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1 Introdução
Em 31 de dezembro de 2019, a comissão municipal de saúde de Wuhan na China declarava a existência de casos de pneumonia de etiologia desconhecida, posteriormente se identificaria que a doença começou a se espalhar a partir de um mercado de frutos do mar e que ela era causada por um novo coronavírus (48 e 47). No dia 13 de janeiro de 2020 o primeiro caso confirmado fora da China ocorre na Tailandia (48). O primeiro caso no Brasil ocorreu no dia 26 de fevereiro de 2020, um idoso de 61 anos vindo de viagem da Itália, no estado de São Paulo. Após 25 dias deste caso, todas as unidades federativas já haviam tido seu primeiro habitante infectado. O primeiro óbito nacional acabou sendo registrado no dia 17 de março também em São Paulo (CAVALCANTE et al., 2020).
Neste período, anterior ao desenvolvimento da vacina, um dos poucos métodos de combate ao novo vírus era um lockdown de isolamento social, muito devido a sua rápida transmissibilidade e grande mortandade, especialmente para idosos e para pessoas com comorbidades (MORENS e FAUCI, 2020). Posteriormente, aliado a isso, poderia ser aplicado um aumento no número de leitos e UTIs, respiradores, testes e medidas de higiene (CAPONI, 2020). Dentre os sintomas, variando em casos leves, moderados, graves e críticos, observou-se tosse, dor de garganta, perda do olfato e do paladar, diarreia, dor abdominal, febre, calafrios, mialgia, fadiga e cefaleia e até disfunção de órgãos e a necessidade de suporte respiratório (25).
Com isso em perspectiva, no começo de 2020 o governo chinês declarou emergência e a região de Wuhan entra em lockdown. Já era observado neste começo de pandemia na China uma falta de leitos e recursos devido à sobrecarga de casos e também uma sobrecarga de trabalho para aqueles na linha de frente do combate a COVID-19. (KHAN et al., 2020). Posteriormente no Brasil, seria visto casos semelhantes, como hospitais lotados e sem vaga de UTI para tratar os seus pacientes (27) e mortes em fila devido ao colapso do sistema de saúde nacional com o grande número de casos (28).
Na China, para se adaptar as novas dificuldades, alguns hospitais seriam organizados para ter áreas separadas para o atendimento de infectados em diferentes graus de seriedade e muitos médicos começaram a dar assistência online para poder ter e dar maior segurança, além disso, muito dos trabalhadores especializados em diversas áreas médicas diferentes foram transferidos para o tratamento do coronavírus (KHAN et al., 2020). Além de todo o colapso nos sistemas de saúde, a pandemia trouxe outros problemas sociais. Ela gerou mudanças radicais em termos econômicos. Houve restrições de viagens e de mobilidade que afetaram o transporte de materiais, dificultando empresas de suprir suas demandas produtivas e medo de uma recessão em médio a longo prazo (DELARDAS et al., 2022). Houve casos de funerárias que não davam férias a seus funcionários devido à alta quantidade de mortos, além da falta de materiais para produzir caixões para os funerais (28). 
Para aqueles que trabalhavam em pleno exercício de suas profissões, houve mudanças significativas nos procedimentos, meios de acesso e realizações das atividades no dia a dia com relação ao trabalho e ao meio doméstico (GUILLAND et al., 2022). Guilland et al. (2022), mostrou que havia uma associação dessa doença com casos de depressão e ansiedade em trabalhadores durante a pandemia. Neste trabalho foi observado que pessoas que tiveram contato com infectados tinham maiores probabilidades de desenvolver depressão, assim como os que alegavam ter mantido contato com pessoas diagnosticadas ou com suspeita de ter contraído a doença, ou que não estavam em isolamento total sofriam mais psicologicamente.
