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História da Segregação de Deficientes

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O DEFICIENTE NA HISTÓRIA 
 
 
 
 Desde os primórdios, o mundo assiste a uma segregação histórica das 
pessoas com deficiência. Na Antiguidade, os nascidos com problemas eram deixados 
para morrer, prevalecendo a lei do mais forte. Na Roma antiga, era prática corrente 
abandonar as crianças fracas e defeituosas em cestas à beira do rio. Essas crianças, 
muitas vezes eram salvas por pessoas pobres que cuidavam delas para poderem viver 
de esmolas no futuro, prática que ainda prevalece nas grandes cidades, nos dias de 
hoje. Na Idade Média, com o advento do Cristianismo, as pessoas deficientes 
começaram a ser tratadas pela Igreja, porém em ambientes segregados, isoladas dos 
demais habitantes, escondidas como se fossem doentes mentais, pois não havia essa 
diferenciação. Naquela época, as cidades eram sujas, sem tratamento sanitário, 
muitas doenças afloravam e a população ficava a mercê das condições precárias de 
vida, o que contribuía para gerar problemas de saúde, infecções e deficiência. 
Na final da Idade Média, as deficiências começaram a ser vistas como 
demoníacas e muitas pessoas morreram em função dessa visão supersticiosa. Foi um 
período marcado pela intolerância religiosa da Inquisição. 
As primeiras atitudes concretas no tratamento das pessoas com deficiência 
foram tomadas por dois médicos: Paracelso (1493-1541) e Jerônimo Cardano (1501-
1576). Segundo eles, o Clero não deveria mais tomar conta dos deficientes, como 
relata Corrêa (2003): 
No séc. XVI, os médicos Paracelso e Cardano começaram a defender a ideia 
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de que as pessoas com deficiência mental eram um problema médico e que isso 
acontecia por uma fatalidade hereditária ou congênita, passando a chamá-los de 
cretinos, de idiotas ou amentes, não acreditando que pudessem ser educados ou 
recuperados. (p.18-19) 
No século XVII, as ordens religiosas começam a prestar assistência aos 
deficientes, mantendo-os em confinamento. Na mesma época, Thomas Willis 
(15811675) descreveu a anatomia do cérebro humano, afirmando que a idiotia e 
outras deficiências eram produto de alterações na estrutura do cérebro. Há uma 
mudança importante na visão sobre os distúrbios apresentados pelos deficientes 
mentais. Como afirma Corrêa (2003), “a abordagem deixou de ser ética e humanitária, 
até mesmo fanático-religiosa, dando lugar aos argumentos científicos” (p. 19). 
 No século XVIII, John Locke (1632-1704), filósofo inglês, médico e ensaísta, 
foi responsável por uma mudança definitiva no conceito da mente humana, vista como 
uma página em branco, cabendo ao ensino e à experiência a função de preenchê-la. 
Essa visão influenciou o pensamento da época e em 1800, Jean-Marc Itard (1774-
1838), médico e cirurgião, surge como educador pioneiro na questão dos deficientes, 
trabalhando com reeducação de surdos, dedicando-se ao estudo da gagueira, 
educação oral e audição. No início ainda do século XIX, Itard começa a trabalhar com 
deficientes mentais (atualmente denominado “deficiente intelectual”) e dedicou-se ao 
trabalho com Victor, uma criança encontrada na floresta de Aveyron, na França. 
Começam a surgir no mundo as primeiras instituições especializadas para 
surdos, cegos e paralisados cerebrais. É o início da educação destinada aos 
deficientes. 
No Brasil, as iniciativas nesta área, começaram a aparecer ainda no século XIX. 
Em 1854, D. Pedro II fundou o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, no Rio de 
Janeiro, que passaria a ser denominado, em 1890, Instituto Benjamin Constant. Em 
1857, D. Pedro II fundou o Imperial Instituto dos Surdos-Mudos, também no Rio de 
Janeiro, que passou a ser denominado em 1957, Instituto Nacional de Educação de 
Surdos (INES). 
Em 1928, foi criado em São Paulo, o Instituto de Cegos Padre Chico, que 
atendia crianças em idade escolar, oferecia serviços de assistência médica, dentária 
e alimentar, num sistema de internato, semi-internato e externato. 
Em 1946, foi instalada em São Paulo, a Fundação para o Livro do Cego no 
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Brasil (FLCB), com o objetivo de produzir e distribuir livros impressos em Braille. Mais 
tarde, a fundação passou a atuar também na educação e reabilitação de pessoas 
cegas ou com visão subnormal. Em 1990, trocou de nome e passou a chamar-se 
Fundação Dorina Nowill para Cegos. Em Campinas, em 1929, foi fundado o Instituto 
Santa Terezinha, especializado na educação de crianças surdas, com ensino no nível 
