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Medidas de Proteção e Socioeducativas


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03/12/2023, 11:04 Disciplina Portal
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_10150290/temas/2/conteudos/1 1/13
O ECA e a Justiça
Restaurativa
Aula 2 - Da Proteção integral às Crianças e
Adolescentes - Medidas de Proteção, Medidas
Aplicáveis aos Pais ou Responsáveis e
Medidas Socioeducativas
INTRODUÇÃO
03/12/2023, 11:04 Disciplina Portal
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_10150290/temas/2/conteudos/1 2/13
Nesta aula, abordaremos a Proteção Integral aos Menores e os diferentes tipos de Medidas previstas no Estatuto da
Criança e do Adolescente.
Vamos diferenciar medidas de proteção das socioeducativas e conhecer quais são as medidas que podem ser
aplicadas a pais e responsáveis. Analisaremos também quem possui atribuição para a aplicação de tais medidas e
suas principais características.
OBJETIVOS
Listar as medidas protetivas e medidas socioeducativas, relacionando-as ao Princípio da Proteção Integral.
Identi�car as caraterísticas e consequências da aplicabilidade de cada uma das Medidas.
Explicar as peculiaridades de aplicação da medida socioeducativa de internação, bem como seus limites,
caraterísticas, sua extensão até 21 anos e os efeitos de uma sentença socioeducativa.
03/12/2023, 11:04 Disciplina Portal
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_10150290/temas/2/conteudos/1 3/13
MEDIDAS PROTETIVAS: CONCEITO
Começaremos analisando o art. 101, que elenca as medidas de proteção determinadas sempre que for veri�cada
qualquer das hipóteses previstas no art. 98.
Vale lembrar que tais medidas podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, conforme dispõe o art. 99 do
Estatuto , destacando-se, ainda, que podem ser substituídas a qualquer tempo.
Lúcia Maria Xavier de Castro exempli�ca: “(...) uma criança de sete anos cujos pais estão querendo matriculá-la em
uma escola pública do seu bairro, mas não conseguem vaga. Neste caso, somente uma medida irá ser aplicada, a
matrícula daquela criança na escola. Porém, se, ainda, os pais estiverem desempregados e sem recursos para
sustentar os �lhos, aí, poderão ser aplicadas outras medidas para restabelecer o papel da família, a �m de que ela
encontre seu equilíbrio”. (CURY, Munir; SILVA, Antônio Fernando do Amaral e; MENDEZ Emílio Garcia. Estatuto da
Criança e do adolescente comentado. 4. ed. Malheiros, 2002, p. 305)
Tais medidas podem, ainda, simplesmente, cessar, desde que tenha alcançado o �m ao qual se destinaram.
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à data do fato. Remições: art.
19, 92, 105, 112, 136, I e IV ECA.
A lei prevê que o procedimento referente a menor infrator se aplica em relação ao adolescente (pessoa de 12 até 18
anos).
Para a criança (que a lei de�ne como sendo as pessoas até 12 anos), mesmo que ela cometa/pratique atos
infracionais, incluindo atos graves (homicídio, trá�co de entorpecentes etc.), a lei só prevê medidas protetivas, que são
medidas previstas pelo art. 101 do ECA:
 Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas no art. 101.
Art. 101. Veri�cada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá determinar, dentre
outras, as seguintes medidas:
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento o�cial de ensino fundamental;
IV - inclusão em serviços e programas o�ciais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da criança e
do adolescente; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
VI - inclusão em programa o�cial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
VIII - colocação em família substituta;
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
IX - colocação em família substituta. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
§ 1º O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como
forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para colocação em família substituta, não
implicando privação de liberdade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Fonte da Imagem:
Na Inglaterra, uma criança de 7 anos, que comete um crime de homicídio, pode
ser condenada à prisão perpétua.
03/12/2023, 11:04 Disciplina Portal
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_10150290/temas/2/conteudos/1 4/13
Fonte da Imagem:
No Brasil, será aplicada apenas a medida protetiva à criança de 11 anos que
matou. Todo o procedimento previsto em lei só será aplicado ao adolescente.
