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Introdução à Endocrinologia

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FISIOLOGIA 
Aula 1 – Endocrinologia 
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 PARTE 1 - Introdução 
 
Introdução à endocrinologia 
 Glândulas endócrinas 
 
- As glândulas endócrinas compõem os principais sistemas do organismo humano 
- São glândulas secretoras de hormônio, não necessariamente são intrinsicamente endócrinas. Por exemplo, 
o pâncreas, uma glândula endócrina, produz os hormônios insulina e glucagon, mas também é uma glândula exócrina, 
na qual há enzimas na secreção pancreática, liberadas no duodeno e fazem parte da digestão 
 Conceitos: 
- Hormônio: substância sintetizada por uma glândula endócrina que é liberada na corrente sanguínea e vai 
agir em outro local. Portanto tem um tecido alvo, aonde vai exercer uma função 
- Efeito endócrino: é o efeito do hormônio. Ex.: aumentar o metabolismo, estimular o crescimento ósseo 
- Efeito parácrino: para (ao lado)  a célula e a glândula que produzem o hormônio agem em outro local 
- Efeito autócrino: auto (si mesmo)  célula e glândula produzem um hormônio que age na própria célula 
- Célula sinalizadora: é aquela que produz o hormônio 
- Célula alvo: aonde o hormônio vai agir 
- Receptores: hormônio das células alvo agem nos receptores, que podem estar na membrana plasmática, 
núcleo, citoplasma 
 
 Glândulas e hormônios: 
- Hipotálamo: hormônios liberadores e hormônios inibidores da hipófise (hipotálamo controla a hipófase). 
Produz ADH e ocitocina (armazenados na hipófise posterior) 
- Hipófise: (sob ação do hipotálamo) vai produzir ACTH, GH (hormônio do crescimento), TSH, prolactina, FSH, 
MSH 
- Tireoide: T3, T4, Calcitonina 
 
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- Paratireoide: PTH 
- Adrenais: cortisol, aldosterona, esteroides sexuais 
- Pâncreas: insulina, glucagon 
- Ovários: estrógeno, progesterona 
- Testículos: testosterona 
 
 Estrutura química dos hormônios: 
1. Proteínas e polipeptídios (hidrossolúveis) 
TSH, GH, Prolactina, FSH, LH, ADH, Ocitocina, Insulina, Glucagon, PTH 
2. Esteroides (lipossolúveis)  derivados do colesterol 
Cortisol, Aldosterona, Testosterona, Estrógeno 
3. Amínicos  derivados da tirosina (hidrossolúveis) 
T3, T4, Adrenalina, Noradrenalina 
 
 Síntese hormonal: 
Mecanismo de regulação (como o hormônio é regulado) 
A. Mecanismo de feedback negativo 
 
 
 
- Principal representante é o metabolismo dos hormônios tiroidianos metabólicos, que são T3 e T4 
- O hipotálamo produz o hormônio liberador de tireotrofina (TRH) que estimula a hipófise posterior a produzir o TSH, 
que é um hormônio tireoestimulante, no qual estimula a tireoide liberar o T3 e T4 
- T23 e T4 sendo estimulado, inibe a produção de TSH para evitar o acumulo dos primeiros no organismo 
 
B. Mecanismo de feedback positivo 
 
- Um hormônio é produzido, estimula o efeito biológico e esse próprio efeito estimula mais secreção desse hormônio 
 
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- Principal representante é a ocitocina: é um hormônio hipotalâmico armazenado na hipófise estimula a contração 
uterina na hora do parto e a proliferação do endométrio, o que estimula a produção e assim por diante 
 
C. Ritmo circadiano 
 
 
 
- Significa que a ação e a produção desse hormônio sofrerão picos e dependerá de algumas características do 
organismo 
- Exemplo GHRH: age mais na criança do que no idoso, é atrelada ao sono, no sentido que a sua secreção aumenta no 
período da noite 
- Exemplo cortisol: oscila a sua posição com a hora do dia 
 
 Transporte: 
- Peptídeos e catecolaminas: hidrossolúveis e circulam livres [flui igual água] 
- Esteroides (lipossolúveis) e hormônio tireoidiano (hidrossolúveis) [exceção nos hidrossolúveis] circulam 
ligados às proteínas plasmáticas 
- Hormônio tiroidiano: T3 e T4 tem várias características, não pode ser circulado livremente porque aonde 
está ele age, já que há muitos receptores desses, por isso tem que ser ligados a proteínas e carregados por 
elas (reservados) 
 
o Proteínas transportadoras 
a. Inespecíficas: albumina, pré-albumina 
b. Especificas: TBG (proteína ligadora da tiroxina) [T4 e T3] 
 
 Metabolismo 
- Hepático: esteroides sexuais 
Passam pelo fígado para serem metabolizados 
 
- Sanguíneo: catecolaminas 
Metabolizam no próprio sangue 
 
 Excreção 
- Hepática e biliar: [hepatobiliar] esteroides sexuais, peptídeos, catecolaminas 
- Renal: catecolaminas, peptídeos 
 
 Mecanismo de ação 
1) Receptores 
- Agem na célula alvo [em qual parte]: membrana plasmática (hormônios proteicos, catecolaminas), 
citoplasma (esteroides), nucelar (hormônios tireoidianos) 
 
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2) Sinalização intracelular 
- Hormônio age no receptor e após isso exige um mecanismo de ação do hormônio, uma sinalização 
intracelular 
- Pode ser feito de três maneiras: 
i. Modificação de permeabilidade da membrana plasmática 
 
Os mesmos hormônios que agem na membrana plasmática: catecolamina 
 Ex.: noradrenalina e adrenalina, vão agir na comunicação dos neurônios na sinapse. Vem um neurotransmissor 
liberado pela vesícula pré-sináptica ou sináptica. Esse, vai sinalizar intracelularmente, por modificação na 
permeabilidade de membrana plasmática, isso é agir na permeabilidade da membrana para o cálcio, que passa entrar 
na membrana pré-sináptica, liberando mais neurotransmissores e depois que esse é liberado de novo ele age na 
membrana pós-sináptica, na célula seguinte, liberando um fluxo de sódio (entra sódio sai potássio: impulso nervoso, 
que é a resposta celular) 
 
ii. Ativação gênica  ativa genes 
 
a. Através de ligação com receptores no citoplasma. 
Ex.: esteroides 
 
b. Atraves de ligação com receptores nucleares 
Ex.: hormônios tiroideanos 
 
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iii. Ação sobre enzimas intracelulares 
a. Ligação com receptor e ativação direta de enzimas 
Ex.: insulina  receptor  cinase ativada  fosforilação 
 
b. Ligação com receptor e formação de segundo mensageiro 
 
1. Formação de AMP cíclico: TSH 
 
2. Formação de Ca-Calmodulina: adrenalina 
 
3. Formação de Fosfolipase C: ocitocina 
 
 
 Ações biológicas 
- Integração do crescimento e desenvolvimento: GH, T3, T4 
- Efeitos sobre o metabolismo: insulina, glucagon, glicocorticoides 
- Efeitos sobre a homeostase corporal: aldosterona, ADH, PTH 
- Efeitos sobre o sistema imunológico: ACTH, glicocorticoides 
- Efeitos sobre a contração muscular: catecolaminas, ocitocina 
- Efeitos sobre a reprodução: FSH, LH, esteroides sexuais 
 