fundamental, atendimento médico, fonoaudiológico e social. 
 Em 1935, foi fundada em Belo Horizonte, a escola estadual Instituto Pestalozzi, 
especializada em deficientes auditivos e intelectuais. 
Em 1952, foi fundada em São Paulo, a Escola Municipal Helen Keller, 
especializada em deficiência auditiva. A partir de 1976, passou a se chamar Escola 
Municipal de Educação Infantil e de Nível Fundamental para Deficientes Auditivos 
Helen Keller. A partir de 1988, foram criadas mais quatro escolas com os mesmos 
objetivos. 
Em 1954, foi fundado o Instituto Educacional de São Paulo, para atender 
crianças de três a cinco anos de idade. Hoje, funciona em regime escolar para 
crianças e pessoas com distúrbios de comunicação em regime de clínica. 
As primeiras iniciativas no campo educacional para deficientes físicos datam 
de 1931/1932, com a criação de uma classe especial na Santa Casa de Misericórdia, 
funcionando como classe hospitalar. Por volta de 1982, havia cerca de dez classes 
especiais estaduais classificadas administrativamente como Escolas Isoladas. Em 
São Paulo, o Lar-Escola São Francisco é especializado na reabilitação de deficientes 
físicos. 
Em 1950, foi fundada a Associação de Assistência à Criança Defeituosa 
(AACD), considerado um dos mais importantes centros de reabilitação do país. Atende 
deficientes físicos não-sensoriais, paralisados cerebrais e pacientes com problemas 
ortopédicos. A AACD mantém convênio para prestar assistência a duas escolas 
estaduais de nível fundamental que mantêm 
classes especiais e uma escola municipal. 
Além disso, mantém um setor de 
atendimento a pacientes em reabilitação em 
idade escolar. 
Para as pessoas com deficiência 
intelectual, em 1874, foi criado o Hospital 
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Juliano Moreira em Salvador, Bahia e em 1887, a Escola México, no Rio de Janeiro. 
Por iniciativa da Prof. Helena Antipof, foi criado em 1926, o Instituto Pestalozzi em 
Porto Alegre. O mesmo Instituto foi inaugurado no Rio de Janeiro em 1948 e em 1952, 
na cidade de São Paulo, desenvolvendo um trabalho pedagógico além do caráter 
assistencial. Para suprir a falta de pessoal qualificado, o Instituto passou a oferecer 
em São Paulo, o Curso Intensivo de Especialização de Professores. 
Por iniciativa de um grupo de pais e com apoio internacional, foi fundada no Rio 
de Janeiro em 1954, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), 
contando hoje com 1058 unidades instaladas em todo o Brasil. 
Todas estas instituições mantiveram e ainda mantêm convênios com o poder 
público, no sentido de atender às pessoas com deficiência no campo educacional. A 
partir de 1957, o governo federal lançou diversas campanhas de conscientização 
sobre a educação especial. Foram campanhas para a educação de surdos e 
deficientes da visão, movimentos liderados pelas APAEs e pela Sociedade Pestalozzi, 
formação de grupos-tarefa para promover a estruturação da Educação Especial no 
Brasil, culminando com a criação, em 1973, do Centro Nacional de Educação Especial 
(CENESP). Este Centro, vinculado ao Ministério da Educação e Cultura, tinha como 
principal finalidade promover a expansão e a melhoria do atendimento aos 
excepcionais. Mais tarde foi transformado em Secretaria de Educação Especial 
(SESPE). Em1992, passou a chamar-se Secretaria de Educação Especial (SEESP), 
atuando como órgão específico do Ministério da Educação e do Desporto. 
Se no início do século, o deficiente estava afastado de qualquer tipo de 
atendimento, durante muito tempo ele não teve acesso a qualquer forma de educação. 
Na medida em que a visão sobre deficiência foi se modificando, com o passar 
do tempo, as oportunidades se tornaram mais efetivas. 
Ao longo dos séculos, a visão sobre o deficiente sempre foi social e 
historicamente construída. Em cada momento, aquele que tem uma deficiência ou 
necessidade especial, foi visto de uma determinada forma. De acordo com a cultura, 
com as informações, com as crenças e convicções, com a religiosidade e o nosso 
entendimento sobre a deficiência, “explicamos, agimos e, principalmente, justificamos 
nosso comportamento em relação às pessoas consideradas, por algum motivo, 
diferentes (...) A discriminação e o preconceito estiveram sempre presentes no 
convívio das pessoas com deficiência”. (Corrêa, 2003, p.10) 
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Nessa convivência, nem sempre muito harmoniosa, além das importantes 
instituições que foram criadas, a legislação vem contribuir para delimitar os espaços 
de atuação e definir os campos de possibilidades do deficiente. É sobre isso que 
vamos tratar no próximo capítulo. 
 
