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Educação Inclusiva | Inclusão www.faculdadefocus.com.br | 1 PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO EDUCACIONAL Disciplina Educação Inclusiva Prof.ª Rosângela Bressan Buosi Educação Inclusiva | Inclusão www.faculdadefocus.com.br | 2 A Faculdade Focus se responsabiliza pelos vícios do produto no que concerne à sua edição (apresentação a fim de possibilitar ao consumidor bem manuseá-lo e lê-lo). A instituição, nem os autores, assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas a pessoa ou bens, decorrentes do uso da presente obra. É proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, fotocópia e gravação, sem permissão por escrito do autor e do editor. 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Acesse a barra de marcadores do seu leitor de PDF e navegue de maneira RÁPIDA e DESCOMPLICADA pelo conteúdo. http://www.cenes.com.br/ secretaria@cenes.com.br. http://www.faculdadefocus.com.br/ Educação Inclusiva | Inclusão www.faculdadefocus.com.br | 3 Sumário Sumário ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 1 Inclusão ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 2 Refletindo a história -------------------------------------------------------------------------------------- 5 2.1 Fase da exclusão --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 5 2.2 Fase da segregação ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 7 2.3 Fase da Integração ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 8 2.4 Fase da Inclusão -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 10 2.5 Marcos Históricos ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 11 3 Escola e inclusão ------------------------------------------------------------------------------------------ 17 4 Educação especial ou educação inclusiva? -------------------------------------------------------- 21 5 Objetivos ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 26 6 É correto tratar diferente? ----------------------------------------------------------------------------- 27 7 Filmes para Assistir com a Família ------------------------------------------------------------------- 30 8 Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------------------------ 34 Educação Inclusiva | Inclusão www.faculdadefocus.com.br | 4 1 Inclusão O termo inclusão nunca foi tão utilizado em nossa sociedade como nesse período de transição do século XX para o século XXI. Lembrando que esse termo só existe porque é antônimo de outro - exclusão. A inclusão está respaldada na dialética inclusão/exclusão, com a luta das minorias na defesa de seus direitos. Assim, podemos concluir que para incluir algo ou alguém, este deve antecipadamente estar fora. Exclusão e inclusão caminham de braços dados. Todas as pessoas nascem incluídas em alguns grupos por origem, e ao logo de seu desenvolvimento vai conquistando outros grupos, os sociais. Porém, para ser incluída, para pertencer, a pessoa precisa ser aceita. A escola é um desses grupos, aqui que entra o papel do educador, porque é próprio das espécies não aceitar o desigual. E no caso do ser humano, não é diferente, por isso a escola, além da educação formal, científica, “educa a ação” juntamente com a família. O homem nasce pertencente à raça humana e vai se tornando humanizado a medida que estabelece essas relações sociais, ou seja, vai aprendendo como é o comportamento do ser Humano na convivência com seus pares. E nessa convivência, se não tem contato com pessoas diferentes, se não tem contato com livros e brinquedos que exprimem a diversidade, se os pais ou cuidadores têm comportamento de medo, repulsa ou preconceito ao diferente, com certeza essa criança internalizará essas atitudes. O caminho que leva a criança ao mundo das significações humanas passa pelo “outro”, um mediador entre a criança e o universo cultural e vice-versa (PINO, 2005). Por isso, uma pergunta. Você tem preconceito? Com certeza a grande maioria das pessoas que estão lendo este material vai parar para pensar um pouco e dirão que não. Mas na verdade, todos nós temos preconceitos, eles estão em nosso “DNA cultural”, não temos como fugir deles, uma vez que somos crias de uma sociedade preconceituosa. Aprendemos assim. Esse é nosso modelo de aprendizagem. Então o que fazer? Precisamos “cuidar do nosso preconceito”, quando trago a consciência de que isso faz parte de mim, consigo tratar e cuidar para que esse preconceito fique bem pequeninho, que não cresça e não apareça em minhas ações, principalmente para os mais novos. Só assim, conseguiremos uma geração com postura igualitária. Importante dizer que não precisamos nos sentir culpados por sermos preconceituosos. Temos razões históricas profundas para sermos assim. Educação Inclusiva | Refletindo a história www.faculdadefocus.com.br | 5 2 Refletindo a história Quando falamos em inclusão, não estamos apenas nos referindo a um termo ou um conceito, mas estamos nos referindo a TODOS aqueles que passaram suas vidas, aprisionados em hospícios, exorcizados para se livrar de um “espírito imundo”, fechados em quartos, amarrados em fundos de quintais, e outras atrocidades que muitos de nós testemunhamos ou ouvimos os causos contados em família. Incluir não é compaixão e muito menos um ato de amor, mas é sim um ato legal, de cidadania, de respeito ao ser humano. É reconhecer que uma pessoa é diferente da outra, é aceitar e respeitar as individualidades de cada pessoa. Desde a antiguidade até os dias atuais, todas as culturas, etnias, níveis sociais e econômicos, demonstraram dificuldades em lidar com as diferenças entre as pessoas e de aceitar as deficiências. A Inclusão das pessoas com deficiências é resultado de um longo período histórico da humanidade. Nesse percurso, as pessoas deficientes foram caracterizadas de diferentes formas. Romeu Kazumi SassaKi (l999), delineou quatro fases que marcaram a luta das pessoas com deficiências em busca de seus direitos iguais: Fase da exclusão; Fase da segregação; Fase da Integração e Fase da inclusão. 2.1 Fase da exclusão Para fins didáticos dividiremos esta fase em etapas. Na primeira, falaremos da etapa do extermínio é apenas para marcação de tempo para melhor entendimento, provavelmente esse períodovai desde o início da história dos homens até Século XV. O paradigma da época era a força física. A pessoa com deficiência não tinha direito à vida, eram banidas da sociedade com a morte em função das condições materiais de subsistência dos seres humanos presentes nas formações sociais da época. Na sociedade antiga, o nomadismo era uma realidade, uma pessoa com deficiência dificilmente conseguiria acompanhar o grupo ou ainda fugir dos possíveis ataques de animais ferozes. Essa prática continuou nas antigas sociedades gregas e romanas entre os povos que viveram sob as relações de produção escravista. As práticas de extermínio e abandono de pessoas com deficiência atrelava-se ao fato dessas não atenderem a demanda de trabalho escravo. Ou seja, não eram pessoas produtivas. Conforme a região e o período histórico, recém-nascidos com malformação poderiam ser lançados de um abismo até a morte, abandonados em locais como florestas ou cavernas, exterminados pelo próprio pai, mortos por afogamento, etc. Porém, crianças sobreviventes, ou por terem sido encontradas por aproveitadores, ou outros Educação Inclusiva | Refletindo a história www.faculdadefocus.com.br | 6 acontecimentos e aqueles, que viessem a se tornar deficientes ao longo da vida e lhes fosse permitido viver, incorriam na possibilidade de serem explorados na condição de pedintes de esmola, de escravos sexuais ou de serviçais submetidos a tarefas simples muitas vezes humilhantes. Na Grécia antiga, onde a perfeição do corpo era cultuada, a prática do extermínio ou de ocultarem os deficientes também era praticada. Platão, filósofo grego, nascido no ano 427/428 a.C. relatou em seus escritos: “Quanto aos filhos de sujeitos sem valor e aos que foram mal constituídos de nascença, as autoridades os esconderão, como convém, num lugar secreto que não deve ser divulgado” (A República in MEC/SEESP, 1997, p. 14 ). Sêneca, filósofo e poeta romano nascido no ano 4. a.C. também relata: Nós matamos os cães danados, os touros ferozes e indomáveis, degolamos as ovelhas doentes, com medo que infectem o rebanho, asfixiamos os recém-nascidos mal constituídos; mesmo as crianças, se forem débeis ou anormais, nós a afogamos: não se trata de ódio, mas da razão, que nos convida a separar das partes sãs, aquelas que podem corrompe-las. (Sobre a Ira, I, XV MEC/SEESP. 