 
 
 
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PARTE 2 – Eixo hipotálamo-hipofisário 
 
 
- Existe um eixo ligando o hipotálamo com a hipófise, sendo que o 
primeiro libera hormônios que vão agir sob a hipófise e essa libera 
hormônios que vão agir sob o hipotálamo. 
- A hipófise é uma gandula localizada (ancorada) na sela túrcica, no 
esfenoide (crânio) 
 
A hipófise é dividida em: 
a. Anterior ou adenohipofise (AA)  “adeno” vem de glândula, secreta 
seus hormônios 
b. Posterior ou neurohipofise  na imagem é possível ver alguns nervos 
ligados a hipófise, são neurônios, armazenam hormônios produzidos pelos 
corpos celulares que vem do hipotálamo 
 
 
 
 Hormônios hipotalâmicos 
Divididos em hormônios produzidos pelo hipotálamo e pela hipófise 
 - Os hormônios produzidos pelo hipotálamo são basicamente hormônios de liberação ou de inibição, portanto ou vão 
estimular a hipófise de liberar hormônios ou inibi-la 
 
Hormônios de liberação: 
- TRH 
- CRH 
-GHRH 
-GnRH 
-PRH 
 
 
Hormônios de inibição: 
-GHIH 
-Dopamina 
 
 
 
 - Com exceção da ocitocina e ADH, que são produzidos pelo hipotálamo, mas armazenados na neurohipofise para 
serem liberados posteriormente 
 
 
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 Hormônios de liberação hipotalâmicos: 
1. TRH 
É o hormônio liberador de tireotropina 
 
- O hipotálamo vai produzir o TRH que vai agir na adrenohipofise, estimulando-a, levando a liberação do TSH que agirá 
na tireoide- Eixo: hipotálamo  hipófise  tireoide 
 (TRH) (TSH) 
 
2. GnRH 
- Hormônio liberador de gonadotropina [gônada  hormônios sexuais] 
 
 
- O GnHR vai ser liberado pelo hipotálamo, agindo na adenohipofise estimulando a produção dos hormônios 
sexuais FSH e LH, que vão agir nas gônadas (testículos e ovários) 
 
3. CRH 
 
 
- É o hormônio liberador de corticotropina 
- Será estimulado pelo hipotálamo e vai agir na hipófise para a liberação do 
ACTH, que por sua vez agirá na glândula suprarrenal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. GHRH 
- É o hormônio liberador de GH 
 
 
- Será liberado pelo hipotálamo, agindo na hipófise que libera esse hormônio 
 
 Hormônios de inibição 
1. GHIH 
- É o hormônio inibidor de GH (somatostatina) 
 
 
2. PIH 
- É o hormônio inibidor da prolactina (dopamina) [neurotransmissor] 
 
 
 Hormônios hipofisários 
o Hormônios da Hipófise Anterior: [adenohipofise] 
- Hormônio do Crescimento (GH ou Somatropina) 
- Hormônio Adrenocorticotrófico (ACTH ou Corticotropina) 
- Hormônio Tireoestimulante (TSH ou Tireotropina) 
- Hormônio Folículo Estimulante (FSH) 
- Hormônio Luteinizante (LH) 
- Prolactina 
 
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o Hormônio da Hipófise Posterior: [são produzidos no hipotálamo e armazenados nela] 
- Hormônio Antidiurético (ADH ou Vasopressina) * 
- Ocitocina* 
 
 Hormônios da Hipófise Anterior 
1. GH (hormônio do crescimento) 
 
 
 
- Um dos poucos hormônios que não tem uma célula específica ou um tecido alvo, ele pode acessar 
praticamente todas as células de todos os tecidos. 
 
2. ACTH 
 
 
 
- Hormônio adrenocorticotrófico (corticotrofina) 
Em cima do rim tem a glândula suprarrenal, que é dividida entre parte cortical e parte medular. 
O hormônio adrenocorticotrófico age sobre o córtex da adrenal que produz três hormônios: glicocorticoides, 
mineralocorticoides, andrógenos corticais, sob estimulação do ACTH 
 
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3. TSH 
 
- Hormônio tiroestimulante (tireotropina) 
 Age sobre a tireoide estimulando a tireoide a produzir os seus hormônios 
 
4. FSH e LH 
- FSH: hormônio folículo estimulante 
- LH: hormônio luteinizante 
 Vão agir sob as gônadas levando a produção de hormônios sexuais 
 
 
 
 
 
 
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 Hormônio da Hipófise Posterior 
5. Prolactina 
 
- Envolvida principalmente na produção de leite, irá estimular a glândula mamaria 
 
1. Ocitocina 
 
 
 
- Agirá na contração do miométrio (parto) e agirá na liberação do leite 
 
2. ADH 
 
 
- Hormônio antidiurético (vasopressina), vai estimular a diminuir a diurese, liberação de água 
 
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 Síndromes clinicas hipofisárias 
São alterações na hipófise que vão ter alterações endócrinas, quanto neurológicas. Suponhamos que há um tumor na 
hipófise que comece a comprimir uma substancia adjacente como o quiasma óptico, causará alterações neurológicas 
na visão e na parte endócrina no metabolismo hormonal. 
 
 
- Anormalidades da secreção do Hormônio do Crescimento (gigantismo, nanismo, acromegalias) 
 
- Síndrome de Cushing Hipofisário 
 
 
 
 
Causada por excesso de corticoide, cortisol na circulação sanguínea 
Uma das causas, por exemplo é um adenoma de células beta-1 hipofisárias 
 
 
- Síndrome da Galactorreia – Amenorreia 
 
 
Adenoma de células alfa-1 hipofisárias, que são as células que produzem prolactina, ocorrendo um tumor hiper 
secretor que vai gerar a hiperprolactinemia 
 
 
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- Diabetes Insípidos 
 
Causa central: do cérebro 
Nefrogênico: relacionado a resistência de ADH 
 
- Panhipopituarismo  diminui a produção de (todos os) hormônios 
 
a. Síndrome de Sheehan: isquemia da glândula hipófise, comum em gravidas, porque o metabolismo dessa glândula 
tem que ser maior, mas no caso por exemplo de uma hemorragia, diminui o suprimento sanguíneo na hipófise 
como um todo, sendo aplicado isto em todos os hormônios 
b. Síndrome da Sela Vazia: existe uma película na sela turca segurando a hipófise que pode formar uma hérnia, 
comprimindo a hipófise gerando a síndrome 
c. Adenoma: pode comprimir a hipófise e em vez de ser um adenoma hipersecretor, será um hiposecretor 
d. Iatrogenia 
e. Patologias hipotalâmicas: menos estimulo do hipotálamo indo para hipófise 
f. Irradiações: câncer  radioterapia  causa lesão na hipófise 
 
- O que pode ser causado com a diminuição dos hormônios: 
 Nanismo: diminui produção do GH 
 Hipotireoidismo: diminuição do TSH 
 Esterilidade: diminui produção sexuais 
 Hipoglicemia: diminuição de cortisol 
 HipoNa+: (hipotermia) diminuição de aldosterona pela suprarrenal, que faz a reabsorção de sódio para a corrente 
sanguínea 
 Hipotensão Arterial: relacionado a hipotermia, sódio vinha e puxava a água, que gerava aumento do volume circulante 
o que leva a pressão arterial 
 