A LEGISLAÇÃO E A EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
No campo internacional, destacamos quatro marcos importantes nas leis e 
documentos orientadores, são eles a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a 
Convenção sobre o Direito das Crianças, a Declaração Mundial sobre Educação para 
Todos e a Declaração de Salamanca, que serviram de base para a legislação 
brasileira sobre o assunto. 
 
Declaração Universal dos Direitos Humanos 
 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adotada pela Organização 
das Nações Unidas (ONU) em 10 de dezembro de 1948. O mundo vivia o pós-guerra, 
onde “cerca de 50 milhões de pessoas morreram em combate, perto de 6 milhões de 
judeus foram exterminados em campos de concentração nazistas, e um sem número 
de pessoas mutiladas e deficientes voltavam para seus países de origem” (Tonello, 
2001 apud Corrêa, 2003, p 54). 
 Portanto, há mais de meio século o mundo começava a tomar consciência de 
que a deficiência originada por diferentes causas, estaria sempre presente em todos 
os países. 
No Brasil, desde 1994, segundo Corrêa (2003), a Secretaria de Educação 
Especial do Ministério de Educação e Cultura (SEESP), destaca os seguintes 
princípios da Declaração como norteadores de suas ações: 
Todo ser humano é elemento valioso, qualquer que seja a idade, sexo, nível 
mental, condições emocionais e antecedentes culturais que possua, ou grupo étnico, 
nível social e credo a que pertença. Este valor é inerente a sua natureza e às 
potencialidades que traz em si. 
Todo ser humano, em todas as suas dimensões, é o centro e o foco de qualquer 
movimento para a sua promoção. O princípio é válido, tanto para as pessoas normais 
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e para as ligeiramente afetadas como, também, para as gravemente prejudicadas, 
que exigem uma ação integrada de responsabilidade e de realizações pluridirecionais. 
Todo ser humano conta com possibilidades reais, mínimas, de alcançar pleno 
desenvolvimento de suas habilidades e de adaptar-se positivamente ao ambiente 
normal. 
 Todo ser humano tem direito de reivindicar condições apropriadas de vida, 
aprendizagem e ação; de desfrutar de convivência condigna e de aproveitar as 
experiências que lhes são oferecidas para desempenhar sua função social como 
pessoa e membro atuante de uma comunidade. 
 Todo ser humano, por menor contribuição que possa dar à sociedade, deve 
fazer jus ao direito de igualdade de oportunidades, que lhe assiste como integrante de 
uma sociedade. 
 Todo ser humano, sejam quais forem as suas condições de vida, tem direito 
de ser tratado com respeito e dignidade. (SEESP, 1995 apud Corrêa, 2003, p. 5556) 
 Ao adotar esses princípios em suas ações, a SEESP dá início a um fervilhante 
movimento em benefício da escolarização das pessoas deficientes ou com 
necessidades especiais. 
 