1997, p. 14). Algumas passagens bíblicas também permitem entender sobre como eram tratadas as pessoas com limitações funcionais e necessidades diferenciadas, com referências ao cego, ao manco e ao leproso – a maioria dos quais sendo pedintes ou rejeitados pela comunidade, seja pelo medo de doença, seja porque se pensava que eram amaldiçoados pelos deuses. Etapa Religiosa, Século XIX e início do Século XX. Esse período foi marcado pelo paradigma religioso. Com o início do Cristianismo na Idade Média houve uma significativa mudança no pensamento dos homens – As pessoas com deficiências ganharam o direito à vida e foram reconhecidas como indivíduos com alma, passando à condição de filhos de Deus. No entanto, esse fato não foi suficiente para melhorar as condições de vida das pessoas deficientes, porque o pensamento da época era que, levavam consigo a marca do pecado e do castigo divino. Os deficientes, em muitas situações, segundo Pessotti (1984), foram considerados como seres demoníacos. Martinho Lutero defendia que deficientes mentais eram seres diabólicos e mereciam castigos para ser purificados. Esses castigos aplicados, quase sempre, com muito rigor, chegavam às vias da tortura, culminando em muitos casos, com a morte e quando isso ocorria, justificavam dizendo que o fato ocorreu porque “Deus quis assim”. Santo Agostinho (354-430 d.C.) atribuía à deficiência mental a culpa, punição e expiação dos antepassados pelos pecados cometidos. A respeito das crianças com deficiência, Educação Inclusiva | Refletindo a história www.faculdadefocus.com.br | 7 expressava: “São às vezes tão repelentes que não têm mais espíritos do que o gado” (MEC/SEESP, 1997, p. 15). Mais tarde, São Tomás de Aquino, propõe outras explicações para a deficiência: “...é uma espécie de demência natural, não é absolutamente um pecado” (MEC/SEESP, 1997, p. 16). Nesse cenário, a concepção de deficiência era relegada a superstição que ora era entendida como divina e em outro momento como castigo de Deus ou possessão demoníaca. Pessotti (1984), afirma que em função disso, muitos foram condenados e até queimados nas fogueiras da Santa Inquisição, acusados de bruxaria. A perseguição às pessoas com deficiências fez com que muitos vivessem escondidos ou fossem abandonados por suas famílias. Com isso a pessoa com deficiência passou a ser acolhida em alguns conventos ou igrejas, onde ganhavam a sobrevivência, em troca de pequenos serviços à instituição. 2.2 Fase da segregação Etapa da Doença – final do século XIX e início do século XX. O paradigma Médico marcou a época. Nesse período a pessoa com deficiência precisava ser mantida e cuidada – ficavam dependentes da compaixão e caridade das pessoas. No entanto, a relação com elas foi marcada pela segregação, influenciada ainda pela concepção cristã que reafirma a contradição castigo/caridade. Os deficientes foram segregados em asilos e hospitais psiquiátricos desde o século XVII até o início do século XX. Isso propiciou que aos poucos, a comunidade médica voltasse seu olhar para essas pessoas. A deficiência passou a ser entendida como uma doença passível de tratamento médico e possível cura. O deficiente deixou de ser um peso, como na fase do extermínio; um ser divino, demoníaco ou passível de compaixão, como na fase religiosa e passa a ser agora entendido como um doente. Esta visão organicista e determinista não considerava o potencial das pessoas deficientes não lhes oferecendo atendimento educacional e as instituições que os atendiam se preocupavam apenas com o básico, comida e abrigo. Durante o século XIX algumas teorias médicas defenderam que a deficiência mental estava associada a doenças endêmicas que poderiam ser contagiosas. Segundo Mazzota (2005), no início do século XX foram publicados aqui no Brasil os primeiros trabalhos científicos e técnicos sobre as deficiências: “Da educação e tratamento médico-pedagógico dos idiotas”; “A educação da infância anormal da inteligência no Brasil”; “Infância retardatária”. Pelo título dos trabalhos podemos concluir que o pensamento dos pesquisadores da época não acreditava na educação das pessoas deficientes. No início do século XX começa os estudos sobre o grau do comprometimento mental das pessoas, com isso, Binet- Educação Inclusiva | Refletindo a história www.faculdadefocus.com.br | 8 Simon, propõe uma série de questões sob a forma de teste para a detecção e mensuração do grau de comprometimento mental dos deficientes – o teste de QI (quociente intelectual). Esse teste foi muito utilizado, mas passou a ser questionado a partir de 1970, no entanto é um teste ainda utilizado nas avaliações psicoeducacionais. 2.3 Fase da Integração Por volta do final do século XX, começa uma nova etapa, a assistencialista em que predominava o paradigma da caridade e mesmo com toda a evolução alcançada, o século XX chegou, trazendo muitos preconceitos e mitos sobre a pessoa com deficiência e ainda considerando-a um fardo pesado para a sociedade. No entanto, as pessoas com deficiência passaram a ser vistas como cidadãos, com direitos e deveres de participação na sociedade, mas sob uma ótica assistencial e caritativa. A primeira diretriz política dessa nova visão aparece em 1948 com a Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito e fraternidade” (Art. 1º.) Nesse período histórico, por absoluta impossibilidadede acesso às escolas comuns para com as crianças e jovens com deficiências suas famílias buscaram meios de criar escolas especiais. Essa etapa histórica é conhecida também como etapa da segregação institucional. Escolas, Hospitais e Residências clínicas eram utilizados como locais de educação especial. No Brasil, foi criado em Porto Alegre, 1926, o Instituto Pestalozzi para atendimento a deficientes intelectuais. E no Rio de Janeiro em 1954, foi fundada a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE que logo ganhou espaços por todo o Brasil. Essas escolas ofereciam o atendimento fonoaudiológico, fisioterápico, psicológico e educacional, também trabalhavam a preparação para o trabalho direcionado ao treino de atividades manuais: carpintaria, jardinagem, entre outros. Tal iniciativa fez a sociedade acreditar que os deficientes estavam tendo uma formação profissional e que os produtos produzidos, dentro dessas instituições, pudessem ser aproveitados no mercado de trabalho da época. Essas instituições eram mantidas com doações da comunidade e com promoções realizadas pelas associações mantenedoras dessas instituições. Os alunos, apesar de estarem recebendo um atendimento especializado, ficavam segregados em suas Educação Inclusiva | Refletindo a história www.faculdadefocus.com.br | 9 escolas, ou seja, separados da sociedade, que manifestava o sentimento de piedade e se sentia no dever de fazer caridade, ajudando essas instituições. Nas décadas de 50-60, pais e parentes movimentam-se e organizavam grupos reivindicatórios levantaram as primeiras bandeiras de crítica à segregação. Teóricos defenderam a adequação do deficiente à sociedade possibilitando sua integração social. A Educação Especial no Brasil veio aparecer pela primeira vez na Lei de Diretrizes e Bases, LDB 4024/1961. A lei aponta que a “educação dos excepcionais” deve no que for possível, enquadrar-se no sistema geral de educação. Ou seja, as pessoas com deficiência tiveram um espaço para estudar no ensino regular comum. Mas isso só ficou na lei. Na grande maioria das escolas, a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular, só veio a se consolidar com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDBEN - Lei 9394/96. O final da década de 90 foi marcado pela etapa da Integração, no entanto o paradigma ainda é discriminatório. As crianças e jovens considerados mais aptos eram encaminhados às escolas comuns para as classes especiais, no entanto ainda ficavam segregadas na própria sala, eram rotuladas e não interagiam com os demais alunos da escola. Os alunos dessa sala se recusavam a ir para a escola, porque eram submetidos a bullying quando saiam para o pátio nos intervalos. Interessante e triste é que até o professor da classe especial era, em muitos casos, discriminado dentro do ambiente escolar. Em relação à educação dispensada aos alunos com necessidades educacionais especiais, na fase de integração duas formas de atendimento coexistem: classes especiais para atender os menos prejudicados e escolas especiais para atender casos considerados de maior gravidade. Mas, foi um movimento unilateral, porque a integração pouco exige da sociedade em modificar atitudes, espaços físicos ou práticas sociais. Com a integração pretendia-se que os alunos com necessidades especiais alcançassem um nível educacional pré-estabelecido, antes de frequentar a educação comum, razão porque, afirma Mazzotta (2005), as classes especiais existentes no interior das escolas regulares, foram se tornando verdadeiros depósitos de todos aqueles que por uma razão ou outra não se enquadravam no sistema escolar Educação Inclusiva | Refletindo a história www.faculdadefocus.com.br | 10 revelando, em seu funcionamento, aspectos negativos, como o de terem se transformado em espaços de discriminação sócio educacional. 