de cabeça. Atualmente, seu processo gera muita burocracia, uma vez que é possível colocar um único imóvel como garantia para vários empréstimos. Já imaginou a confusão entre os bancos? Por exemplo, a divisão do crédito será dificultosa se acaso o proprietário se tornar inadimplente e perder seu imóvel para três instituições diferentes. Ainda que essa garantia real exista, está sendo substituída pela alienação fiduciária.
O QUE É GARANTIA FIDEJUSSÓRIA?
Garantia Fidejussória, ou Garantia Pessoal, é um tipo de garantia no qual uma terceira pessoa, que não é credor nem devedor, ingressa na relação de obrigação. Esse terceiro torna-se responsável por assegurar o adimplemento (ou seja, o devido cumprimento) da obrigação. Especificamente, esse terceiro responsabiliza-se pelo pagamento da dívida do devedor. Os principais exemplos são fiança, aval e caução.
FIANÇA
A fiança é muito conhecida na prática, mas são poucas as pessoas que têm conhecimento de seu significado e características. Na fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra. É realizada por escrito, e não admite interpretação extensiva. Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consentimento do devedor ou contra sua vontade (art. 820, CC). 
Estando também previsto de forma expressa no artigo 818 do Código Civil: 
Art. 818. Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra”
Esse tipo de garantia é muito utilizado em contratos, principalmente imobiliários e bancários. Na fiança também existe o que chamamos de benefício de ordem, que define que caso o fiador seja acionado judicialmente, o mesmo tem o direito de exigir que sejam executados primeiro os bens do devedor:
Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor”
AVAL
O aval é um tipo de garantia que está diretamente ligado aos títulos de crédito (art. 897, CC), sendo prestado por uma pessoa que assume o risco do negócio, ou seja, cumprir com o pagamento caso o devedor não o faça. Então o avalista deve estar ciente de que pode ser acionado para quitar os pagamentos voluntariamente ou coercitivamente no judiciário. Além disso, o aval pode ser prestado no verso ou anverso do título que está sendo realizado (art. 898. CC). Sendo assim, não há forma padrão, apenas sendo necessária a assinatura no título.
No aval, o devedor e o avalista podem ser acionados ao mesmo tempo (ou não), diferentemente do que acontece na fiança, pois nesse caso não há benefício de ordem. Sendo que caso o avalista pague o débito, o mesmo tem o direito de ingressar judicialmente para requerer que o devedor realize o ressarcimento dos valores:
Art. 899. O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de indicação, ao emitente ou devedor final.
§ 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu avalizado e demais coobrigados anteriores”.
CAUÇÃO
A caução é muito utilizada em contratos imobiliários e outros que envolvam valores para pagamentos de algum produto ou serviço. Apesar de envolver uma parte do pagamento como garantia, não se trata do pagamento completo, mas sim de uma espécie de segurança de que o acordado será cumprido. Também é o tipo de garantia utilizada em ações judiciais, principalmente quando há pedido de tutela de urgência. Nesse caso, o depósito caução é realizado para que a outra parte não seja prejudicada e para que possa haver a análise do pedido.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Prevista na Lei 11.101/2005 a recuperação judicial é utilizada para evitar a falência da empresa. Dessa forma, são tomadas medidas para a reorganização econômica, administrativa e financeira da empresa, feitas com a intermediação da Justiça.
A empresa precisa passar por um processo de recuperação judicial quando está muito endividada e não consegue gerar lucro suficiente paracumprir suas obrigações, como pagar seus credores, impostos, fornecedores.
Sendo assim, a recuperação interessa não só ao devedor, mas também às outras partes envolvidas com a empresa, como credores e empregados.
Requisitos para Pedido de Recuperação Judicial: A empresa deve comprovar que está em crise econômico-financeira e que possui viabilidade para se recuperar. Deve também apresentar um plano de recuperação que contemple formas de pagamento aos credores.
Plano de Recuperação Judicial: O plano de recuperação judicial deve conter medidas para reestruturar a empresa e quitar as dívidas com os credores. Esse plano deve ser aprovado pela assembleia de credores e homologado pelo juiz.