Convenção Sobre os Direitos das Crianças 
 
 Deste documento internacional, datado de 20 de novembro de 1989 e 
ratificado pelo Brasil em 24 de setembro de 1990, a Secretaria de Educação Especial 
do MEC destaca o Artigo 23, que trata especificamente de crianças com deficiência 
física ou mental: Os Estados Partes reconhecem que a criança com deficiência física 
ou intelectual deverá desfrutar de uma vida plena e decente, em condições que 
garantam sua dignidade, favoreçam sua autonomia e facilitem sua participação ativa 
na comunidade. 
Os Estados Partes reconhecem o direito da criança deficiente de receber 
cuidados especiais. Eles também, de acordo com os recursos disponíveis e sempre 
que a criança ou seus responsáveis reúnam as condições requeridas, estimularão e 
assegurarão a prestação da assistência solicitada. Esta deve ser adequada ao estado 
da criança e às circunstâncias de seus pais ou das pessoas encarregadas de seus 
cuidados. 
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Atendendo às necessidades especiais da criança deficiente, a assistência 
prestada (...) será gratuita sempre que possível, levando-se em consideração a 
situação econômica dos pais ou das pessoas que cuidem da criança, e visará 
assegurar à criança deficiente o acesso efetivo à educação, à capacitação, aos 
serviços de saúde, aos serviços de reabilitação, à preparação para o emprego e às 
oportunidades de lazer, de maneira que a criança atinja a mais completa integração 
social possível e o maior desenvolvimento individual factível, inclusive seu 
desenvolvimento cultural e espiritual. 
Os Estados Partes promoverão, com o espírito de cooperação internacional, 
um intercâmbio adequado de informações nos campos da assistência médica 
preventiva e do tratamento médico, psicológico e funcional das crianças deficientes, 
inclusive a divulgação de informações a respeito dos métodos de reabilitação e dos 
serviços de ensino e formação profissional, bem como o acesso a essa informação, a 
fim de que os estados Partes possam aprimorar sua capacidade e seus 
conhecimentos e ampliar sua experiência nesses campos. Nesse sentido, serão 
levadas especialmente em conta as necessidades dos países em desenvolvimento 
(SEESP, 1995 apud Corrêa, 2003, p.56-57). 
 
A Declaração Mundial sobre Educação para Todos 
 
 Diversos países reunidos em Jomtien, na Tailândia, em março de 1990, 
ratificaram a afirmação de que “toda pessoa tem direito à educação”, proposta muitas 
décadas atrás, pela Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
 Nessa reunião de Jomtien foi proclamada a “Educação para Todos”, cujo 
objetivo maior é o de satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem de todos, 
entendendo que é preciso atender a todos os requisitos necessários para transformar 
o homem num ser humano melhor, preocupado com o seu semelhante e com o meio 
ambiente, com sua herança cultural, trabalhando pelo bem comum, pela paz e pelas 
solidariedades internacionais. 
 Para tanto, determinaram que o enfoque na educação deveria ultrapassar as 
práticas vigentes e as estruturas então disponíveis para a educação básica, visando: 
- universalizar o acesso à educação e promover a equidade; 
- concentrar a atenção na aprendizagem; 
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- ampliar os meios e o raio de ação da educação básica; 
- propiciar um ambiente adequado à aprendizagem; 
- fortalecer alianças. 
 Uma compreensão tão abrangente certamente abarca a educação especial, 
assim proclamadano item 5 do Artigo 3: As necessidades básicas de aprendizagem 
das pessoas com deficiências requerem atenção especial. É preciso tomar medidas 
que garantam a igualdade de acesso à educação as pessoas com qualquer tipo de 
deficiência, como parte integrante do sistema educativo. 
 