2.4 Fase da Inclusão E por fim, vive-se a Fase da Inclusão em que apesar de ter muita divergência na literatura sobre a definição do temo, podemos dizer que estamos vivendo a etapa inclusiva, em que o paradigma do momento é o multiculturalismo e respeito à diversidade. A década de 90 foi decisiva para a inclusão. Foi nessa década que aconteceram várias conferências internacionais e também a conclusão e publicação de documentos nacionais que foram decisivos no processo de inclusão. Dentre as conferências e documentos mencionados podemos citar: a Declaração de Jontien (1990), em que os países afirmam que “a educação é um direito de todos, mulheres e homens, de todas as idades, no mundo inteiro”. A Declaração de Salamanca (1994), que dá as novas diretrizes para a Educação Especial. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990); que promulga que “a criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes a pessoa humana...”; A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 9394/96; no seu art. 4º que é dever do estado oferecer “atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino; e a Política Nacional para integração da pessoa portadora de deficiência – Decreto nº 3.298/1999 que assegura entre outros, o seguinte princípio: “desenvolvimento de ação conjunta do Estado e da sociedade civil, de modo a assegurar a plena integração da pessoa portadora de deficiência no contexto socioeconômico e cultural”. Com essas e outras ações, a pessoa com necessidades educativas específicas começa a garantir seus direitos como cidadão, de ter acesso a todos os bens culturais e científicos no mesmo espaço de todos os outros cidadãos do país. Hoje a inclusão é uma realidade. As escolas e a sociedade civil tiveram que se adequar tanto nos espaços físicos como materiais e na organização para garantir acessibilidade a TODAS as pessoas. As escolas tiveram ainda que capacitar profissionais para o atendimento às necessidades educativas especiais. As Universidades por sua vez, precisaram incluir em seus currículos de licenciaturas a disciplina de Educação Especial a fim de preparar os futuros professores para trabalhar com os alunos com necessidades educativas especiais, bem como discutir questões sobre acessibilidade e o respeito às diferenças. Educação Inclusiva | Refletindo a história www.faculdadefocus.com.br | 11 Como podemos constatar a culpa pela não aceitação das pessoas com deficiências é social e histórica, mas isso não pode servir de justificativa para as pessoas, principalmente educadores continuarem a praticar, mesmo que de forma mais branda, essa parte desprezível da história da humanidade. 2.5 Marcos Históricos O atendimento institucionalizado da pessoa com deficiência teve início entre o final do Século XVIII e Século XIX. O atendimento especializado embora para uma minoria foi marcado por importantes períodos no desenvolvimento de práticas escolares. Aqui apresentamos em forma de linha do tempo o percurso histórico da época mais recente da Educação Especial até os dias atuais, conforme relatado na Política Nacional de Educação Especial (2020). 1771 – Foi fundado o Instituto Nacional de Jovens Surdos de Paris pelo francês Abade Charles Michel de l’Epée. 1784 – Foi criado em Paris o Instituto Real dos Jovens Cegos, a primeira instituição no mundo totalmente dedicada à educação de cegos. 1809 – Nasceu Louis Braille, numa pequena cidade perto de Paris, filho de um artesão que produzia artefatos de couro. Com 3 anos de idade, Louis Braille sofreu um acidente cujas consequências o deixaram totalmente cego. 1822 – Nasceu em Paris, E. Huet. Já na adolescência, Huet falava Português e Alemão, além do Francês. Com 22 anos Huet ficou surdo, em consequência de sarampo. 1834 – Nasceu, no Rio de Janeiro, José Álvares de Azevedo, filho de uma abastada família que não mediu esforçospara dar a melhor educação possível ao filho, cego de nascença. 1837 – Louis Braille inventou o sistema conhecido pelo seu nome – Sistema Braille. 1845 – José Álvares de Azevedo foi levado à França para estudar no Instituto Real dos Jovens Cegos de Paris. O menino brasileiro estudou nesse instituto em regime de internato e obtve o grau máximo em todas as disciplinas. 1850 – José Álvares de Azevedo retornou ao Brasil com o ideal de disseminar o sistema Braille a todos os cegos, possibilitando a todos o acesso ao conhecimento por meio da leitura e escrita. Com apenas 16 anos de idade, o jovem tornou-se o primeiro professor especializado no ensino de cegos no Brasil e passou a ministrar palestras Educação Inclusiva | Refletindo a história www.faculdadefocus.com.br | 12 em todos os lugares possíveis, incluindo os salões da Corte Imperial. Uma de suas alunas cegas foi o elo para que o jovem professor conseguisse uma audiência com o Imperador e o convencesse de que o Braille era a forma de acabar com a analfabetismo entre os cegos no Brasil. 1854 – Foi criado, no Brasil, o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, com o apoio do Imperador Dom Pedro II, sob inspiração do jovem professor cego José Álvares de Azevedo, falecido seis meses antes, vítima de tuberculose, aos 20 anos de idade. O Imperial Instituto de Meninos Cegos é atualmente o Instituto Benjamin Constant – IBC. 1857 – Foi fundado o Imperial Instituto de Surdos-Mudos. No mesmo ano, E. Huet apresentou a um grupo de pessoas, na presença do imperador Dom Pedro II, os resultados de seu trabalho, causando boa impressão. Nessa escola surgiu, da mistura da língua de sinais francesa com os sistemas já usados pelos surdos de várias regiões do Brasil, a Libras (Língua de Sinais Brasileira). 1874 - teve início a assistência aos deficientes mentais, no Hospital Estadual de Salvador, hoje denominado de Hospital Juliano Moreira. 1932 – Foi criada a Sociedade Pestalozzi, por Helena Antipoff. 1948 – Foi assinada a Declaração Universal dos Direitos Humanos na III Assembleia Geral das Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948, assinada pelo Brasil na mesma data. 1954 – Surgiu a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE. 1954 – Foi inaugurada a Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação – ABBR. 1957 – O “Imperial Instituto dos Surdos-Mudos” passou a se chamar “Instituto Nacional de Educação dos Surdos” – INES. Nessa época, foi oficialmente proibida a língua de sinais nas salas de aula, mas, mesmo com a proibição os alunos surdos continuaram a usar a língua de sinais nos corredores e nos pátios da escola. 1957 – Foi instituída a Campanha para a Educação do Surdo Brasileiro (Decreto nº 42.728, de 3 de dezembro de 1957). 1958 – Foi instituída a Campanha Nacional de Educação e Reabilitação dos Deficitários Visuais (Decreto nº 44.236, de 1º de agosto de 1958). 1960 – Foi instituída a Campanha Nacional de Educação e Reabilitação de Deficientes Mentais (Decreto nº 48.961, de 22 de setembro de 1960). Educação Inclusiva | Refletindo a história www.faculdadefocus.com.br | 13 1961 – Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB, arts. 8º e 9º tratavam da educação dos “excepcionais”. 1962 – Foram oficializadas as convenções Braille para o uso na escrita e na leitura dos cegos e o Código de Contrações e Abreviaturas Braille (Lei nº 4.169, de 4 de dezembro de 1962). 1962 – Foi criada a Federação Nacional das APAEs. 1970 – Foi criada a Federação Nacional das Sociedades Pestalozzi – Fenasp. 1973 – Foi criado, no MEC, o Centro Nacional de Educação Especial – Cenesp, com a finalidade de promover, em todo o território nacional, a expansão e a melhoria do atendimento aos excepcionais. (Decreto nº 72.425, de 3 de julho de 1973). 1977 – Nasceu a Federação Nacional de Educação e Integração dos Deficientes Auditivos – Feneida, composta apenas por pessoas ouvintes. 1981 – Fundada a Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos – Andef. 1983 – Foi criada a Associação de Amigos do Autista – AMA. 1984 – Foi criada a Organização Nacional de Entidades de Deficientes Físicos –Onedef. 