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O simbolismo
Estilo literário, do teatro e das artes plásticas.
Surgiu na França, no final do século XIX.
Oposição ao Realismo e ao Naturalismo.
Simbolismo
“Nomear um objeto é suprimir três quartos do prazer do poema, que é feito da felicidade de adivinhar pouco a pouco; sugeri-lo, eis o sonho, (...) pois deve haver sempre enigma em poesia, e é o objetivo da Literatura – e não há outro – evocar os objetos.” Mallarmé
Antes de qualquer coisa, música
(...)
É preciso também que não vás nunca
Escolher tuas palavras sem ambiguidade:
Nada mais caro que a canção cinzenta
Onde o indeciso se junta ao impreciso.
Paul Verlaine
MONET, C. O Bulevar dos Capuchinhos. 1873-1874. Óleo sobre tela, 79 x 59 cm. Como a literatura, a pintura também passa a retratar paisagens urbanas
Autorretrato de Courbet, produzido aproximadamente em 1843
O Parnasianismo era um movimento literário centrado principalmente na poesia. Já o Simbolismo também tinha suas raízes na literatura, mas seu foco se estendia para além disso, influenciando várias outras formas de arte, como a pintura, a música e até mesmo a arquitetura.
O principal foco do Simbolismo era a expressão de ideias, emoções e conceitos abstratos através de símbolos e metáforas. Os simbolistas acreditavam que a arte deveria ser sugestiva e evocativa, em vez de diretamente descritiva. Eles valorizavam o mundo interior, os sonhos, os mistérios da mente e da alma humana.
Como manifestação estética, o Impressionismo é muito importante, porque marca o afastamento definitivo da arte acadêmica e o início da abstração característica da arte contemporânea.
O que caracteriza a poesia simbolista?
Na França, a poesia da segunda metade do século XIX assumiu duas formas:
O parnasianismo
O simbolismo
Os parnasianos consideravam um poema o fruto de um exaustivo trabalho de sabedoria e perfeição rítmica e musical que pretendia descrever objetivamente a realidade
Da evolução do Parnasianismo surgiu o chamado Simbolismo, que queria fugir da rigidez estética parnasiana em direção a uma poesia mais livre nos temas e na forma
Principais características
Subjetivismo
Interesse pelo particular e individual. 
Realidade focalizada sob o ponto de vista de um único indivíduo.
A visão objetiva da realidade não desperta mais interesse.
É uma poesia que se opõe à poética parnasiana.
Reaproxima-se da estética romântica.
Volta-se para o coração.
Procura o mais profundo do "eu", o inconsciente, o sonho.
Principais características
Musicalidade
Aproximação da poesia com a música. 
A aliteração: consiste na repetição sistemática de um mesmo fonema consonantal.
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. 
A assonância: caracterizada pela repetição de fonemas vocálicos.
Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
De luares, de neves, de neblinas!...
Ó Formas vagas, fluídas, cristalinas...
Incensos dos turíbulos das aras...
CRUZ E SOUSA. Violões que choram.
CRUZ E SOUSA. Antífona.
Principais características
Transcendentalismo
Sugere, através das palavras, sem nomear objetivamente os elementos da realidade. 
Enfatiza o imaginário e a fantasia.
Interpreta a realidade através da intuição e não da razão ou da lógica.
Prefere o vago, o indefinido ou impreciso. Palavras como: névoa, neblina, bruma, vaporosa.
Literatura do simbolismo
Os temas são místicos, espirituais. Abusa-se: 
da sinestesia (sensação produzida pela interpenetração de órgãos sensoriais: "cheiro doce" ou "grito vermelho"), 
das aliterações (repetição de letras ou sílabas numa mesma oração: "Na messe que estremece") e 
das assonâncias (repetição fônica das vogais: repetição da vogal "e" no mesmo exemplo de aliteração) tornando os textos poéticos simbolistas profundamente musicais.
	Subjetivismo	Ênfase na expressão do eu, tentativa de apreensão dos estados da alma
	Pessimismo	Tema da dor da existência, do sofrimento humano e da morte.
	Misticismo e espiritualismo	Disposição para a crença no sobrenatural.
	Expressão vaga de ideias e emoções	Obras marcadas pela imprecisão e pela sugestão.
	Musicalidade	Aproximação entre poesia e música com uso de recursos como aliterações, assonâncias e outras reiterações fonéticas.
PRIMEIRA OBRA SIMBOLISTA
“As Flores do Mal”,
de Charles Baudelaire
Simbolismo no Brasil
Ao contrário do que aconteceu na Europa, onde o Simbolismo se sobrepôs ao Parnasianismo, no Brasil o Simbolismo foi quase inteiramente abafado pelo movimento parnasiano, (que gozou de amplo prestígio entre as camadas cultas até as primeiras décadas do século XX).
Início: 1893 - Publicação das obras MISSAL E BROQUÉIS, de Cruz e Sousa. 
Fim: 1902 - Publicação da obra OS SERTÕES, de Euclides da Cunha. 