Apesar de a criação de vacinas em tempos de uma pandemia ser um gigantesco desafio (LURIE et al., 2020), houve um desenvolvimento incrivelmente rápido de vacinas efetivas e seguras (TELENTI et al., 2021), sendo as mais utilizadas no Brasil a CoronaVac, desenvolvida na China pela Sinovac Life Sciences, a da AstraZeneca com a Universidade de Oxford e a da Pfizer junto com a BioNTech (SIQUEIRA et al., 2022). Essas vacinas foram de grande importância para que ocorresse o anúncio do dia 5 de maio de 2023 em que OMS declarou o fim da emergência de saúde pública de importância internacional referente a COVID-19, decisão tomada pelo diretor-geral da OMS com recomendação do comitê de emergência encarregado sobre o assunto (29). De acordo com a OMS, já ocorreram mais de 767 milhões de casos confirmados dos quais geraram quase 7 milhões de mortes em todo o mundo (46). Apesar disso é necessário saber que o fim da pandemia não quer dizer o fim do vírus combatido (TELENTI et al., 2021).
Dentro deste contexto de pandemia, era provavelmente esperado pela grande maioria das pessoas que houvesse um sentido de união e organização para enfrentar esse desafio, sendo que em muitos casos não foi o que ocorreu. No Brasil houve grande disputa e falta de coordenação entre o governo federal e os governos estaduais e, além disso, houve a confrontação entre os ideais do governo federal e do ministério da saúde em diversos momentos (CAPONI et al., 2021), citando Caponi (2020), “a falta de diretrizes comuns, o jogo de informações cruzadas e contraditórias serviram de estímulo para desistir do isolamento e restringiram as possibilidades de controle”. A estratégia do isolamento social requer investimento em educação ciência e tecnologia, além de demandar ações políticas (CAPONI, 2020), e isso demanda certa estabilidade que o governo não tinha. Na administração da pandemia, além da falta de estabilidade política, e talvez crescida por causa dela, outro problema de grande importância foi o negacionismo crescente causado pela infodemia.
De acordo com a OMS a infodemia é quando há um excesso de informação, que podem ser verdadeiras ou não, disponíveis em meios digitais ou físicos, durante um surto de alguma doença. Isso pode fazer com que pessoas tomem atitudes que, no fim, são menos benéficas ou até maléficas para elas, pode gerar um descrédito nas autoridades de saúde, o que, em um período de pandemia, por exemplo, pode causar uma piora no surto da doença. Devido ao grande desenvolvimento nos meios de comunicação contemporâneos, e com as redes sociais, o processo infodêmico ganha escalas maiores em termos de quantidade de informação e da velocidade que elas se espalham (31). Para Caponi et al. (2021), a internet e o desenvolvimento do mundo digital tiveram seus benefícios e seus malefícios, a informação se tornaria democratizada, mas, ao mesmo tempo, as fronteiras entre fatos e opiniões deixaram de existir.
O negacionismo é um discurso que questiona o valor histórico do conhecimento científico, dos argumentos racionais e da experiência adquirida ao longo de anos, que distorce fundamentos teóricos e dados científicos e que defende que todas as opiniões têm o mesmo valor” (MARQUES e RAIMUNDO, 2021). De acordo com Marques e Raimundo (2021), “O âmago da argumentação do negacionismo científico cria um movimento especializado para fortalecer a fake science com argumentos que coloca a população em dúvida sobre as questões apontadas por estes”, explicando isso eles afirmam que “toda vez que a ciência descobre uma verdade que desagrada ou contraria determinados grupos (país, empresa, religião, etc.) esse grupo mobiliza esforços para desacreditar e invalidar a ciência”. Com relação aos meios de propagação dos ideais negacionistas pode-se dizer que a internet é um dos, se não o mais importante, citando Caponi et al. (2021), “ainda que as atitudes negacionistas antecedam o surgimento da internet [...], podemos dizer que foi com a internet que, de maneira ativa e militante, o negacionismo científico se propagou amplamente pela população”. 
O discurso negacionista, apesar do nome, não é por necessidade a total negação de um discurso. O negacionismo histórico do holocausto por exemplo, não começa com uma total negação da coisa, o que ocorre é uma negação gradual, a qual reduz-se o númerode vítimas, relativiza-se as atrocidades cometidas e, por fim, a negação total do ocorrido (CALDEIRA NETO, 2009). O mesmo padrão pode ser observado sobre a questão da negação da vacinação, em que se observa além da total contrariedade deste método, há os hesitantes vacinais, que dificultam o processo de campanhas de vacinação, de forma gradativa, ou seja, variando os casos de negação, desde o atraso na aceitação, recusa de algumas vacinas especificas até a completa negação de todas em um calendário vacinal (DUBÉ et al., 2015; JACOBSON et al., 2015; FERNANDES e MONTUORI, 2020). E também, outra questão que atrai muitos negacionistas é o assunto das mudanças climáticas e do aquecimento global, em que as opiniões também formam uma gradação entre a negação total e outras afirmações (LOIOLA, 2019).