Quanto às medidas acima, elas podem ser aplicadas, indistintamente, à criança ou ao adolescente. Destinam-se ao
abandonado ou ao infrator, visando ao cumprimento dos direitos da criança e do adolescente e tem caráter educativo.
Tais medidas, consoante o disposto no art. 100, devem ser aplicadas sempre levando-se em conta as necessidades
pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. Daí se extrai
que elas são destinadas a um �m social de respeitar a condição de pessoa em desenvolvimento.
Sempre que viável, obedecendo à postura ideológica traçada pelo Estatuto de manter o menor junto à sua família, deve-
se evitar as medidas que o afastem da sua família natural, como as de colocação em abrigo ou em família substituta.
Como já vimos, ao estudarmos o art. 19, toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua
família, só se admitindo de maneira excepcional que dela seja afastado, sempre visando o que mais atende ao
interesse de pessoa em desenvolvimento.
APLICAÇÃO E ESPÉCIES DE MEDIDAS DE PROTEÇÃO
O art. 101 elenca, como vimos, as espécies de medidas protetivas. São elas:
Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade
A reintegração familiar é a primeira medida que deve ser aplicada, consequência lógica do
dever da família em relação à criança e ao adolescente e do direito do menor à convivência
familiar.
Parte-se da premissa de que, no seio de sua família, junto aos seus pais ou responsável, o
menor sempre tem maior chance de se recuperar, não devendo permanecer pelas ruas em
situações de abandono ou de prática de ato infracional.
A entrega do adolescente ao responsável não é feita no juizado e sim em uma instituição,
geralmente no Centro de Socioeducação Dom Bosco, que costuma designar uma assistente
social como responsável pela tarefa.
Infelizmente, tal medida nem sempre é su�ciente, apesar de extremamente necessária.
Alguns pais até mesmo reconhecem que sozinhos não têm a capacidade de deter a conduta
rebelde do �lho ou, então, não têm recursos su�cientes para proporcionar um
desenvolvimento sadio do menor, estando presente a carência de alimentação, saúde,
ensino etc.
Nessa situação, cabe ao Conselho Tutelar, utilizando-se do que dispõe o art. 99 do estatuto,
aplicar outra medida que traga e�ciência ao atendimento da retirada do menor das
situações previstas no art. 98. Dessa maneira, é comum a conjugação da medida constante
do Inciso I com as medidas constantes nos incisos II e IV.
A presente medida deve ser aplicada, quando viável, sempre que a criança esteja sozinha,
desacompanhada de seus pais ou responsável.
03/12/2023, 11:04 Disciplina Portal
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_10150290/temas/2/conteudos/1 5/13
Só não será aplicada tal medida quando for impossível o encaminhamento, como em casos
de menor órfão, que desconhece sua família e que viva pelas ruas sem nenhumaestrutura
de apoio familiar. Nessas condições, deve incidir medidas que veremos a seguir, como a
provisória colocação em abrigo para posterior colocação em família substituta.
Outro caso a ser analisado é o da criança que se encontra pelas ruas, em situação de risco,
porque fugiu de casa, onde sofria maus tratos pelos seus genitores, não possuindo outros
parentes vivos. Será que nesse caso seria cabível a medida em estudo?
Parece que não, pois traria para o menor a possibilidade de voltar a ser agredido. De
qualquer maneira, ainda que os maus tratos deem ensejo à eventual destituição do pátrio
poder, cabe sempre a oitiva dos pais, observando-se o contraditório, conforme já estudado
no art. 24 do Estatuto.
Comprovados os maus tratos, esse menor pode ser encaminhado provisoriamente a uma
entidade governamental ou não governamental de abrigo, até que seja possível sua
colocação em família substituta.
Orientação, apoio e acompanhamento temporários
Sempre que os responsáveis necessitem de uma ajuda suplementar, principalmente no caso
acima citado, de menor rebelde, será cabível tal medida, podendo a mesma ser solicitada
pelos responsáveis.
Trata-se, na verdade, de uma série de entrevistas com um assistente social e, por vezes, um
psicólogo, objetivando avaliação e orientação preliminares, e é cumprida no juizado pelo
Serviço Social.
