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Galactosemia e algumas orientações para crianças na fase escolar. Tutor (a): Cristina Damasceno Alunos (as): Anny Fabrícia Assunção Silva Camila Gabrielle Cardoso Nikely Cristina Oliveira Silva O que é galactosemia? A galactosemia é uma doença metabólica rara, em que o paciente não consegue digerir a galactose, um tipo de açúcar que aparece no organismo como subproduto da digestão da lactose. Já que o corpo não consegue digerir a galactose, altos níveis dessa substância ficam presentes na corrente sanguínea trazendo vários sintomas ao paciente, além de complicações como a catarata, a infertilidade e atrasos no desenvolvimento intelectual. Causa da galactosemia A galactosemia é causada pela falta de uma das enzimas necessárias para metabolizar o açúcar do leite. Na galactosemia tipo 1 a deficiência no metabolismo da galactose ocorre pela deficiência da enzima galactose-1- fosfato-uridiltransferase (GALT). Já na galactosemia tipo 2 a deficiência é na atividade da galactoquinase (GALK), enzima responsável por fosforilar a galactose em galactose-1-fosfato. Quais os sintomas de galactosemia? Os sintomas de galactosemia se apresentam quando o bebê ainda está em suas primeiras semanas de vida. Inicialmente, ele tem uma vida normal, mas após algumas semanas consumindo leite materno, os sintomas começam a surgir. Tipos de Galactosemia: - Galactosemia tipo I: Também conhecida como galactosemia clássica, é a forma mais comum e grave da doença. Os recém-nascidos nascem assintomáticos, porque, durante a gravidez, a gestante é responsável por metabolizar a galactose. Após o nascimento, com a introdução da alimentação láctea, os sintomas começam a aparecer. Os principais sinais e sintomas incluem maior risco de sepse neonatal por E, coli, dificuldades de alimentação, atraso no crescimento, hepatomegalia, icterícia, cirrose, ascite, anemia hemolítica, hipoglicemia, hipotonia, letargia, vômitos, diarreia, dano tubular renal, catarata e disfunções reprodutivas. A galactosemia clássica deve ser suspeitada em todo lactente que apresentar sinais de doença hepática com icterícia, vômitos recorrentes e ganho ponderal deficiente. - Galactosemia tipo II: Tem manifestações clínicas menos graves, com destaque para a catarata de início precoce. Outras alterações são hepatoesplenomegalia, hipoglicemia, hipercolesterolemia, crises convulsivas, microcefalia, surdez e déficit cognitivo. - Galactosemia tipo III: A galactosemia tipo III é a forma de doença mais rara do metabolismo da galactose, com poucos casos publicados na literatura. São descritas duas formas da galactosemia tipo III: 1) a periférica, na qual a atividade da GALE está reduzida apenas nas células sanguíneas e 2) a generalizada, na qual diversos tecidos, como fígado e fibroblastos de pele demonstram redução/ausência de atividade enzimática. Manifesta-se clinicamente com grande variedade de sintomas desde formas leves e oligosintomáticas até formas graves semelhantes a galactosemia tipo I. - Galactosemia tipo IV: As manifestações clínicas são semelhantes a galactosemia tipo II. Até o momento foram relatadas oito crianças afetadas, nenhuma apresentou sintomas gastrointestinais ou disfunção hepática grave. Duas tinham catarata bilateral e todas apresentaram crescimento e desenvolvimento normais. Diagnóstico - TRIAGEM NEONATAL A triagem neonatal para a galactosemia é realizada pela determinação da galactose total em gotas de sangue seco em papel filtro utilizando-se método enzimático-colorimétrico. A Figura 1, a seguir, descreve uma sugestão de protocolo para a investigação laboratorial de casos suspeitos. Neonatos com duas amostras com níveis de galactose total (GalTot) acima de 10 mg/dL ou uma amostra acima de 20 mg/dL devem ser reconvocados para avaliação clínica e investigação bioquímica de colestase e disfunção hepática. Figura 1. Triagem neonatal para galactosemia (Boa Sorte, NCA, 2021). Os sintomas de galactosemia incluem: diarreia; perda de apetite; icterícia, ou pele amarelada; náuseas e vômitos; irritabilidade; letargia (o bebê fica apático, sem a mesma vivacidade e energia que tinha antes); pouco ou nenhum ganho de peso; pouco ou nenhum ganho de altura; hipoglicemia; barriga inchada, com acúmulo de líquidos em seu interior; aumento do tamanho do fígado; convulsões. Ao longo do tempo, se não for tratada, a galactosemia pode fazer com que o paciente desenvolva catarata, impedir o crescimento normal da criança, afetar os ovários, causando infertilidade, e causar deficiência intelectual. Nos casos mais severos, o paciente pode ir a óbito. Como é o tratamento de galactosemia? A principal forma de tratamento da galactosemia é evitar ao máximo o consumo de leites e laticínios e ficar atento a frutas, verduras e vegetais que por ventura tenham a presença de lactose. A dieta de uma pessoa com galactosemia precisa ser bastante restrita, para evitar ao máximo o contato com a galactose e impedir as complicações da doença. Por isso, alguns pacientes podem ter que usar suplementos vitamínicos para repor o cálcio, por exemplo. Por fim, o tratamento da galactosemia também pode envolver a resolução de algumas das complicações da doença, como a cirurgia de catarata ou o tratamento dos ovários. Orientações nutricional O tratamento da galactosemia é feito com dieta especial, sendo restrito a galactose, com a exclusão do consumo de alimentos ricos em galactose, alimentos e preparações não recomendados e controlando a ingestão dos demais alimentos. É importante que haja comunicação com trocas de informações entre escola, família, e profissionais de saúde que acompanham o tratamento da criança. A galactose pode estar presente, ainda em produtos vegetais. Alimentos e preparações não recomendadas: leite materno ( substituído por fórmula infantil específica conforme prescrição). Leite e derivados (leite, iogurte, requeijão, e qualquer produto que contenha leite, bolos, pães, biscoitos). Alimentos restritos: miúdos (fígado, coração e rins) Leguminosas (ervilha, lentilha, e grão de bico). Fermentados de soja (missô, shoyu e bebida fermentada de soja). É recomenda a ingestão de qualquer quantidade e tipo de frutas, vegetais, legumes, produtos á base de soja não fermentados, e alimentos fortificados com caseinato de cálcio ou sódio. Recomenda-se a avaliação anual da ingestão de cálcio e vitamina D por meio dos níveis plasmáticos de 25-OH-D. Deverá ser avaliado pelo médico, caso o paciente tenha algum tipo de restrições específica.