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RESUMO LIVRO PSICOTERAPIA LÚDICA DE GRUPO COM CRIANÇAS

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RESUMO LIVRO PSICOTERAPIA LÚDICA DE GRUPO COM CRIANÇAS
CAPÍTULO 1: PROCESSO TERAPÊUTICO GRUPAL
Procedimento é o método de fazer ou executar alguma coisa, isto é, o modo de agir, a maneira de atuar, para poder atingir um objetivo pretendido. No procedimento colocamos em movimento, seguindo uma sucessão ordenada, conhecimento e meios que dispomos para alcançar esse objetivo. Processo é ação de proceder e prosseguir
Processo terapêutico: é a interação dinâmica de todos os aspectos fenomenológicos do procedimento da terapia, englobando todas as expressões abertas ou encobertas dos sentimentos, pensamentos e ações ocorridas durante um tempo.
A relação terapêutica é considerada como processo único e supõe a seguinte experiência bilateral: um cura e o outro precisa ser curado.
Processo grupal e níveis do processo: Processo grupal é fundamental da experiência de crianças e adultos. No processo grupal o comportamento e efetua em dois níveis:
· Tarefa compartilhada (racional e consciente): Todo o grupo tem uma tarefa que lhe é dada ou que o próprio grupo determina.
· Emoções compartilhadas pelos membros (irracional e inconsciente): Para compreendê-lo precisamos ter presentes pelo menos quatro princípios:
1. A centralização do conceito de funcionamento mental inconsciente.
2. A noção que os conflitos não suportáveis são reprimidos levando a repetição motivada de sintomas.
3. A visão de que sintomas tem conteúdos e significados tanto para o indivíduo quanto para sua adaptação no ambiente.
4. O papel crítico do conceito de transferência como uma forma de compreender interação em termos de experiência passada, com pais e outras pessoas significativas. (Repetição das relações)
Fases fundamentais do processo de psicoterapia grupal: 
· Experimentação(resistência);
· Catarse;
· Transferência e contratransferência; 
· Insight (aproveitamento do ego grupal)
· Prova de realidade
Sessões do grupo: Com crianças muito pequenas a duração é de 30 a 35 minutos e com crianças maiores de 50 a 90 minutos. Em relação a quantidade de crianças, 4 a 8 membros é o indicado, todas com idades próximas. Grande parte das vezes os grupos são abertos.
“Aqui e agora”, “lá e então”, “depois e daí”: A coesão e a catarse fazem ressurgir interações familiares já acontecidas. Os participantes de todas as idades reconhecem eventos e experiências passadas no seu funcionamento atual e com frequência verbalizam sobre a percepção desta interação. O grupo reconhece também que a atividade atual se reflete no futuro. Relacionam o “aqui” com o “agora”, o “lá” com o “então” e o “depois” com o “daí”.
CAPÍTULO 2: O EGO GRUPAL
O grupo é submetido a lideranças que buscam uma finalidade comum, em relação a qual se gera uma atuação recíproca, da qual pode resultar desenvolvimento da personalidade dos membros que compões o grupo. O ego grupal emerge na situação terapêutica como resultante das forças das sucessivas modificações dos egos dos membros do grupo. 
Cada membro cede uma parte de seu ego que passa a pertencer ao grupo e é por ele aproveitada no decorrer do processo terapêutico. Os membros, em determinado momento, podem aproveitar uma fração desse ego grupal. Um dos membros pode esvaziar o ego grupal usando-o para sua necessidade. Esse membro sai de uma fase terapêutica e passa para outra frase, e o grupo começa a construir um novo ego grupal. O processo terapêutico do grupo visa a construção contínua desse ego grupal. 