* adenoma é um tipo de tumor benigno que pode se desenvolver em glândulas e todo o corpo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PARTE 3 – Glândula tireoide 
 
 
- A glândula tireoide, localizada na porção anterior do pescoço, bem abaixo da cartilagem cricoide, consiste 
em 2 lobos ligados por um istmo. As células foliculares na glândula produzem os 2 principais hormônios tireoidianos: 
Tetraiodotironina (tiroxina, T4) 
Triiodotironina (T3) 
- Esses hormônios atuam em células em virtualmente todos os tecidos do organismo, associando-se a 
receptores nucleares e alterando a expressão de uma grande quantidade de produtos gênicos. O hormônio 
tireoidiano é necessário para o desenvolvimento normal dos tecidos cerebral e somático nos fetos e recém-nascidos 
e, em todas as idades, regula o metabolismo de proteínas, carboidratos e gorduras 
- T3 é a forma mais ativa na ligação ao receptor nuclear; T4 tem somente atividade hormonal mínima. 
Entretanto, T4 tem efeito muito mais duradouro e pode ser convertida em T3 (na maioria dos tecidos) e, dessa 
forma, serve como um reservatório para T3. Uma 3ª forma de hormônio tireoidiano, T3 reverso (rT3), não possui 
atividade metabólica; as concentrações de rT3 se elevam em certas doenças. 
- Além disso, as células parafoliculares (células C) secretam o hormônio calcitonina, que é liberado em resposta 
à hipercalcemia e reduz as concentrações séricas de cálcio. 
 
 Hormônios tireoidianos 
- T3 [Triiodotironina} 
- T4[Tetraiodotironina, tiroxina] 
- Calmodulina [células C  envolvida no metabolismo do cálcio] 
 
 
 
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 Síntese, secreção e transporte 
- Existe um coloide dentro do tecido tiroidiano, produzido pelas células foliculares 
- Tireoglobulina é um polipeptídio que carreia tirosina [carreia T4 e T3], ou seja, armazena o hormônio 
- O TSH, hormônio tireoestimulante, vai agir em todas as 
etapas da formação dos hormônios tireoidianos, inclusive 
na passagem do iodeto para a corrente sanguínea, que é 
exatamente o sequestro 
- A síntese dos hormônios tireoidianos requer iodo 
- O iodo, ingerido na alimentação e na água como iodeto, é 
ativamente concentrado pela tireoide e convertido em iodo 
orgânico (organificação) dentro das células foliculares pela 
peroxidase tireoidiana. 
- As células foliculares circundam um espaço preenchido 
por coloide, que consiste em tireoglobulina, uma 
glicoproteína que contém tirosina em sua matriz. A tirosina 
em contato com a membrana das células foliculares é 
iodada em 1 (monoiodotirosina) ou 2 (di-iodotirosina) 
locais e depois acoplada para produzir 2 formas de 
hormônio tireoidiano. 
 
 di-iodotirosina + di-iodotirosina  T4 
 di-ioditirosina + monoiodotirosina  T3 
 
- T3 e T4 permanecem incorporados à tireoglobulina dentro do folículo, até que as células foliculares captem a 
tireoglobulina sob forma de gotas de coloide. Uma vez no interior das células foliculares, T3 eT4 são clivadas a 
partir da tireoglobulina 
- T3 e T4 livres são então liberados na corrente sanguínea, onde se ligam às proteínas séricas para seu transporte. 
A proteína transportadora primária é a globulina ligadora tiroxina (GLT), com alta afinidade, porém baixa capacidade 
de ligação de T3 e T4. A TBG normalmente transporta 75% dos hormônios tireoidianos ligados. 
- As outras proteínas de ligação são 
 
 Pré-albumina de ligação a tiroxina (transtiretina), que tem alta afinidade, mas baixa 
capacidade para T4 
 
Albumina, que tem baixa afinidade, mas alta capacidade de se ligar ao T3 e T4 
 
- Aproximadamente 0,3% da T3 sérica total e 0,03% da T4 sérica total se encontram na forma livre, em equilíbrio 
com os hormônios ligados. Apenas T3 e T4 livres estão disponíveis para atuar nos tecidos periféricos 
- Todas as reações necessárias para a formação e liberação de T3 e T4 são controladas pelo TSH, que é secretado 
pelas células tireotróficas pituitárias. A secreção de TSH é controlada por um mecanismo de retroalimentação 
negativa na hipófise: o aumento das concentrações de T4 e T3 livres inibe a síntese e a secreção de TSH, ao passo 
que concentrações mais baixas incrementam a secreção de TSH. A secreção de TSH também é influenciada pelo TRH, 
que é sintetizado no hipotálamo. Os mecanismos precisos que regulam a síntese e liberação de TRH não estão 
claros, embora a retroalimentação negativa dos hormônios tireoidianos iniba a síntese de TRH 
- A maior parte da T3 circulante é produzida fora da tireoide pela monodesiodação de T4. Apenas um quinto da T3 
circulante é secretada diretamente pela tireoide 
 
 
 
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- Iodeto vem de uma bomba através dos capilares, estimulado pelo TSH, que age até a secreção 
- Iodeto vai ser oxidado, vai ser ligado a tiroglobulina formando MIT e DTI, sendo eles sempre carregador pela 
tiroglobulina 
- Tiroglobulina libera por ação de protease T3 e T4 que por sua vez vão atingir a corrente sanguínea 
 
 
 
- Hipotálamo produz TRH que estimula a hipófise a produzir o TSH, que estimula a tireoide a produzir os seus 
hormônios 
- Quando os hormônios atingirem a corrente sanguínea por mecanismo de feedback negativo, vai diminuir a produção 
de T3 e T4 [o aumento da concentração de hormônio diminui o aumento da sua própria produção] 
 
 
 
 Regulação de secreção dos hormônios tireoidianos 
- O hipotálamo produz o TRH, que age na hipófise estimulando a produção do TSH 
- TSH estimula a tireoide a produzir os hormônios T3 e T4 
- O aumento da concentração de T3 e T4 na corrente sanguínea inibe a produção de TSH, inibindo então a 
produção hormônios tiroidianos pela tireoide [inibem a retroalimentação ou feedback, controlando a 
secreção de T3 e T4] 
 
 
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 Ações biológicas dos hormônios tireoidianos 
 
 
 
- Os hormônios tireoidianos tem um metabolismo geral, isso é, atuam em todas as células do organismo 
- Metabolismo: 
o aumento do consumo de oxigênio e, portanto, da taxa até 80% e diminui o peso 
o Aumenta o metabolismo dos hormônios 
o Estimulam a glicólise a queda do glicogênio, a nova formação de glicose e gliconeogênese, 
aumenta a captação de glicose 
o Mobiliza ácido graxos numa velocidade maior, aumentando esse 
 
- Cardiovascular 
o Quando o metabolismo é estimulado, é normal alterar o fluxo sanguíneo, nesse caso, é 
possível notar um aumento do mesmo, que por consequência aumenta a utilização do 
oxigênio, promove vasodilatação aumentando o débito cardíaco, força de contração e a 
pressão arterial 
 
- Respiratório 
o Estimula a respiração, aumentado a amplitude respiratória e sua frequência 
 