FALÊNCIA
A falência também faz parte da Lei 11.101/2005. Nela, o devedor pode decretar falência quando os ativos da sua empresa não são suficientes para quitar as dívidas contraídas. É preciso que o empresário tenha cuidado na hora de tomar essa decisão, que não é fácil.
 A falência pode ser decretada pelo próprio devedor; o cônjuge ou qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante (chamado de falência de espólio); o cotista ou o acionista do devedor na forma da Lei ou do ato constitutivo da sociedade (Contrato ou Estatuto Social) ou qualquer credor.
Nesse processo, são liquidados e vendidos os ativos da empresa, e passa-se a pagar as dívidas com os credores, conforme a ordem prevista em lei. Se houver sociedade, todos os membros têm obrigações com relação às dívidas, conforme sua participação na empresa.
No caso dos funcionários, todos que estão ligados à empresa no momento do pedido de fechamento por dívida, têm direito a seus créditos trabalhistas, inclusive o valor proporcional de férias, 13º salário e FGTS.
Requisitos para Declaração de Falência: A falência é decretada quando o devedor encontra-se em estado de insolvência, ou seja, não consegue pagar suas dívidas vencidas.
Efeitos da Falência: Com a decretação da falência, os bens da empresa falida são arrecadados pelo administrador judicial e liquidados para pagamento dos credores, seguindo uma ordem de preferência estabelecida pela lei.
DIFERENÇAS ENTRE FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Objetivo: Enquanto a falência visa a liquidação dos ativos da empresa para pagamento dos credores, a recuperação judicial busca viabilizar a reorganização da empresa e sua continuidade no mercado.
Procedimento: A falência é decretada judicialmente após comprovação da insolvência da empresa, enquanto a recuperação judicial depende de requerimento da própria empresa e aprovação do plano de recuperação pelos credores.
Consequências: Na falência, a empresa é encerrada e seus ativos são liquidados. Na recuperação judicial, a empresa permanece em funcionamento, mas sob supervisão e restrições impostas pelo plano de recuperação.
NOÇÕES DE DIREITO DO CONSUMIDOR
Conceito de Relação Jurídica de Consumo
A relação jurídica de consumo é aquela estabelecida entre um fornecedor e um consumidor, onde ocorre a aquisição ou utilização de um produto ou serviço. É importante entender que o consumidor é aquele que adquire o produto ou serviço como destinatário final, enquanto o fornecedor é quem o disponibiliza no mercado.
Elementos da Relação de Consumo
Essa relação possui três elementos essenciais:
· Elementos Subjetivos: Fornecedor e Consumidor.
· Elementos Objetivos: Produtos e Serviços.
· Elemento Finalístico: O consumidor utiliza o produto ou serviço como destinatário final.
CONCEITO DE CONSUMIDOR
O consumidor, conforme previsto no Código de Defesa do Consumidor (CDC), é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Isso significa que, ao adquirir um produto ou serviço para uso próprio, você está exercendo seus direitos como consumidor.
Teorias que explicam a expressão “Destinatário Final”
Existem diferentes interpretações sobre quem é considerado "destinatário final". O Superior Tribunal de Justiça (STJ) adota a Teoria Finalista de forma moderada, considerando tanto pessoas físicas quanto jurídicas como consumidores, desde que demonstrem sua vulnerabilidade.
Consumidor por equiparação
Existe, ainda, a figura do consumidor por equiparação positivada nos artigos 2º, 17 e 29 do CDC. A coletividade de pessoas que hajam intervindo nas relações de consumo pode ser considerada consumidor, assim como, as vítimas de um produto ou serviço defeituoso, bem como, as pessoas expostas a práticas comerciais (incluindo-se questões sobre oferta de produtos ou serviços, publicidade, práticas abusivas, cobrança de dívidas, Bancos de Dados e Cadastro de 
Exemplo: Imagine que uma empresa fabrica um medicamento que, devido a um defeito de fabricação, causa sérios danos à saúde dos consumidores que o utilizam. Além dos próprios compradores do medicamento, outras pessoas que foram afetadas indiretamente, como familiares ou cuidadores dos pacientes que sofreram danos, podem ser consideradas consumidores por equiparação. Elas têm direito à proteção prevista no CDC e podem buscar reparação pelos danos sofridos.
