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RESUMO - DIREITO ADMINISTRATIVO II Serviços Públicos Serviço público é a atividade em si, prestada pelo Estado e seus agentes, cuja prestação tem comoção do interesse público. Hely Lopes Meirelles - Serviço público é todo aqueles prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade, ou simples conveniências do Estado. José dos Santos Carvalho Filho - Toda atividade prestada pelo Estado ou por seus delegados, basicamente sob regime de direito público, com vistas à satisfação de necessidades essenciais e secundárias da coletividade. Os serviços públicos se incluem como um dos objetivos do Estado. É por isso que são eles criados e regulamentados pelo Poder Público, a quem também incumbe a fiscalização. Delegação a particulares da execução de certos serviços público não descaracteriza o serviço como público, vez que o Estado sempre se reserva o poder jurídico de regulamentar, alterar e controlar o serviço. Por essa razão a Constituição Federal atual dispõe no sentido de que é ao Poder Público que incumbe a prestação dos serviços públicos. - Classificação A.1 Propriamente ditos: prestados apenas pelo Estado, excluindo a iniciativa privada. A.2 Utilidade Pública: O Estado e a iniciativa privada podem prestar. A.1 Serviços indelegáveis: são aqueles que só podem ser prestados pelo Estado diretamente, ou seja, por seus próprios órgãos ou agentes. Inerentes ao Poder Público centralizado e a entidades autárquicas e fundacionais e, em virtude de sua natureza específica, não podem ser transferidos a particulares, para segurança do próprio Estado. Exemplifica-se como os serviços de defesa nacional, segurança interna, fiscalização de atividades, serviços assistenciais, etc. A.2 Serviços delegáveis: são aqueles que, por sua natureza ou pelo fato de assim dispor o ordenamento jurídico, comportam ser executado pelo Estado ou por particulares colaboradores. Como por exemplo, os serviços de transporte coletivo, energia elétrica, sistema de telefonia, etc. ● A fiscalização pelo Estado se dará por meio das agências reguladoras. B.1 Administrativos: aqueles que não geram riquezas para a administração pública ou para quem os preta. É remunerado pelos impostos. B.2 Industriais: quem os presta almeja o lucro, pressupõe remuneração específica (remuneração se dá por meio do pagamento de taxa ou tarifa). B.1 Serviços administrativos: são aqueles que o Estado executa para compor melhor sua organização. Como o que implanta centro de pesquisa ou edita a imprensa oficial para divulgação dos atos administrativos. B.2 Utilidade pública: destinam-se diretamente aos indivíduos, ou seja, são proporcionados para sua fruição direta. Ex: energia domiciliar, fornecimento de gás, atendimento em postos médicos, ensino, etc. C.1 Uti singula: possível individualizar os beneficiários. Ex. conta de luz que é individualizada por casa. C.2 Uti universi:disponibilizados para a coletividade de forma geral. Ex: iluminação pública. C.1 Serviços coletivos: preordenam-se a destinatários individualizados, sendo mensurável a utilização por cada um dos indivíduos. C.2 Serviços coletivos: são aqueles prestados a grupamentos indeterminados de indivíduos, de acordo com as opções e prioridades da Administração, e em conformidade com os recursos de que disponha. - Titularidade: União, Estados/DF e Municípios (“diretamente”), portanto, são os serviços públicos federais, estaduais, distritais e municipais - Art. 175, CF . Quem dirá qual o ente responsável é a1 CF. O Estado não poderá renunciar a sua incumbência, mas poderá delegar a prestação do serviço, concedendo à terceiro por tempo certo e determinado. 1 Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Parágrafo único. A lei disporá sobre: I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; II - os direitos dos usuários; III - política tarifária; IV - a obrigação de manter serviço adequado. É inerente à titularidade do serviço o poder de controlar a execução dos serviços prestados. O controle pode ser interno, quando a aferição se volta para os órgãos da Administração incumbidos de exercer a atividade. Assim como pode ser externo, quando a Administração procede à fiscalização de particulares colaboradores (concessionários e permissionários), ou também quando verifica os aspectos administrativos, financeiro e institucional de pessoas da administração descentralizada. - Delegação: os entes possuem lei de delegação própria. - Autorização: silenciamento quanto à autorização no art. 175, CF. No entanto, há menção no art. 21, XI e XII .2 2 Art. 21. Compete à União: XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens e demais serviços de telecomunicações; a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:) b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc08.htm#art21xiia http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc08.htm#art21xiia - Princípios regedores do serviço público (concessões e permissões): - Regularidade: estar de acordo com todos os procedimentos legais; *relação com o princípio da legalidade. - Continuidade: em regra os serviços são ininterruptos, contínuos. Porém, eventuais suspensões do serviço devem ser precedidos de aviso; * solução de continuidade = interrupção - Atualidade: modernidades tecnológicas; Deve o Estado prestar seus serviços com a maior eficiência possível. Reclama que o Poder Público se atualize com os novos processos tecnológicos, de modo que a execução seja mais proveitosa com menos dispêndio. - Generalidade: disponibilizados a todos de maneira indiscriminada, não segregatória, seletiva. Respeitadas as capacidades técnicas de prestação de serviço; Por um lado significa que os serviços públicos devem ser prestados com a maior amplitude possível, deve beneficiar o maior número possível de indivíduos. Em outro sentido, está a prestação livre de discriminação entre os beneficiários, quando tenham estes as mesmas condições técnica e jurídicas para a fruição. - Modicidade: os valores cobrados dos usuários devem ser, via de regra, possíveis de serem suportados. Os serviços devem ser remunerados a preços módicos, devendo o Poder Público avaliar o poder aquisitivo do usuário para que, por dificuldades financeiras, não seja alijado do universo de beneficiários do serviço. uza noção de que - Cortesia: bom tratamento. - Legalidade: o serviço público deve ser prestado de acordo com o estabelecido em lei. c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território; e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; Delegação Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Frequentemente, há a delegação de atividades da administração pública a outras pessoas, a prestação daqueles serviços gera,por conseguinte, o sistema da descentralização dos serviços. - L. 8987/95 - Lei Geral (federal, leis específicas não podem contrariá-la) - L. 10.086/94 - RGS - Concessão: a modalidade de licitação que deve ser realizada é concorrência. O contrato administrativo instrumentaliza a relação do concessionário com o poder concedente. É contrato administrativo pelo qual a Administração Pública transfere à pessoa jurídica ou a consórcio de empresas a execução de certa atividade de interesse coletivo. a. concorrência b. contrato c. PJ ou consórcio: não são admitidas PF pela natureza de grande vulto contratual. d. vulto econômico: e. prazos maiores: devem ser proporcionais aos valores envolvidos. f. formas de extinção contratual: - Caducidade: extinção unilateral do contrato pelo concedente, por culpa do particular, por motivo de inexecução contratual. - Encampação: extinção unilateral do contrato pelo poder concedente, sem culpa do particular, por motivo do interesse público. - Extinção da concessionária: falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual ou falência ou extinção da empresa concessionária. - Anulação: extinção do contrato em razão do vício de legalidade no contrato ou no processo de licitação que o antecedeu. - Extinção bilateral: extinção do contrato por composição de interesse entre as partes - inviabilidade contratual. - Advento de termo contratual: extinção do contrato pelo decurso do prazo contratado. - Rescisão: extinção do contrato por iniciativa da concessionário, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial. - Permissão - art. 40, L 8987/95 - aplicação da L 8987/953 a. licitação b. contrato (adesão): contrato está posto sendo discricionariedade da permissionária aderir ou não, sem discutir as cláusulas. c. PJ ou PF d. vulto econômico menor e. prazo menor Ambos devem ser tratadas pela Lei 8987/95 e são contratos administrativo. REQUISITO: precedido de licitação - Autorização a. ato administrativo b. precário/discricionário c. interesse privado - Equilíbrio econômico financeiro: possibilidade de reavaliação dos valores previstos contratualmente - Bens reversíveis: quais bens que ao final da concessão ficarão com os concessionários? Parcerias Públicos Privadas (PPP) - L 11.079/04 3 Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente. Parágrafo único. Aplica-se às permissões o disposto nesta Lei. - União de esforços do serviço público com a iniciativa privada com o objetivo da prestação de serviços públicos. Contrato