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Segundo Koch (2004, p. 4), "o texto era concebido como uma 'frase complexa', 'signo linguístico primário', (apud HARTMANN, 1968), 'cadeia de pronominalizações ininterruptas' (apud HARWEG, 1968), 'sequência coerente de enunciados' (apud ISENBERG, 1971), ' cadeia de pressuposições' (apud BELLERT,1970). Nota-se, com essas definições, que o texto era um conglomerado de estruturas fechadas. Não havia indicações de que nascia da interlocução, da interação, como concebemos, hoje. Quanto aos estudos referenciais, estes limitavam-se à correferência, aos processos correferenciais, relações que se estabeleciam entre dois elementos do texto. Vejamos o exemplo a seguir. (1) A festa de aniversário do Pedro estava animada. Ele estava feliz. O pronome ele retoma correferencialmente Pedro. Todavia, alguns autores alemães (INSEBER, 1968; LATER, 1979) já faziam referência às anáforas não correferenciais, como nos exemplos seguintes, retirados de KOCH (2004, p. 4). (2) Ontem houve um casamento. A noiva usava um longo vestido branco. (ISENBERG, 1968) (3) Pedro me molhou todo. A água me escorria pelo corpo abaixo. (4) Era um belo povoado. A igreja ficava numa colina. (VATER, 1979 apud KOCH, 2004). Note-se que as anáforas são retomadas por inferência. A primeira, a noiva, é retomada por inferência a casamento; a água por inferência ao verbo molhou; e igreja por inferência a povoado, que deve ter uma igreja. Também nessa fase, surgiram as chamadas gramáticas de texto. Na época, elas representaram certo avanço. Isso aconteceu devido à ideia de que “o texto seria simplesmente a unidade linguística mais alta, superior à sentença” ( KOCH, 2004, p. 5). Essas gramáticas teriam tarefas básicas, tais como: a) Verificar o que faz com que um texto seja um texto, ou seja, determinar seus princípios de construção, os fatores responsáveis pela coerência, as condições em que fatores responsáveis pela coerência, as condições em que se manifesta a textualidade. b) Levantar critérios para a delimitação de textos, já que a completude é uma de suas características essenciais; c) Diferenciar as várias espécies de textos (KOCH, 2004, p. 5). 52