O negacionismo contemporâneo está intimamente ligado a outro conceito, o de pós-verdade. De acordo com o dicionário de Oxford, que escolheu este termo como palavra do ano em 2016, pós-verdade pode ser definida como a “relação ou denotação de circunstâncias em que fatos objetivos são menos influentes na moldagem da opinião pública que emoções e crenças” (19 - tradução livre). De acordo com Fernandes e Montuori (2020), “o termo pós-verdade vem sedo incorporado nas discussões atuais, tendo em vista a crescente onda de falseamento e/ou distorção da realidade, diante de inúmeros fenômenos contemporâneos”. “Na pós-verdade, o excesso de informações gera um número maior de “já ditos” sobre os quais diversos matizes ideológicos se firmam” (IEBERT e PEREIRA, 2020), ou seja, o excesso de conteúdo vindo, principalmente da internet, dificulta a diferenciação daquilo que é verdadeiro do que é falso, o que torna a obtenção de conhecimento algo caótico. Esse excesso dificulta a análise, especialmente da população menos instruída, gerando assim movimentos negacionistas, pois, para buscar sentido e organizar nossos sentidos, acabamos por reforçar as nossas crenças ideológicas, por ser mais fácil e palatável nesse caos (IEBERT e PEREIRA, 2020).
Iebert e Pereira (2020), citam que “a pós-verdade não só validaria informações inverossímeis como também serviria para distinguir sujeitos no espectro político”, ou seja, a pós-verdade gera um “nós contra eles” de crenças ideológicas e, de certa forma, o mainstream político acaba se tornando pautado mais em sentimentos de ódio mútuo do que em debates sobre fatos. A pós-verdade geraria uma falsa ética, um jeito de agir pautado no excesso e na rivalidade, “se a ética é a forma de agir no mundo, só se age sobre o mundo inserido em uma posição”, e na pós verdade as posições se tornam pautadas em “falsas verdades” e “verdades fabricadas” (IEBERT e PEREIRA, 2020). As questões da pós-verdade e do negacionismo podem ser explicadas pelo trabalho de Kunda (1990), sobre raciocínio motivado. Nele é explicado que existem dois tipos de raciocínios motivados, um é aquele que é motivado por precisão, que demanda maior esforço cognitivo e cuidado com a informação, justamente pela motivação ser a precisão da informação. O outro seria um raciocínio motivado direcionado, que busca um caminho para uma conclusão já pré-concebida, esse caminho tem que ter, pelo menos, uma aparência de racionalidade, para justificar a existência de tal conclusão. Por um desejo de que uma ideia seja real, a pessoa pode acessar memórias e conhecimentos para construir uma narrativa sem sequer perceber o viés. Se abandonasse esse impulso, a pessoa poderia obter conclusões opostas, porém ignora essa possibilidade (KUNDA, 1990).
A avaliação de evidências científicas pode acabar sendo enviesada para conclusões desejadas. Apesar disso, a negação de evidências e métodos depende de um motivo com aspecto racional, se não for o caso de ter uma “desculpa” para a negação, mesmo com certas crenças prévias, há uma tendência a crer nas evidências e métodos. Com isso, portanto, o negacionista precisaria de uma aparência de racionalidade para as suas negações (KUNDA, 1990). Isso é visto por Szwako, (2021), que falando sobre o negacionismo na pandemia diz que “não é todo e qualquer discurso científico que é negado, pois o discurso negacionista também se ilustra na ciência”, com isso pode-se entender que o negacionista não nega ou desconhece a realidade, ele faz um recorte daquilo que lhe satisfaz (SZWAKO, 2021).