- Gastrointestinal 
o Aumenta o apetite 
o Aumenta a secreção das glândulas do trato gastrointestinal 
o Aumenta a motilidade 
 
- Sistema nervoso: 
o Crescimento do cérebro 
o Estimula o estado psíquico 
o Estimula o humor e participa da regulação do sono 
o Estimula o raciocínio 
 
- Músculos e ossos 
o Estimula a função do musculo: contração e relaxamento 
o Gera o crescimento dos músculos e dos ossos 
 
 
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- Sistema endócrino: 
o Os hormônios tireoidianos atuam também sobre outros hormônios, levando o aumento da 
secreção das glândulas 
o Ativação hepática dos glicocorticoides 
o Aumenta a libido, pela produção aumentada dos hormônios sexuais 
o Participa também na regulação do ciclo menstrual 
 
 Patologias 
a. Hipertireoidismo 
 
 
 
- O hipertireoidismo pode resultar-se do aumento de síntese e secreção de hormônios tireoidianos (T4 e 
T3), causado por estimulantes tireoidianos no sangue ou por hiperfunção autônoma da tireoide. Também pode 
resultar da liberação excessiva de hormônios tireoidianos da glândula tireoide, sem aumento de síntese. Essa 
liberação é comumente causada por alterações destrutivas, nos vários tipos de tireoidites. 
- Várias síndromes clínicas também causam hipertireoidismo, como: 
o Doenças graves (“bócio tóxico”)  (bócio difuso tóxico) é a causa mais comum de 
hipertireoidismo, caracterizando-se por hipertireoidismo e um ou mais dos seguintes achados: 
 
Bócio [uni ou multinodular tóxico (doença de Plummer)] 
Exoftalmo [proptose ocular e de olhos esbugalhados] 
Dermopatia infiltratva 
 
A doença de Graves é causada por autoanticorpos contra o 
receptor de TSH; diferente da maioria dos anticorpos, que são 
inibitórios, este autoanticorpo é estimulador, promovendo síntese 
contínua e secreção excessiva de T4 e T3. A doença de Graves (assim 
como a tireoidite de Hashimoto) às vezes ocorre com outras 
doenças autoimunes, incluindo diabetes tipo 1, vitiligo, cabelos 
prematuramente grisalhos, anemia perniciosa, distúrbios do tecido 
conjuntivo e síndrome de deficiência poliglandular. A 
hereditariedade aumenta o risco da doença de Graves, embora os 
genes paticipantes permaneçam desconhecidos. 
A patogênese da oftalmopatia infiltrativa (responsável 
pelo exoftalmo na doença de Graves) é mal compreendida, 
mas pode ser resultado de imunoglobulinas direcionadas para 
receptores de TSH na gordura e fibroblastos orbitais, 
resultando em secreção de citocinas pró-inflamatórias, inflamação e acúmulo de glicosaminoglicanos. 
Também pode haver oftalmopatia antes do início do hipertireoidismo ou mesmo 20 anos depois do seu 
surgimento, que piora ou melhora independentemente da evolução clínica do hipertireoidismo. Chama-
 
Exoftalmia 
 
 
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se de doença de Graves eutireoidiana a oftalmopatia típica observada na presença de função tireoidiana 
normal 
 
o Tireoidites  Doença inflamatória da tireoide pode ser tireoidite granulomatosa subaguda, 
tireoidite de Hashimoto e tireoidite linfocítica silenciosa, uma variante da tireoidite de 
Hashimoto. 
O hipertireoidismo é mais comum na tireoidite granulomatosa subaguda e resulta de alterações 
destrutivas da glândula e da liberação dos hormônios armazenados, e não do aumento de sua síntese. A seguir, 
pode ocorrer hipotireoidismo. 
 
o Adenomas de hipófise  adenoma do tipo hiper secretor, produzindo hormônio em maior 
quantidade. Com o TSH aumentado, produzirá T3 e T4, depois esses diminuirão sua 
concentração com o feedback negativo 
 
o Adenomas de tireoide  Bócio uni ou multinodular tóxico (doença de Plummer ou Adenoma 
Tireoidiano Tóxico) às vezes resulta de mutações do gene do receptor de TSH, causando 
ativação contínua da tireoide. 
Pacientes com bócio nodular tóxico não apresentam as 
manifestações autoimunes ou os anticorpos circulantes observados na 
doença de Graves. Além disso, em contraste com a doença de Graves, 
bócios uninodulares ou multinodulares habitualmente não entram em 
remissão 
Adenoma de Tireoide um tumor benigno ocasionado pelo 
crescimento excessivo e a transformação estrutural/funcional de uma 
área do parênquima tireoidiano, sendo a terceira causa mais comumde 
hipertireoidismo no Brasil. 
 
o Iatrogenia (corticoterapia)  Termo iatrogenia deriva do grego (iatros = médico / gignesthai = 
nascer, que deriva da palavra genesis = produzir) e significa qualquer alteração patológica 
provocada no paciente pela má prática médica 
 
 Manifestações clinicas de hipertireoidismo: 
- Aceleração dos batimentos cardíacos acima de 100 por 
minuto (chamada taquicardia) 
- Irregularidade no ritmo cardíaco, principalmente em 
pacientes com mais de 60 anos 
- Nervosismo, ansiedade e irritação 
- Mãos trêmulas e sudoréticas 
- Perda de apetite 
- Intolerância a temperaturas quentes e probabilidade de 
aumento da sudorese 
- Queda de cabelo e/ou fraqueza do couro cabeludo 
- Rápido crescimento das unhas, com tendência à 
descamação das mesmas 
- Fraqueza nos músculos, especialmente nos braços e coxas 
- Intestino solto 
- Perda de peso importante 
- Alterações no período menstrual 
- Aumento da probabilidade de aborto 
- Olhar fixo 
- Protusão dos olhos, com ou sem visão dupla (em pacientes 
com a Doença de Graves  exofalmia) 
 
 
 
FISIOLOGIA 
Aula 1 – Endocrinologia 
21 
 
- Acelerada perda de cálcio dos ossos com aumento do risco de osteoporose e fraturas
 
b. Hipotireoidismo 
 
 
- O hipotireoidismo ocorre em qualquer idade, mas é particularmente comum em idosos, em que ele pode estar 
presente de maneira sútil e ser difícil de reconhecer. O hipotireoidismo pode ser 
1. Primário: causado por disfunção intrínseca da glândula tireoide, resultando em deficiência 
da síntese e na secreção dos hormônios tireoidianos 
2. Secundário: causa hipofisária por deficiência de tireotrofina (TSH) 
3. Terciário: causa hipotalâmica por deficiência de hormônio liberador da tireotrofina (TSH) 
 
 
o Tireoidite de Hashimoto 
Acredita-se que a tireoidite de Hashimoto seja a causa mais comum de hipotireoidismo primário na 
América do Norte. É muito mais prevalente em mulheres. A incidência aumenta com a idade e em pacientes com 
doenças cromossômicas, incluindo síndrome de Down, síndrome de Turner e síndrome de Klinefelter. É comum a 
história familiar de doenças tireoidianas. 
A tireoidite de Hashimoto, assim como doença de Graves, algumas vezes está associada a outras doenças 
autoimunes, como doença de Addison (insuficiência suprarrenal), diabetes mellitus tipo 
1, hipoparatireoidismo, vitiligo, cabelos prematuramente grisalhos, anemia perniciosa, distúrbios do tecido 
conjuntivo (p. ex., artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, síndrome de Sjögren), doença 
celíaca e síndrome de deficiência poliglandular tipo 2 (síndrome de Schmidt — uma combinação de 
hipotireoidismo secundário à tireoidite de Hashimoto e/ou diabetes mellitus tipo 1). Pode haver aumento da 
incidência de tumores de tireoide, raramente linfomas tireoidianos. Na patologia verifica-se uma infiltração 
extensa de linfócitos, com folículos linfoides e cicatrizes. 
Os pacientes se queixam de aumento indolor da tireoide ou sensação de volume na garganta. O exame 
revela bócio não doloroso, que é liso ou nodular, firme e mais elástico que a tireoide normal. Vários pacientes 
apresentam sinais e sintomas de hipotireoidismo, mas alguns têm hipertireoidismo que pode ser decorrente da 
tireoidite. 
 