Assim, num grupo, temos um “núcleo” que está construindo um ego grupal e uma “periferia” que não está conseguindo participar do núcleo. Os membros que estão na periferia podem:
1. Ser atraídos para o núcleo pela ação grupal;
2. Ter necessidade de outro grupo para construir um novo ego grupal;
3. Estar em condições de ter alta do grupo.
As emoções do ego grupal: Os lações emocionais que caracterizam um grupo são os laços libidinais que constroem o ego grupal. Os seres humanos não toleram na vida adulta uma aproximação demasiada intima com o próximo. (Vide exemplo dos porcos espinhos de Freud – p.11)
No grupo terapêutico com crianças, mesmo quando se tocam mais do que porcos-espinhos e se batem e rolam pelo chão, há sentimentos de amor, aversão e hostilidade que podem estar reprimidos mas que se manifestam no comportamento do grupo quando os membros estão construindo o ego grupal.
O ego grupal, construído no grupo terapêutico, carregado de todas as emoções descritas, é útil para a preservação do próprio indivíduo. 
O ideal de ego da criança é o seu próprio ideal. Cada criança traz para o grupo o objeto externo que é reprimido e se transforma em “objeto interno” dentro do grupo. Este objeto interno, por sua vai se relacionar com objetos internos e outros membros até que a energia libidinal, neles investida, utilize-se das ideias de ego dos membros para a construção do ego grupal. Vamos exemplificar com o amor.
Uma criança pode amar:
1. 
2. O que ela própria é;
3. O que ela própria já foi;
4. O que ela própria gostaria de ser;
5. A mulher que a nutriu;
6. O homem que a protegeu;
7. Alguém que já fez parte dela mesma, de acordo com o apego.
Todos estes tipos de amor, a criança os encontra no ego grupal construído e que lhe serve para isso. O relacionamento é com o amor ideal.
O ego grupal, segundo as assertivas de Le Bon, tem diversas emoções por três razões:
1. Por um sentimento de poder invencível, que lhe permite render-se a instintos que, estivesse ele sozinho, teria obrigatoriamente refreado.
2. Por um contágio no qual o indivíduo sacrifica seu interesse pessoal em nome do interesse coletivo; este sacrifício chega a contrariar a natureza individual e dificilmente é capaz de se realizar fora do grupo, especialmente na criança.
3. A sugestionabilidade que se cria no grupo faz com que a personalidade consciente deste se desvaneça; em seu lugar surge a impetuosidade dirigida por sentimentos e pensamentos que conduzem os membros a atos em direções imprevistas. (Aprendo com os outros)
A dinâmica do grupo por sua vez se realiza através a identificação. (Para se aceito no grupo).
CAPÍTULO 4: PRESCRIÇÃO DE PSICOTERAPIA LÚDICA
A ludoterapia é indicada para crianças de três á doze anos de idade. A partir do momento que a criança se socializa e faz simbolização, operando pensamentos, pode iniciar a ludoterapia, até a fase de abstração. (Após isso, na adolescência, técnicas verbais ou psicodramáticas podem ser utilizadas).
Em relação as indicações para terapia de grupo ou individual, segundo Swanson (1996), algumas variáveis são importantes na seleção da forma de tratamento:
1. Complexidade sintomática ou conflituada queixa principal;
2. Avaliar as metas do tratamento (identificação e sexo do terapeuta);
3. Contexto do estágio da vida da criança (idade, pais divorciados);
4. Fase do distúrbio (pode ser usado medicação);
5. Vantagens no tratamento (paciente como modelo e suporte para os outros);
6. Preferência do paciente.
Numa orientação européia, temos os grupos por problemas educacionais, situações difíceis no ambiente e dificuldades no relacionamento; são denominadas: crianças com complexos. Essas caracterizações facilitam o acompanhamento da criança no grupo.
· A CRIANÇA FRUSTRADA: Crianças que tem falta de afeto durante seu desenvolvimento, por problemas próprios ou do ambiente. Chupam o dedo, roem unhas, masturbam-se, ou até mesmo fogem.
· COMPLEXO DE PACHÁ: Coloca os outros a seu serviço, fazendo-os de empregados. Faz isso com os adultos e crianças que a rodeiam, é mandona.