1988 – Foi criada a Associação Brasileira de Autismo – Abra. 1986 – O Centro Nacional de Educação Especial – Cenesp foi transformado na Secretaria de Educação Especial – Sespe, como órgão central de direção superior do Ministério da Educação. (Decreto nº 93.613, de 21 de novembro de 1986). 1986 – Foi criada a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação – Undime. 1986 – Foi criado o Conselho Nacional dos Secretários de Educação – Consed. 1987 – Foi fundada a Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos – Feneis. 1989 – Foi criada a Coordenadoria Nacional para a Pessoa Portadora de Deficiência – Corde, órgão autônomo do Ministério da Ação Social (Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989). 1989 – A Convenção sobre os Direitos da Criança é adotada pela ONU. Foi ratificada pelo Brasil em 1990. Educação Inclusiva | Refletindo a história www.faculdadefocus.com.br | 14 1990 – A SESPE foi extinta e a responsabilidade pela Educação Especial passou para a Secretaria Nacional de Educação Básica – SENEB, que criou o Departamento de Educação Supletiva e Especializada (Decreto nº 99.678, de 8 de novembro de 1990). 1992 – A educação especial voltou a ser representada por uma secretaria específica: ressurgiu a Secretaria de Educação Especial, recebendo a sigla Seesp. 1992 – Foi criada a União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação – UNCME. 1994 – Foi instituída a primeira Política Nacional de Educação Especial, pela Seesp/MEC. 1994 – Foi criada a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down. 1994 – Foi publicada a “Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades Educativas Especiais”, resultado da “Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais: Acesso e Qualidade”, realizada na Espanha (ONU), da qual o Brasil foi signatário. 1995 – Foi instituído pela Lei nº 9.131, de 25 de novembro de 1995, o Conselho Nacional de Educação – CNE. 1995 – Foi criado o Comitê Paralímpico Brasileiro – CPB. 1999 – Foi instituído o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, por meio do Decreto nº 3.076, de 1º de junho de 1999. 1999 – Elaboração do documento “A educação que nós surdos queremos”, feito pela comunidade surda a partir do Pré-Congresso ao V Congresso Latino Americano de Educação Bilíngue para Surdos, realizado em Porto Alegre/RS. 2001 – A Convenção da Organização dos Estados Americanos promulgou a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. O Brasil a ratificou por meio do Decreto nº 3.956, de 8 de outubro de 2001. 2003 – Foram criados os de Centros de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez – CAS. 2003 – Foi criado o Conselho Brasileiro para Superdotação – ConBraSD. 2004 – Foram criados os Centros de Apoio para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual – CAPs e Núcleos de Apoio e Produção Braille – NAPPB. Educação Inclusiva | Refletindo a história www.faculdadefocus.com.br | 15 2004 – Foi criado o Programa Incluir, para promover a acessibilidade na educação superior. A partir de 2012, essa ação foi universalizada atendendo todas as Instituições Federais de Ensino Superior – IFES. 2004 – Foi criada a Secretaria de Educação a Distância, Alfabetização e Diversidade – Secad/MEC (Decreto nº 5.159, de 28 de julho de 2004). 2005 – Foram criados os Núcleos de Atividades para Altas Habilidades/Superdotação – NAAH/S. 2006 – Início do primeiro Curso de Graduação em Letras Libras, Licenciatura, pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. 2006 – Instituído o Prolibras – Exame Nacional de Certificação de Proficiênciaem Língua Brasileira de Sinais – Libras e Exame Nacional de Certificação de Proficiência em Tradução e Interpretação da Libras/Língua Portuguesa. 2008 – Foi divulgada a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. 2008 – Foi criada a Organização Nacional de Cegos do Brasil – ONCB. 2008 – Foi criada a Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais 2011 – Foi alterada a estrutura organizacional do MEC, sendo acrescentada a palavra Inclusão, criando, portanto, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão – Secadi. (Decreto nº 7.480, de 16 de maio de 2011). 2014 – A Fenasp mudou para Federação Nacional das Associações Pestalozzi – FenaPestalozzi. 2016 – Foi fundado o Comitê Brasileiro de Organizações Representativas das Pessoas com Deficiência – CRPD. 2017 – Foi homologada a Base Nacional Comum Curricular – BNCC, pelo Ministro da Educação Mendonça Filho, em 20 de dezembro de 2017. Em 14 de dezembro de 2018, o Ministro da Educação, Rossieli Soares, homologou o documento da Base Nacional Comum Curricular para a etapa do ensino médio. 2019 – Foi criada a Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação – Semesp, consequentemente extinguindo a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão – Secadi. A Semesp é composta da Diretoria de Acessibilidade, Mobilidade, Inclusão e Apoio a Pessoas com Deficiência; da Diretoria de Políticas de Educação Inclusiva | Refletindo a história www.faculdadefocus.com.br | 16 Educação Bilíngue de Surdos; e da Diretoria de Políticas para Modalidades Especializadas de Educação e Tradições Culturais Brasileiras (Decreto nº 9.465, de 2 de janeiro de 2019). As competências foram redefinidas pelo Decreto nº 10.195, de 30 de dezembro de 2019. 2020 – A Diretoria de Acessibilidade, Mobilidade, Inclusão e Apoio a Pessoas com Deficiência passa a ser denominada Diretoria de Educação Especial – DEE (Decreto nº 10.195, de 30 de dezembro de 2019). 2020 – Assinatura do Decreto 10.502, de 30 de Setembro de 2020, que institui a Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da vida. Analisando o percurso histórico, confirmamos que assim como na Europa, as primeiras instituições criadas no Brasil destinaram-se para o atendimento das pessoas surdas e cegas. Mazzota (2005) relata que em 1872, com a população de 15.848 cegos e 11.595 surdos, os institutos dos Meninos Cegos e dos Surdos Mudos, atendiam apenas 35 cegos e 17 surdos. Em 1874 teve início a assistência aos deficientes mentais. Mazzota (2005) Relata ainda que em todo território nacional, até 1950, existiam quarenta estabelecimentos públicos de ensino regular que prestavam algum tipo de atendimento escolar especial a deficientes mentais e quatorze estabelecimentos de ensino regular, dos quais um federal, nove estaduais e quatro particulares, atendiam também alunos com outras deficiências. Pode se confirmar na literatura que em resposta a necessidade do atendimento as pessoas com necessidades especiais e a falta de iniciativa do Estado, a sociedade se organizou, surgindo no Brasil algumas instituições que cumpriram o papel do Estado, atendendo as pessoas com deficiências. Essas instituições se proliferaram no país, após a Constituição de 1946, que passou a reconhecer a educação como direito universal. Lei que o Estado não cumpria, pois não oferecia atendimento às pessoas com deficiência. As instituições, que tinham caráter assistencialista, ofereciam às pessoas com deficiências a possibilidade de aprender algum tipo de ofício e a de comercialização de seus produtos. Educação Inclusiva | Escola e inclusão www.faculdadefocus.com.br | 17 Constatamos com o quadro histórico que as iniciativas voltadas para a educação especial, tanto em nível federal como mundial, começaram a tomar corpo a partir da década de 1980 e foram se estruturando na década de 90. No entanto ainda estamos em meio ao processo de construção de um atendimento inclusivo digno e eficaz para todas as pessoas deficientes. 