o Bócio coloide “atóxico” 
Endêmico  população carente, sem ingestão ideal de iodo 
 
FISIOLOGIA 
Aula 1 – Endocrinologia 
22 
 
Esporádico  medicamentoso 
 
o Insuficiência hipofisária 
Síndrome de Sheehan  A síndrome de 
Sheehan se caracteriza pelo hipopituitarismo pós-parto 
secundário à necrose hipofisária decorrente de 
hipotensão ou choque em virtude de hemorragia maciça 
durante ou logo após o parto 
Sela vazia  A Síndrome da Sela 
Vazia corresponde ao achado de sela túrcica preenchida por líquido cefalorraquidiano, devido à herniação da 
aracnóide para dentro da sela, levando à compressão do tecido hipofisário normal contra o assoalho selar, 
dando a aparência radiológica de uma sela vazia. 
 
o Iatrogenia: 
 Cirurgia  que possa ter lesado a hipófise 
 Radiação 
Medicamentos (Ex.: Lítio)  O lítio é um metal alcalino que pode atingir altas concentrações na 
célula tiroidiana. Em humanos, a administração de lítio pode inibir a captação de iodo pela tiroide por 
um mecanismo de competição. Ademais, pode haver alterações na síntese (inibição do acoplamento de 
iodotirosina e alteração na estrutura da tireoglobulina) e secreção dos hormônios tiroidianos. Há 
referências também a aumento de doenças autoimunes da tiroide em uso de lítio. Para que a produção 
do hormônio tiroidiano seja adequada, há um elevação do hormônio tireoestimulante (TSH), 
caracterizando o hipotireoidismo, nesse caso, induzido pelo lítio. O aumento do TSH pode estimular o 
crescimento da tiroide e resultar em bócio. O risco de hipotireoidismo aumenta em cerca de seis vezes 
em pacientes recebendo lítio. 
 
 
 Manifestações clinicas de hipotireoidismo 
- Depressão 
- Desaceleração dos batimentos cardíacos 
- Intestino preso 
- Menstruação irregular 
- Diminuição da memória 
- Cansaço excessivo 
- Dores musculares 
- Sonolência excessiva 
- Pele seca 
- Queda de cabelo 
- Ganho de peso 
- Aumento do colesterol no sangue 
- Macroglossia [há um aumento excessivo da 
língua, ou como relativa, quando o espaço da cavidade 
oral é insuficiente para o órgão] 
 
- O hipotireoidismo também afeta recém-nascidos. Nesses casos, o problema é diagnosticado pelo conhecido "teste 
do pezinho" e o tratamento deve ser iniciado imediatamente. 
 
 
 
 
 
 
NOTA: O Pan-hipopituitarismo é uma patologia 
que tem como condição básica a deficiência na 
produção ou na ação de qualquer um dos 
hormônios da glândula adeno-hipófise. Quando 
isto ocorre em dois ou mais hormônios, é 
denominado pan-hipopituitarismo (PH) 
 
 
FISIOLOGIA 
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23 
 
PARTE 4 – Córtex suprarrenal 
 
 Glândulas adrenais: 
- As glândulas adrenais ou suprarrenais são duas glândulas endócrinas situadas 
crânio-medialmente aos rins. Elas respondem ao stress por meio da síntese e liberação 
de corticosteroides, como o cortisol, e de catecolaminas, como a adrenalina, a 
noradrenalina e a dopamina. 
- As adrenais são duas glândulas pequenas, localizadas acima dos rins (esquerdo e 
direito) que medem apenas 5 cm cada uma delas. São constituídas pelo córtex, 
originadas do tecido mesodérmico, e medula, originada de uma subpopulação de 
células da crista neural 
 
 
 Hormônios adrenocorticais 
- As glândulas suprarrenais produzem os hormônios 
denominados de hormônios adrenocorticais, que são produzidos no 
seu córtex 
- A zona cortical da glândula suprarrenal pode ser dividida em três 
regiões diferentes, tanto histologicamente e fisiologicamente, sendo 
elas: 
a. Zona glomerulosa  mais externa e produz 
aldestosterona 
b. Zona fasciculada  produz cortisol 
c. Zona reticular  produz androgênios 
- Na medula são produzidas as catecolaminas 
 
 
 Aldosterona 
 
 
- Intimamente relacionada com os rins, glomérulos  secreção de potássio e reabsorção de sódio 
- Faz parte de uma cascata de reação, chamada de Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona (SRAA) 
- Aldosterona é um hormônio produzido a partir de moléculas de colesterol 
 
 
 
FISIOLOGIA 
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- Existem dois estímulos principais para a liberação da aldosterona no sangue, a presença da angiotensina II e o 
aumento do nível de potássio 
- Quando existe uma redução do volume sanguíneo, seja por desidratação, hemorragia, deficiência de sódio, há uma 
redução da pressão arterial como consequência imediata 
- Tal redução vai ser sentida nos rins pelas células justaglomerulares que produzirão a renina 
- A renina se divide o angiotensinogênio, uma grande proteína que circula na corrente sanguínea, em partes. Uma 
parte é a angiotensina I. A angiotensina I, que se mantém relativamente inativa, é dividida em partes pela enzima 
de conversão da angiotensina (ECA). Uma parte é a angiotensina II, um hormônioque é muito ativo [processo 
ocorre nos pulmões e rins] 
- A angiotensina II agirá em dois lugares, sendo eles na constrição dar arteríolas renais e no córtex da glândula 
adrenal levando a produção da aldosterona. A angiotensina II faz com que as paredes musculares das pequenas 
artérias (arteríolas) se contraiam, aumentando a pressão arterial. A angiotensina II também provoca a liberação 
do hormônio aldosterona pelas glândulas adrenais e da vasopressina (hormônio antidiurético) pela hipófise. 
- Após a aldosterona ser liberada na corrente sanguínea, essa vai ter um papel importante de atuação nos rins, 
particularmente nos túbulos contorcidos distais e nos ductos coletores dos néfrons 
 
