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História do pensamento filosófico NP2

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História do pensamento filosófico
Platão, foi discípulo de Sócrates, com quem aprendeu a discutir os principais problemas das virtudes humanas. 
O mito da caverna: Imagine uma caverna em que desde a infância algumas pessoas são aprisionadas e passam toda a vida na escuridão. Elas ficam algemadas de tal modo que são forçadas a permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar apenas para paredes da caverna. Na entrada, existe uma grande fogueira que permite que um pouco de luz exterior entre, assim, as pessoas aprisionadas conseguem ver as sombras das coisas que estão do lado de fora da caverna. Pessoas e animais passam pela entrada, e o local também é rota de entregadores e comerciantes. Como deste a infância, as pessoas dentro da caverna só conseguem olhar para as paredes, elas imaginam que os ecos e as sombras ouvidos e vistos, são a verdadeira realidade, ou seja, não sabem que aquilo não passa de uma ilusão, em que a outros seres humanos reais fora da caverna. Um dos prisioneiros então acorda e percebe que sua corrente está quebrada e ele lentamente se levanta. Caminha para a entrada da caverna, porem uma luz muito forte ofusca sua visão e o deixa completamente cego por algumas horas. O tempo se passa, e o prisioneiro começa a enxergar novamente. Ele então acaba descobrindo que aquilo que parecia uma fogueira, era na verdade a luz do sol. Ao sair da caverna, se depara com outras pessoas, charretes de transporte e percebe a beleza de tudo que estava ali. Ele descobre que tudo aquilo que vinha chamando de realidade até então, não passava de sombras das imagens reais. Após essas descobertas, o rapaz volta a caverna para contar aos seus amigos as maravilhas que havia visto, a fim de libertar todos das sombras. Porém seus amigos começaram a rir de sua cara, não acreditando em uma palavra sequer do rapaz, o ameaçando de morte pelas asneiras contadas. Neste mito, nós somos iguais os prisioneiros, pessoas comuns, que vivem em um mundo limitado por crenças e conhecimentos, muitas vezes achando que sabemos de tudo e nada temos a apreender. A caverna para Platão é a junção de nossos sentimentos e o nosso corpo é o nosso acervo de conhecimentos, mas que muitas vezes nos leva a equívocos e erros. Os ecos e sombras vistos de dentro da caverna, são projeções da realidade; é a forma que vemos e julgamos as coisas (muitas vezes com visões preconceituosas ou opiniões pré-moldadas. E por fim, e a luz solar que cega o rapaz, representa a dificuldade em que temos em mudar nossa caminhada para o conhecimento verdadeiro, pois a mudança de opinião não é fácil. A realidade por sua vez, pode ser comparada a felicidade que o rapaz teve ao ver a luz solar, a natureza e tudo ao redor, com seus próprios olhos. Ao dizer que os outros prisioneiros iriam matar o rapaz, por levar a eles outra perspectiva daquilo que achavam que era a verdade, Platão se refere a morte de Sócrates, na qual ele é condenado por corromper a juventude ateniense por suas ideias diferentes. 
Alegoria ou o mito da caverna é um texto clássico de Platão, que ilustra sua concepção sobre o processo de conhecimento. Ele conta a estória de prisioneiros acorrentados no interior de uma caverna e condenados a contemplarem as sombras projetadas no seu interior. Mas o que acontece se um prisioneiro conseguisse sair da caverna e contemplar o mundo real?
Para Platão, a definição das coisas está condicionada ao princípio de identidade e permanência. Ou seja, uma coisa é aquilo que é e não outra e deve ser sempre do mesmo modo. No mundo sensível, isto é, no nosso mundo concreto, isso não é possível, já que ele é múltiplo e em constante mutação. Na visão de Platão este é o mundo das aparências, das sombras, mera cópia do mundo das ideias, do mundo real. A verdade encontra-se no mundo das ideias, idêntico e permanente, regido pelo conhecimento. Para atingir esse mundo das ideias é necessário depurar os sentidos dos enganos e erros e através do exercício filosófico ir ascendendo até a verdade. É necessário sair da caverna.
Assim, para Platão, o mundo sensível, é o nosso mundo material de cópias, de aparências, um mundo imperfeito, em constante mutação. Já o mundo inteligível, é o mundo imaterial das ideias. Este é perfeito e imutável.