3 Escola e inclusão A escola exerce um papel fundamental no processo de inclusão. Em 1994, a Declaração de Salamanca direcionou ações para a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular. Com isso, o movimento pela inclusão cresceu e se consolidou ao longo do século XX, buscando garantir processos educacionais democráticos e inclusivos, preocupados em garantir direitos iguais a todos os cidadãos, independentemente de suas características individuais. No meio educacional, a inclusão é entendida como a construção de novas formas de trabalhar cooperativamente a partir das singularidades dos sujeitos. É um processo em construção de diálogo e aprendizagem para todos. No processo de inclusão buscou-se a adaptação dos ambientes físicos e procedimentos educativos, para atender as necessidades físicas e educacionais de todos os alunos. Mas esse processo foi um dilema da educação na década de 90 que se prolongou para a primeira década de 2000. Os questionamentos que permeavam todo contexto educacional foram em como fazer todas essas mudanças? Prédios escolares antigos, construídos em uma época que não se cogitava a possibilidade de pessoas com locomoção limitada, cegos e com outras deficiências estarem naquele ambiente. Por outro lado, o que fazer com alunos deficientes, uma vez que muitos precisariam de auxílio para se alimentar, para banheiro, para se locomover? E quanto aos conteúdos escolares? Como ensinar pessoas que não conseguiam escrever, pessoas com déficit intelectual, pessoas com autismo e outros transtornos? Sem falar naquele grupo de professores que diziam ter medo e que não iriam atender esses alunos de maneira alguma. Uma fala constante era que não recebiam por esse trabalho, que tinham feito concurso para essa ou aquela disciplina do ensino regular. Importante dizer que na época os professores estaduais e municipais que prestavam serviço nas escolas especializadas, recebiam um abono de 50% a mais no salário. Era um incentivo, porque eram poucos os professores que se dispunham a fazer um curso, Educação Inclusiva | Escola e inclusão www.faculdadefocus.com.br | 18 em nível secundário (porque os de especialização ainda eram raros), com carga horária girando em torno de 900h/a, para atender “alunos excepcionais”. Denominação dada às pessoas deficientes no final do século XX com o intuito de minimizar o peso das designações que esse público recebeu ao longo da história como: débeis mentais, idiotas, aleijados, entre outras nomenclaturas carregadas de preconceitos e interiorização do ser. Hoje, esse incentivo foi cortado. O tema passou a ser uma constante nos cursos de capacitação de professores, nas discussões de especialistas e pesquisadores. Entre 1999 e 2001 quase todas as universidades já tinham as disciplinas de “Educação Especial e Integração Social” em seus cursos de graduação. Com o tempo o nome da disciplina em algumas instituições trocou o termo integração para inclusão. As escolas do ensino regular começaram a princípio a construção de rampas, no entanto, as rampas eram inacessíveis, uma pessoa cadeirante, nunca conseguiria se locomover sozinha em uma rampa tão íngreme e estreita. Em muitos casos, mesmo com a ajuda de outra pessoa a acessibilidade era difícil e até impossível. Com o passar dos anos, os professores foram se adaptando a nova realidade e hoje a inclusão é um fato real. A discussão hoje gira em torno do que fazer para que esse público seja bem atendido, qual a melhor metodologia para que aprendam os conteúdos básicos do currículo escolar. A inclusão educacional reconhece que a convivência e a aprendizagem em grupo é a melhor maneira de beneficiar a Todos. Sanches Palomino & Torres Gonzáles (1998),citados por Monroy (2003), afirmam que a visão geral da inclusão escolar é que todas as crianças sejam atendidas em escolas comuns, em classes comuns, com parceiros da mesma idade. Por outro lado, há autores que são contrários a inclusão total no contexto da sala de aula convencional. Podemos afirmar que há um embate de ideias, concepções e práticas no âmbito mundial e não apenas no Brasil. De um lado, estão os defensores da educação especial e, de outro, os defensores da educação inclusiva. Educação Inclusiva | Escola e inclusão www.faculdadefocus.com.br | 19 Entendendo nesse contexto como Educação Inclusiva àquela que inclui todos os alunos no ensino regular independentemente de seu grau de comprometimento e/ou limitações. E Educação Especial àquela que inclui os estudantes no ensino regular comum, mas abrem espaços para atendimento em outras instituições, como exemplo Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE , Sociedade Pestalozzi, Centros de Atendimento ao Deficiente Visual , Associações e ou Centros de Atendimento ao aluno surdo, entre outras. Os defensores da Educação Especial afirmam que existe uma parcela desses estudantes necessitados de um atendimento direcionado às suas dificuldades e que em sala de aula, o professor do ensino comum, por mais conhecimento científicos que possua, nunca poderá oferecer um atendimento com a mesma qualidade do professor especializado. A Política Nacional de Educação Especial, Equitativa, inclusiva e com aprendizado ao longo da vida PNEE (2020), citam os pesquisadores KAUFFMAN; BADAR, (2014) em que apontam para a necessidade de instrução individualizada, focada, intensiva, persistente e especializada; instrução essa que apenas um professor capacitado pode prover. No entanto, entendemos que uma vertente complementa a outra e que todas as situações individuais devam ser respeitadas. Lembrando que a partir da Declaração de Salamanca em 1994, todos os países signatários tiveram que adaptar ou refazer seus documentos de maneira a atender todas as pessoas com deficiências no espaço escolar comum. A princípio o entendimento foi TODOS, independente do grau de comprometimento, deveriam ir para o ensino regular comum, os professores deveriam ser capacitados. As universidades, como já mencionado neste material, adicionaram em seus currículos de licenciatura as disciplinas de Educação Especial e Libras. Entra em cena a Educação em Serviço ou Educação Continuada para Professores. Todas as mantenedoras de ensino público ou privado incluíram nos estudos dos educadores temas sobre inclusão e educação especial. Aumentam nesse interim os cursos de especialização em Educação Especial. Sendo um entre dois cursos de especialização que dá direito a concurso. (o outro é o de Ensino Religioso). No Brasil, desde o início do ano 2007 começou um embate entre as instituições e associações que ofereciam Educação Especializada contra o entendimento da LDBEN Educação Inclusiva | Escola e inclusão www.faculdadefocus.com.br | 20 9394/96, Artigo 58, pelo MEC. Isso fez com que um grupo de trabalho nomeado pela Portaria Ministerial n. 555, de 5 de junho de 2007, prorrogada pela Portaria n. 948, de 9 de outubro de 2007, propunha o fim das Escolas Especiais, alegando basicamente a educação inclusiva, até cortando as verbas que eram destinada as mesmas. Verbas essas, que apenas complementavam a manutenção dessas instituições, uma vez que sempre foram mantidas, com recursos de doações da comunidade e promoções realizadas pelas próprias instituições. A questão foi discutida em todo território nacional resultando em ganho para as escolas especializadas. A defesa dessas instituições se apegou ao texto da lei onde diz “preferencialmente na rede regular de ensino”. Ou seja, o atendimento educacional deve ser preferencialmente na escola regular inclusiva – o que não significa exclusivamente lá. O adjetivo “regular”, conforme consta na LDB, é sinônimo de “comum” ou “convencional”, em contraste com “especial” ou “especializada”. Neste Documento, os três primeiros termos são utilizados sempre com o mesmo significado. O uso do termo “regular” pode gerar confusão, visto que as escolas especializadas também fazem parte da rede regular de ensino. Ou seja, escolas especializadas não são irregulares e todas as escolas, sejam comuns, sejam especializadas, devem ser inclusivas (PNEE, 2020). Hoje instituições de atendimento especializado, são escolas educacionais especiais e atendem bebês para estimulação precoce, educação infantil, ensino fundamental regular, ensino médio e Educação de Jovens e Adultos. As pessoas são livres para matricularem seus filhos na escola de sua preferência seja ela especializada ou regular comum, ou ainda matricular seu filho na escola regular comum e em contraturno receber o atendimento em uma escola especializada. Ou seja, a população brasileira pode aproveitar o que existe de melhor nas duas possibilidades de atendimento, e decidir sobre quais direitos priorizar. E como bem diz a Profa. Maria Teresa Mantoan, “resistimos à inclusão escolar porque ela nos faz lembrar que temos uma dívida a saldar em relação aos alunos que excluímos, por motivos muitas vezes banais e inconsistentes, apoiados por uma organização pedagógica escolar que se destina a alunos ideais, padronizados por uma Educação Inclusiva | Educação especial ou educação inclusiva? www.faculdadefocus.com.br | 21 concepção de normalidade e de deficiência arbitrariamente definida” (MANTOAN, 2003, p.28) Inclusão trata dos afetos e das atitudes. Está no território da aceitação, do que é considerado “diferente”. Inclusão e diversidade remetem à imediatez, à proximidade. Tratam da convivência entre grupos humanos com diferentes histórias, diferentes, infâncias, trajetórias, culturas e linguagens. Esta convivência é fundamental no que diz respeito à identidade: a constituição da pessoa invariavelmente baseia-a na convivência e no contraste com os outros. 