- Nas células principais, temos maior concentração 
de potássio [K+] do que o habitual, enquanto que 
no sangue presente nos capilares peritubulares, 
temos maior concentração de sódio [Na+]. Na 
membrana basolateral, encontram-se as bombas 
de sódio e potássio, que funciona com o consumo 
de ATP e realizam transporte de dois íons potássio 
e três íons sódio contra o gradiente de 
concentração 
- A aldosterona atua estimulando a bomba de sódio 
e potássio. Além disso, ela atua na inserção de 
canais de potássio e canais de sódio na superfície 
voltada para o lúmen tubular, assim, esses íons se 
deslocam a favor do gradiente de concentração, ou 
seja, o potássio se desloca em direção a urina ao 
mesmo tempo que o sódio do lúmen se desloca para 
o interior da célula principal, visto que a 
concentração de sódio nessa região é menor em 
parte devido do funcionamento da bomba de sódio 
e potássio 
 
- No balanço final é obtido uma redução de potássio e aumento de sódio no sangue, junto com o sódio, ocorrerá maior 
absorção de água, porem a sua permeabilidade na região final dos túbulos contorcidos distais e na região dos ductos 
coletores são controladas pelo hormônio ADH 
 
- Com o aumento da volemia [volume sanguíneo em circulação no 
organismo], há um aumento do volume ejetado pelo coração e 
consequentemente, há o aumento da pressão arterial 
 
- Em resumo, a diminuição da PA ativa o SRAA, produzindo um conjunto 
de respostas tentando normalizar a PA. A resposta mais importante é o efeito da aldosterona aumentando a 
 
 
 
FISIOLOGIA 
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25 
 
reabsorção renal de Na⁺. Ao se promover a reabsorção de Na⁺, aumenta-se o volume do LEC [liquido extracelular] e o 
volume sanguíneo, com isso ocorre aumento do retorno venoso, e pelo mecanismo de Frank-Starling, aumento do 
débito cardíaco e da pressão arterial 
 
 
 
 Cortisol 
- Conhecido como o hormônio do estresse 
- O cortisol é um hormônio da família dos esteroides, produzido no córtex da glândula suprarrenal (ou 
adrenal) especificamente na zona fasciculada 
- O substrato utilizado na síntese do cortisol é o colesterol, que nesse caso, provém principalmente do LDL 
(lipoproteína de baixa densidade) 
- A produção do cortisol se dá mediante o estímulo do ACTH (Hormônio Corticotrófico), produzido na porção anterior 
da hipófise, e que ao ser liberado na corrente sanguínea, dirige-se ao córtex da glândula adrenal, e no caso do cortisol, 
estimula a zona fasciculada, influenciando desde a captação de LDL (pelo aumento do número de receptores de LDL 
na superfície da adrenal) até a produção do hormônio. 
- Mas, para que seja produzido o cortisol, alguns estímulos atuam estimulando o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. 
Alguns fatores como a luz solar, o estresse, e a hipoglicemia, ativam o hipotálamo, que por sua vez ativa a hipófise, e 
assim ocorre a produção do ACTH que vai estimular a glândula adrenal 
NOTA: 
O eixo HPA é o centro controlador e regulador do organismo que conecta o sistema nervoso central (SNC) com o sistema 
hormonal. O eixo responde ao estímulo estressor e auxilia o organismo a manter a homeostasia além de ser essencial 
para auxiliar no funcionamento fisiológico normal. Em resposta ao estressor, o núcleo paraventricular hipotalâmico 
estimula a produção e secreção de dois neuropeptídios, o hormônio liberador de corticotrofina (CRH) e a arginina 
vasopressina, os quais atingem o lobo anterior da pituitária e ativam a secreção de hormônio adrenocorticotrófico 
(ACTH). Quando liberado na circulação periférica, o ACTH estimula a secreção de epinefrina, noraepinefrina e 
glicocorticoides pelo córtex da adrenal.Os glicocorticoides liberados atuam na atividade de feedback negativo por meio 
da ativação de receptores de glicocorticoide (GR) e mineralocorticoide (MR) no hipocampo, e GR no núcleo 
paraventricular do hipotálamo e pituitária anterior 
 
FISIOLOGIA 
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26 
 
 
 
- A luz solar é o nosso principal estímulo fisiológico, dessa forma, durante o dia ocorre a maior produção de cortisol, 
seguindo o ciclo circadiano. Nas primeiras horas da vigília, se dá a maior liberação de cortisol, e os níveis vão 
reduzindo gradativamente ao longo do dia. Em situações normais, onde não há estresse e nem uma hipoglicemia, é a 
luz solar que estimula todos os dias o hipotálamo, e assim ativa o eixo, garantindo a produção do cortisol. 
- Mas existem também as situações não fisiológicas onde ocorre um importante estímulo da produção de cortisol. É 
o que ocorre em quadros de estresse, tanto emocional quanto físico, visto que o cortisol desempenha um papel 
importante nessa situação (por isso é conhecido como hormônio do estresse). 
- O estímulo da produção de cortisol também pode vir de situações de hipoglicemia, pois, como veremos a frente, o 
cortisol é uma substância hiperglicemiante, sendo então importante no controle da glicemia. 
 
- A regulação da produção de cortisol pela glândula 
adrenal se dá pela concentração do próprio 
hormônio. Ou seja, o cortisol por meio de alças 
de feedback negativo atua no hipotálamo inibindo 
a produção de CRH (Hormônio liberador de 
corticotrofina) e consequentemente leva a inibição 
da produção de ACTH, e também atua diretamente 
na hipófise anterior reduzindo a produção de 
ACTH. 
Dessa forma, independente da alça de feedback, 
têm-se a redução de ACTH, e como a zona 
fasciculada é dependente do estímulo do ACTH, na 
ausência do mesmo, não ocorre a produção de 
cortisol. Dessa forma, independente da alça de 
feedback, têm-se a redução de ACTH, e como a 
zona fasciculada é dependente do estímulo do 
ACTH, na ausência do mesmo, não ocorre a 
produção de cortisol 
 
a. Efeitos sobre o metabolismo de carboidratos: 
 
 
FISIOLOGIA 
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27 
 
- ↑ Gliconeogênese (permissivo para glucagon e adrenalina) [formação de glicose a partir de outros substratos, porque 
o corpo precisa de energia] 
- ↑ Glicogenólise; [quebra de glicogênio para obter glicose e energia] 
- ↑ Síntese de glicogênio hepático; [armazenamento de energia] 
- ↓ Captação e utilização de glicose pelas células (músculo e tecido adiposo) 
- ↑ Glicemia. 
 
b. Efeitos sobre o metabolismo de lipídeos: 
- Mobiliza ácidos graxos do tecido adiposo; [existe um estoque de energia do tecido adiposo, e o cortisol sobre o 
metabolismo de lipídeos em situações de estresse irá estimular a mobilização e aumentar a concentração de ácidos 
graxos para que esse possa ser oxidado e metabolizado, formando energia, ATP] 
- ↑ a concentração de ácidos graxos plasma; 
- ↑ a oxidação de ácidos graxos LIC [líquido intracelular] (exceto em neurônios); 
- ↑ Lipólise; [quebra de tecido lipídico, para aumentar a formação de energia] 
- ↑ Formação de corpos cetônicos; (coadjuvante com falta de insulina  em situações de diabetes descompensado, 
quando não existe a utilização de glicólise como fonte de energia, o corpo passa a utilizar outras fontes como a do 
tecido gorduroso, levando a formação de corpos cetônicos 
 
c. Efeitos sobre o metabolismo de proteínas: 
- ↓ Captação de aminoácidos muscular; [para formar energia, utilizar os aminoácidos dos músculos não para a sua 
formação, mas para energia] 
- ↓ Síntese muscular; 
- ↑ Proteólise muscular; [quebra de músculo]  catabolismo 
-↑ Captação de aminoácidos (fígado); 
- ↑ Síntese hepá ca; [formação de novos aminoácidos] 
- ↑ Proteínas plasmá cas. 
 