Dois grandes poetas destacaram-se dentro do movimento simbolista:
Cruz e Sousa a angústia de sua condição, reflete-se no comentário de Manuel Bandeira: 
“Não há (na literatura brasileira) gritos mais dilacerantes, suspiros mais profundos do que os seus”.
Alphonsus de Guimarães
Cruz e Sousa 
Alphonsus de Guimarães
Cruz e Sousa (1861-1898)
Filho de ex-escravos, foi criado por um Marechal e sua esposa como um filho e teve educação de qualidade. Perseguido a vida inteira por ser negro, culminando com o fato de ter sido proibido de assumir um cargo de juiz só por isso. É ativo na causa abolicionista. Morre jovem de tuberculose, vítima da pobreza e do preconceito. Uma de suas obsessões era cor branca, como mostra a passagem a seguir:
“Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
de luares, de neves, de neblinas!...
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
Incenso dos turíbulos das aras...”
Cruz e Sousa (1861-1898)
É considerado neorromântico simbolista, pois valoriza os impulsos pessoais e sua condição de indivíduo sofredor como fonte de inspiração poética. Suas poesias sempre oferecem dificuldade de leitura. Trata-se de um poeta expressivo, apelidado de “Cisne Negro” ou “Dante Negro".
“Alma! Que tu não chores e não gemas
Teu amor voltou agora.
Ei-lo que chega das mansões extremas,
Lá onde a loucura mora!”
Alphonsus de Guimaraens (1870 -1921) 
Apaixonado desde jovem por uma prima, sofre com a prematura morte da amada e passa por uma crise de doença e boêmia. Forma-se em Direito e Ciências Sociais, colaborando sempre na melhor imprensa paulistana. Fica conhecido como “O Solitário de Mariana”.
São constantes em sua obra a presença constante da morte da mulher amada, os tons fúnebres de cemitérios e enterros, a nostalgia de um medievalismo romântico, além do seu famoso marianismo (culto à Virgem Maria). Sua obra prenuncia o surrealismo 
Alphonsus de Guimaraens (1870 -1921) 
Seus versos tinham musicalidade e sutileza para a atmosfera religiosa que inspiravam, como mostra a passagem a seguir:
"O céu é todo trevas: o vento uiva.
Do relâmpago a cabeleira ruiva
Vem açoitar o rosto meu.
E a catedral ebúrnea do meu sonho
Afunda-se no caos do céu medonho
Como um astro que já morreu.”
REVISÃO
SIMBOLISMO
A linguagem da música
Poetas simbolistas: insatisfeitos com a onda de cientificismo a que estava submetida a sociedade europeia da segunda metade do século XIX;
Representam a reação:
Da intuição x a lógica
Da subjetividade x a objetividade científica
Do misticismo x o materialismo
Da sugestão sensorial x a explicação racional
SIMBOLISTAS
Buscam resgatar certos valores românticos:
Espiritualismo e desejo de transcendência e integração com o universo: místico, o mistério, a morte, a dor existencial
Representam um movimento, uma reação: antimaterialista e antirracional
LINGUAGEM
É capaz de sugerir a retratar a realidade circundante;
Faz uso: símbolos, imagens, metáforas, sinestesias, 	
Isso tudo para exprimir o mundo interior, intuitivo, antilógico, antirracional
CRUZ E SOUZA
Introdutor do simbolismo no Brasil
Missal (prosa) e broquéis (poesia) – 1893
Poesia: características românticas e parnasianas
Gosto pelacor branca e por brilho
Predominância de substantivos
Utilização de letras maiúsculas (para dar valor absoluto a certos termos)
Gosto pelo soneto, vocabulário elaborado, inclinação para a meditação.
Seus versos tinham musicalidade e sutileza para a atmosfera religiosa que inspiravam, como mostra a passagem a seguir:
“O céu é todo trevas: o vento uiva.
Do relâmpago a cabeleira ruiva
Vem açoitar o rosto meu.
E a catedral ebúrnea do meu sonho
Afunda-se no caos do céu medonho
Como um astro que já morreu.”
Esses versos estão descrevendo uma cena de tempestade e escuridão. O céu está completamente escuro, e o vento está uivando, o que dá a sensação de que tudo ao redor é sombrio e assustador. O relâmpago ilumina brevemente o cenário, mostrando uma figura com cabelos ruivos, que parece estar castigando o rosto do narrador com força. A "catedral ebúrnea" mencionada é uma metáfora para os sonhos do narrador, que estão sendo destruídos ou despedaçados pela tempestade e pelo caos do céu. É como se seus sonhos estivessem desaparecendo, assim como uma estrela que já morreu.
POESIA: PLANO TEMÁTICO
A MORTE
A TRANSCENDÊNCIA ESPIRITUAL
INTEGRAÇÃO CÓSMICA
O MISTÉRIO
O SAGRADO
A ANGÚSTIA E A SUBLIMAÇÃO SEXUAL
OBSESSÃO PELA COR BRANCO E POR BRILHO
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