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Doenças infectocontagiosas 2


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Doenças tropicais
Doenças tropicais com maior incidência no Amazonas
Enfermagem 6° Período – Clínica Médica
Componentes:
Flávia Simone;
Glenda Vera;
Henrique Lima;
Jéssica Carvalho;
João Victor;
José Carlos;
Josiane Silva;
Kerllen Anny;
Larissa Caroline
O que são doenças tropicais?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) inclui em seu sítio para "tropical diseases" oito doenças que ocorrem exclusiva ou especialmente nos trópicos, e esclarece que, na prática, a designação se refere a doenças infecciosas que proliferam em condições climáticas quentes e úmidas. Algumas dessas doenças são causadas por protozoários como a malária, as leishmaníases, a doença de Chagas e a doença do sono. Outras são causadas por vermes como as esquistossomíases, a oncocercíase e as filaríases linfáticas. Uma é viral, a dengue. 
Malária
A malária é uma doença infecciosa causada por um parasito do gênero Plasmodium, que é transmitido para humanos pela picada de fêmeas infectadas dos mosquitos Anopheles (mosquito-prego). Estes mosquitos são mais abundantes nos horários crepusculares, ao entardecer e ao amanhecer. 
No Brasil, a maioria dos casos de malária se concentram na região amazônica, composta pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Na região extra-amazônica, composta pelas demais unidades federativas, apesar das poucas notificações, a doença não pode ser negligenciada, pois a letalidade nesta região é maior que na região amazônica.
Sintomas
Os sintomas mais comuns da malária são:
febre alta;
calafrios;
tremores;
sudorese;
dor de cabeça, que podem ocorrer de forma cíclica.
Muitas pessoas, antes de apresentarem estas manifestações mais características, sentem náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite.
A malária grave caracteriza-se por um ou mais desses sinais e sintomas:
prostração;
alteração da consciência;
dispneia ou hiperventilação;
convulsões;
hipotensão arterial ou choque;
hemorragias;
Entre outros.
Prevenção:
Entre as principais medidas de prevenção individual da malária estão:
Uso de mosquiteiros;
Roupas que protejam pernas e braços;
Telas em portas e janelas;
Uso de repelentes.
Prevenção:
Já as medidas de prevenção coletiva contra malária são:
borrifação residual intra-domiciliar;
uso de mosquiteiros impregnados com inseticida de longa duração;
drenagem e aterro de criadouros;
pequenas obras de saneamento para eliminação de criadouros do vetor;
limpeza das margens dos criadouros;
modificação do fluxo da água;
controle da vegetação aquática;
melhoramento da moradia e das condições de trabalho;
uso racional da terra.
Tratamento:
O tratamento é feito por meio do uso de antiparasitários;
Geralmente as pessoas que viajam para áreas onde a malária é comum tomar remédios preventivos antes, durante e depois da viagem. O tratamento inclui medicamentos antimaláricos.
Medicamentos:
Antiparasitário e antibiótico;
Cuidados de enfermagem:
Aplicação de compressas de água fria e administração de anti-térmicos: além do controle da febre, previne-se crises convulsivas.
-Aplicação de bolsas de gelo: ajudam no alívio da dor em pacientes com cefaléia constante.
-Administração de antieméticos para a prevenção de desidaratação nos pacientes com episódios intensos de vômito.
-Verificação dos sinais vitais.
Monitoração da diurese e observação da coloração da urina para pacientes que apresentem quadros de insuficiência renal.
 Avaliação do nível de consciência com a utilização da escala de Glasgow.
Ao exame físico: atentar para o surgimento de icterícia. ​
Atentar-se aos sinais de hipoglicemia (sonolência, tontura, irritabilidade, alterações de humor, sudorese...)​
Dengue
A dengue é uma doença causada por um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.  Existem diferentes tipos, esses tipos são os que levam a uma dengue mais severa ou mais branda e a dengue (não hemorrágica) ou dengue grave (antes conhecida como dengue hemorrágica). 
A dengue está mais presente em regiões tropicais, onde há maior umidade. Isso porque o mosquito da dengue, como o Aedes é popularmente conhecido, precisa de um reservatório de água para se reproduzir. 