Na pandemia, houve várias formas de expressão de negacionismos a exemplo do caso da cloroquina e da hidroxicloroquina. A cloroquina é um medicamento que já é utilizado a algum tempo no tratamento e profilaxia de malária e amebíase e a hidroxicloroquina é muito utilizada no tratamento de doenças autoimunes como artrite reumatoide e lúpus (LIU et al., 2020). Houve alguns trabalhos durante a pandemia para saber se essas substâncias poderiam ser efetivas no combate ao coronavírus (PACHECO et al., 2020; CAPONI et al., 2021). Em 31 de março de 2020 a OMS deu suporte para o uso emergencial desses medicamentos definindo que seu uso deveria ser documentado e monitorado (CAPONI et al., 2021). É importante ter a noção de que apesar disso, esses medicamentos podem ser perigosos se as dosagens não forem muito bem controladas (PACHECO et al., 2020).
A popularização mundial desses medicamentos para o uso contra a COVID-19 começou devido a uma série de tweets de um médico e investidor norte americano, James Todaro, em que dizia que a cloroquina e o remdesivir estavam sendo utilizados para tratar a doença e que a eficácia deles estava sendo testada. Todaro, junto de Gregory Rigano, que trabalhava no mercado de regulação e aprovação de fármacos, disponibilizaram no Twitter um rascunho de uma proposta para o uso da cloroquina no tratamento e prevenção contra o coronavírus, que posteriormente seria compartilhado por Elon Musk. Além disso, Rigano, posteriormente compartilhou um vídeo no Youtube em que Didier Raoul, um médico francês, teria observado curas extremamente rápidas com a utilização desse medicamento. Rigano, depois disso, ainda publicou um estudo em que dava a entender que a hidroxicloroquina poderia ser utilizada no combate ao coronavírus. Raoul também publicou um estudo, com diversos problemas metodológicos e com possíveis conflitos de interesse. Tudo isso acabou influenciando o pensamento de autoridades políticas pelo mundo (CAPONI et al., 2021).
Nesse período de debate com relação ao uso da cloroquina e da hidroxicloroquina, o ministério da saúde brasileiro definiu o seu uso em casos emergenciais. Porém o então presidente Jair Messias Bolsonaro, que acreditava na efetividade desses medicamentos, apesar da falta de evidências, queria que eles fossem utilizados até em casos leves. O então ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta foi contra essas medidas o que gerou um conflito no governo. O ministro acabou sendo demitido e substituído por Nelson Teich que possuía posição semelhante ao seu antecessor e, por isso, teve fim semelhante a ele. Em junho de 2020 foram publicadas pesquisas que demonstravam a inefetividade dos medicamentos citados, porém o presidente continuou a recomendá-los (CAPONI et al., 2021). O exército brasileiro chegou a produzir 12 vezes mais comprimidos de cloroquina que em anos anteriores e entre setembro de 2020 e janeiro de 2021, 482 mil doses de hidroxicloroquina foram distribuídas para o tratamento de COVID-19 (56).
Um outro grande caso de negacionismo na pandemia foi o caso das vacinas. Opiniões contrárias a vacinação existem desde a época de Edward Jenner, criador da vacina contra a varíola (JACOBSON et al., 2015). No Brasil a primeira campanha de vacinação ocorreu em 1804 para conter a varíola, em 1904, cem anos mais tarde, o talvez mais importante e histórico movimento anti-vacina ocorreu na antiga capital, a cidade do Rio de Janeiro, a revolta da vacina, como reação a imunização compulsória instaurada por Oswaldo Cruz. Muitos políticos e parte da imprensa acabaram auxiliando o movimento (FERNANDES et al., 2021). Grande parte de argumentos mais contemporâneos desses movimentos anti-vacina têm base em um trabalho publicadopor Andrew Wakefield, em 1998 no The Lancet. Essa publicação associava a vacina tríplice viral com o desenvolvimento de autismo em crianças. O artigo foi anulado devido à falta de observação de uma relação causal entre a vacina e o autismo. Em 2010 Wakefield teve sua licença médica caçada. Mesmo com tudo isso esta publicação ainda tem grande influência hoje (FERNANDES et al.,2021).