Já Aristóteles, que foi discípulo de Platão, posteriormente irá criticar seu mestre em relação ao processo de conhecimento. Aristóteles não concorda com o dualismo platônico e reabilita a importância dos sentidos no processo de conhecimento. Vamos ver um trecho da sua obra Metafísica:
Por natureza, todos os homens desejam o conhecimento. Uma indicação disso é o valor que damos aos sentidos; pois, além de sua utilidade, são valorizados por si mesmos e, acima de tudo o da visão. Não apenas com vistas à ação, mas mesmo quando não se pretende ação alguma, preferimos a visão, em geral, a todos os outros sentidos. A razão disso é que a visão é, de todos eles, o que mais nos ajuda a conhecer as coisas, revelando muitas diferenças.
(...) É pela memória que os homens adquirem experiência, porque as inúmeras lembranças da mesma coisa produzem finalmente o efeito de uma experiência única. A experiência parece muito semelhante à ciência e à arte, mas na verdade é pela experiência que os homens adquirem ciência e arte; pois, como diz Pólo com razão, “a experiência produz arte, mas a inexperiência produz o acaso”. A arte se produz quando, a partir de muitas noções da experiência, se forma um juízo universal a respeito de objetos semelhante.
A Idade Média abrange o período entre o século V (queda do Império Romano do ocidente) e o século XV (queda do Império Romano do oriente, quando Constantinopla foi tomada pelos turcos). A Igreja Católica nasce dentro do Império Romano e, a princípio, é proibida e perseguida, mas paulatinamente vai se fortalecendo até se tornar a religião oficial do Império. Com a crise do Império Romano, a Igreja Católica emerge como a principal força aglutinadora em um mundo fragmentado pelas invasões bárbaras. A Igreja desponta como a grande herdeira do patrimônio cultural da antiguidade clássica. Ela é detentora da escrita e do conhecimento, e, nos mosteiros, encontram-se abrigadas as grandes bibliotecas. Dessa forma, a Igreja Católica se torna a detentora da força espiritual e política do período. Uma das principais questões discutidas nesse tempo é a relação entre teologia e filosofia, ou seja, entre fé e razão.
No período de decadência do Império Romano, quando o cristianismo se expande, a partir do século II – portanto ainda na Antiguidade –, surge a filosofia dos Padres da Igreja, conhecida também como patrística. No esforço de converter os pagãos, combater as heresias (doutrinas que se opõem aos dogmas da Igreja) e justificar a fé, desenvolvem a apologética, elaborando textos de defesa do cristianismo. A aliança entre fé e razão estende-se por toda Idade Média: a razão é auxiliar da fé e a ela subordinada. Daí a expressão agostiniana “Credo ut interligam”, que significa “Creio para que possa entender”.
Filosofia Patrística: Séc I a IV d.C. (período de transição da antiguidade para o medieval) e ela é feita pelos “pais da Igreja Católica”, aqueles que estão desenvolvendo as primeiras noções, os primeiros ensinamentos da Igreja Católica. É um período de dentro da história da filosofia em que está começando junto com o Cristianismo. Os primeiros pensadores precisavam defender os ideais cristãos e levar o cristianismo para as pessoas. Neste sentido, surgiram os Padres Apologistas (Tertuliano e Justino, dois grandes nomes). Nesta primeira fase das apologias, é marcada pelo inicio da teologia cristão, a criação dos primeiros dogmas. A primeira fundamentação mais racional daquilo que já era visto na bíblia. Um período de grande influência de Platão, pois não tinham tanto acesso aos escritos de Aristóteles. Os Patrísticos fundamentaram suas teses nos chamados “neoplatônicos” estes que foram pensadores já da era cristã, que se dedicaram ao estudo das escritas de Platão (dois nomes importantes Plotino e Porfírio). Dois principais pensadoresdeste período: Agostinho (não teve uma formação católica deste pequeno, convertendo-se ao cristianismo com 33 anos, utilizando deste tempo anterior a sua conversão, em que teve contato com outras vertentes religiosas, utiliza isso para explicar por meio do seu livro “Confissões” como deveria ser este período de transição e aceitação da fé em Deus) e Boécio. Ambos fundamentaram a questão do livre arbítrio, uma questão filosoficamente muito importante dentro da teologia cristã, porque é uma marca do problema que coloca em relação ao pecar e ao agir bem para ir ou não para o paraíso. Se a pessoa busca o caminho de Deus, busca o caminho do bem, se ela se afasta do caminho de Deus, ela torna-se mais longe do bem (Supremo Deus) ela aproxima-se do mal: “O mal é a ausência de Deus” – Sto. Agostinho. 