Conforme salienta a Juíza de Direito Conceição Mousnier¹: “a orientação, apoio e
acompanhamento temporários, de um modo geral, são solicitados pelos próprios
responsáveis, declarando-se estes interessados em uma ajuda suplementar, posto que,
sozinhos, não se julgam capazes de disciplinar e orientar o �lho”.
¹Estatuto da Criança e do Adolescente Comentado, ob. Cit., p. 308
Matrícula e frequência obrigatória em estabelecimento o�cial de ensino fundamental
A criança e o adolescente têm direito à educação com o objetivo do pleno desenvolvimento
de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e quali�cação para o trabalho, sendo
assegurada a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola, consoante
dispõe o art. 53 do Estatuto.
É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente ensino fundamental, obrigatório e
gratuito, inclusive para aqueles que não tiverem acesso na idade própria. Assim como é
dever dos pais ou responsável matricular seus �lhos ou pupilos na rede regular de ensino.
O adolescente que não está estudando é encaminhado à rede regular de ensino por meio de
ofício.
Se à criança ou ao adolescente não for garantido esses direitos, seja por omissão do Estado
ou dos pais, �ca caracterizada a situação de�nida no art. 98, incisos I ou II, respectivamente,
o que desa�a a aplicação da medida em estudo, por parte do Conselho Tutelar ou, em se
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tratando de menor infrator, por parte do Juiz de Infância e Juventude.
Inclusão em programa comunitário ou o�cial de auxílio à família, à criança e ao
adolescente
Nem sempre a criança ou o adolescente encontra-se em situação irregular porque a família
propositalmente se omitiu em relação aos seus deveres, mas principalmente porque a
família nem sempre possui as condições desejáveis para oferecer à criança ou ao
adolescente as condições básicas que merecem como pessoas em desenvolvimento. Dessa
forma, a excelência desse inciso, que prevê programas de auxílio.
Estudamos anteriormente que a falta de recursos �nanceiros não é causa que dê ensejo à
destituição do pátrio poder. Assim, as famílias que não possam prover a subsistência de
seus �lhos devem ser inscritas em programas de auxílio. Tal medida pode ser solicitada ao
Conselho Tutelar, que promoverá tal inscrição, de maneira que seja dada à família
oportunidade de oferecer condições básicas que atendam ao desenvolvimento sadio da
criança ou adolescente.
Isso evoca os recursos da sociedade, o�ciais ou comunitários. Muitas crianças e
adolescentes possuem família carecedora de recursos, apoio e orientação, ocasionando,
várias vezes, a inserção do menor na prática de infrações, por achar no fácil mundo do crime
a saída para seus problemas e de sua família.
Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou
ambulatorial
Sempre que o Conselho Tutelar veri�car que a criança ou o adolescente precisa de
tratamento, deverá aplicar a presente medida. É o caso de menores em situação de
abandono, que são encontrados desnutridos, doentes e até mesmo feridos, porque foram
alvos de maus tratos e de agressões nas ruas.
Vimos anteriormente que o direito à saúde é direito fundamental, elencado na Constituição e
no Estatuto. Como direito à saúde, está incluído também o direito à saúde mental, a ser
efetivado com a medida protetiva em análise.
Ao estipular “regime hospitalar ou ambulatorial”, o Estatuto não deixa tal �xação a critério do
aplicador da medida, pois tal disposição deve ser interpretada em consonância com os
demais dispositivos do Estatuto, quais sejam, principalmente, o direito à convivência
familiar.
Dessa maneira, resta-nos apenas a interpretação de que o regime hospitalar deve ser
determinado em último caso, quando, mediante análise do médico responsável, este
entender como extremamente necessária a cura do menor doente.
Sempre que su�ciente, portanto, deve ser determinado o regime ambulatorial, que permite à
criança e ao adolescente a permanência com sua família, recebendo, por parte dela, apoio e
carinho que certamente vão in�uenciar para uma cura mais rápida e para maior e�ciência do
tratamento fornecido em sede ambulatorial.