Outras argumentações comuns são que as vacinas não funcionam e nunca foi comprovado sua efetividade e segurança, que as vacinas são um fracasso encoberto pela indústria farmacêutica que lucra em cima delas, sem se responsabilizar por danos causados pelas vacinas, que elas contêm aditivos químicos tóxicos, que crianças não vacinadas são mais saudáveis, que elas causam doenças incuráveis, que matam e que a exposição natural a doenças seria mais saudável. Todos esses pontos são rebatidos por Fernandes et al. (2020), com uma revisão bibliográfica sobre estes assuntos, como forma de resposta a um post anti-vacina no Facebook (FERNANDES et al., 2020). Especificamente na pandemia um dos argumentos que causavam hesitação vacinal no Brasil, era que, devido ao pouco tempo de desenvolvimento, as vacinas não foram suficientemente estudadas. Além disso houve a desvalorização da CoronaVac, vacina fabricada pelo Instituto Butantan em parceria com a empresa chinesa Sinovac, pelo então presidente Bolsonaro. Pode-se acrescentar também, o caso da enfermeira que tomou a primeira dose da vacina citada, em que diziam que já era imunizada devido a participação dela no estudo do imunizante, sendo que ela participou de um grupo controle que recebeu um placebo (GALHARDI et al., 2022).
Como já citado anteriormente, as mudanças climáticas e o aquecimento global são assuntos muito abordados pelos negacionistas. O aquecimento global é causado pelo efeito estufa. O efeito estufa não é por necessidade algo negativo, nosso planeta é habitável justamente por causa dele, que causa uma temperatura média de 15°C. Os gases que causam esse efeito na nossa atmosfera são ineficientes na absorção da radiação solar, porém quando essa radiação chega ao solo, arte é absorvida e parte é refletida em espectros de onda diferentes que são absorvidos de forma mais eficiente. Os gases então, redirecionam o calor dessas radiações para a superfície aquecendo-a (MITCHELL, 1989). O aquecimento global está, em grande parte, associado ao processo de industrialização e ao desenvolvimento econômico, que usa da queima de combustíveis fósseis que liberam gases do efeito estufa, sendo o principal e mais conhecido causador desse efeito o CO2, porém, além dele, o vapor d’água, o metano, o ozônio e o óxido nitroso são importantes nesse processo (KHALIL, 1999)
As ações humanas relacionadas a emissão desses gases vêm causando grandes mudanças ambientais desde o século XIX. Na década de 2011 a 2020 chegou-se a 1,1 C° acima do período de 1850 a 1900. Esse aumento foi maior nos continentes que nos oceanos e desde 1970 a temperatura vem aumentando mais rápido que em qualquer período de 50 anos nos últimos 2000 anos. Em 2019 a concentração de CO2 foi maior que em qualquer período nos últimos 2 milhões de anos. Além disso, o nível do mar global aumentou 0,20m no período de 1901 a 2018 com o aumento anual em milímetros acelerando. Houve um aumento de chance de ocorrências de eventos climáticos catastróficos e, no mundo, existem cerca de 3,3 a 3,6 bilhões de pessoas vulneráveis a essas catástrofes, além disso, o nível do mar subirá pelos próximos séculos devido ao aumento da temperatura das águas profundas dos oceanos e ao derretimento das camadas de gelo (39).
As mudanças climáticas podem acabar gerando ondas de calor marinhas que podem afetar a biodiversidade. Para se adaptar a essas novas condições geradas pelo aquecimento global nos oceanos, os organismos marinhos terão que modificar muito de si, como suas condições termorreguladoras e, caso não seja suficiente, suas condições de reprodução e crescimento. Organismos sésseis e bentônicos sofrerão bastante devido a pouca mobilidade, dificultando-os de escapar para ambientes menos estressantes, outro fator é que podem ocorrer explosões de população de animais adaptados a águas mais quentes. Quanto mais extremas as ondas de calor, menos os organismos vão ser capazes de se adaptar e maiores as chances de ocorrer extinções (SMITH et al., 2023).
