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TORCHS - Doenças Congênitas


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TORCHS
01
O QUE CAI?
TOXOPLASMOSE
HARDTOPICS
Tratamento da sífilis congênita, quadro clínico e achados radiológicos.
quadro clínico. A doença pode levar ao retardo do crescimento intrauterino, prematuridade,
hepatoesplenomegalia, febre e manifestações como coriorretinite (principal sequela tardia), anemia,
icterícia, convulsões, calcificações intracranianas generalizadas, hidrocefalia, microcefalia.
diagnóstico da infecção fetal: Reação em cadeia da polimerase (PCR), ultrassonografia gestacional.
diagnóstico no RN: Detecção de IgG e IgM.
tratamento: Após o nascimento, recomenda-se a associação de sulfadiazina, pirimetamina e ácido
folínico no primeiro ano de vida. Se houver coriorretinite em atividade (risco de perda visual) e/ou
proteinorraquia, deve-se acrescentar corticoide ao tratamento, até o processo inflamatório regredir./
RUBÉOLA
quadro clínico. Retardo do crescimento intrauterino, icterícia, cardiopatias congênitas (persistência
do canal arterial e estenose pulmonar), catarata, glaucoma, microftalmia, retinopatia pigmentar,
microcefalia, surdez neurossensorial, exantema purpúrico (blueberry muffin spot). No entanto, a tríade
característica desta infecção é: surdez, catarata e cardiopatia congênita. Podem surgir tardiamente
diabetes insulinodependente, hipotireoidismo, retardo mental e alterações comportamentais.
diagnóstico da infecção fetal. IgM (cordocentese) ou isolamento viral no líquido amniótico.
diagnóstico no RN. Isolamento viral, PCR nas secreções (urina e secreções nasofaríngeas), detecção
de igm e igg.
tratamento. Suporte com seguimento clínico-laboratorial.
CITOMEGALOVÍRUS
quadro clínico. Icterícia colestática, hepatoesplenomegalia, rash petequial ou exantema purpúrico,
pneumonite, anemia hemolítica, atrofia do nervo ótico, ventriculomegalia, lisencefalia, calcificações
intracranianas periventriculares, surdez (complicação mais frequente).
diagnóstico da infecção fetal. Anticorpos IgG e IgM na gestante não define a infecção primária
gestacional nem o risco maior de transmissão fetal. assim, os testes sorológicos anti-citomegalovírus
não são realizados no pré-natal.
diagnóstico no RN. PCR nas secreções, isolamento viral, detecção de IgM e IgG têm baixas
sensibilidade e especificidade.
tratamento: Assintomáticos e oligosintomáticos não devem receber antivirais. Se houver doença
sistêmica com comprometimento neurológico indica-se o uso de ganciclovir (risco de neutropenia) ou
valganciclovir.
TORCHS
02
VARICELA
HARDTOPICS
quadro clínico. Quando a infecção materna acontece nos 2 primeiros trimestres da gestação
(varicela congênita) podem ocorrer retardo do crescimento intrauterino, microcefalia, atrofia cortical,
microftalmia, catarata, nistagmo, hipoplasia dos membros, déficit motor, rash cicatricial em zigue-
zague. A varicela neonatal (forma grave) surge quando a infecção é no útlimo trimestre ou até nos 10
primeiros dias pós-parto.
diagnóstico da infecção fetal e no RN. Detecção de IgM e IgG e, principalmente, por meio dos
dados clínico-epidemiológicos.
tratamento. Na varicela congênita o tratamento é de suporte com acompanhamento periódico. Na
varicela neonatal indica-se a terapia antiviral com aciclovir IV.
SÍFILIS
quadro clínico. Precoce – prematuridade e/ou baixo peso, icterícia, anemia, plaquetopenia,
hepatoesplenomegalia, rinite serosanguinolenta, fissuras periorais, rash maculopapular ou vesicular
(pênfigo sifilítico), condiloma, linfadenopatia, pseudoparilisia de membros (de Parrot), periostite,
osteíte, osteocondrite. Tardia –fronte olímpica, nariz em sela, articulações de clutton, tíbia em
lâmina de sabre, palato ogival, atraso do desenvolvimento, dentes de Hutchinson, que associados a
surdez e a ceratite intersticial formama chamada tríade de Hutchinson.
diagnóstico da infecção fetal e no RN. Não existe uma avaliação complementar que determine
com precisão o diagnóstico da sífilis na criança. É necessária uma combinação de avaliação clínica,
dados epidemiológicos e laboratoriais.
MÃE COM TRATAMENTO INADEQUADO NA GESTAÇÃO
criança com alterações clínicas, radiológicas e/ou sorológicas e líquor alterado.
Considerar sífilis congênita com neurossífilis e tratar com penicilina cristalina (50.000UI/kg, IV, 10
dias, 12/12 h, na primeira semana de vida e 8/8h após a primeira semana);
criança com alterações clínicas, radiológicas e/ou sorológicas e líquor normal. Considerar
como outra opção terapêutica, além da penicilina cristalina, a penicilina procaína (50.000ui/kg, IM,
1 vez/dia, 10 dias);
criança sem alterações clínicas, radiológicas e/ou sorológicas e líquor normal.
Administrar penicilina benzatina, 50.000 UI/kg, dose única, IM.
MÃE COM TRATAMENTO ADEQUADO NA GESTAÇÃO
RN com VDRL > mãe (em pelo menos 2 diluições) e/ou alterações clínicas. Conduzir o caso
como tratamento inadequado na gestação, considerando o resultado do líquor.
RN com VDRL ≤ mãe (menos de 2 diluições) ou não reagente e assintomático. Investigar
outras infecções congênitas e encaminhar para acompanhamento clínico laboratorial.
TORCHS
03
HARDTOPICS
INVESTIGAÇÃO DO RN
tratamento da sífilis gestacional inadequado. realizar hemograma completo e glicemia, coleta
do líquor (VDRL, celularidade, glicose, proteína), radiografia de ossos longos, teste não treponêmico
do sangue periférico.
ATENÇÃO. São evidências liquóricas de sífilis no RN: VDRL reagente, leucócitos: >25 / mm3 (no lactente > 5),
proteínas > 150 mg/dl (no lactente> 40).
ZIKA
quadro clínico. As principais manifestações clínicas são microcefalia, artrogripose, desproporção
craniofacial, hipertonia, espasticidade, irritabilidade, convulsões, alterações maculares e do nervo
óptico, lisencefalia, ventriculomegalia, disgenesias de corpo caloso, pele em excesso na nuca,
occipital proeminente, calcificações intracranianas subcorticais e, mais tardiamente, atraso do
desenvolvimento neuropsicomotor e disfagia.
diagnóstico da infecção fetal. Dados clínico-epidemiológicos, ultrassonografia gestacional.
diagnóstico do RN. RT-qPCR, detecção de IgM e IgG.
tratamento. De suporte com seguimento multidisciplinar especializado.
ATENÇÃO. Considera-se microcefalia no RN quando a circunferência craniana for menor que -2 desvios-
padrão: segundo a tabela Intergrowth no RN a termo até 48 horas de vida e no prematuro em qualquer idade;
segundo a tabela da OMS no RN a termo após 48 horas de vida. O exame de imagem indicado para
investigação inicial, nesses casos, é a ultrassonografia transfontanelar.

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