administrativo de concessão para prestação de obras e serviços onde há contraprestação pecuniária por parte do poder público. - Contrato administrativo de concessão (art. 2º), permite duas modalidades: concessão patrocinada e concessão administrativa. - Admite-se a aplicação subsidiária de algumas normas da L 8987/95. - A contratação de parceria público-privada nada mais é do que modalidade especial dos contratos de concessão. - Contrato de concessão especial de serviços públicos, distinto da concessão comum. - Acordo firmado entre a Administração Pública e pessoa do setor privado com o objetivo de implantação ou gestão de serviços públicos, com eventual execução de obras ou fornecimento de bens, mediante financiamento do contratado, contraprestação pecuniária do Poder Público e compartilhamento dos riscos e dos ganhos entre os pactuantes. - O dispêndio total ou parcial com a prestação do serviço incumbe à pessoa privada, que será devidamente ressarcida no curso do contrato. Riscos e ganhos são compartilhados, indicando a responsabilidade solidária entre as partes. - Incidem sobre o contrato o princípio da desigualdade das partes e as cláusulas da possibilidade de rescisão unilateral do contrato e a aplicabilidade de sanções administrativas. - Não pode ter como objeto único o fornecimento de mão de obra, fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública. - Indelegabilidade das funções de regulação, jurisdicional, exercício do poder de polícia e outras atividades exclusivas do Estado. Concessão Patrocinada: carateriza-se pelo fato de o concessionário perceber recursos de duas fontes, uma decorrente do pagamento das respectivas tarifas pelos usuários, e outra, de caráter adicional, oriunda de contraprestação pecuniária devida pelo poder concedente ao particular contratado. Concessão administrativa: ainda que envolva a execução de obras ou fornecimento e instalação de bens a Administração Pública é a usuária direta ou indireta. Não comporta remuneração pelo sistema de tarifas a cargo dos usuários, eis que o pagamento da obra é efetuado diretamente pelo concedente. Valor mínimo: R$ 10 milhões Prazo: 5 a 35 anos, incluindo eventual prorrogação. Fundo garantidor de parcerias: forma de garantia de recebimento de crédito ao concessionário, trata-se de mecanismo pelo qual optou o governo federal, conforme consta dos artis. 16 a 22 da lei e, que enseja algumas vantagens para o parceiro privado. Fundo composto por recursos públicos privados. Admitindo-se como recursos públicos a alienação de bens. Garantia que a parceria privada tem de não ser lesada com possível inadimplência do Estado. Sociedade de propósito específico - SPE: previsão legislativa que incumbe a sociedade de implantar e gerir o projeto de parceria. Descumprida a obrigação de instituição da sociedade não poderá o poder público celebrar o contrato com a sociedade primitiva. Entidades que colaboram com a administração: - Sistema S - Organizações sociais (L 9637/98): pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde. - OSCIP (L 9790/99): pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que tenham sido constituídas e se encontrem em funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos por esta Lei. Ex: Fome Zero. Desapropriação (art. 5º, XXIV, CF e DL 3365/41) - Art. 5º, XXIV, CF - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição. - DL 3365/41 - apesar de ‘Decreto Lei’ (foram substituídos por MP) não ser mais previsto constitucionalmente, aqueles que existem só deixarão de existir quando revogados por lei ou quando sua constitucionalidade for questionada. __________________________________________________________________ - Independe da vontade de terceiro. É ato coercitivo do Estado, oposição a vontade de terceiro em face do interesse público. - Submissão do particular ao interesse público. Utilização da supremacia do Estado sob a vontade do particular. - Conceito: intervenção do Estado na propriedade privada para retirar a propriedade de seu proprietário. - Procedimento administrativo: necessário para o desencadeamento do ato; - Sujeito Ativo: Estado (U, E, DF e M) - todas as pessoas jurídicas de direito público; ● Excepcionalmente aquelas que fazem as vezes de ente público, como concessionárias, podem agir. - Verbo - impõe: trata-se de imposição, não há discussão de vontade; - Substituição = recompensa através de justa indenização (valor de mercado), devendo algumas variáveis serem consideradas. A desapropriação só é concluída após o pagamento da indenização. - Bens que podem ser desapropriados: todos e quaisquer, desde que seja possível desapropriar juridicamente e fisicamente. - Bens públicos podem ser desapropriados - Os entes federativos, desde que hierarquicamente superiores, com autorização legislativa, podem desapropriarbem de outro ente. Devem estar na mesma jurisdição. Inclusive entendidades da administração indireta, quando houver autorização legislativa, apesar de, atualmente, não ocorrer, dando lugar para acordos entre as entidades. Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. § 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro. § 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação. § 3º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação. § 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício. § 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária. - Outras hipóteses: - Expropriação: com base no art. 243, CF é abordada por alguns doutrinadores como4 confisco. Propriedades de qualquer região do país, pertencentes a área rural ou urbana, onde forem localizadas culturas ilegais. As propriedades serão destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular. SEM qualquer indenização ou prejuízo de outras sanções. COmpetência da União. - Desapropriação indireta: é verificada quando o sujeito perde a propriedade para o Estado sem o devido processo de desapropriação. Não está prevista na Constituição Federal ou em outra legislação, trata-se de construção doutrinária. 4 Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º. - Efeitos da declaração: - Prazo de caducidade: 5 anos. Publicado o decreto há de ser observado o prazo para conclusão do ato de desapropriação. Sob risco de perda de efeitos do ato. Todavia, persistindo interesse do Estado, este deve aguardar um ano para edição de novo ato, para o desencadeamento de novo processo de desapropriação; ● Para fins de reforma agrária = 2 anos. - Demarcação do estado do bem; - Direito de “penetrar”: possibilidade do poder público de antes mesmo da realização da desapropriação passar a adotar medidas no imóvel. Permitindo o início de medidas preliminares. ● ≠ de posse: não há a saída do proprietário. - Tredestinação: desvio de finalidade do bem desapropriado. Destinação para atingir a utilidade pública que não é perseguida e atingida. É possível a invalidade do ato administrativo, com o retorno do bem desapropriado ao antigo proprietário - retrocessão -, com a respectiva devolução do valor dado pelo estado em caráter indenizatório. ● No entanto, poderá o Estado alterar a destinação, desviando o propósito inicial da desapropriação, sem caracterizar desvio de finalidade, quando atingido o interesse público. Chamado de desvio específico por Hely Lopes Meirelles. Servidão Administrativa (L. 3365/41) - Direito real, instituído sobre o imóvel de propriedade alheia, em favor de um bem de utilidade pública ou a um serviço público. Indenização se houver dano. - Obedece a fase declaratória prevista para a desapropriação e demais institutos, no que couber. - Uso da propriedade de particular para a realização de obras ou serviços, sem importar na perda do bem. Ex: aquedutos, gasoduto, eletroduto ou passagem. - Só para bem imóveis. - Temporária ou perpétua, sendo esta a regra. - A execução poder ser amigável ou judicial. Requisição administrativa (art. 5º, XXV, CF) XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano. - Perigo público - risco- situação temporária; - Bens móveis e imóveis. Podendo ser requisitados serviços. - Indenização: assegurado ao proprietário indenização ulterior, se houver dano. - Ato auto-executório. - Em casos de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular. - Uso temporário de bem móvel ou imóvel alheio, em situações de iminente perigo público. Indenização ao final, se houver dano. Ex: requisição de bem imóvel para abrigar vítimas de enchentes. Tombamento (DL 25/1937, L 3924/61 e art. 216, § 1º da CF )5 É a forma de intervenção na propriedade pela qual o Poder Público procura proteger o patrimônio cultural brasileiro. O objetivo é o de preservação, sob regime especial, dos bens de valor cultural, histórico, arqueológico, artístico, turístico ou paisagístico. Não há perda na propriedade. - Espécies: - Compulsório: quando o Poder Público inscreve o bem como tombado, apesar da resistência e do inconformismo do proprietário. - Voluntário: é aquele em que o proprietário consente no tombamento, seja através de pedido que ele mesmo formula ao Poder Público, seja quando concorda com a notificação que lhe é dirigida no sentido da inscrição do bem. - Provisório: enquanto está em curso o processo administrativo instaurado pela notificação; - Definitivo: quando. após concluído o processo, o Poder Público procede à inscrição do bem no Livro do Tombo. 