4 Educação especial ou educação inclusiva? Um tema muito discutido por pesquisadores fica em torno das nomenclaturas Educação Especial/Educação Inclusiva e do que cada uma delas se refere. No entanto, toda educação escolar é inclusiva seja ela especial ou não. De uma forma ou de outra todo aluno é incluído em um sistema educacional de ensino. E a toda prática inclusiva, deve ser dedicada uma atenção especial, principalmente aos alunos com necessidades educacionais específicas. Mas para elucidar o tema, a Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida (2020), defende que não pode haver contradição entre educação especial e educação inclusiva. Uma vez que os dois termos, parece já pertencer ao atendimento educacional especializado. Segundo PNEE (2020) pesquisadores afirmam que o termo “inclusão” é utilizado em tantas formas diferentes que pode significar coisas totalmente diferentes para diferentes pessoas, de tal maneira que a menos que o conceito seja claramente definido, torna-se sem sentido. Como por exemplo, a defesa da inclusão total no contexto da sala de aula do ensino regular, mesmo se o estudante não seja beneficiado com essa ação. Na prática acaba sendo uma exclusão quando este sair da escola, porque provavelmente não vai ter as habilidades necessárias para sua autonomia de vida diária e/ou profissional. “A partir dessa análise, é imprescindível considerar que a inclusão na vida cultural, acadêmica, Educação Inclusiva | Educação especial ou educação inclusiva? www.faculdadefocus.com.br | 22 profissional e política, para muitos será possível apenas se ao educando for garantido o direito de ter atendimento educacional especializado no período em que este atendimento é requerido em função de suas demandas específicas. Os primeiros anos de vida são cruciaispara o desenvolvimento neural, e, para algumas crianças, o atendimento precoce em classe ou escola especializada pode favorecer o sucesso no processo de inclusão nos anos seguintes e essa oportunidade pode ser perdida se for enfatizada apenas a inclusão na sala de aula comum desde o início da escolarização da criança”. (BRASIL PNEE, 2020, p. 16) Cabe aqui uma reflexão sobre qual tipo de inclusão um estudante ou sua família desejam e qual tipo de inclusão a escola pode garantir Estar incluído numa sala comum inclusiva sem ter as condições de acompanhar o currículo pode representar uma forma de exclusão, seja no próprio contexto de escolarização, seja mais tarde, ao longo da existência. A inclusão radical torna-se prejudicial especialmente para os indivíduos com graus mais severos de impedimentos de longo prazo de natureza intelectual, isso porque eles continuam a vivenciar experiências segregadoras no processo educacional. ”. (BRASIL PNEE, 2020, p. 17) O documento do Programa Nacional de Educação Especial: BRASIL, PNEE, SEEP, (2020, p17) faz um quadro comparativo em que demonstra a divergência entre as abordagens. DEFENSORES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL DEFENSORES DA INCLUSÃO TOTAL Defendem a colocação da ampla maioria de educandos como membros de uma classe comum, mas deixam abertas as oportunidades para esses sejam ensinados em outros ambientes na escola e na comunidade. Advogam a colocação de todos os estudantes, independentemente do grau e tipo de impedimento de longa duração de qualquer natureza, na classe comum em todos os níveis da educação. Defendem que a retirada da criança da classe comum seria possível nos casos em que seus planos de ensino individualizados previssem que seria improvável derivar benefícios Insistem na igualdade de atendimento para todos, ainda que acatem alguma prestação de serviços de apoio de ensino especial no contraturno. Educação Inclusiva | Educação especial ou educação inclusiva? www.faculdadefocus.com.br | 23 educacionais da participação exclusiva na classe comum. Entendem que o objetivo principal da escola é auxiliar o educando a dominar habilidades e conhecimentos necessários para a vida futura, tanto dentro quanto fora da escola. Entendem que o objetivo principal da escola é fortalecer as habilidades de socialização e mudar o pensamento estereotipado sobre as deficiências ou transtornos. Acreditam que mesmo uma radical reestruturação da escola comum não tornará a classe comum adequada a todos os educandos. Acreditam na possibilidade de reinventar a escola a fim de acomodar todas as dimensões da diversidade da espécie humana. Com base nas informações apresentadas no trabalho do pesquisador Garry Hornby, que fez um levantamento apresentado por outros autores, os quais também demonstram a polarização na forma de atendimento aos estudantes da educação especial, a PNEE (2020) exibe outro quadro comparativo sobre a visão da educação especial e educação inclusiva em outros países. EDUCAÇÃO ESPECIAL EDUCAÇÃO INCLUSIVA País de referência: Finlândia: 22% do total das crianças finlandesas recebe atendimento especial em parte do período escolar e 8% recebe este tipo de atendimento durante todo o período escolar (TAKALA et al., 2009). País de referência: Itália - único país do mundo a aplicar o modelo de inclusão total. Na Itália também há o maior número de escolas especializadas clandestinas no mundo (DIMITRIS ANATASIUS, 2015). Oferece atendimento a todas as crianças em escolas comuns, em escolas especiais ou em classes especiais dentro das escolas comuns, considerando sempre o formato mais adequado para cada educando. Modelo no qual todas as crianças, independentemente do impedimento de longa duração de natureza física, intelectual ou sensorial são matriculadas nas escolas comuns e participam das classes comuns por todo o período escolar, recebendo atendimento complementar e suplementar em salas de recursos no contraturno escolar. Educação Inclusiva | Educação especial ou educação inclusiva? www.faculdadefocus.com.br | 24 Visa a desenvolver as habilidades próprias do indivíduo, preparando-o para a vida mais autônoma no contexto social pós-escola. Visa a formar uma sociedade inclusiva, sem foco nas singularidades da pessoa. Foco no estudante. Foco na sociedade. Planejamento da intervenção educacional e avaliação individual. Planejamento para a inclusão de todos os educandos de forma indiferenciada. Instrução especializada, intensiva e direcionada por objetivos. A instrução especializada, quando existe, não é intensiva. Parceria colaborativa entre escola, família e outros profissionais, com visão de intersetorialidade. Filosofia de aceitação e pertencimento à comunidade. A diversidade é vista como um fator que demanda atendimentos educacionais específicos. A diversidade é vista como valor em si mesma e como oportunidade de aprendizagem e convivência que beneficia a todos. Práticas instrucionais baseadas em evidências. Práticas instrucionais comuns, com algum atendimento educacional especializado no contraturno. Algumas classes ou escolas especializadas devem ser criadas ou adaptadas para atender a demandas específicas do público-alvo da educação especial Todas as escolas devem passar por adaptações para receber todas as crianças com suas diferentes demandas. Prioriza a inclusão social, cultural, acadêmica e visa aos projetos de vida e à capacitação profissional sempre que possível. Prioriza a inclusão educacional, não colocando foco nos impedimentos de longa duração de qualquer natureza, mas, nas barreiras sociais. Profissionais especializados são necessários para suprir a demanda com elevado nível de qualificação. Todos os profissionais devem receber alguma formação para adequar-se às necessidades de todos os educandos Educação Inclusiva | Educação especial ou educação inclusiva? www.faculdadefocus.com.br | 25 que forem recebidos nas escolas comuns inclusivas. Como constatamos, mundialmente, a discussão ainda se configura entre atender TODOS os alunos na rede regular de ensino ou oferecer as duas opções e deixar que as famílias escolham onde preferem matricular seus filhos. Outra questão que se faz necessário refletir é que após 25 anos da promulgação da LDBEN 9494/96, ainda se discute onde é o melhor lugar para atender os estudantes da educação especial. O documento da Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, inclusiva e com aprendizagem ao longo da vida, traz á baila a discussão sobre Educação Especial ou Educação Inclusiva? Em que espaço esses estudantes seriam mais bem atendidos no sentido de prepara-los para uma vida social autônoma? O direito de conviver, com colegas de classes da mesma idade e com características diversificadas, é maior ou menor do que o direito a uma educação personalizada, oferecida em contexto especialmente planejado para suprir necessidades e demandas especiais de educação? Quais práticas educacionais têm melhores resultados para cada estudante, considerando as diversas