Sintomas
Os sintomas da dengue variam: 
Dor de cabeça; 
Dor no fundo dos olhos e nas juntas; 
Febre; 
Náuseas e vômitos; 
Manchas pelo corpo.  
Os sintomas graves:  
Sangramento de gengivas e narinas;  
Fezes escuras, o que pode indicar a presença de sangue;  
Manchas vermelhas ou roxas na pele;  
Dor abdominal (dor na barriga) intensa e contínua;  
Vômitos e tonteira;  
Diminuição da urina;  
Dificuldade para respirar.  
Tratamento:
O tratamento é baseado principalmente na reposição de líquidos adequada. Por isso, conforme orientação médica, em casa deve-se realizar:
Repouso;
Ingestão de líquidos;
Não se automedicar e procurar imediatamente o serviço de urgência em caso de sangramentos ou surgimento de pelo menos um sinal de alarme;
Retorno para reavaliação clínica conforme orientação médica.
 Ainda não existe tratamento específico para a doença.
 
Cuidados de enfermagem:
Proceder com entrevista; exame físico e aferição de sinais vitais. Proceder com Sistematização da Assistência de Enfermagem e Reavaliar sempre que necessário para possível reestadiamento até a consulta médica;
Coletar exames se necessário de acordo com protocolo institucional;
Promover primeiramente hidratação oral com soro de reidratação e se necessário hidratação por via endovenosa ou subcutânea;
Monitorar evolução das manifestações clínicas, após medidas iniciais;
Cuidados de enfermagem:
Administrar medicações prescritas;
Orientar sobre o risco de medicações como salicilatos ou antiinflamatórios que possam causar sangramentos;
Orientar cuidados em domicílio após alta, principalmente hidratação oral em torno de 60 ml por kilo do paciente, sendo 1/3 solução salina;
Todos os casos suspeitos devem ser notificados;
Fornecer informações para Atenção Primária à Saúde, a fim de promover o monitoramento de casos suspeitos ou confirmados e medidas de prevenção em regiões endêmicas;
Realizar todo tipo de anotação e evolução de enfermagem.
O vírus Zika (VZIK) é um arbovírus composto de RNA da família Flaviviridae (gênero Flavivirus), que é a mesma família que inclui o vírus da dengue e chikungunya. A transmissão é feita pelo mosquito Aedes e mostra potencial associação com complicações neurológicas e autoimunes, como microcefalia congênita, distúrbio da paralisia do adulto e síndrome de Guillain-Barré. A infecção tem curso autolimitado e apenas 20% dos pacientes infectados manifestam sintomas, com duração de 5 a 7 dias, que geralmente são de natureza leve e incluem febre, dores articulares, mialgia, erupção cutânea maculopapular, cefaleia retro-orbitária e conjuntivite
Sinais e sintomas:
Cerca de 80% das pessoas infectadas pelo vírus Zika não desenvolvem manifestações clínicas. Os principais sintomas são:
 dor de cabeça;
 febre baixa;
 dores leves nas articulações;
 manchas vermelhas na pele;
 coceira e vermelhidão nos olhos;
 Outros sintomas menos frequentes são inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômitos. Em geral, a evolução da doença é benigna e os sintomas desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias;
No entanto, a dor nas articulações pode persistir por aproximadamente um mês. Formas graves são raras, mas quando ocorrem podem, excepcionalmente, evoluir para óbito.
Transmissão
A principal forma de transmissão é pela picada da fêmea infectada do mosquito Aedes aegypti.
Outras formas menos comuns de transmissão são por meio de transfusão de sangue ou da grávida para o bebê;
Ainda, não há evidências de que o vírus seja sexualmente transmissível. Não há transmissão por contato direto com um doente.
Tratamento:
Repouso relativo, enquanto durar a febre;
Estímulo à ingestão de líquidos;
Administração de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre;
Não administração de ácido acetilsalicílico;
Administração de anti-histamínicos;
Recomendação ao paciente para que retorne imediatamenteao serviço de saúde, em casos de sensação de formigamento de membros ou alterações do nível de consciência (para investigação de SGB e de outros quadros neurológicos);
Diante da queixa de alteração visual, encaminhamento ao oftalmologista para avaliação e tratamento. 