5 Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: § 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação. - Geral: quando alcança “todos os bens situados em um bairro ou uma cidade”. - Específico: quando atinge um determinado bem. - Efeitos: - Imodificabilidade: é vedado ao proprietário do bem ou ao titular do eventual direito de uso, destruir, demolir ou mutilar o bem tombado. Somente lhe é permitido reparar, pintar ou restaurar o bem com prévia autorização especial do Poder Público. - Restrições a bens vizinhos: sem que haja autorização do órgão competente, é vedado fazer qualquer construção que impeça ou reduza a visibilidade em relação ao prédio sob proteção, bem como nela colocar cartazes ou anúncios. - Alienação condicionada à preferência: o particular que tem o seu bem tombado pode alienar o bem sem respeitar o direito de preferência. No entanto, em caso de leilão judicial do bem particular, o poder público terá o direito de preferência na aquisição - União, Estados, DF e Municípios, nessa ordem. - Inalienabilidade: bens públicos tombados são inalienáveis, mas podem ser transferidos entre os entes federados. Responsabilidade civil do Estado ou Responsabilidade Extracontratual do Estado (art. 37, § 6º, CF )6 - Obrigação que o Estado ou a Administração Pública tem de reparar os danos causados a terceiros em face de comportamento imputável aos seus agentes. Para caracterização independe de ação ou omissão, se foi legal ou ilegal, material ou jurídico, basta a ocorrência de um ônus maior que o normal para aquela situação. - Não pode haver responsabilidade sem que haja um elemento impulsionador prévio - a ocorrência do fato é indispensável, seja ele de caráter comissivo ou omissivo, por ele ser o verdadeiro gerador da situação jurídica. 6 § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicosresponderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. - Não se confundem com a esfera penal e administrativa. De fato, há possibilidade de responsabilização baseada num mesmo ato, nas três esferas, mas são independentes entre si, como regra. - Evolução teórica: 1. Irresponsabilidade do Estado: teve vigência durante os Estados absolutistas, que impunham a figura do rei como o senhor maior das decisões estatais. Sendo qualquer ação dele ou de seus representantes era tida como legítima, não passível de qualquer responsabilização. 2. Responsabilidade subjetiva do Estado: após o período de irresponsabilidade total do Estado, nasceu a responsabilidade subjetiva ou teoria da culpa civil, uma vez que equiparava o Estado ao indivíduo, obrigando ambos da mesma forma. Cabendo ao prejudicado a obrigação de demonstrar a culpa do agente público, e o nexo causal entre o dano verificado e sua conduta. Utilizadas: 3. Responsabilidade objetiva do Estado: seguindo a teoria do risco administrativo, em havendo um dado provocado pela Administração, ele deve ser reparado, independente de dolo ou culpa desta. Aqui o ônus da prova se inverte. Ao prejudicado basta a prova do dano e do nexo causal deste com a conduta do agente público. Sendo a administração a responsável por provar culpa do particular, situação em que se livrará da responsabilidade, ou a culpa concorrente, quando terá minimizada sua responsabilidade. 4. Risco integral: a Administração Pública sempre responderá pelos danos causados aos particulares, sem excludentes. Inexistência das exceções citadas no caso anterior (teoria do risco administrativo). - Responsabilidade por atos - Jurisdicionais e legislativos: em ambos os casos a regra é de irresponsabilidade estatal por esses atos. A produção legislativa de um Estado é feita com base em sua soberania, limitada apenas pelas normas constitucionais. - No entanto, entende-se como possível a responsabilização do Estado no caso de edição de leis inconstitucionais ou leis de efeitos concretos - este tipo de lei não tem as características de generalidade e impessoalidade, atingindo pessoa certa, como no caso de lei que desapropria determinado bem. - No que pertence aos atos jurisdicionais, a regra, repita-se, é a de irresponsabilidade, devido a justiça ser independente teoricamente e imparcial, haver graus de jurisdição que ratificam entendimentos ou as retificam. No entanto, há exceções: erro grosseiro, decretação de prisão temporária, cumprimento de pena a mior do que a fixadana decisão. - Ação de regresso: o agente responde ao Estado em ação regressiva. Aplicação de responsabilidade subjetiva do agente, age com culpa ou dolo.