03/12/2023, 11:04 Disciplina Portal
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_10150290/temas/2/conteudos/1 7/13
Inclusão em programa o�cial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a
alcoólatras e toxicômanos
Trata-se de medida especial em relação à disposta no Inciso IV, que é geral e, em sua
maioria, de índole assistencial pecuniária, ao passo que a medida do Inciso VI está mais
ligada à orientação e tratamento dos alcoólatras e toxicômanos, de maneira que estes
sejam levados a perceber seu vício e desejem dele se afastar, mediante tratamento para que
seja possível a desintoxicação levada a efeito com o vício.
Tais programas podem ser realizados por assistentes sociais, psicólogos, médicos e
membros em geral da sociedade, podendo ser organizados pelo Poder Público ou não.
A inclusão é efetivada pelo Conselho Tutelar ou pelo Juízo de Infância e Juventude,
conforme trate-se ou não de menor infrator.
O Serviço de Psicologia da 1ª VIJ/Rj realiza o curso antidrogas e o atendimento ao
adolescente dependente.
Acolhimento Institucional
Já mencionamos as entidades de abrigo quando estudamos as modalidades de colocação
em família substituta e ao tratarmos das entidades de atendimento.
Cabe ressaltar que a presente medida é de caráter excepcional, outra não podendo ser a
interpretação, frente aos direitos da criança e do adolescente de se desenvolverem em
ambiente familiar.
Apenas deve ser determinado o abrigo quando não seja possível o encaminhamento do
menor à sua família natural, seja por motivo de falta dos pais, seja por motivo de maus
tratos ou ainda de impossibilidade de localização dos mesmos.
O abrigo não se confunde com a medida socioeducativa de internação, pois não tem caráter
de castigo e de privação de liberdade. O abrigo funciona como um lar coletivo, não se
restringindo a liberdade de ir e vir da criança e do adolescente. O abrigo é medida de caráter
eminentemente protetivo.
A criança ou adolescente só deve permanecer no abrigo por tempo exclusivamente
necessário, devendo dele ser retirado tão logo seja possível seu encaminhamento à família
natural, ou sua colocação em família substituta.
Inclusão em Programa de Acolhimento Familiar
Em breve síntese, a colocação em família substituta será feita mediante os institutos da
guarda, tutela e adoção plena.
É de fundamental importância relembrarmos que tal medida protetiva é decompetência
jurisdicional, e sempre de competência da Justiça de Infância e Juventude, pois, como
vimos anteriormente, só será de competência da Vara de Família quando se tratar de criança
ou adolescente que não se encontre nas situações descritas no art. 98 do Estatuto.
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A medida em estudo é a que possui o maior caráter de excepcionalidade, só devendo ser
levada a efeito quando impossível a manutenção da criança ou do adolescente no seio de
sua família natural.
Para analisar agora cada uma delas detalhadamente, clique aqui (glossário).
MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS: CONCEITO
Cabe diferenciar as referidas medidas protetivas das denominadas medidas Socioeducativas, estas mais severas,
elencadas no art. 112, que visam os adolescentes aos quais se atribui ato infracional.
I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;
V - inserção em regime de semiliberdade;
VI - internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento o�cial de ensino fundamental;
IV - inclusão em serviços e programas o�ciais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da criança e
do adolescente; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
VI - inclusão em programa o�cial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
VIII - colocação em família substituta;
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
IX - colocação em família substituta. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade
da infração.
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho forçado.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou de�ciência mental receberão tratamento individual e especializado, em
local adequado às suas condições.
Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e
respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. (...)
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
III - por descumprimento reiterado e injusti�cável da medida anteriormente imposta.
§ 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser
decretada judicialmente após o devido processo legal.
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida adequada.
A internação pode durar por um prazo máximo de três anos, mas devemos observar o que diz o § 2º, do art. 121, do
ECA:
Art. 121 (...)
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa
determinação judicial em contrário.
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/GON863/galeria/aula2/docs/medidas_protecao.pdf
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/GON863/galeria/aula2/docs/medidas_protecao.pdf
03/12/2023, 11:04 Disciplina Portal
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_10150290/temas/2/conteudos/1 9/13
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão
fundamentada, no máximo a cada seis meses.