características que compõem o público-alvo da educação especial? E ainda que evidências científicas sobre a melhor forma de educar cada estudante? Segundo a PNEE, (2020) A preocupação maior é a de acrescentar o respeito à pessoa e a sua família, oferecendo a flexibilidade decorrente da oportunidade de escolha. Ademais, a PNEE apenas modifica a ênfase que vinha sendo dada na inclusão total, pois, na realidade, os sistemas de ensino no Brasil sempre se organizaram por meio de escolas comuns do sistema regular, escolas especializadas e escolas bilíngues de surdos. Dessa maneira, a educação especial oferece recursos e serviços para garantir a educação equitativa e inclusiva nas salasde aulas regulares inclusivas, nas escolas e classes especializadas, nas escolas bilíngues de surdos, nas escolas-polo, nas salas de recursos multifuncionais e específicas e nos centros de atendimento educacional especializado. Oferece também o serviço de atendimento educacional especializado Educação Inclusiva | Objetivos www.faculdadefocus.com.br | 26 gratuito ao público-alvo da educação especial, em todos os níveis, etapas e modalidades, de modo complementar e suplementar, no contraturno, para que cada estudante tenha assegurada sua aprendizagem nas escolas regulares inclusivas ou nas escolas bilíngues de surdos, ou, ainda, nas escolas especializadas quando os educandos não se beneficiarem dos processos educacionais nas escolas regulares inclusivas. (BRASIL, MEC. SEMESP. 2020, p. 36-37) Ainda segundo a PNEE, (2020), se fez necessário criar uma Política Nacional de Educação Especial que amplifique e potencialize as possibilidades de escolha dos estudantes e de suas famílias, bem como permita a expansão dos serviços especializados, seja na escola regular ou escolas especializadas. Cada ser humano é único e merece ser tratado com a devida dignidade inerente a essa condição. 5 Objetivos No Art. 4º da Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida (2020), encontramos os objetivos da Educação Especial propostos nesse documento: I – garantir os direitos constitucionais de educação e de atendimento educacional especializado aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. II – promover ensino de excelência aos educandos da educação especial, em todas as etapas, níveis e modalidades de educação, em um sistema educacional equitativo, inclusivo e com aprendizado ao longo da vida, sem a prática de qualquer forma de discriminação ou preconceito III – assegurar o atendimento educacional especializado como diretriz constitucional, para além da institucionalização de tempos e espaços reservados para atividade complementar ou suplementar. IV – assegurar aos educandos da educação especial acessibilidade a sistemas de apoio adequados, consideradas as suas singularidades e especificidades. V – assegurar aos profissionais da educação a formação profissional de orientação equitativa, inclusiva e com aprendizado ao longo da vida, com vistas à atuação efetiva em espaços comuns ou especializados. Educação Inclusiva | É correto tratar diferente? www.faculdadefocus.com.br | 27 VI – valorizar a educação especial como processo que contribui para a autonomia e o desenvolvimento da pessoa e também para a sua participação efetiva no desenvolvimento da sociedade, no âmbito da cultura, das ciências, das artes e das demais áreas da vida. VII – assegurar aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação oportunidades de educação e aprendizado ao longo da vida, de modo sustentável e compatível com as diversidades locais e culturais. A PNEE (2020) traz em sua essência além dos direitos já adquiridos ao longo da história, o princípio do aprendizado ao longo da vida, com o intuito de garantir a aprendizagem e desenvolvimento para todas as pessoas ao longo de sua vida. Em ambientes institucionais, em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino e deve garantir o direito de acesso aos patamares formativos mais elevados, valorizando a aprendizagem contínua e permanente, bem como os projetos de vida. Além disso, o documento valoriza o aprendizado que acontece em outros espaços e serviços educativos, como também os adquiridos nas experiências da vida cotidiana. Nos dois contextos, os formais e os informais são garantidos o máximo de desenvolvimento do individuo, de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais, sociais e laborais respeitando suas características, necessidades específicas de aprendizagem e seus interesses relacionados a seu projeto de vida. 6 É correto tratar diferente? Para concluir, podemos dizer que, ao primamos pela igualdade de direitos, se faz necessário dispensar um tratamento diferente às pessoas, principalmente àqueles que têm algum tipo de deficiência ou dificuldades de aprendizagem escolar. Por mais assustadora que seja esta afirmativa, ela é verdadeira. Se as pessoas têm direitos iguais de acesso a todos os bens culturais, a sociedade necessita dispensar um tratamento diferente a cada uma. Como por exemplo, se uma pessoa tem direito assistir um teatro, um cinema, etç; mas ela é cadeirante, surda ou cega, necessitará de um tratamento diferente para o lazer. Se for cadeirante, necessitará de uma rampa de acesso e de um local para a cadeira Educação Inclusiva | É correto tratar diferente? www.faculdadefocus.com.br | 28 no ambiente do espetáculo. Se for uma pessoa surda necessitará de um intérprete para que acompanhe as falas. E se for cego, necessitará de uma pessoa para detalhar as cenas e as cores envolvidas no cenário. Após esse exemplo, podemos transpor para o espaço escolar. Um estudante necessita de tratamento específico que respeite as suas características individuais seja de locomoção, visão, audição ou de aprendizagem. A escola inclusiva necessita rever sua estrutura física para que todos tenham as mesmas condições de acesso a todos os locais da mesma. Precisa rever seu Projeto político pedagógico e seu sistema de avaliação revisando o currículo de forma a fazer as adaptações curriculares para que todos tenham os mesmos direitos de acesso aos bens científicos elaborados na história dos homens. Os professores necessitam rever sua formação, seus preconceitos para ter em suas salas alunos com deficiências e/ou dificuldades de aprendizagem. Ao professor e equipe pedagógica, cabe ainda preparar a turma para receber o aluno com deficiência e se for o caso o professor de apoio ao mesmo. Cabe ainda rever a sua metodologia para que sua aula contemple todos os alunos, preparar atividades adaptadas para o aluno deficiente, estar em constante comunicação com o professor de apoio seja ele presente em sala de aula ou em contraturno, para preparar os conteúdos e as atividades para atender a individualidade do aluno. Ao professor cabe ainda estar em constante formação e estudos em grupos para se atualizar e modificar seus instrumentos de trabalho pedagógico, bem como sua metodologia. A PNEE (2020) afirma que “Algumas práticas educacionais trazem resultados positivos e potencializam o aprendizado dos educandos, enquanto outras não produzem resultados satisfatórios. Avaliando as evidências científicas sobre a eficácia de diferentes práticas com crianças e jovens com características diferentes, descobrimos aquelas que têm maior potencial para beneficiar a cada um. É necessário conscientizar os docentes que atuam na educação especial sobre a necessidade de conhecer as práticas que já foram validadas cientificamente e, de igual modo, levá-los a atuar com a perspectiva de que os resultados do seu trabalho precisam ser avaliados, buscando as evidências que atestam o êxito de suas intervenções. Assim, experiências exitosas merecem ser divulgadas e replicadas” BRASIL, MEC, PNEE 2020, p 38). Educação Inclusiva | É correto tratar diferente? www.faculdadefocus.com.br | 29 Cabe a equipe diretiva e equipe pedagógica da escola, orientar os professores, promover espaços de estudos e troca de experiências tanto para os professores das disciplinas comuns do ensino regular como para os professores de Apoio a Comunicação Alternativa, professores do Atendimento Educacional Especializado, professores intérpretes, professores das Salas de Recursos Multifuncionais Tipo I e professores das salas de Recursos Multifuncionais Tipo II. A equipe pedagógica deve manter contato constante com a família do aluno,bem como realizar as orientações e encaminhamentos necessários ao progresso educacional do mesmo. A abordagem educacional inclusiva que descrita na PNEE 2020 reafirma o direito não apenas de matrícula, mas de permanência e de aprendizagem exitosa para todos os educandos nas escolas regulares, caso