Com relação aos seres humanos os impactos dessas mudanças serão sentidos em diferentes áreas. Impactos regionais na produtividade agrícola vão variar de região para região, umas com perdas outras com ganhos. Populações mais isoladas e vulneráveis a fome, especialmente em regiões de baixa latitude, áridas e semiáridas, dependentes do clima para a sua produtividade agrícola, serão as que mais vão ser afetadas negativamente. Com mudanças na umidade do solo, temperatura, precipitação, cobertura de nuvens e as concentrações de CO2, perda de matéria orgânica no solo, salinização e erosão diversas produções serão afetadas, dependendo do solo e da zona climática. Além disso, podem aumentar os problemas com pragas. A agricultura pode ser afetada negativamente, em regiões costais de baixa altitude adjacentes a deltas de rios, devido ao aumento no nível do mar, assim como pode ser afetada pelo aumento da frequência de eventos climáticos extremos. Algumas plantas podem ser afetadas positivamente, especialmente devido ao acréscimo de CO2, além disso, locais com baixa produtividade devido à baixa temperatura, com o aumento dela, terão um incremento produtivo. A produção de animais pode ser afetada com uma maior quantidade de vetores de doenças (AYDINALP e CRESSER, 2008). 
A saúde também é outro fator preocupante para diversas populações humanas pelo mundo. Os principais efeitos diretos das mudanças climáticas na saúde humana são as ondas de calor que podem causar mortes, principalmente em pessoas com problemas cardiorrespiratórios, além de causar choques térmicos; a poluição do ar, que afeta pessoas com problemas respiratórios e alergias; e as tempestades e enchentes. Além destes há os efeitos indiretos e destes pode-se falar no aumento de áreas de ação de mosquitos e outros vetores de doenças infecciosas, contaminação de água e alimentos a deterioração de condições socioambientais. Essas questões serão maiores em países e regiões em desenvolvimento, os quais tenham problemas nos sistemas de distribuição e tratamento de água e esgoto, além da distribuição e armazenamento de comida (KURANE, 2010). 
Apesar de todos esses efeitos, é muito difícil agir contra esses processos pois há uma ligação muito forte entre a liberação de gases do efeito estufa e o processo de crescimento de países e sua industrialização (KHALIL, 1999), há, com isso, devido a questões ideológicas do período vigente um imperativo de crescimento econômico nas políticas públicas, em que há um foco na produção de riquezas e não na qualidade de vida futura (STUART et al., 2022). As questões ideológicas também promovem uma polarização política em que o debate de como agir a questões ambientais não escapa, e que muitas vezes, semelhante ao observado na pandemia e mencionado na questão da pós-verdade, geram-se teorias da conspiração, por causa das descrenças nas evidências cientificas e na visão de que as mudanças climáticas são algo distante à vida cotidiana, o que gera distanciamento e, muitas vezes, falta de preocupação ou de confiança nas informações científicas (LATKIN et al., 2022; LATKIN et al., 2023).
No fim, pode-se entender que, com a internet e as redes sociais, o monopólio da informação popular da mídia tradicional acabou, com isso, ocorre o crescimento da fragmentação dos conteúdos de informação, o que torna o controle do que se expressa mais difícil. Há nesse processo uma certa democratização dos debates e da informação, porém, junto disso, cresce a pós-verdade e a disseminação de notícias falsas (IEBERT e PEREIRA, 2020). Essa disseminação se dá pela quantidade aparentemente infinita de opiniões, crenças e valores disponíveis que, para assuntostécnicos e muito específicos, pode ser um desafio para pessoas pouco informadas ter noção de seletividade no que consumir (FERNANDES e MONTUORI, 2020). Neste meio digital, há uma certa tendencia de formação de bolhas de opiniões semelhantes, “o resultado das relações hemofílicas facilitada pela reciprocidade trazida pela tecnologia acabam por promover um espaço virtual segmentado e alinhado às crenças e opiniões dos usuários” (FERNANDES e MONTUORI, 2020). Há certa semelhança no comportamento e nas ideias dos negacionistas da pandemia e dos negacionistas das mudanças climáticas, (LATKINet al., 2023; RUTJENS et al., 2021), portanto pode-se pensar que, nas redes sociais, podem ser formadas bolhas que relacionam os dois grupos de negacionistas. 