§ 3º Em nenhuma hipótese, o período máximo de internação excederá a três anos.
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de
semiliberdade ou de liberdade assistida.
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
§ 7º A determinação judicial mencionada no § 1o poderá ser revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária.
Fonte da Imagem:
Por pior que seja o “crime” praticado pelo adolescente, por mais hediondo que seja, rigorosamente prevê a lei que o juiz
não poderá aplicar uma medida de internação por três anos. Tem que ser um prazo menor.
O prazo é de seis meses, que poderá ir se aproximando até chegar a três anos. Nos termos do § 2º desse art. 121, o
juiz não poderá �xar desde logo o prazo de três anos, porque a lei diz que a medida não comporta prazo determinado.
SÍNTESE DAS DISTINÇÕES ENTRE MEDIDAS PROTETIVAS E MEDIDAS
SOCIOEDUCATIVAS
Vimos, até aqui, as medidas protetivas e socioeducativas. Agora, vamos ver a síntese das distinções entre essas
medidas?
Clique aqui (glossário) para ler!
APLICAÇÃO E ESPÉCIES DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS
Vejamos:
galeria/aula2/img/slidertransicao/img-1.jpg
Advertência
A advertência está conceituada no art. 115 do Estatuto e trata-se de admoestação verbal que será
reduzida a termo e homologada.
Pode ser aplicada pelo juiz da Infância e da Juventude, e consiste em repreensão pelo ato cometido,
em um aconselhamento para que tal ato não se repita.
Para continuar lendo, clique aqui (galeria/aula2/docs/advertencia.pdf).
galeria/aula2/img/slidertransicao/img-2.jpg
Obrigação de reparar o dano
Deve ser aplicada em prática de ato infracional que deixe re�exos patrimoniais.
Tal obrigação, consoante o que dispõe o art. 116 do Estatuto, se exterioriza no seguinte trinômio:
Restituição da coisa;
Ressarcimento do dano; ou
Qualquer outra forma que compense o prejuízo da vítima.
Para continuar lendo, clique aqui (galeria/aula2/docs/reparar_dano.pdf).
galeria/aula2/img/slidertransicao/img-3.jpg
Prestação de Serviços à Comunidade
Tal medida é tratada pelo art. 117 do Estatuto. Consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse
geral, por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolares e
outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais.
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/GON863/galeria/aula2/docs/sintese.pdf
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/GON863/galeria/aula2/docs/sintese.pdf
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/GON863/galeria/aula2/docs/advertencia.pdf
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/GON863/galeria/aula2/docs/advertencia.pdf
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/GON863/galeria/aula2/docs/reparar_dano.pdf
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/GON863/galeria/aula2/docs/reparar_dano.pdf
03/12/2023, 11:04 Disciplina Portal
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_10150290/temas/2/conteudos/1 10/13
Para continuar lendo, clique aqui (galeria/aula2/docs/servicos_comunidade.pdf).
galeria/aula2/img/slidertransicao/img-4.jpg
Liberdade Assistida
Tal medida conserva a característica de restrição de liberdade e impõe condições ao estilo de vida do
adolescente, redimensionando suas atividades, seus valores e sua convivência familiar.
Para continuar lendo, clique aqui (galeria/aula2/docs/liberdade_assistida.pdf).
galeria/aula2/img/slidertransicao/img-5.jpg
Semiliberdade
Situa-se entre a liberdade assistida e a internação.
A inserção nesse regime, tal qual a internação, é das medidas mais restritivas de liberdade e implica
institucionalização.
O infrator se sujeita às regras de uma casa de permanência, o Centro de Reintegração e Assistência
ao Menor (CRIAM) de abrangência, podendo exercer atividades externas (trabalho, estudos etc.) a
juízo da autoridade judiciária, com retorno obrigatório ao estabelecimento.
galeria/aula2/img/slidertransicao/img-6.jpg
Internação em estabelecimentoeducacional
É considerada a mais drástica das medidas socioeducativas.