d. Outras ações: 
- ↑ Resistência periférica à ação da insulina; [em situações aonde existe um hipercortisolismo, há uma simulação de 
diabetes] 
- ↑ Resistência do organismo ao stress; [estimula a resistência do organismo ao estresse] 
- Efeito anti-inflamatório: 
o Estabiliza membranas lisossomais; 
o Diminui permeabilidade capilar; [nos estados inflamatórios a permeabilidade capilar aumenta] 
o Imunossupressão (linfócitos T); 
o Antitérmico (por diminuir interleucina 1, mediador inflamatório que eleva a temperatura); 
o Antialérgico (hidrocortisona, prednisona utilizados na asma, por exemplo, para estabilizar a 
doença com cunho alérgico) 
- Ação permissiva para as catecolaminas na vasoconstrição; [estimula vasoconstrição] 
- Aumento de RFG [ritmo de filtração glomerular] e secreção hídrica; 
- Diminui absorção intestinal de cálcio; 
- Ação moduladora dos processos intelectuais: 
o Acuidades auditiva, gustativa etc 
o Sono 
o Cognição. 
 
 Androgênios 
- Transformam-se em testosterona nos tecidos periféricos; 
- Desenvolvimento inicial dos órgãos sexuais masculinos; 
- Crescimento dos pelos pubianos e axilares femininos; 
- Coadjuvante na eritropoiese. 
 
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28 
 
 Principais patologias suprarrenais 
1. Síndrome de hiperfunção: 
a. Sindrome de Cushing: 
- A hipersecreção de glucocorticoides resulta em síndrome de Cushing [aumento do cortisol] 
o Hipofisária [tumor na hipófise que gera aumento do hormônio liberador de corticotrofina 
(ACTH), no qual estimula a formação de cortisol pelo córtex suprarrenal] 
o Adrenal [adenoma de córtex suprarrenal que estimula a formação de cortisol] 
o Ectópica [tumo ectropico (fora da suprarrenal) que produz cortisol, como exemplo tumor 
de células claras pulmonar] 
o Iatrogênica [advinda de medicamentos, corticoides] 
 
b. Hiperaldosteronemismo 
o Primário (Síndrome de Conn) [causado pela produção autônoma de aldosterona pelo 
córtex adrenal] 
o Secundário [situações que geram a depleção de volume, vão estimular a produção de 
renina que por sua vez vai aumentar a produção de aldosterona, como cirrose e ICC 
(insuficiência cardíaca congestiva)] 
 
c. Síndrome Androgenital 
- Super produção de hormônios androgênios 
- Masculino culmina no virilismo 
- Feminino, ocorre uma masculinização da paciente 
 
2. Síndrome de hipofunção 
a. Aguda 
o Tocotraumatismo neonatal  região da suprarrenal muito próxima ao dorso e como a 
musculatura dorsal não está completamente desenvolvida somado ao fato do córtex 
suprarrenal estar muito próximo a região de trauma, um trauma na região pode levar a 
diminuição da formação dos hormônios adrenocorticais de uma forma aguda 
o Síndrome de Waterhouse Friderichsen (adrenalite hemorrágica)  infecção 
meningocócica [é uma infecção bacteriana aguda, rapidamente fatal, causada pela 
Neisseria meningitidis] que tem atração por vasos da suprarrenal, gerando obstrução 
desse 
b. Crônica 
o Primário: Síndrome de Addison  existe uma destruição da glândula suprarrenal, por uma 
causa autoimune [adrenalite autoimune (AAI)], por causas iatrogênicas ou infecciosas, como 
a tuberculose suprarrenal 
o Secundário  doenças hipofisárias, como hipopituitarismo, ou doenças hipotalâmicas, que 
levam a hipofunção da glândula adrenocortical diminuindo a formação do hormônio 
adrenocorticotrófico (ACTH) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FISIOLOGIA 
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29 
 
PARTE 5 – Pâncreas endócrino 
 Pâncreas 
- O pâncreas é uma glândula retroperitoneal, é dividido 
funcionalmente em exócrino e endócrino 
- A função endócrina é desempenhada por aglomerados de 
células, dispersas no tecido acinar pancreático, 
denominados Ilhotas de Langerhans 
- Existem pelo menos 6 tipos de células pancreáticas 
descritas: α, δ, β, células PP (ou células Ƴ), G e ε. Dessas as 
mais importantes e prevalentes são as células α e β. 
- As células α correspondem a cerca de 15-20% das células 
das ilhotas. Localizam-se na periferia e sintetizam e 
secretam glucagon, glicentina, GRPP (peptídeo pancreático 
relacionado com glicentina), GLP 1 e GLP 2 (peptídeo tipo 
glucagon 1 e 2). 
- Já as células β são as mais numerosas, correspondendo a 
aproximadamente 70 – 80% das células das ilhotas pancreáticas. Localizam-se no centro da ilhota (“medula”) e são 
responsáveis pela síntese e pela secreção, principalmente, da insulina e peptídeo C. Em menor escala, produzem 
amilina, também conhecida como IAPP (polipeptídeo amilóide das ilhotas), que é um antagonista insulínico, dentre 
outros peptídeos. 
- Dentro dessas ilhotas, encontram-se quatro tipos de células: as células beta, responsáveis pela produção de insulina; 
as células alfa, produtoras de glucagon; as células delta, que liberam somatostatina; as células PP, que produzem 
peptídios pancreáticos 
 
 Insulina 
- A insulina é sintetizada no pâncreas como um precursor inativo de uma única cadeia pré-pró-insulina. Tal síntese é 
realizada com uma sequência de sinal aminoterminal, que dirige a passagem da insulina para as vesículas secretoras. 
A remoção proteolítica da sequência de sinal, assim como a formação das três pontes dissulfeto, produzem a pró-
insulina que, por sua vez, é estocada nos grânulos de secreção encontrados nas células pancreáticas do tipo B. 
- A partir do momento em que a elevação da glicose sanguínea desencadeia a secreção da insulina, a pró-insulina é 
convertida em insulina ativa por proteases específicas, que clivam duas ligações peptídicas para formar a molécula 
de insulina madura. 
- As concentrações dos hormônios peptídicos dentro dos grânulos de secreção são tão altas que os conteúdos das 
vesículas são virtualmente cristalinos. Quando o conteúdo desses grânulos é liberado por exocitose, uma grande 
quantidade desses hormônios é disponibilizada repentinamente. Os capilares são fenestrados, pemitindo assim que 
as moléculas secretadas do hormônio entrem facilmente na corrente circulatória, sendo transportadas até as 
células-alvo, ou seja, as células responsáveis pela regulação dos estoques de nutrientes no organismo (células 
hepáticas, musculares e tecido adiposo). 
 