2 Objetivo geral
Com isso o objetivo deste trabalho é explicar o que é o negacionismo científico e observar as associações de grupos e ideias negacionistas na internet.
2.1 Objetivos específicos
Fazer uma busca no Youtube e no TikTok, diversos perfis e canais que expressem conteúdos de negacionismo científico.
Buscar nesses perfis e canais, conteúdos negacionistas ligados a pandemia e as mudanças climáticas, para observar se há ligação entre esses assuntos na percepção dos indivíduos que participam, tanto como consumidores quanto como criadores e propagadores.
3 Justificativa
Há, de acordo com Rutjens et al. (2021) uma relação ideológica entre os diversos movimentos do negacionismo científico. As percepções das pessoas com o assunto das mudanças climáticas têm relação com a percepção e as atitudes delas sobre o coronavírus (LATKIN et al., 2022). Há em ambas as crises a relação do imperativo de crescimento econômico que afeta a resposta que poderia ser dada, dando maior foco na saúde e bem-estar em uma e no bem social e ecológico em outra (STUART et al., 2022). Ambas são associadas a polarização política e a teorias da conspiração o que causa problemas na construção de políticas de combate as crises (LATKIN et al., 2022). As duas podem ser traçadas com ações humanas que interferiram na natureza, como nos ciclos biofísicos, uso da terra e na interação com outras espécies (STUART et al., 2022). Pode-se observar que opiniões sobre as mudanças climáticas são associadas a percepção de risco do novo coronavírus (LATKIN et al., 2022). Mandatos de vacinação e a questão da pegada de carbono são vistas como uma intromissão das liberdades individuais e isso pode afetar as possíveis ações que uma pessoa poderia tomar (LATKIN et al., 2023).
Dada a similaridade de ambas as crises, a busca pelo entendimento de uma pode ajudar no conhecimento de outra, auxiliando novas ações públicas para novas crises (LATKINet al., 2022). Latkin (2022), informa que devido a ligação de ideias em comum com os movimentos negacionistas o uso de modelos científicos que mostram as consequências delas, especialmente os que mostram como as pessoas podem ser afetadas pessoalmente poderia ser importante. Como esses assuntos afetam a maior parte da população, diferentes mensagens, focadas em diferentes ideologias e públicos, poderiam auxiliar uma mudança de pensamento, o que poderia causar uma abertura a pesquisa científica sobre outros assuntos (LATKIN et al., 2023). Portanto, este projeto pode ajudar na construção de modelos científicos para explicar aos públicos específicos que serão tratados, questões relacionadas aos assuntos que eles negam a importância ou até a veracidade, o que poderia introduzi-los no meio das pesquisas científicas. A identificação da associação entre os diferentes negacionismos pode nos dar, com auxílio de outros estudos, assuntos em comum para tratar e combater “dois coelhos numa cajadada só”, o que poderia ser usado para evitar que crises como a ocorrida na pandemia se repitam no futuro da forma como ocorreu, e que a questão do aquecimento global possa ser tratada com mais respeito.
4 Hipótese
Dada a ideia de que há uma associação entre a argumentação de diferentes grupos negacionistas (RUTJENS et al., 2021) e que há uma relação na forma de percepção da crise da COVID-19 e das mudanças climáticas (LATKIN et al., 2022; LATKINet al., 2023), é provável que seja encontrado em diversos perfis e canais no Youtube e TikTok, expressões de diferentes formas de negacionismo científico, ou seja, essas fontes, apesar de poder possuir um certo foco em determinado conteúdo, espalhariam outros tipos de opiniões negacionistas. Portanto, seria observado nessas redes sociais, que há uma associação do negacionismo das mudanças climáticas e o do período da pandemia. 
5 Metodologia
Será feita uma busca no Youtube e no TikTok, de perfis e canais com conteúdo negacionista. Para fazer a busca desses canais e perfis será usado apenas o algoritmo desses aplicativos, por isso, uma conta nova será criada com um novo e-mail para que não haja a possibilidade de interferência desses algoritmos na pesquisa. A partir do login na nova conta será utilizada a ferramenta de pesquisa de ambas as plataformas para procurar conteúdos produzidos relacionados a ideias negacionistas do período da pandemia e da questão das mudanças climáticas. Serão utilizados termos relacionados a assuntos comumente abordados por negacionistas durante o período da pandemia como a questão da vacinação e a das curas milagrosas. 