· COMPLEXO DE AFETAÇÃO: A família nunca aceitou as reações de espontaneidade, e a criança passa a agir sobre controle exagerado. Não tem o prazer de viver a infância, fica só com os adultos.
· COMPLEXO DE INSUFICIÊNCIA: Criança apresenta sentimento de insuficiência no campo intelectual, social e orgânico, devido exigências exageradas dos pais com expectativas desmesuradas. Auto estima baixa.
· COMPLEXO DE CAIM E ABEL: Quando os pais comparam os filhos, há rivalidade contínua de irmãos por preferência dos pais. 
· COMPLEXO DE NENÊ: Crianças que regridem parachamar atenção de adultos, por diversos motivos, voltando apresentar comportamentos como uso de fraldas e mamadeira, falar em tatibitati.
· COMPLEXO DE BRAVEZA: Apresenta comportamentos de birra e perda de controle emocional Criança que vive em ambiente superpermissivo, sem coerção, gerando o sentimento de perda de amor. Ao ser contrariada, não aceita. 
· COMPLEXO DE ÉDIPO: Por motivos familiares específicos há a dificuldade na resolução do Édipo, a criança se mantém ligada em uma das figuras parentais, não conseguindo ultrapassar essa ligação para um novo estágio do desenvolvimento. Essa situação edipiana não resolvida se dá:
1) Em crianças cujos pais estão em atritos constantes com rivalidades não superadas e com nítida dificuldade de relacionamento sexual.
2) Em crianças que sofrem de falta de possibilidades de identificação porque tem mães celibatárias ou pais viúvos ou mesmo separados que procuram suprir a figura do sexo oposto como substituto.
3) Em crianças que tem identificação forçada, porque um dos pais faz coincidir em exagero a realidade com uma imagem idealizada. Esta imagem pode ser de um ancestral ou com a própria figura agigantada de um dos pais.
· COMPLEXO DA ESPADA DE DÂMOCLES: Criança que tem os pais separados que sentiram ameaças continuas até a separação. Após a consumação, sentem-se culpadas. Quando estão com um dos pais, sentem culpa em relação ao outro. A culpa passar ser constante porque ama o pai e ama a mãe.
· COMPLEXO DO DESERTOR: Crianças que não cumprem suas tarefas, sempre encontram desculpas para fugir do compromisso.
· COMPLEXO DE MUNCHAUSEN: Condição na qual sintomas ou sinais de doenças nas crianças são fabricados, induzidos ou aumento quando a criança está perto da mãe. A doença é uma ficção gerada pela criança ou familiares. Geralmente a mãe que produz a doença do filho, pois precisa que o mesmo esteja sempre doente.
· COMPLEXO DE PINÓQUIO: Criança que cria mentiras, e ficam ofendidas quando não acreditam e mesmo quando flagrada em contradições, se tornam teimosas no que afirmam.
· COMPLEXO DE MÁQUINA: Criança regulada, metódica, exigente em relação a tudo o que faz, perfeccionista. A criança enaltece sozinha sua ação nas atividades, ou pelos familiares e se mantém com certa arrogância nos seus resultados.
· COMPLEXO DE ESFINGE: Criança que não se comunica, e espera que os outros adivinhem o que ela está pensando ou sentindo, fica em observação com uma agressividade retida, e algumas vezes quando libera, ocorre um explosividade. Exige uma atenção que não podem lhe dar.
· COMPLEXO DE SACI-PERERÊ: Criança, instável, inquieta, que não para e incomoda os outros com sua hiperatividade, tanto no contexto familiar como na escola.
CAPÍTULO 5: DINÂMICA GERAL DOS GRUPOS INFANTIS
As crianças são colocadas em grupos de terapia porque apresentam, segundo Anthony, cargas emocionais inconscientes excessivas, que precisam ser reveladas e descobertas. Por isso nós consideramos pacientes, e, portanto, segundo Freud, passam por um sistema de forças a que chamamos dinâmica. No grupo, essas forças são facilitadas para a realização do processo terapêutico. 