Sua característica fundamental é a privação da liberdade, sujeita, no entanto, aos princípios brevidade,
excepcionalidade e respeito à condição peculiar da pessoa em desen volvimento. Não pode
ultrapassar o prazo de três anos e deve ser reavaliada a cada seis meses.
Para continuar lendo, clique aqui (galeria/aula2/docs/internacao.pdf).
EFEITOS DA SENTENÇA SOCIOEDUCATIVA
Como é sabido, a sentença penal condenatória, a par da sujeição do réu à pena, produz a obrigação de reparação do
dano praticado, consoante o disposto no art. 91, inciso I, do CE.
A Lei confere a sentença à natureza de título judicial (art. 63 do CPP), a ser executado no juízo cível, bastando, tão
somente, a sua liquidação com a apuração do quantum debeatur.
Com referência às ações socioeducativas, encerram-se com a aplicação de medidas socioeducativas e/ou protetivas
direcionadas à ressocialização dos infratores.
Assim sendo, é signi�cativo debatermos se as sentenças proferidas nas ações socioeducativas prolatadas nas Varas
da infância e da Juventude produzem efeitos na esfera cível.
Fonte da Imagem:
Convém lembrarmos que nas sentenças penais condenatórias há um reconhecimento expresso da prática do crime e
sua respectiva autoria. Do mesmo modo, nas ações socioeducativas que culminarem com a aplicação das medidas
previstas no art. 112, incisos II a VI, há um reco nhecimento expresso da autoria e da materialidade da infração,
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/GON863/galeria/aula2/docs/servicos_comunidade.pdf
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/GON863/galeria/aula2/docs/servicos_comunidade.pdf
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/GON863/galeria/aula2/docs/liberdade_assistida.pdf
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/GON863/galeria/aula2/docs/liberdade_assistida.pdf
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/GON863/galeria/aula2/docs/internacao.pdf
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03/12/2023, 11:04 Disciplina Portal
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_10150290/temas/2/conteudos/1 11/13
consoante o disposto no art. 114 do ECA.
Nesses casos, portanto, se a ação foi julgada procedente e tendo sido determinada a internação do adolescente, por
exemplo, acreditamos ser perfeitamente possível a aplicação do art. 63 do CPP, por força do disposto no art. 152 do
ECA.
Entretanto, se ao infrator foi aplicada tão somente a medida de advertência (art. 112,1) ou quaisquer das medi das
protetivas (art. 112, VII), entendemos não ser possível a reparação imediata do dano, haja vista os precisos termos dos
arts. 101, caput, e 114, parágrafo único, do ECA, que, em regra, não importam no julgamento do mérito da ação.
Também a sentença que conceder remissão ao infrator não produz coisa julgada no cível, tendo em vista que “não
implica necessariamente o reconhecimento da responsabilidade”, ex vi do art. 127 do ECA e, ainda, o art. 114, caput.
Hipótese em que, igualmente à precedente, não há análise, do mérito.
Outro tema a ser discutido diz respeito à possibilidade do funcionamento da �gura do assistente de acusação nas
ações socioeducativas, com a aplicação subsidiária dos arts, 268 usque 273 do CPP.
Sabemos que o assistente de acusação tem a �nalidade de auxiliar a acusação, considerando o interesse na reparação
do dano ex delicto, e que logo após instaurada a ação penal, quaisquer das pessoas mencionadas no art. 268 do CPP
podem intervir como assistentes do Ministério Público.
Ora, se a sentença que aplica medida socioeducativa funciona como título executivo judicial, não vemos razão para
rejeitar a possibilidade da participação do assistente do Ministério Público nas ações Socioeducativas. Desde que haja
interesse de reparação do dano, nada impede que o ofendido ou seu representante legal ingressem em Juízo, com
vistas a posterior indenização a ser apurada na esfera cível.
Fonte da Imagem:
(...) a intervenção de terceiro como assistente do Ministério Público no processo de apuração de ato infracional
atribuído a adolescente não contraria qualquer regra expressa, a sistemática ou o espírito do Estatuto da Criança e do
Adolescente. Quanto a este último aspecto, não se diga que a proteção ao adolescente importa constante e inevitável
desculpa de seus atos infracionais, de modo que não se persegue qualquer sanção, não só porque a Constituição da
República contemplou a possibilidade de privação de liberdade como uma das suas consequências (art. 227, § 3º,
inciso V), como também o ECA alinhou resultados variáveis desde a advertência até a internação (art. 112).