Os termos utilizados para a pesquisa serão “vacinação na pandemia”, “vacina contra a covid”, “pandemia”, “covid”, “covid-19”, “coronavírus”, “curas para a covid”, “curas para a covid-19", “curas para o coronavírus”, “remédios para o coronavírus”, “remédios para a covid”, “remédios para a covid-19", “tratamento para covid”, “tratamento para o coronavírus” e “tratamento para a covid-19" com relação a questão da pandemia. E os termos “aquecimento global”, “mudanças climáticas”, “nível do mar”, “aumento do nível do mar”, “combustíveis fósseis”, “queima de combustíveis fósseis”, “efeito estufa” e “gases do efeito estufa” para o assunto mudanças climáticas.
Após obter os resultados da busca, serão observados vídeos de canais e perfis não relacionados as mídias de televisão e jornais tradicionais. Aqueles vídeos que tenham um conteúdo negacionista terão seus canais produtores agrupados em uma tabela. A partir disso, no Youtube, será feita uma busca nesses canais tabelados, de vídeos cujos títulos indiquem algo relacionado a conteúdos do outro tipo de negacionismo não abordado na pesquisa. Para o TikTok, não será utilizada a busca por títulos, mas sim o sistema padrão de visualização de conteúdo com a rolagem para cima, pois não há títulos de vídeo explícitos nessa plataforma. No Youtube também serão considerados os “shorts”, nas pesquisas.
Os canais e perfis que contenham ambos os conteúdos serão marcados na tabela. Através disso tudo será obtida uma porcentagem de quantos canais que abordam um assunto também abordam o outro e de quantos não abordam ambos ao mesmo tempo. Será indicado na tabela as plataformas dos canais e perfis. Tudo será organizado em gráficos para facilitar a observação e o entendimento daquilo que foi obtido. Caso seja observado algum tipo de negacionismo diferente dos que estão em foco nesta pesquisa isso também será indicado, porém haverá menor aprofundamento com relação a isso, sem haver assinalação do tipo de assunto abordado pelo canal ou perfil.
Toda a pesquisa será feita nos aplicativos citados por meio de um celular Xiaomi Redmi 9, as tabelas serão feitas na ferramenta Excel em um notebook da fabricante Acer com o sistema operacional Windows, e nesse mesmo notebook será feita toda a pesquisa bibliográfica sobre o tema nos sites de pesquisa google acadêmico e Scielo, assim como a escrita deste trabalho na ferramenta Word. O Excel e o Word são utilizados via Microsoft365, um site que disponibiliza elas de forma gratuita. Os aplicativos utilizados no celular também são gratuitos para download por meio do aplicativo Play Store. As contas criadas para acessar o Youtube e o TikTok serão criadas a partir de e-mails do gmail. Como a pesquisa será feita totalmente de forma digital não haverágastos além de luz e internet.
Referências:
Organização Mundial da Saúde. Pneumonia of unknown cause – China. Genebra, 5 de janeiro de 2020. Disease Outbreak News. Disponível em: <https://www.who.int/emergencies/disease-outbreak-news/item/2020-DON229>. Acesso em: 31 de mar. de 2023.
Organização Mundial da Saúde. Archived: WHO Timeline - COVID-19. Genebra. 27 de abril de 2020. News. Disponível em: <https://www.who.int/news/item/27-04-2020-who-timeline---covid-19>. Acesso em: 31 de mar. de 2023.
CAVALCANTE, João Roberto et al. COVID-19 no Brasil: evolução da epidemia até a semana epidemiológica 20 de 2020. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 29, n. 4, p. e2020376, 2020.
MORENS, David M.; FAUCI, Anthony S. Emerging pandemic diseases: how we got to COVID-19. Cell, v. 182, n. 5, p. 1077-1092, 2020.
CAPONI, Sandra. (2020), “Covid-19 no Brasil: entre o negacionismo e a razão neoliberal”. Estudos Avançados. vol. 34, nº 99: 209-223.
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