1. IDENTIFICAÇÃO: É o processo pelo qual um indivíduo assimila os aspectos, as propriedades, os atributos dos outros e se adapta total ou parcialmente, segundo modelo que os outros lhe oferecem. 
2. ESPAÇO VITAL: Na sala de terapia o ambiente é conhecido e o espaço vital no ambiente terapêutico é reduzido a um campo de forças, que produz para o paciente o espaço vital do mundo. 
3. INTERAÇÃO: Vários fenômenos resultam no grupo como ação ou reação da dinâmica entres essas forças d espaço vital que se atraem ou repelem, segundo o que Kurt Lewin chama de valências.
4. INTERESTIMULAÇÃO: Há uma constante competição buscando muitas vezes liderança: é meio jogo e meio luta no plano simbólico, com mútuas trocas de palavras, xingamentos, insultos e desafios. Podem também medir forças ou comprar posturas, estimulando uns aos outros para nova atividade, ou se colocam uns frente aos outros para decisões e mudanças de regras no jogo. 
5. CONSISTÊNCIA: Se refere à forma pela qual a pessoa organiza crenças e percepções, visando a si própria e ao seu mundo. As distorções que as crianças fazem na vida pelos problemas sobre a consistência no seu mundo causam dissonância e tensão. (Ego grupal)
6. INDUÇÃO MÚTUA: Se refere mais as emoções e sentimentos, as pessoas se induzem mutuamente em atividades e sentimentos por associação direta e intimidade. Ex: Sentimento de “chega natal”, compactuado por nós, quinto anistas, igualmente. KKK
7. ASSIMILAÇÃO: A assimilação por grupos repete no ser humano a sua vida pregressa familiar. Há uma capacidade inata, irredutível, do ser humano de se socializar, portanto ser assimilado nos grupos que já existem em sua cultura – o grupo companheiro, o grupo de escola, o grupo lúdico, o grupo profissional. Os grupos fazem um controle do indivíduo pela dinâmica de assimilação, e com isso o gratificam com segurança, proteção e apoio. 
8. INTEGRAÇÃO: Á medida que o indivíduo se assimila num grupo, ele faz parte indivisível do grupo pela organização que se realiza. (Lealdade)
9. COESÃO GRUPAL: Quando o grupo é social ou culturalmente homogêneo em excesso, muitas vezes, antes da formação do grupo, surge facilmente a coesão grupal em que predominam emoções muito semelhantes, sem fricções ou diferenças individuais. No caso da lealdade da dinâmica de integração, ela se inicia por processo cognitivo com reconhecimento de vantagens e gratificações.
10. POLARIDADE: Os grupos se reúnem com um centro de atenção que pode ser uma pessoa, uma ideia, um problema, Slavson chama de “polo” e a dinâmica estabelecida ao redor deste polo de “polarização”. 
11. APOIO MÚTUO: No surgimento de competições e hostilidades, os membros do grupo percebem que é em seu benefício que elas aparecem, assim são enfrentadas e revolvidas.
12. SELF – SI-MESMO – AUTOCONCEITO: O si mesmo é definido como o objeto que o indivíduo tem da própria percepção. É subjetivo e individual. O grau do self depende da natureza de percepção. O indivíduo percebe a si mesmo como algo distinto, permanente e possuindo qualidades únicas e próprias. Percebe características essenciais e distintas de si mesmo e de outros si-mesmos, no ambiente. 
13. CURIOSIDADE: No grupo é essencialmente positiva, mesmo quando ela se expressa por cautela e cuidados com material e com outros membros. A curiosidade mantém o grupo alerta e interessado no que acontece e no que o terapeuta era dizer sobre isso. Curiosidade de me conhecer e conhecer o outro.
14. SINERGIA: Força integradora básica que assegura a sobrevivência e o êxito dos grupos. É o impulso, o propósito, o objetivo e o esforço comum a todos os indivíduos que constituem um grupo ou uma massa. Há uma homogeneidade pessoal nas metas. Mesmo separados, cada membro do grupo tem seu objetivo.

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