seja esta a escolha. Com a PNEE 2020, nada do que foi conquistado com a perspectiva da educação inclusiva será perdido, pelo contrário, as conquistas serão ampliadas com a colaboração de todos os envolvidos, e a adesão a esta Política Nacional poderá garantir ao público-alvo da educação especial não apenas acesso às escolas, como também o desenvolvimento de suas potencialidades, o êxito na aprendizagem e a inclusão na sociedade, eliminando ou minimizando barreiras sociais que obstruem a participação plena e efetiva dos educandos do público-alvo da educação especial em igualdade de condições com as demais pessoas. ANIMAÇÕES QUE VALEM A PENA ASSISTIR Educação Inclusiva | Filmes para Assistir com a Família www.faculdadefocus.com.br | 30 Cuerdas - https://youtu.be/4INwx_tmTKw EX ET. - https://www.youtube.com/watch?v=Tkli780dX6U 7 Filmes para Assistir com a Família Em 1964, Dr. David Henry (Dermot Mulroney) separou sua filha de seu irmão gêmeo para esconder de sua esposa que a menina tinha Síndrome de Down. Entregando a garotinha aos cuidados de uma enfermeira (Emily Watson), David corta todo o contato com ela e concentra-se em seu filho e na esposa (Gretchen Mol). Durante os próximos 25 anos, sua filha especial cresce e transforma-se numa bela moça, enquanto David assiste à derrocada da família que lhe restou… sabendo que jamais poderá revelar seu segredo cruel. http://www.filmesonlinegratis.net/o-guardiao-de-memorias.html https://ganbaresatie.wordpress.com/category/material-de-apoio/filmes/ TÍTULO: O guardião de memórias Gênero: Drama Ano de lançamento: 2008 TÍTULO Meu pé esquerdo Data de lançamento: 30 de março de 1990 (Brasil) Data da primeira publicação: 24 de fevereiro de 1989 Diretor: Jim Sheridan Prêmios: Oscar de Melhor Ator, Indicações:Oscar de Melhor Ator, https://youtu.be/4INwx_tmTKw https://www.youtube.com/watch?v=Tkli780dX6U http://www.filmesonlinegratis.net/o-guardiao-de-memorias.html https://www.google.com/search?rlz=1C1GCEA_enBR851BR851&sxsrf=ALeKk00dNmkjDffaDrCashGmiXD7Vt1_MQ:1619515454166&q=meu+p%C3%A9+esquerdo+data+de+lan%C3%A7amento&stick=H4sIAAAAAAAAAOPgE-LQz9U3qKwqK9cyyk620k_LzMkFE1YlGamJJUWZyYk5CkWp6Zn5eQqJ5YlFqUBOTmpicapCSmJJ6iJWldzUUoWCwysVUosLS1OLUvJB4okKKakKOYl5h5cn5qbmleQDAEHCsDpnAAAA&sa=X&ved=2ahUKEwi17emajZ7wAhXFs5UCHSxWCtAQ6BMoADAaegQIHBAC https://www.google.com/search?rlz=1C1GCEA_enBR851BR851&sxsrf=ALeKk00dNmkjDffaDrCashGmiXD7Vt1_MQ:1619515454166&q=Brasil&stick=H4sIAAAAAAAAAOPgE-LQz9U3qKwqK1cCswxN04q0jLKTrfTTMnNywYRVSUZqYklRZnJijkJRanpmfp5CYnliUSqQk5OaWJyqkJJYkrqIlc2pKLE4M2cHKyMABP8lJVYAAAA&sa=X&ved=2ahUKEwi17emajZ7wAhXFs5UCHSxWCtAQmxMoATAaegQIHBAD https://www.google.com/search?rlz=1C1GCEA_enBR851BR851&sxsrf=ALeKk00dNmkjDffaDrCashGmiXD7Vt1_MQ:1619515454166&q=meu+p%C3%A9+esquerdo+data+da+primeira+publica%C3%A7%C3%A3o&stick=H4sIAAAAAAAAAOPgE-LQz9U3qKwqK9eSz0620k_Kz8_WLy_KLClJzYsvzy_KtiooTcrJLM5ITVnEqpebWqpQcHilQmpxYWlqUUq-QkpiSSKQUCgoysxNzSwCMkCqkxMPLz-8OB8AQQqi1V4AAAA&sa=X&ved=2ahUKEwi17emajZ7wAhXFs5UCHSxWCtAQ6BMoADAbegQIHRAC https://www.google.com/search?rlz=1C1GCEA_enBR851BR851&sxsrf=ALeKk00dNmkjDffaDrCashGmiXD7Vt1_MQ:1619515454166&q=meu+p%C3%A9+esquerdo+diretor&stick=H4sIAAAAAAAAAOPgE-LQz9U3qKwqK9cSy0620k_LzMkFE1YpmUWpySX5RYtYJXJTSxUKDq9USC0uLE0tSslXAMkBpQA7CamlPwAAAA&sa=X&ved=2ahUKEwi17emajZ7wAhXFs5UCHSxWCtAQ6BMoADAcegQIHxAC https://www.google.com/search?rlz=1C1GCEA_enBR851BR851&sxsrf=ALeKk00dNmkjDffaDrCashGmiXD7Vt1_MQ:1619515454166&q=Jim+Sheridan&stick=H4sIAAAAAAAAAOPgE-LQz9U3qKwqK1fiBLGMMyqN07XEspOt9NMyc3LBhFVKZlFqckl-0SJWHq_MXIXgjNSizJTEvB2sjADPyGr-QQAAAA&sa=X&ved=2ahUKEwi17emajZ7wAhXFs5UCHSxWCtAQmxMoATAcegQIHxAD https://www.google.com/search?rlz=1C1GCEA_enBR851BR851&sxsrf=ALeKk00dNmkjDffaDrCashGmiXD7Vt1_MQ:1619515454166&q=meu+p%C3%A9+esquerdo+pr%C3%AAmios&stick=H4sIAAAAAAAAAOPgE-LQz9U3qKwqK9eSzU620k8sTyxKgZDx5Zl5ealFVmBO8SJWydzUUoWCwysVUosLS1OLUvIVCooOr8rNzC8GAEf3K3lHAAAA&sa=X&ved=2ahUKEwi17emajZ7wAhXFs5UCHSxWCtAQ6BMoADAdegQIHhAC https://www.google.com/search?rlz=1C1GCEA_enBR851BR851&sxsrf=ALeKk00dNmkjDffaDrCashGmiXD7Vt1_MQ:1619515454166&q=Oscar+de+Melhor+Ator&stick=H4sIAAAAAAAAAOPgE-LQz9U3qKwqK1cCs9JMKsy1ZLOTrfQTyxOLUiBkfHlmXl5qkRWYU7yIVcS_ODmxSCElVcE3NScjv0jBsSS_aAcrIwC7KpvNTwAAAA&sa=X&ved=2ahUKEwi17emajZ7wAhXFs5UCHSxWCtAQmxMoATAdegQIHhAD https://www.google.com/search?rlz=1C1GCEA_enBR851BR851&sxsrf=ALeKk00dNmkjDffaDrCashGmiXD7Vt1_MQ:1619515454166&q=meu+p%C3%A9+esquerdo+indica%C3%A7%C3%B5es&stick=H4sIAAAAAAAAAOPgE-LQz9U3qKwqK9dSyk620k8sTyxKgZDx5Zl5ealFVnn5uZl5iSWZ-XnFi1hlc1NLFQoOr1RILS4sTS1KyVfIzEvJTE48vPzw1tRiAJx7YvJQAAAA&sa=X&ved=2ahUKEwi17emajZ7wAhXFs5UCHSxWCtAQ6BMoADAeegQIGhAC https://www.google.com/search?rlz=1C1GCEA_enBR851BR851&sxsrf=ALeKk00dNmkjDffaDrCashGmiXD7Vt1_MQ:1619515454166&q=Oscar+de+Melhor+Ator&stick=H4sIAAAAAAAAAOPgE-LQz9U3qKwqK1cCs9JMKsy1lLKTrfQTyxOLUiBkfHlmXl5qkVVefm5mXmJJZn5e8SJWEf_i5MQihZRUBd_UnIz8IgXHkvyiHayMAHtUoZhUAAAA&sa=X&ved=2ahUKEwi17emajZ7wAhXFs5UCHSxWCtAQmxMoATAeegQIGhAD Educação Inclusiva | Filmes para Assistir com a Família www.faculdadefocus.com.br | 31 Sinopse: História real do escritor irlandês Christy Brown, deficiente, por conta de uma paralisia cerebral, que aprende a pintar e escrever com seu pé esquerdo. Oscar de ator e melhor atriz coadjuvante. http://www.turkcealtyazi.org/sub/50421/mr-hollands-opus.html Em 1964 um músico (Richard Dreyfuss) decide começar a lecionar, para ter mais dinheiro e assim se dedicar a compôr uma sinfonia. Inicialmente ele sente grande dificuldade em fazer com que seus alunos se interessem pela música e as coisas se complicam ainda mais quando sua mulher (Glenne Headly) dá luz a um filho, que o casal vem a descobrir mais tarde que é surdo. Para poder financiar os estudos especiais e o tratamento do filho, ele se envolve cada vez mais com a escola e seus alunos, deixando de lado seu sonho de tornar-se um grande compositor. Passados trinta anos lecionando no mesmo colégio, após todo este tempo uma grande decepção o aguarda. (http://www.adorocinema.com/filmes/filme-14359/) TÍTULO ORIGINAL Mr Holland's Opus Mr. Holland – Adorável Professor Data de lançamento desconhecida / 2h20min / Drama, Musical Direção: Stephen Herek Elenco: Richard Dreyfuss, Glenne Headly, Jay Thomas http://www.turkcealtyazi.org/sub/50421/mr-hollands-opus.html http://www.adorocinema.com/filmes/filme-14359/ https://www.adorocinema.com/filmes-todos/notas-espectadores/genero-13008/ https://www.adorocinema.com/filmes-todos/notas-espectadores/genero-13043/ https://www.adorocinema.com/personalidades/personalidade-8929/ https://www.adorocinema.com/personalidades/personalidade-2715/ https://www.adorocinema.com/personalidades/personalidade-13262/ https://www.adorocinema.com/personalidades/personalidade-11907/ Educação Inclusiva | Filmes para Assistir com a Família www.faculdadefocus.com.br | 32 http://pensaraeducacao.com.br/cevime/wp- content/uploads/sites/3/2017/11/CEVIME-O-Sino-de-Anya-200x300.jpg Anya é uma mulher cega que sempre foi cuidada pela sua mãe e não saia de casa, até a morte de sua mãe. A partir de então, Anya lida com sua solidão colecionando sinos. Agora, mais velha e sozinha, Anya faz amizade com um entregador, um menino de 12 anos, Scott Rhymes, e encontra nele a amizade e a ajuda que precisava para enfrentar a vida. Donald Morton (Josh Hartnett) e Isabelle Sorenson (Radha Mitchell) sofrem da síndrome de Asperger, uma espécie de autismo que provoca disfunções emocionais. Donald trabalha como motorista de táxi, adora os pássaros e tem uma incomum habilidade em lidar com números. Ele gosta e precisa seguirum padrão em sua vida, TITULO - Loucos de Amor (Mozart and the Whale) Data de lançamento: 10 de setembro de 2005 (mundial) Diretor: Petter Næss Roteiro: Ronald Bass Música composta por: Deborah Lurie Produção: Frank DeMartini, Robert Lawrence, Boaz Davidson, James Acheson Título - O sino de Anya Data de lançamento: 31 de outubro de 1999 (mundial) Diretor: Tom McLoughlin Música composta por: Lee Holdridge Roteiro: David Alexander Produção: Ann Kindberg, Graham Ludlow https://www.google.com/search?rlz=1C1GCEA_enBR851BR851&sxsrf=ALeKk03-twRLKx_0DHjb7BfoJBFv7JmPeg:1619516312203&q=loucos+de+amor+data+de+lan%C3%A7amento&stick=H4sIAAAAAAAAAOPgE-LUz9U3MI6vKrLQkspOttJPy8zJBRNWRak5qYnFqQopiSWpi1iVcvJLk_OLFVJSFRJz84tAookgTk5i3uHlibmpeSX5AKAJTNJOAAAA&sa=X&ved=2ahUKEwiOmvyzkJ7wAhUKpJUCHaReBYEQ6BMoADAfegQIJBAC 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Entretanto ao conhecer Isabelle em seu grupo de ajuda tudo muda em sua vida, por estar apaixonado por ela. Fonte (texto e Imagem): http://www.adorocinema.com/filmes/filme-55604/ Sinopse: Ishaan é um garoto de oito anos que não possui muitos