A partir do século IX, desenvolve-se a escolástica, filosofia cristã que atinge seu apogeu no século XIII, com Santo Tomás de Aquino. Nesse período continua a aliança entre razão e fé, em que a razão é sempre considerada a “serva da teologia”. (Aranha e Martins, 2003, p. 125).
Escolástica: O último período da filosofia da Idade Média. Ocorreu entre o séc XI a XIV d.C. Neste período, ocorria um fenômeno na Europa que era a criação dos monastérios e das escolas cristãs. A filosofia Escolástica, é a filosofia que tem a ver com os estabelecimentos de ensino para a formação de padres, que fornecia uma educação católica para os seus membros. Esse fenômeno também acontece por conta de uma necessidade da igreja durante sua expansão, para a formação de novos clérigos e padres. Esta educação/filosofia fornecida nestes espaços, tinha influencia de Platão e Aristóteles. Nos estabelecimentos de ensino eram ensinadas as “Artes Liberais” que consistiam em dois grupos: O trívio (gramática, lógica, retórica) e o quadrívio (aritmética, geometria, astronomia e música). Eram transmitidos pelos professores (padres, teólogos) para os alunos. E eles consistiam em todo um pensamento filosófico. A filosofia era um conjunto amplo de conhecimento. Neste período, houve a tentativa dos pensadores de justificar a fé pela razão. As “Questio Disputatios” eram disputas entre os pensadores e alunos de seminários, sobre questões importantes filosóficas. Pensadores importantes: Tomas de Aquino (introduziu os estudos da filosofia de Aristóteles, desenvolveu sua filosofia dele. As cinco vias que provam a existência de Deus). Santo Ancelmo (Desenvolveu o argumento ontológico que prova a existência de Deus). Alberto Scotus e Guilherme de Ockhan e Alberto Magno (ficaram conhecidos pelos estudos filosóficos sobre a lógica)
 O filósofo René Descartes relata, em seu Discurso do método, que após o término seus estudos no renomado colégio europeu, o La Fleche, concluiu decepcionado que não foi possível adquirir um "conhecimento claro e seguro" das coisas necessárias para a vida. Apesar do contato com excelentes mestres e do acesso a todo conhecimento científico produzido até então, Descartes julgava, que se encontrava ainda, envolvido por muitas dúvidas e erros. Essa sua decepção refere-se ao conteúdo dos ensinamentos e não propriamente ao colégio e aos seus mestres. Isso porque não via no conhecimento adquirido algo de realmente útil para a vida. Tinha admiração pela exatidão e evidência das matemáticas e achava que a mesma era digna de fundamentar algo mais elevado do que as artes mecânicas.
A insatisfação com o conhecimento adquirido até então, fez com que Descartes empregasse boa parte de seu tempo em viajar, em conhecer outros povos, outros costumes, formas de raciocínios, pois achava que assim poderia tirar melhor proveito, do que se ficasse restrito aqueles conhecimentos produzidos por especialistas de gabinete.
Como o objetivo de René Descartes é obter um conhecimento verdadeiro, no qual não reste nenhuma possibilidade de incerteza, passa a utilizar a dúvida como método, levando esta as últimas consequências. Duvida do senso comum, dos sentidos que às vezes enganam, dos raciocínios, dos pensamentos, enfim, de tudo o que havia entrado no seu espírito até então. Mas por mais que duvidasse de tudo, não podia duvidar que ele que duvidava, não fosse alguma coisa, ou seja, no mínimo algo que duvida, algo que pensa.
“E, notando que esta verdade: eu penso, logo existo, era tão firme e tão certa que todas as mais extravagantes suposições dos céticos não seriam capazes de a abalar, julguei que podia aceitá-la, sem escrúpulo, como o primeiro princípio da Filosofia que procurava”. DESCARTES, René. Textos Selecionados. 3a ed. São Paulo: Abril cultural, 1983, p. 46. (Coleção Os Pensadores)
O racionalismo de Descartes valoriza a razão no processo de conhecimento e defende que as pessoas possuem algumas ideias inatas, ou seja, ideias que já nascem com a pessoa, portando, que são independentes da sua experiência com o mundo exterior.