A Declaração de Salamanca 
 
 Este documento é o resultado de uma Conferência realizada em Salamanca, 
na Espanha, em Junho de 1994, com mais de trezentos representantes de noventa e 
dois países e vinte e cinco organizações internacionais. A Declaração trata dos 
princípios, política e prática das necessidades educativas especiais e traça uma Linha 
de Ação. 
É importante ressaltar que os signatários da Declaração acreditam que “cada 
criança tem características, interesses, capacidades e necessidades de 
aprendizagem que lhe são próprias” (Brasil, 1997, p.10). 
É a primeira vez que se fala em necessidades educativas especiais, não 
apenas como referência para pessoas com deficiências mas para todos os excluídos, 
conforme exposto no item 3 da Introdução da Linha de Ação deste Documento: 
O princípio fundamental desta Linha de Ação é de que as escolas devem 
acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, 
sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Devem acolher crianças com deficiência e 
crianças bem dotadas; crianças que vivem nas ruas e que trabalham; crianças de 
populações distantes ou nômades; crianças de minorias linguísticas, étnicas ou 
culturais e crianças de outros grupos ou zonas desfavorecidos ou marginalizados. (...) 
No contexto desta Linha de Ação, a expressão “necessidades educativas especiais” 
refere-se a todas as crianças e jovens cujas necessidades decorrem de sua 
capacidade ou de suas dificuldades de aprendizagem e têm, portanto, necessidades 
educativas especiais em algum momento de sua escolarização. As escolas têm que 
encontrar a maneira de educar com êxito todas as crianças, inclusive as com 
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deficiências graves(...) (Brasil, 1997a, p.17, grifos do autor). 
A questão mais importante na Declaração de Salamanca está no item 4 da 
Introdução, que afirma que as necessidades educacionais especiais incorporam os 
princípios de uma pedagogia equilibrada que beneficia todas as crianças. Parte-se do 
princípio de que todas as diferenças humanas são normais e de que a aprendizagem 
deve, portanto, “ajustar-se às necessidades de cada criança, em vez de cada criança 
se adaptar aos supostos princípios quanto ao ritmo e à natureza do processo 
educativo.” (Brasil, 1997a, p.18) 
É uma verdadeira mudança de mentalidade, é um salto qualitativo na forma de 
pensar a educação que impede qualquer movimento retrógrado. É impossível para 
um país em desenvolvimento e com grandes potencialidades como o Brasil, deixar de 
participar de um momento histórico como esse, porque o caminho da educação é o 
único caminho possível para o homem. 
No campo nacional destacamos três Documentos ou Leis importantes: A 
Constituição Nacional, as Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e as 
Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. 
 
A Constituição Brasileira de 1988 
 
A referência à Educação Especial na Constituição Brasileira de 1988 consta 
apenas do Capítulo III – da Educação, da Cultura e do Desporto. O Inciso III do Art. 
208 estabelece que o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a 
garantia de atendimento educacional especializado as pessoas com deficiência, 
preferencialmente na rede regular de ensino. Portanto, já indicava o caminho para a 
inclusão escolar, e esse percurso será reafirmado mais tarde pela Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional (LDB, Lei 9.394/96). 
 
 
 
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