CONCEITO DE FORNECEDOR
O art. 3º do CDC conceitua fornecedor como sendo toda pessoa física ou jurídica nacional ou estrangeira de direito público ou privado, que atua na cadeia produtiva, exercendo atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Fornecedor seria qualquer pessoa física a título singular e também uma pessoa jurídica. Sem dúvida, os requisitos fundamentais para a caracterização do fornecedor na relação jurídica de consumo são o da habitualidade e do profissionalismo na atividade fim, ou seja, o exercício contínuo e profissional de determinado serviço ou fornecimento de produto.
Art. 3º, CDC: Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
PRODUTO
Corresponde ao elemento objetivo da relação de consumo, isto é, o objeto sobre o qual recai a relação jurídica consumerista. Pode ser bem móvel ou imóvel, material ou imaterial, novo ou usado, fungível ou infungível, principal ou acessório, corpóreo ou incorpóreo, suscetível de apropriação e que tenha valor econômico, destinado a satisfazer uma necessidade do consumidor.
Artigo 3º, § 1º do CDC:
§ 1º Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
Observação: O produto gratuito está protegido pelo CDC, porém serviço gratuito não, somente o remunerado. A amostra grátis submete-se às regras dos demais produtos, quanto aos vícios, defeitos, prazos de garantia, etc.
SERVIÇO
CONCEITO DE SERVIÇO
Art. 3, § 2º, CDC: Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
· Serviço remunerado: é aquele em que há alguma contraprestação em troca do serviço. É suficiente a remuneração indireta para caracterizar o serviço remunerado. Ex.: estacionamento gratuito do shopping, em que há uma remuneração indireta. Isso porque no valor dos produtos está embutida essa despesa do shopping.
· Serviço gratuito: é aquele em que não há nenhuma contraprestação, seja direta ou indireta.
	Princípio da Dignidade da Pessoa Humana
	Este princípio fundamental da Constituição Federal é a base de todo o sistema constitucional. No contexto do Direito do Consumidor, ele orienta a defesa dos consumidores em busca de uma existência digna e justiça social.
	Princípio da Vulnerabilidade do Consumidor
	Reconhece a posição de fragilidade do consumidor nas relações de consumo, visando garantir a igualdade real entre as partes. Este princípio é refletido em várias disposições do Código de Defesa do Consumidor (CDC), como a inversão do ônus da prova e a proibição de práticas abusivas.Princípio da Boa-Fé
	Este princípio opera em duas dimensões: a subjetiva, relacionada à intenção das partes envolvidas, e a objetiva, que exige honestidade, probidade e lealdade nas relações contratuais. O CDC estabelece a boa-fé como um critério para avaliar a abusividade das cláusulas contratuais.
	Princípio da Transparência
	Corolário da boa-fé objetiva, este princípio impõe o dever de fornecer informações claras e precisas sobre produtos, serviços e contratos aos consumidores. Garante que os consumidores possam tomar decisões conscientes e baseadas em informações adequadas.
	Princípio da Equidade ou Equilíbrio Contratual
	Visa assegurar a justiça contratual, impedindo cláusulas que imponham desvantagens exageradas aos consumidores. Este princípio procura manter a equação entre as partes em um contrato de consumo.
	Princípio da Reparação Integral
	Determina que, em caso de dano ao consumidor, a reparação deve ser a mais ampla possível, cobrindo todos os danos causados. Este princípio é vital para garantir que os consumidores sejam devidamente compensados por quaisquer prejuízos sofridos.
	Princípio da Solidariedade
	Estabelece que, havendo mais de um responsável pelo dano ao consumidor, todos devem responder solidariamente pela reparação. Este princípio garante que o consumidor possa ser indenizado mesmo quando várias partes estiverem envolvidas no evento danoso.
	Princípio da Interpretação mais Favorável ao Consumidor
	Determina que as cláusulas contratuais e as leis devem ser interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor em caso de conflito. Este princípio protege os interesses dos consumidores, especialmente em contratos de adesão onde há discrepância de poder entre as partes.
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