Jonh Locke, representante do empirismo, no seu Ensaio acerca do entendimento humano, critica a teoria das ideias inatas de Descartes. Ele concebe que a alma é como uma lousa sem inscrições, como uma lousa em branco, e, dessa forma, o processo de conhecimento só se inicia na relação com os objetos, na experiência sensível.
Vamos ver um texto do próprio Locke sobre esse assunto.
“Suponhamos que a mente é, como dissemos, um papel em branco, desprovida de todos os caracteres, sem quaisquer ideias; como será suprida? De onde lhe provém este vasto estoque, que a ativa e que a ilimitada fantasia do homem pintou nela com uma variedade quase infinita? De onde apreende todos os materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo, numa palavra, da experiência. Todo o nosso conhecimento está nela fundado, e dela deriva fundamentalmente o próprio conhecimento.” LOCKE, John. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Abril cultural, 1973, p.165. (Coleção Os Pensadores)
Dessa forma, os racionalistas, de um modo geral, priorizam a razão no processo do conhecimento e aceitam a existência de ideias inatas, independentes da experiência. Já os empiristas, de um modo geral, enfatizam o papel da experiência sensível para aquisição do conhecimento. O conhecimento depende e resulta da soma e associação das sensações exteriores na percepção, ou seja, o sujeito na aquisição do conhecimento tem uma relação mais passiva com o mundo. 
O filósofo Immanuel Kant afirma ter realizado uma espécie de “inversão copernicana” com o conhecimento. E o que isso significa? Por “inversão copernicana” deve-se entender a transformação realizada por Kant na epistemologia, semelhante à transformação realizada por Nicolau Copérnico na concepção do Universo. A concepção de Universo aceita até Copérnico era a geocêntrica. Essa concepção defendia a tese de que a Terra se encontrava no centro do Universo e que o Sol, a Lua e os demais planetas giravam ao seu redor. A teoria proposta por Copérnico no século XVI provoca uma verdadeira revolução no modelo tradicional geocêntrico aceito até então. Na teoria heliocêntrica de Copérnico, a Terra perde seu lugar privilegiado na hierarquia do sistema, e o Sol passa a ocupar o seu lugar. Kant denominou o que realizou de uma espécie de “inversão copernicana” no campo epistemológico. O problema sobre a origem do conhecimento era respondido até o século XVIII por duas principais teorias: a do racionalismo e a do empirismo. Conforme vimos, os racionalistas, de um modo geral, priorizam a razão no processo do conhecimento e aceitam a existência de ideias inatas, independentes da experiência. Já os empiristas, de um modo geral, enfatizam o papel da experiência sensível para aquisição do conhecimento. O conhecimento depende e resulta da soma e associação das sensações exteriores na percepção, ou seja, o sujeito na aquisição do conhecimento tem uma relação passiva com o mundo. Porém, segundo Kant, as investigações sobre o conhecimento não devem partir dos objetos do conhecimento, mas sim da própria razão que produz o conhecimento. Assim como Copérnico colocou o Sol no centro do sistema, Kant coloca a razão no centro das investigações, paraque primeiro fosse examinado como se processa e se fundamenta o conhecimento e o que é possível conhecer.
Kant irá concluir nos seus estudos que não são os sujeitos que se conformam aos objetos, mas sim que são os objetos que se conformam às faculdades do sujeito. Para ele, o conhecimento é constituído de forma e matéria. A forma do conhecimento é dada pela razão, que é uma estrutura a priori, isto é, anterior à experiência e independente dela. Já os seus conteúdos são empíricos, ou seja, a matéria do conhecimento depende da experiência que temos com os objetos. Dessa forma, enquanto os racionalistas privilegiam a razão no processo de conhecimento e os empiristas, a experiência sensível, Kant realiza uma espécie de síntese entre as duas concepções. Para ele, o conteúdo do conhecimento vem de fora, isto é, do mundo exterior, mas esse conteúdo adapta-se à nossa forma de conhecer, isto é, à nossa estrutura racional interior.
O filósofo alemão Georg Friedrich Hegel defende que a razão é histórica e não algo abstrato, como propõe Kant. Hegel entende que a realidade é um processo histórico dinâmico e contraditório. A filosofia do devir, de Hegel, possui uma inspiração em Heráclito (filósofo pré-socrático, defensor do constante fluir do existente), uma vez que entende o ser como processo, como um vir a ser. E a sua filosofia dialética estaria apta a desvendar o processo histórico da razão.

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