Assim, tendo as medidas socioeducativas dupla �nalidade, ou seja, constituindo-se em meio de defesa social e forma
de intervenção no processo educacional do adolescente infrator, e porquanto inseridas em um sistema de gradação,
aumentando da brandura da admoestação verbal até a severidade da privação da liberdade, não deixam de ter
conteúdo sancionatório, de reprimenda, de modo que o ofendido ou seus parentes são titulares do direito de assistir o
Ministério Público, encetando iniciativas processuais que possam conduzir à procedência da ação ou à imposição de
medida mais severa do que a pretendida pelo Parquet ou imposta pelo Judiciário de Primeira Instância.
VAMOS FAZER UMA ATIVIDADE?
Os irmãos Léo, com 18 anos de idade, Lúcio, com 17, e Lino, com 11, roubaram dinheiro do caixa de uma padaria. Com
base nesta situação hipotética, é correto a�rmar que:  
Sabendo disso, você consegue dizer o que de�ne a ocorrência e a ausência de interação? Marque a opção que julgar
correta e descubra a resposta!
Lúcio poderá, excepcionalmente, �car submetido à Medida Socioeducativa de internação até completar 21 anos, idade em que
a liberação será compulsória.
Lúcio e Lino praticaram ato infracional e responderão a procedimento junto à Vara da Infância e Juventude, podendo ser
aplicada, para ambos, Medida Socioeducativa de internação.
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Léo não será processado criminalmente por sua conduta, visto que os demais autores do fato são menores de idade e, neste
caso, as condições de caráter pessoal se comunicam.
Léo, Lino e Lúcio serão processados criminalmente pelos seus atos, caso �que demonstrado que todos quiseram praticar o
fato e possuíam plena capacidade de entender o caráter ilícito dele.
Léo, Lúcio e Lino receberão as Medidas Socioeducativas do ECA, de acordo com art. 30 do C.P. (Comunicabilidade das
Circunstâncias).
Justi�cativa
1. À luz do ECA, assinale a opção CORRETA:
A inetrnação constitui medida privativa de liberdade e, dada essa condição, não é permitida ao adolescente interno a realização
de atividades externas, como trabalho e estudo. (121, § 1º)
A medida de internação poderá ser aplicada, ainda que haja outra medida adequada, se o MP assim requerer. (122, § 2º)
Poderá ser decretada a incomunicabilidade do adolescente, a critério da autoridade competente, quando ele praticar atos
reiterados de indisciplina. (124, § 1º)
Em caso de internação, a autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, inclusive de pais ou responsável, se
existirem motivos sérios e fundados de prejudicialidade aos interesses do adolescente. (art. 124 § 2º)
Deverá ser decretada a incomunicabilidade do adolescente quando tiver praticado ato de indisciplina.
Justi�cativa
2. Acerca dos direitos individuais previstos no ECA, assinale a opção CORRETA:
A internação antes da sentença, ao contrário do que ocorre com a prisão cautelar, prevista no processo penal, dispensa
fundamentação em face das peculiaridades do procedimento de apuração do ato infracional e das condições especiais de
desenvolvimento do adolescente.
Nenhum adolescente será privado de sua liberdade, senão em �agrante de ato infracional, por determinação judicial, ou para
averiguação, por ordem de autoridade policial.
A internaçãoantes da sentença, ocorrida durante o procedimento de apuração do ato infracional, não tem prazo máximo
preestabelecido, contudo o juiz deve justi�car a demora excessiva, sob pena de constrangimento ilegal.
Excetuando-se as hipóteses de dúvida fundamentada, o adolescente civilmente identi�cado não será submetido a identi�cação
compulsória pelos órgãos o�ciais.
Todos os adolescente serão privados de sua liberdade, mesmo não estando em �agrante de ato infracional ou por
determinação judicial, ou para averiguação, por ordem de autoridade policial.
Justi�cativa
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