Febre amarela
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, imunoprevenível, de evolução abrupta e gravidade variável, com elevada letalidade nas suas formas graves. A doença é causada por um vírus transmitido por mosquitos, e possui dois ciclos de transmissão (urbano e silvestre).  No ciclo urbano, a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Ae. aegypti) infectados. No ciclo silvestre, os transmissores são mosquitos com hábitos predominantemente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes os mais importantes.
Sintomas
Olhos amarelados;
Febre de início súbito;
Náuseas e vômitos;
Dores nas costas;
Dores no corpo em geral;
Dor de cabeça;
Fadiga;
Fraqueza.
Tratamento
O tratamento da febre amarela é apenas sintomático, com cuidadosa assistência ao paciente que, sob hospitalização deve permanecer em repouso. Nas formas graves, o paciente deve ser atendido em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para reduzir as complicações e o risco de óbito. Medicamentos solicitados devem ser evitados (AAS/ Aspirina), já que o uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas
Cuidados de enfermagem:
É apenas sintomático e requer cuidados na assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado;
A hemodiálise poderá ser necessária caso haja insuficiência renal;
 Os medicamentos como o ácido acetilsalicílico (aspirina) são desaconselhados, porque aumentam o risco de hemorragias, já que têm atividade anti-agregante plaquetária.
Doença de chagas
A doença de Chagas (ou Tripanossomíase americana) é a infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. Apresenta uma fase aguda (doença de Chagas aguda – DCA) que pode ser sintomática ou não, e uma fase crônica, que pode se manifestar nas formas indeterminada (assintomática), cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva.
Sintomas
Febre prolongada (mais de 7 dias); 
Dor de cabeça; 
Fraqueza intensa; 
Inchaço no rosto e pernas. 
No caso de picada do barbeiro, pode aparecer uma lesão semelhante a um furúnculo no local;
Após a fase aguda, caso a pessoa não receba tratamento oportuno, ela pode desenvolver a fase crônica da doença, inicialmente sem sintomas (forma indeterminada), podendo, com o passar dos anos, apresentar complicações como: problemas cardíacos, como insuficiência cardíaca
Transmissão
Transmissão vetorial – de 4 a 15 dias;
Transmissão transfusional/transplante – de 30 a 40 dias ou mais;
Transmissão oral – de 3 a 22 dias;
Transmissão acidental – até, aproximadamente, 20 dias;
Transmissão vertical – tempo indeterminado, a transmissão pode ocorrer em qualquer período da gestação ou durante o parto.
Tratamento
O tratamento da doença de Chagas deve ser indicado por um médico, após a confirmação da doença. O remédio, chamado benznidazol, é fornecido gratuitamente pelo Ministério da Saúde, mediante solicitação das Secretarias Estaduais de Saúde e deve ser utilizado em pessoas que tenham a doença aguda assim que ela for diagnosticada;
Para as pessoas na fase crônica, a indicação desse medicamento depende da forma clínica e deve ser avaliada caso a caso. Em casos de intolerância ou que não respondam ao tratamento com benznidazol, o Ministério da Saúde disponibiliza o nifurtimox como alternativa de tratamento, conforme indicações estabelecidas em Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas;
Independentemente da indicação do tratamento com benznidazol ou nifurtimox, as pessoas na forma cardíaca e/ou digestiva devem ser acompanhadas e receberem o tratamento adequado para as complicações existentes.
Leishmaniose
Doença infecciosa, porém, não contagiosa, causada por parasitas do gênero Leishmania. Os parasitas vivem e se multiplicam no interior das células que fazem parte do sistema de defesa do indivíduo, chamadas macrófagos. Há dois tipos de leishmaniose: leishmaniose tegumentar ou cutânea e a leishmaniose visceral ou calazar. A leishmaniose tegumentar caracteriza-se por feridas na pele que se localizam com maior freqüência nas partes descobertas do corpo. Tardiamente, podem surgir feridas nas mucosas do nariz, da boca e da garganta. Essa forma de leishmaniose é conhecida como “ferida brava”. 