 
 
 
FISIOLOGIA 
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30 
 
- A insulina é um hormônio anabólico essencial na manutenção da homeostase de glicose e do crescimento e 
diferenciação celular. Esse hormônio é secretado pelas células β das ilhotas pancreáticas após as refeições em resposta 
a elevação da concentração dos níveis circulantes de glicose e aminoácido 
- Age no metabolismo dos macronutrientes: carboidratos, gorduras e proteínas 
- Em situações em que a glicose esta aumentada no sangue, a insulina tenta captar a glicólise para dentro da célula e 
assim utiliza-la, estimulando-a 
- Em repouso, no qual não há necessidade de utilizar a glicólise imediatamente, a insulina vai estimular a formação de 
glicogênio, para a glicólise já armazenada não ser perdida 
- A insulina diminui a própria quebra do glicogênio (glicogenólise), porque não faz sentido aumentar a sua síntese se 
será quebrado em seguida por alguma demanda 
- Diminui a gliconeogênese, que é formação de glicose por outros substratos. O objetivo da insulina é diminuir a 
quantidade de glicose na corrente sanguínea 
- Metabolismo de gorduras: a insulina vai diminuir a quebra de gordura para a formação de enrgia (lipólise) o que por 
consequência diminui a cetogênese (corpos cetônicos) 
- Em repouso, isso é, em excesso de glicose, a insulina vai estimular a síntese de gordura para armazenar energia na 
forma de gordura, aumentando então a deposição dessa no tecido adiposo 
- Metabolismo de proteínas: age parecido com o metabolismo de gorduras 
- Diminui a quebra de proteínas 
- Estimula a síntese de proteínas 
- Desestimula a quebra de proteínas 
- Age no sentido de aumentar a síntese proteica 
- Para ajudar na formação de novas proteínas, a insulinavai estimular o transporte de aminoácidos pelo corpo 
 
 Controle da secreção de insulina 
 
 
 
 Glucagon 
- O glucagon é um polipeptídeo, secretado pelas células alfa (α) das ilhotas de Langerhans, composto por 29 
aminoácidos, tendo como função principal aumentar a concentração de glicose no sangue, contrapondo-se aos efeitos 
da insulina. Esta estrutura primária, ou seja, sua sequência de aminoácidos é convertida em uma estrutura 
tridimensional extremamente simples composta de uma única a-hélice 
- Nesse sentido, os principais efeitos do glucagon sobre o metabolismo da glicose são a degradação do glicogênio 
hepático e o aumento da gliconeogênese no fígado 
 
 
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- Metabolismo dos carboidratos: o glucagon diminui a captação de glicose pelas células musculares e adiposas, 
aumentando assim o aporte de glicose na corrente sanguínea 
- Diminui a glicólise, porque seu objetivo é aumentar a glicose na corrente sanguínea 
- Desestimula a síntese de glicogênese, porque essa formaria o glicogênio 
- Para aumentar a concentração de glicose no sangue, vai estimular a formação dessa por outros substratos não-
glicólise, por meio da gliconeogênese 
- Vai estimular a quebra do glicogênio (glicogenólise), porque esse é uma cadeia de glicose que estimula a sua quebra, 
assim aumentando disponibilidade para a corrente sanguínea 
- Metabolismo de gorduras: estimula a lipólise, quebra de gordura, para formar mais glicose, aumentando então a 
formação de corpos cetônicos (cetogênese) 
- Em repouso, ao contrario da insulina que armazena a glicose no tecido adiposo, desestimula a formação e deposição 
de gordura no tecido adiposo 
-Metabolismo de proteínas: para aumentar a concentração de glicose no sangue, o glucagon estimula a quebra das 
proteínas (proteólise), diminuindo a sua formação (síntese proteica) e diminuindo também o transporte de 
aminoácidos que poderiam ser utilizados para a formação dessa. 
 
 Diabetes Mellitus 
- Diabetes Mellitus (DM) consiste em um distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia persistente. Esse 
distúrbio é causado pela deficiência na produção de insulina ou na sua ação, ocasionando complicações sistêmicas a 
longo prazo. 
- O DM pode ser causado por dois mecanismos principais: deficiência na produção ou ação da insulina, sendo 
classificado em dois grupos principais de acordo com a causa, o tipo 1 e o tipo 2, respectivamente 
1. DM tipo 1: 
- No DM tipo 1, a deficiência na produção da insulina possui dois mecanismos já estabelecidos: 
I. Autoimune (1A): 
- Possui autoanticorpos (Anti-Ilhota, anti-GAD, anti-IA-2) identificados como 
marcadores da doença autoimune, que muitas vezes aparecem nos exames antes 
mesmo das manifestações clínicas. 
II. Idiopática (1B): 
Não possui marcadores de doença autoimune, não sendo identificada a sua causa. 
 - Ambos levam a destruição gradual das células β pancreáticas. 
 - Infecções virais e exposição a antígenos vem sendo associadas, por mimetismo molecular, que em 
indivíduos com predisposição genética, pode desencadear o processo autoimune. 
Devido a sua fisiopatologia, os pacientes que recebem o diagnóstico em sua maioria são crianças e adolescentes, 
sendo uma quantidade muito inferior de adultos (Latent Autoimmune Diabetes of Adults) que desenvolve o DM tipo 
1 
 
 
 
 
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32 
 
2. DM tipo 2: 
- Há resistência à insulina nas células, que gera um aumento da demanda de síntese da insulina na 
tentativa de compensar o déficit em sua ação. Inicialmente, por conta disso, há um hiperinsulinismo, 
sendo representada clinicamente pela acantose. 
- A manutenção deste quadro, causa uma exaustão das células β pancreáticas, explicando 
parcialmente o déficit na secreção da insulina nestes pacientes, quando a doença já está avançada. 
- O hipoinsulinismo relativo, devido a produção insuficiente para a alta demanda sistêmica, não 
consegue manter os níveis glicêmicos normais e, portanto, há uma hiperglicemia persistente. 
- Outras causas de hipoinsulinismo são descritas, sendo elas a hipossensibilidade das 
células β pancreáticas à glicose, devido à baixa expressão do GLUT2 e deficiência de incretinas, 
sendo a causa de ambas ainda desconhecida 
 
 
 Efeitos diabetes mellitus 
- Aumento da concentração de glicose plasmática [corrente sanguínea] 
- Perda de glicose na urina [com a alta concentração o rim não consegue barrar a glicose] 
- Poliúria [os casos em que o paciente passa a eliminar quantidades excessivas de urina] [glicose retem água  A 
glicose é uma fonte energética que auxilia a absorção do sal, cuja composição atrai as moléculas de água, fazendo com 
que ela se mantenha dentro dos vasos] 
- Desidratação 
- Aumento da sede 
- Aumento da utilização de lipídeos e acidose metabólica 
- Depleção proteica 
- Lesões teciduais em longo prazo (vasculopatias, neuropatias, lesões renais) 
- Dislipidemia, à longo prazo, podendo levar a aterosclerose, arterioslosclerose, coronariopatia, entre outras 
patologias associadas aos altos níveis de colesterol e lipídeos no sangue 
 
 
NOTA: Acidose Metabolica 
É o acúmulo de ácido por causa de: 
- Aumento da produção de ácido ou ingestão ácida 
- Diminuição da excreção ácida 
- Perdas gastrintestinais ou renais de HCO3
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