Sintomas
Os principais sintomas da doença são:
 
Febre de longa duração; 
Aumento do fígado e baço;
Perda de peso ;
Fraqueza; 
 Redução da força muscular;
Anemia
Transmissão
A Leishmaniose Visceral é transmitida por meio da picada de insetos conhecidos popularmente como mosquito palha, asa-dura, tatuquiras, birigui, dentre outros. Estes insetos são pequenos e têm como características a coloração amarelada ou de cor palha e, em posição de repouso, suas asas permanecem eretas e semiabertas;
A transmissão acontece quando fêmeas infectadas picam cães ou outros animais infectados, e depois picam o homem, transmitindo o protozoário Leishmania chagasi, causador da Leishmaniose Visceral.
Prevenção
Vigiar a população de cães, controlar a proliferação do inseto vetor e evitar que ele pique as pessoas. Essas ações são tanto de proteção individual como de manejo do ambiente.
Proteção individual:
usar de mosquiteiro com malha fina;
telar de portas e janelas com malha fina
não se expor nos horários de atividade do vetor (crepúsculo e noite.
Manejo ambiental para controle do vetor:
limpar quintais, terrenos e praças públicas (recolhendo folhas e galhos)
eliminar resíduos sólidos orgânicos e dar destino adequado a este lixo;
evitar sombreamento excessivo do pátio e eliminar fontes de umidade;
Tratamento
Para todas as formas de leishmaniose, o tratamento de primeira linha no Brasil se faz por meio do medicamento antimoniato de meglumina (Glucantime). Outras drogas, utilizadas como segunda escolha, são a anfotericina B e a pentamidina. Todas essas drogas têm toxicidade considerável.
Cromoblastomicose
A cromomicose é uma doença fúngica polimorfa que se localiza principalmente nos membros inferiores, apresentando-se como nódulos e placas verrucosas que podem ulcerar. É uma micose que acomete a epiderme, a derme e o subcutâneo e pode apresentar infecção secundária, levando a linfedema, elefantíase e ocasionalmente carcinoma espinocelular. Disseminação linfática e hematogênica tem sido observada em raros casos;
O fungo penetra na pele usualmente por implantação traumática, especialmente em áreas desprotegidas de vestimentas. As lesões se desenvolvem no local da inoculação, acometendo a pele e algumas vezes o tecido subcutâneo.
Sintomas
A cromoblastomicose se inicia com uma lesão primária no local da inoculação (entrada do fungo). Essa micose é caracterizada pelo desenvolvimento lento de lesões polimórficas como: nódulos, verrugas, tumores, placas e cicatrizes. Há envolvimento crônico de tecidos cutâneos e subcutâneos associados a formação de tecido fibrótico granulomatoso, purulento e baixa resposta imune protetora.
Transmissão
A transmissão ocorre por meio da contaminação de ferimentos já abertos ou pela inoculação (entrada) do fungo na pele a partir de um trauma com espinhos, farpas de madeira, entre outros, alcançando o tecido cutâneo e subcutâneo;
Há relatos de rara transmissão da doença por meio da inalação de esporos e disseminação hematogênica. Sua ocorrência é predominante na região amazônica, relacionada a atividades laborais. Como o fungo está disperso na natureza, trabalhadores rurais é o principal grupo de risco, visto à sua exposição no meio ambiente.
Prevenção
A principal medida de prevenção e controle a ser tomada é evitar a exposição direta ao fungo. É importante usar equipamentos de proteção individual-EPI (luvas e roupas de mangas longas e uso de calçados ou botas) em atividades que envolvam o manuseio de material proveniente do solo e plantas,ou demais atividades agrícolas. Os indivíduos com lesões suspeitas de cromoblastomicose devem procurar atendimento médico, preferencialmente um dermatologista ou infectologista, para investigação, diagnóstico e tratamento
Tratamento
Os antifúngicos utilizados para o tratamento da cromoblastomicose são o Itraconazol (associado ou não à 5-flucitosina), Posaconazol, Terbinafina. As formulações lipídicas (Anfotericina B) também são antifúngicos de escolha para as formas graves, disseminadas. O Sistema Único de Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde, oferece gratuitamente, o Itraconazol e o Complexo Lipídico de Anfotericina B para o tratamento dos pacientes diagnosticados com Cromoblastomicose.
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